Aquele era o meu dia e Renesmee deixou claro que iria fazer as minhas vontades, mesmo que isso representasse que ela teria de comer comida humana no café-da-manhã.
- Filha - eu disse, servindo-a com uma colherada de cereal mergulhado no leite e vendo sua cara feia -, fico feliz que você esteja comendo tudo.
Edward estava sentado na terceira cadeira de nossa pequena mesa, se divertindo.
- Bem que todos os dias poderiam ser o Dia das Mães. Nossos problemas com a alimentação de Renesmee estariam resolvidos.
- Não existem problemas com a alimentação e sim com a relutância de Renesmee. Mas hoje ela está se comportando muito bem. – Pus mais uma colherada de cereal e leite em sua boca. Foi quando Jake entrou, sorrindo e piscando para Renesmee.
- Eu sabia que você conseguiria, Nessie. – e lhe deu um beijo na cabeça. Ele apoiou a mão no encosto de minha cadeira e se abaixou para me beijar no rosto. – Feliz Dia das Mães, Bells. - Jacob colocou um pequeno saquinho marrom de tecido em cima da mesa. Eu olhei, sem graça.
- Jake, você sabe que não precisava se incomodar.
- E você acha que eu deixaria passar em branco esta data? Só na sua cabecinha.
- Edward, termine aqui para mim, por favor? - peguei o saquinho e levantei. Imediatamente Edward tomou meu lugar e continuou a servir Renesmee. Em pé, eu abri o saquinho com cuidado e o virei na palma de minha mão. Era um pequeno e delicado arranjo de cabelo. Uma rosa, com cada detalhe talhado na madeira manualmente.
- Você que fez?
- Não, meu pai. Mas fui eu que escolhi o formato, então, praticamente fui eu.
Sorri e lhe dei um forte abraço sob os olhares de Edward e Renesmee. Ouvi a respiração de Edward ficar mais pesada e decidi que já era o suficiente.
- Posso levar Nessie para dar uma volta?
Imediatamente Renesmee ergueu os bracinhos para Jacob pegá-la.
- Se me prometerem voltar em, no máximo - está ouvido Dona Renesmee? – no máximo, uma hora.
- Por quê?, Jacob e Renesmee perguntaram ao mesmo tempo.
- Nossa, amor, que possessão repentina.
- Que tal, três horas, Bella? Voltamos em três horas sem atrasos. Promessa de lobo.
- Por favor, mamãe.
Como eu poderia recusar alguma coisa depois desse “Por favor, mamãe”? – Ok, estejam de volta para o almoço.
Jacob pegou Renesmee com muita pressa e saiu pela porta. Imaginei que estava com medo que eu mudasse de ideia. Quando me virei, Edward estava em pé, imediatamente à minha frente.
- O que foi? – ele perguntou com olhos curiosos.
- Não sei. Só achei que hoje, já que é Dia das Mães, eu seria mãe em tempo integral. Que Renesmee não se importasse de passar o dia só comigo. Algumas coisas não mudam, não é? – senti as mãos de Edward na minha cintura, me puxando para perto.
- Bom, - ele começou - ainda estou aqui. Que tal ser esposa em tempo integral? – Edward me beijou com muita paixão e me fez esquecer, por algum tempo, aquela pequena frustração da manhã.
Não podia me queixar de meu marido. Ele sempre estava disposto a me distrair. Não havia preocupação que sobrevivesse àqueles olhares, aos beijos, carícias. Só mais uma das coisas em que Edward era muito bom. Nem tive tempo de pensar. Minha reação foi instintiva. Num momento eu fitava seus olhos dourados em nossa cozinha, no momento seguinte eu o amava em nosso quarto.
Em boa parte do nosso dia, sempre havia alguém por perto, fossem nossa filha, nossos familiares ou nossos amigos. Momentos sozinhos eram raros, pelo menos durante o dia. E quando eles surgiam, nós aproveitávamos. Não que à noite não haveria mais e mais, mas era bom diversificar. Há algumas semanas, Edward levou tão a sério esta de diversificar que decidiu que era hora de comemorar mais um ano que eu estava em Forks. Na verdade, para Edward, absolutamente tudo era razão para comemorações a dois: o dia que cheguei a Forks, a 1ª vez que nos vimos, a 1ª noite que ele ficou, a data de nosso 1º beijo, Dia das Mães, Dia dos Namorados, aniversário da cidade, Queda da Bastilha etc.. Nossa “diversificação” começou com uma caçada no final da tarde – rindo, ele me disse que um marido normal levaria a esposa a um restaurante caro, mas que tinha certeza que eu aproveitaria minha refeição servida de outra maneira. Depois, fomos ver um filme romântico em Seattle, com direito a namoro no escurinho do cinema. De lá, seguimos para um hotel. Em princípio eu não entendi muito bem para onde estávamos indo, mas não demorou muito para que eu tomasse ciência de que fecharíamos a noite com Chave de Ouro. Ele parou o carro em frente ao Fairmont Olympic Hotel, no Centro de Seattle. Em velocidade humana, deu a volta e abriu a porta para que eu saísse.
- Espero que você aprecie cada momento, senhora Cullen – Edward sussurrou em meu ouvido enquanto me puxava suavemente pela mão. Um funcionário do hotel aproximou-se e Edward entregou-lhe as chaves do carro, instruindo-o. – Tem uma mala atrás. – o rapaz imediatamente retirou a mala, de tamanho médio e, aparentemente leve, do porta-malas e a colocou no carrinho. O manobrista entrou no carro e Edward abaixou-se na janela. – Cuide como se fosse o seu carro. – senti um tom de ameaça em sua voz e duvido que o coitado do empregado não tivesse tido a mesma impressão. Seguimos até o balcão para o check in. Para minha surpresa foi tudo muito rápido. Em poucos minutos entramos de mãos dadas no elevador. Não vi se Edward tinha dado algum sinal ao rapaz das malas. Só sei que ele desapareceu de meu campo de visão. Assim que as portas se fecharam, os lábios de Edward estavam grudados nos meus, com uma ferocidade incomum para um local que não fosse nossa casa. Não tive tempo de pensar em muita coisa, apenas que deveria aproveitar, como ele me recomendou. Edward me carregou nos braços até o nosso imenso quarto. A mala já estava lá, em pé, próximo da entrada, o que me intrigou. Acho que Edward não gostou que eu tivesse desviado minha atenção para esse detalhe, pois puxou meu rosto para que eu o olhasse.
- Eu te amo, Bella.
Respondi da melhor maneira que podia: entregando-me de corpo e alma pelo resto da noite, mantendo qualquer pensamento que não envolvesse Edward afastado de mim. E depois daquele dia, sempre havia alguma razão para “diversificarmos”.
Mas naquele Dia das Mães, meu primeiro Dia das Mães como mãe, não podíamos esquecer que havia um mundo em que tínhamos uma filha que logo voltaria para casa, que tínhamos Esme para homenagear com o restante da família e, o principal, tínhamos Rosalie que, com muito esforço (e sofrimento), ia ficar em casa para a homenagem a Esme. Ela sofria porque nunca poderia comemorar adequadamente aquela data.
- Amor, fiz uma coisa sem consultá-la, mas se você me disser que não devo... – ele se interrompeu quando me soltei de seu abraço e apoiei meu cotovelo no travesseiro para encará-lo.
- Confio em suas decisões.
- Comprei um presente para Nessie dar a Rose. Sei que ela está sofrendo, e o quão importante ela é na vida de nossa filha. Você acha que seria imprudente?
- Eu ficaria lisonjeada. Tenho certeza que Rosalie também ficará. Ela não espera por isso.
- Não a ofenderia?
- Não vejo como. Vai fazê-la muito feliz. – tranquilizei Edward. Ele pareceu relaxar um pouco.
- O que você comprou para Esme?
- Encomendei alguns pares de sapatos de uma grife italiana que sei que ela ama. A vi comentar que eles iam lançar uma coleção nova. Só o que fiz foi manter alguns contatos.
- Essa é minha mulher. – Edward abriu aquele sorriso torto que me encantava.
- O que você comprou?
- Nada.
- Pergunta errada?
- Aham. Compus uma música para ela. Você vai gostar.
- É Esme quem tem que gostar. O presente é dela.
Ouvimos a conversa de Jacob e Renesmee cada vez mais perto de nossa cabana e decidimos que estava na hora de levantar. Jacob cumpriu com o combinado. Isso foi uma surpresa. Edward disse que fazia parte dos meus presentes de Dia das Mães. Assim como Renesmee não criaria caso com as refeições por hoje, Jacob decidira não me tirar do sério mesmo que só por hoje. Eu estava começando a gostar do meu primeiro Dia das Mães como mãe. Estava até ficando mal acostumada com as concessões da parte de todos.
4 comentários:
Céus!!!Edward é perfeito!Também gostaria de comemorar todas as datas com um cara assim!...
Super fofo, adoro achar fanfis que se pareçam com o estilo de escrita da Meyer.
Lindoooo
lindooo!!
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