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[Esme]
A dor que me consumia era incessante. Mas o que era mais doloroso eu não sabia responder: a dor causada pela sede por sangue, ou a dor de não ter conseguido fazer o que eu queria ter feito, acabar com minha própria vida.
Eu vagava pelas ruas da grande metrópole de New York à noite, sendo levada pelo faro a pescoços pulsantes que eu atacava sem medo, sem pressa, parecia que eu fazia aquilo por todo o tempo que já vivi. Carlisle me explicou que era normal eu sentir essa sede.
Carlisle. Eu lembrava dele. Fora ele que me atendera quando eu tive meu filho, Luke. A princípio, quando acordei e encontrei aqueles doces olhos dourados, eu fiquei com receio, pois eram os mesmos de anos atrás. Então o dono daqueles olhos contou-me o que ele era, o que eu também era, o que eu faria para sobreviver, e minhas condições no planeta.
Entendi parte do que ele disse, por que só assemelhei tudo quando já estava bem longe de onde acordei. Fiquei triste ao relembrar o rosto do homem que havia me salvado suplicante, quando me viu sair pela porta, fugindo do que eu temia, fugindo do que eu era.
Minhas pernas não obedeciam aos meus comandos, e corriam por entre os altos prédios sujos.
- Esme Anne Platt! - gritei a mim mesma, a dentes trincados. - Pare agora!
Não havia como. O cheiro era forte demais. Eu podia escutar, no meio do breu - não a meus olhos - em um beco, que alguém estava ferido, pois o sangue fazia rastros e a pessoa gemia de dor. Cheguei mais perto, sempre alerta a ruídos, da presa prestes a morrer. Um lampejo de susto foi o que vi nos olhos daquela criança ferida antes de abocanhá-la. Tinha um doce gosto o sangue dela, parecido com as tortas de framboesa que minha mãe fazia quando eu era...humana.
Joguei o corpo da criança em uma vala no cemitéro local e depois corri o mais para longe que pude.
Só queria que alguém me fizesse parar. Eu não conseguia controlar a mim mesma.
Nota da Autora: Para falar a verdade, essa fanfic não terminava assim... Ela era para ser uma fanfic de capítulos, mais fiquei com medo e acabei encurtando. Seria como se a Esme não ficasse com Carlisle, mas sim vagasse pelo mundo tomando sangue de humanos. Terminou desse jeito para dizer que Esme não pararia de matar porque ninguém a impediria. Espero que tenham entendido!
