A Visita dos Franceses - Capítulo 49: Segredos

[Bella]

A semana passou voando depois que o avião vindo de Seattle trouxe o resto da família Cullen e Jacob. Depressa. E estranha.

Porque todos me olhavam de um jeito que me dava calafrios – todos, exceto Jacob. Ele me olhava num misto de diversão e medo.

E como eu não achava a resposta para minhas teorias, deixei passar.

Logo já estávamos na manhã do grande dia: o aniversário de Nessie, que aconteceria à noite.

– Tem certeza de que não posso ser útil? – perguntei pelo que me pareceu a décima vez.

– Não! – Alice esbravejou entre risos impacientes. Ela não estava realmente com raiva de mim – aliás, não havia como Alice estar insatisfeita naquele momento.

Ao contrário de mim, Renesmee mal podia esperar por sua festa. Mais felicidade para sua tia.

E ao contrário de mim, Alice estava arrumando todos os detalhes desde que chegara em Paris, e aparentemente não precisaria de minha ajuda – eu, a mãe de Nessie.

Mais desconfiança para mim.

Eu poderia achar que eram apenas procedimentos tradicionais dela (deixar o elemento surpresa no ar em suas festas) e esquecer a ideia de que talvez ela estivesse tramando algo para mim. Esse era um trabalho árduo.

Principalmente depois que ela pediu a ajuda de Jacob, e não a minha.

E isso coincidia perfeitamente com os olhares assustados de Jake.

Jacob podia ver os preparativos, e eu não?

A desculpa “Você sabe que eu preciso da ajuda dos mais altos” não colou para mim. Edward estava ao seu lado – e ele não era muito mais baixo que Jake. Edward também estava nessa. Claro.

E Esme, Emmett, Rose, Jazz, os Denali... até os Colbert.

Só eu não estava.

Não pude conter um rosnado baixo em resposta.

– Calma, Bella – Alice riu. Ah, ela riu. – Você verá.

Lancei-lhe um olhar de alerta. Depois voltei minha atenção para a casa.

Toda a lateral da mansão dos Colbert tinha ornamentos azuis e brilhantes em formato de estrelas. Flutuavam como balões cintilantes.

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Tão Alice.

Tremi só em pensar a decoração do lado de dentro.

– Edward? – sussurrei. Eu precisava dele agora.

Nada. Fechei os olhos, na tentativa de não arrombar a porta que também cintilava.
A raiva corria em meu interior, e a desconfiança só aumentava.

– Bella. Calma, amor.

Edward se materializara ao meu lado, e pela direção do vento, ele deve ter saído pelas portas de trás.

Voltei a abrir os olhos, respirando fundo.

– Por que eu não posso entrar? – questionei tentando manter a voz estável, enquanto lançava meus braços em seu pescoço. Ele não fugiria.

Sua boca se estreitou no seu sorriso torto pela minha impaciência.

– Nós conhecemos Alice, Bella. Tire suas próprias conclusões.

O olhei frustrada e sacudi a cabeça. O rosto de Edward desceu um pouco, se escondendo no meu cabelo.

– Nada feito. Não é simples assim, eu quero saber porque minha filha está completando um ano e eu... – parei a frase balbuciando quando a ficha caiu.

Minha mente de vampira perfeita lembrou de uma memória de meu primeiro dia como imortal.

“Não estamos comemorando seu aniversário de vampira. Ainda, Alice dissera.

– Não! – arfei, me pendurando mais ainda em seu pescoço, num gesto instintivo. Não era a ele que eu queria esganar naquele momento.

– Ai – ele riu enquanto não via minha expressão transtornada. Depois ele desenterrou sua face de meu pescoço e segurou meu rosto entre suas mãos, ficando parcialmente sério.

– Renesmee pediu isso. Ela quer que seu aniversário será comemorado junto com o dela. Será que podemos esquecer um pouco esta... – ele parou procurando a palavra.

– Injustiça. Festa supérflua. Entrega de presentes... argh – eu completei, aterrorizada com a ideia.

Edward riu.

– Essa pequena fraqueza humana que ainda traz resquícios, na verdade. Que tal? Por Nes... Renesmee?

Suspirei.

– Por Nessie. Sim.

Ele abriu um sorriso deslumbrante, como se o aniversário fosse dele próprio.

– Ficou realmente bom aqui fora, não é? – ele comentou, tocando uma estrela acima de nós que mudava lentamente sua cor de azul para roxo.

Em algum lugar de dentro da mansão, Alice rosnou.

Estendi meu braço, infantilmente, para tocar a estrela também.

Ouvi suspiros resignados.

– Hum – foi só o que respondi.

Emmett passou pela mesma porta que Edward saíra, com os braços lotados de glitter e entoando canções natalinas (provavelmente porque as estrelas tornaram-se vermelhas).

– Onde está Rose? – perguntei para ele.

Em se virou para mim com um sorriso zombeteiro no rosto e respondeu:

– Ela, Lilith e Tanya estão arrumando Nessie. Está tão linda, você precisa ver – provocou ele.
Grunhi em coro com Edward.

– Pare de atormentá-la, Emmett – ele murmurou.

– Até porque acabou de perder a graça – disse a voz de minha filha, vinda da varanda.

Virei-me para abraçar Renesmee apertado, coisa que quis fazer o dia inteiro.

E engasguei com sua perfeição.

As vampiras loiras fizeram um trabalho magnífico em seu cabelo, apesar de terem substituído seu lindos cachos por fios lisos e sedosos. Me surpreendi com o comprimento – o rio de bronze descia até abaixo de sua cintura.

Mas ela poderia estar como em um dia qualquer; o que mais ressaltava sua beleza era o sorriso reluzente.

Meu coração se apertou ao constatar que era minha filha.

E que eu faria de tudo par fazer sua festa a mais perfeita de todas.

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