Solstício - Capítulo 24: Vingança

Você tem certeza de que não consegue ver mais coisas, Alice?!

Não Emmett, eu já disse mil vezes... a presença dos lobos aqui não me permite ver nada após a chegada deles, nem mesmo vislumbres com borrões! Conseguir isso exige muito de mim e meus nervos no momento estão muito alterados, além do meu estômago, que esta vazio! Já foi sorte eu ter conseguido alguns flashes... O que é certo é que eles virão. Amanhã, antes do meio dia!

Precisamos agir depressa... Nenhum Volturi pode saber sobre Nessie e Jacob, os gêmeos ou o antídoto!

Dá pra parar de repetir coisas elementares no meu pé de ouvido, Bella... Meu nervosismo só faz piorar desse jeito. Temos que nos concentrar em algum plano concreto... E rápido!

Se ao menos Jake não estivesse tão debilitado... Partiríamos todos daqui antes da meia noite!

E, por favor, não comece com os “se...” Esme! Pelo amor de Deus, já basta Bella com as obviedades...

Está bem, Alice... Está bem...


Não agüentei mais aquilo. Fui para a varanda do quarto em busca de ar para desobstruir a passagem dos meus pulmões. Uma fenda enorme se abriu no meu peito, espalhando oxigênio para todos os cantos errados do meu corpo. Meu cérebro não suportaria tanto estresse assim por muito mais tempo... essa sucessão de desgraças já estava demais! Eu precisava urgentemente de tranqüilidade, senão iria surtar!

Mas tranqüilidade era tudo que eu não teria por agora. O momento, outra vez, era de pânico. Droga!

Apoiei os cotovelos sobre o parapeito e tapei os meus ouvidos, na esperança de fugir do burburinho indeciso que vinha do quarto atrás de mim. Eu tinha que pensar em alguma solução... tinha que contribuir de algum jeito para dar fim ao vazio de idéias que embaçavam o nosso entendimento, quando deveríamos estar agindo.


Aro estava pra chegar... Lionel vinha com ele. O conhecido e o incerto... Duas ameaças, dois perigos! Várias conseqüências possíveis...

Me lembrava muito bem dos meus sentimentos em relação aos Volturi, firmados na época eles que vieram nos julgar. Especialmente Aro: medo, raiva, fúria assassina... Alívio por sua partida. Ele era de uma frieza e hipocrisia sem comparação.


Talvez por isso, todos daquele clã maldito fossem tão intocáveis... A comodidade era o maior trunfo deles, e isso era muito injusto.

Faltava-lhes um páreo. Adversários que lhes oferecessem riscos reais.

...

Isso então só nos deixava duas soluções: Ou a fuga, independente das conseqüências para o meu Jake, ou... ou...


Voltei decidida para o interior do aposento, enxugando algumas lágrimas teimosas, mas firme em meu novo propósito de reconstituir o foco. Cada um deles se calou quando eu adentrei através da cortina e me coloquei parada no centro, com um olhar colérico.


Vamos ficar e enfrentá-los!


Fez-se mais um breve silêncio, enquanto recebiam a minha mensagem. Possivelmente, começavam a questionar se as minhas faculdades mentais estavam todas em ordem.

Qual é, gente?! Lionel e Aro são só dois. Nós somos 11, sem contar com Jake e os gêmeos! A balança está desequilibrada ao nosso favor, vamos em frente sem medo!

Não sabemos se eles estão mesmo vindo sozinhos, Nessie! – meu pai falou, sua neutralidade tornava-se irritante – Não me parece do feitio de Aro se separar do seu grupo, por qualquer que seja a razão. Ele deve trazer pelo menos dois da sua guarda. Alice simplesmente teve o azar de não poder ver mais coisas...

Se ela não foi capaz de ver, porque então você insiste em conceber essa realidade, ao invés de uma em que nós tenhamos alguma vantagem?! – vociferei, perdendo a compostura com ele. Me arrependi imediatamente... Nunca antes havia elevado o tom de voz com meus pais.

Ele ficou sem reação diante de mim e o buraco no meu peito começou a inchar, comprimindo o coração com o embaraço e culpa.


Por mais arriscado que seja, ela tem um pouco de razão, irmão! – tio Jasper falou subitamente, me surpreendendo ao passar para o meu lado – Nós temos número, alguns lobos e o escudo de Bella. Não vejo como eles podem nos atingir... Na verdade, acho até que já temos condições de intimidá-los, mesmo que Aro traga Jane, Alec e seus outros capangas.

É mesmo... – vovó Esme concordou, sua voz mansa chegava a enternecer até um coração de pedra – Acho que o principal aspecto intimidante deles é o nome, que provoca um arrepio automático só com a pronuncia, desestabilizando seus inimigos logo de cara. Mas, se olharmos bem, estamos cobertos! O plano é factível... vamos dar uma oportunidade a ele.

OK, já éramos 3 pensando igual!

Meu pai, contudo, permaneceu petrificado. Preocupada em me desculpar, avancei alguns passo até ele. Mas antes que a minha mão alcançasse o seu ombro, a dele me pegou pelo pulso.

Não se preocupe, você está certa! – ele sussurrou para mim – Mas é que eu não sou mais a favor de agir sem, antes, avaliar todos os detalhes. Já sofri as conseqüências disso duas vezes... não vou pagar pra ver o meu desespero se repetir! – olhou bem fundo nos meus olhos ao dizer isso – Além do mais, ainda tem alguns aspectos nessa vinda deles que eu não compreendo!

Que aspectos, pai?! – perguntei, sussurrando como ele, sem perceber.

Ele soltou o meu pulso e se virou para os demais:

Nessie disse que Gabriel tinha avisado sobre a vinda do pai para cá no dia de amanhã! Lionel não tem como saber que o filho morreu, pelo menos eu acho... Então porque, ignorante dos fatos, ele traria Aro aqui?! Não faz nenhum sentido...

Nessa hora, minha mãe pareceu se compadecer dele, porque se aproximou e o envolveu parcialmente em um abraço.

Pare de buscar sentido em tudo, meu amor! A nossa própria existência contraria a lógica... Então pra quê ser tão racional? – ela pousou um beijo na bochecha dele, depois eles trocaram um olhar que pareceu mais uma comunicação de eras. Quanta confiança uma pessoa podia passar para outra apenas com um gesto daquele...

Ele sorriu para ela, relaxou os ombros e suspirou:

Está bem, vocês duas tem razão! Eu só estou sendo eu, pra variar... – disse, meneando a cabeça e revirando os olhos – Mas, se vamos mesmo ficar, sugiro um pouco mais de seriedade então. Não é de qualquer um que estamos falando, mas de um Volturi. E, por mais que se diga que Volturi é só um nome, nós bem sabemos que eles todos merecem mais crédito do que isso. Não são o que são a toa, eles conquistaram esse respeito que o nome deles tem!

Isso é absolutamente verdade! – vovô Carlisle confirmou – Conheço bem a forma de agir deles para dizer isso. E sei que, quando Aro aparecer aqui amanhã, quer seja sozinho ou acompanhado, fará alguma coisa.

E só Deus sabe o quê... – vovó terminou as palavras do marido. Eu gelei.


Jake começou a delirar, ainda sofrendo com a febre. Chamava por mim, unicamente por mim... era comovente! Fui angustiada até ele, querendo retirá-lo de dentro do seu próprio corpo... puxá-lo para fora daquela teia de dor para que ele pudesse respirar melhor! E me ver! Ver que eu estava ali, e bem.


Por enquanto eu estava bem...


Porém, sabia que estávamos à beira de estourar uma nova guerra. E dessa vez, era contra os próprios deuses do mundo vampiro! E nem mesmo após ter demonstrado a minha parcela de bravura, deixei de admitir interiormente que estava com medo. Louca de medo mesmo...

Não de morrer. De ver tudo que me era mais precioso morrer diante dos meus olhos, sem que eu pudesse fazer nada a respeito! Já tinha lido muito sobre esse sentimento em livros, mas nunca compreendi exatamente o peso de se estar nessa posição... onde abster-se da própria vida por outra pessoa outras pessoas, no meu caso é o primeiro instinto natural, e não o oposto! Mas claro, eu nunca imaginei que correria esse risco um dia. Aqueles a quem eu amava nunca estiveram vulneráveis, passíveis de morte... Até esse momento. O momento onde mesmo a imortalidade entrava em xeque!


A febre de Jake finalmente foi cedendo e ele agora só ressonava, gotejando de suor enquanto dormia profundamente o seu sono de regeneração. Lilly e Jared, ao contrário, estavam com um sono agitado que, volta e meia, os fazia rolar de um lado para o outro no cercadinho improvisado. Eu já tinha dormido demais durante a tarde, e agora é que não teria nem mais como pregar os olhos, dominada pela ansiedade tenebrosa do jeito que estava...

Todos foram de volta lá pra baixo e eu me deitei no lado vago da cama. Ali quietinha, mesmo que eu ficasse encarando o teto durante horas, teria a imagem dos meus três tesouros bem destacada em minha visão periférica.


Pensei muito, muito mesmo... devo ter queimado alguns neurônios também. Minha mente, assim como nos dias em que eu fiquei dominada pela cegueira emocional, voltou a tentar fazer conexões entre alguns fatores insistentes. Ainda não tinha entendido para onde os empregados da casa haviam ido. Debandaram todos de uma vez, como o estouro silencioso de uma manada! Será que a partida deles tinha alguma relação com a chegada do patriarca dos Drachen?! Ou eu deveria simplesmente acreditar que eles resolveram boicotar o patrão e partir, justo na data em que o mesmo morria?! Se a polícia humana fosse de alguma forma envolvida no caso, a culpa do assassinato com certeza recairia sobre eles.

Não, nada daquilo se encaixava! Eu não conseguiria entender nada, tendo uma preocupação imensamente maior na cabeça. Mesmo desconsiderando a presença de um, dois, ou sabe-se lá quantos Volturis na comitiva de Lionel Drachen, já seria por si só um desafio extremo ter que anunciar a ele sobre a morte de Gabriel! Por mais que eles tivessem dificuldades de relacionamento um com o outro, nada disso nublaria o sentimento dilacerante da perda de um filho. Teríamos que lidar então, na melhor das hipóteses, com a fúria de um pai em desespero, sedento por vingança. Vingança contra todos nós, sem discriminação!

Daí, surgia outro problema {vi que a lista não teria fim}: Se íamos ficar, onde então esconderíamos os gêmeos?! Sim, porque nossos oponentes iriam sentir o cheiro deles espalhado pela casa toda assim que chegassem. Por isso, não daria pra despistar, nem adiantaria designar alguns de nós para levá-los para longe da casa. Isso só os alertaria para o fato de que estávamos escondendo algo...

Me senti totalmente encurralada, e a pressão de não ter saída pouco a pouco reduziu o meu raciocínio a vapor! Então meus olhos começaram a divagar pelo quarto, perdidos no tempo-espaço contínuo. Minha circulação estacionou nos extremos dos meus membros, e eu congelei, até que a minha única atividade digna de nota se tornou o movimento para converter oxigênio em dióxido de carbono.


Chorinhos ao fundo da minha mente quebraram o meu transe e eu corri para atendê-los. Tinha me perdido nas horas, já era fim de madrugada e um espetáculo de manchas rosas e laranjas começava a se alvoroçar pelo céu. A lâmpada do quarto ficou o tempo todo acessa. Provavelmente esse havia sido o motivo da inquietação no descanso dos meus pequenos. Estava me saindo uma mãe muito desleixada... o choro irritadiço de Lilly não era de fome ou dor, mas em razão da luta da realidade contra os sonhos dela a noite toda! Jared só choramingava, mas o seu miado equivalia ao protesto aborrecido da irmã. Ele também estava desgastado!

Shhh, Shhh... Está tudo bem, lindinhos! Mamãe está aqui, fiquem tranqüilos... – implorei desajeitada, acariciando suas barriguinhas. Me assustei, ao perceber que estavam muito quentes também... com febre!!


Droga, será que eu não recebo uma boa notícia?!” praguejei pra dentro.


Um murmúrio rouco atrás de mim me desequilibrou completamente, quase me fazendo cair por sobre os meus filhos. Depois, minhas juntas travaram e o meu coração disparou que nem louco.


N...Ness?!


.....Tudududududududududududududududududududududududududududududmmmmm.....


É você mesma?! – tosse.


*estalo no peito*


Me levantei num movimento estranho, depois meus joelhos idiotas começaram a tremer, querendo desmontar a minha postura.

Aquela voz... a minha preferida dentre todas no mundo... só podia significar uma coisa!

Me acovardei, o medo de olhar e não ser verdade brigando com o desejo de me virar e receber a tão almejada boa notícia! Foi uma resposta tão rápida às nossas expectativas que era quase impossível não duvidar...


As molas da cama rangendo baixinho me sobressaltaram e eu, enfim, me virei por reflexo num rodopio desastrado.


Lá estava ele...

Os olhos semicerrados tentando me focalizar, enquanto o troco ainda fraco valsava para sustentá-lo numa posição vertical.

O que eu fiz a seguir foi correr transloucada para impedir que ele se esforçasse daquele jeito... a felicidade de repente deixada de lado pelo instinto protetor! Empurrei seu corpo, forçando-o a se deitar outra vez. Ele não ofereceu resistência, porém assim que a sua cabeça relaxou no travesseiro, seus braços vieram com tudo e envolveram o meu pescoço. Tombei para baixo, meus pés saíram do chão e o restante do meu corpo ficou largado sobre o dele, com as pernas suspensas no ar, do lado de fora da cama!

Nessie, é você! É VOCÊ!! ESTÁ AQUI... ESTÁ SIM... EU TE ENCONTREI, TE ENCONTREI!! PENSEI QUE... EU ACHEI... AH, MEU DEUS... AH MEU DEUS!! – Ele começou a se engasgar com a avalanche de palavras, enquanto me esmagava sem se dar conta. Eu permanecia em estado de choque, não sabendo se ria, se chorava... ou se gritava!

Jake, – apenas murmurei então, com a boca imprensada no alto da clavícula dele, depois dos segundos iniciais – eu preciso respirar...


Que horror... Após tanta espera, aquela foi a minha primeira fala direcionada a ele. Tinha ensaiado mentalmente coisas do tipo “eu te amo, te amo, te amo...[mil vezes] te amo!”... Eu era mesmo um caso perdido em matéria de comunicação!

Muito lentamente, ele obedeceu ao meu apelo e folgou o abraço ao redor do meu pescoço, me oferecendo a oportunidade de olhar diretamente em seus olhos. Não sei dizer se foi o encantamento, ou a proximidade, mas senti que estava vesga enquanto matava finalmente a vontade de admirá-lo.

Estava lindo! A visão pálida mais perfeita de todo o universo!!

Eu te amo... te amo... te amo... te amo... – disparei então a recepção atrasada, largando o meu rosto próximo ao dele e recebendo sua respiração quente na orelha. Trouxe minhas pernas para cima do colchão e enlacei meus braços nele o mais forte que a emoção me permitiu!

Quando a pele dos nossos rostos ficou a ponto de se fundir, soltei-o e me apoiei sobre ele, minhas bochechas já inundadas de lágrimas.

Minha princesa... – ele sussurrou, abrindo e fechando os olhos. Estava muito cansado ainda, mas guerreava consigo mesmo para sustentar a consciência – Eu esperei tanto... poder escutar sua voz outra vez... parece um sonho, não acredito que isso está mesmo acontecen...

Uma crise de tosse que intercalava a sua fala desde o começo interrompeu-o de vez. A garganta estava seca demais pelo desuso! Desesperada, me apressei em ir atrás de um copo d’água naquele quarto enorme, mas ele me reteve pelo pulso:

Não vá... fique aqui comigo mais um pouco. Eu vou melhorar se você ficar, prometo!

Até parece que eu preferia estar em outro lugar... Voltei sem nem contar conversa e comecei a massagear o seu peito.

Vai passar, meu amor... vai passar... – minha voz pareceu embalá-lo. Ele então gemeu e travou as minhas mãos:

Para! Assim você vai me fazer dormir de novo, e eu não quero... – protestou, ofegante

Mas você precisa descansar, Jake! – eu disfarcei muito mal a minha preocupação, mas me mantive firme. Ele quebrou minha armadura com facilidade:

Meu descanso... é estar com você!


Fibrilação severa!!

Engoli o choro de alegria, libertando o ar retido do peito e obedecendo a sua ordem com imenso prazer. A paz tomou o ambiente de tal forma que até os bebês pararam de chorar... estavam brincando com as próprias mãozinhas, parecendo compreender que eu necessitava devotar a minha atenção para o pai deles agora!

Você poderia... por favor... me dar um beijo... Nessie?! – ele implorou, impaciente, as mãos tremendo enquanto seguravam as minhas ainda – Desculpe... mas é que eu não consigo mais me levantar... senão... já teria feito isso eu mes...


Os meus lábios trataram então de interrompê-lo. Admito que eu estava apenas respeitando o seu tempo até ali, mas já que ele pediu tão avidamente... A tempestade de sensações resultantes daquele gesto seria o meu vício eterno! Como negá-lo ao meu corpo por mais tempo?! Rasguei a minha alma naquela manifestação perfeita do nosso desejo comum!

Minha intensidade se mostrou demais para ele, que gemeu embaixo de mim. Parei de beijá-lo então, reconstituindo a minha pose original.

Que droga! – ele resmungou consigo mesmo, me fazendo rir.

Enxuguei o suor que inundava sua testa... a quentura dele lentamente tornava a ser a habitual!

Pare de teimosia e volte a dormir, meu amor! Não vai nos faltar tempo para matar a saudade, eu te garanto isso!

No meio do “está bem!”, ele foi derrotado pela fraqueza. Cri que aquele breve reencontro foi combustível suficiente para me motivar a fazer o possível pra cumprir minhas palavras: Tinha que garantir que teríamos mesmo mais tempos juntos, de todas as maneiras. Tinha que ter forças para lutar pela nossa eternidade!


O tempo demorava a passar, mas finalmente a manhã foi instaurada lá fora. Os únicos a lucrar com essa maçada, sem dúvida, seriam os nossos oponentes. A lentidão das horas só contribuía para nos angustiar e frustrar várias estratégias em minha cabeça. Desejei saber se os meus familiares já tinham conseguido bolar algum plano válido.

Dois toques na porta clamaram pela minha atenção.

Entrem! – disse, num volume de voz baixo, mas audível a qualquer vampiro.

Eram Rosie e tio Emmett. Me levantei da cama e me recompus com formalidade. Acho que aqueles dias que passei naquela casa me fizeram esquecer do nosso grau de intimidade uns com os outros.

Nessie, seu pai está pedindo para que você desça! – Rosie avisou, meiga. Ela já parecia estar bem melhor – Eu e Emm vamos ficar aqui cuidando dos três pra você, pode ir despreocupada!

A última parte da sentença era absolutamente desnecessária, sabia que qualquer um deles tinha tanta competência quanto eu para assisti-los. Consenti e tencionei cumprir o pedido. Ela me buscou mais uma vez, antes que eu me afastasse:

Tome... cuidado! Não quero que nada te aconteça, minha princesinha.

O momento do embate já estava próximo. A certeza exigiu de mim um calafrio! Lancei o melhor sorriso que pude pra ela, antes que percebesse a minha vulnerabilidade, então fui me encontrar com os outros.


Assim que saí do quarto, meu estômago então enrijeceu e eu senti uma repentina tontura. “Droga de fome inconveniente!!” esbravejei mentalmente. Consegui converter metade do percurso, mas, no final do corredor, a escuridão ameaçou me consumir. Uma mão firme me sustentou antes que eu caísse.

Venha Ness, – meu pai me carregou – Carlisle e Esme foram caçar na madrugada alguma coisa pra você comer. Vai precisar estar forte para o que vem a seguir filha... não dá pra se alimentar só de amor!

Corei idiota.

A próxima coisa que senti foi um estofado macio me aconchegando sentada. Vovó Esme já estava exibindo uma bandeja coberta para mim quando terminei de me endireitar. Fiquei a ponto de espumar quando ela tirou a tampa de cima e o aroma da caça invadiu as minhas narinas, descendo direto para a boca do estômago vazio. Não gastei mais do que alguns segundos para tragar tudo – deve ter sido uma cena grotesca, mas eu nem liguei. Estava em família dessa vez, podia comer do jeito que bem quisesse!


O relógio da sala marcava 10 horas. Não tínhamos mais muito tempo para nos organizar... Meu pai, tio Jasper e meu avô acertaram todos os detalhes durante a madrugada mesmo. Rosie e Emmett se encarregariam de guardar Jake e meus filhos; minha mãe não tiraria o escudo de nós por nenhuma fração de segundo sequer; tio Jasper cuidaria de tranqüilizar os ânimos, caso fosse necessário – meu pai demonstrava a priori de ler os pensamentos deles antes de sofrerem a influência da habilidade do irmão, para ter noção de com o que estávamos realmente lidando; Seth e Leah ficariam de prontidão do lado de fora da casa, munidos da forma animal; vovô lideraria a conversação entre nós e os recém chegados, com o intuito de evitar ao máximo embates desnecessários; Aly e vovó contribuiriam também como partículas apassivadoras do nosso grupo.


Mas e eu?! – indaguei alarmada, ao final das instruções – Todo mundo ganhou uma função na jogada... O que eu devo fazer, sentar e tricotar?!

Nessie, a situação é séria... Não tem nenhuma “jogada” aqui! – meu pai me admoestou – Você vai participar o mínimo possível.

O QUÊ?!?! – grasnei, me erguendo afoita do sofá.

Tio Jasper se achegou a ele, colocando uma mão em seu ombro, o que brecou o jorro de protestos que eu estava prestes a despejar.

Talvez... – ele começou, receoso – ...Nessie deva recepcioná-los, irmão!

Olhamos todos ao mesmo tempo pra ele – eu com os olhos esbugalhados ao máximo! Soltei o ar e a frustração, murchando como uma bexiga ao ser aberta. Meus músculos amoleceram todos, me fazendo cair de volta ao assento. Tá certo que eu queria ajudar, mas... Não sei se poderia lidar com “essa” tarefa em especial!

Eu falo a sério! Dentre nós todos, Nessie é a única a qual Lionel deve estar esperando encontrar aqui, pelo que ela nos contou. Penso que seria de grande valia ir anunciando a nossa presença aos poucos...

Mas é arriscado demais, Jasper! – minha mãe disse, irrequieta

Não, meu bem... – meu pai voltou à conversa, já com outro tom – não vai mudar em nada. O risco maior é de que eles descubram sobre os gêmeos... a questão do veneno estará segura nas nossas mentes, debaixo do seu escudo! – ele evidenciou confiança e lançou um olhar tranqüilizador para mim. Em seguida, continuou a falar com todos – Vamos deixar então que Nessie os receba. Isso pode mesmo amenizar o desenrolar da situação. Ficaremos aqui na sala, eles nos verão assim que entrarem!


Fiquei perdida entre receios novamente. Procurei em mim aquilo que me dava forças para me dispor a qualquer risco. “Vou ser forte por você, Jake! Por nossa família!”...

Assim esperava...


Os segundos passavam como gotas pingando na testa – o peso aumentando a cada nova batida. Unhas eram uma vaga lembrança para mim... Sentia inveja dos meus familiares: eles conseguiam disfarçar tão bem a aflição, imóveis onde estavam como rochas!


Do nada, meu pai franziu a testa, depois balançou a cabeça, desgostoso.

O que foi, o que está errado?! – minha mãe indagou, impaciente

Eles estão chegando, já estou distinguindo seus pensamentos ...

E...?!

Como imaginamos... Aro não está sozinho. Trouxe Jane, Renata e Chelsea com ele!

Houve aquele espanto inicial... mas depois, meu avô interferiu:

Isso é muito estranho... – ele comentou, coçando o largo do queixo – Porque ele viria acompanhado a um encontro casual?! E, ainda mais, por elas?! Não dá pra entender essa organização deles...

Quem são Renata e Chelsea, pai?! – perguntei. Já sabia tudo sobre Jane, mas estranhei o anuncio daquelas desconhecidas.

Membros da guarda dos Volturi... Chelsea é uma desagradável manipuladora, corrompe os laços afetivos entre as pessoas. E Renata... – ele sibilou, antes de seguir em frente – tem um dom parecido com o de sua mãe, só que no caso dela, o escudo não é mental: É físico.

O escudo da mamãe nos protege dessa Chelsea, não é verdade?! – perguntei, eriçada de pavor

Sim, minha querida, nos protege. Mas, graças a Renata, não poderemos fazer nada contra eles, se houver alguma necessidade. Por isso, eu me preocupei tanto com o fato de ficarmos... Numa luta corpo a corpo, nós sairemos feridos mesmo em maior número. O escudo de Bella não inibe o escudo de Renata.

E nem vice versa! – tio Jasper clamou pelo otimismo outra vez – Vamos mentalizar soluções pacifistas Edward, concentre-se!

O que eles estão pensando, meu amor?! – mamãe insistia na impaciência

Frases confusas... Está difícil fazer a relação! – os olhos do meu pai corriam pelo carpete – “Vamos dá-lo o que ele merece” {?}... “O maldito não poderá escapar dessa vez”...

– “O maldito”?! Não seria “os malditos”, Edward?! – Aly indagou, fazendo uma careta de confusão

Não, eu ouvi bem, ele disse no singular: “O maldito”!

Mais alguma coisa?! – vovô encorajou-o

Nada concreto, só essas charadas... – ele terminou de dizer, então se recompôs, travando uma posição firme – Eles chegaram, vamos fazer silêncio!


Sentimos o cheiro dos visitantes trazido pelo vento. Como de costume, estremeci da cabeça aos pés. “Pai, eu estou com medo! E se eles de algum modo souberam da verdade, e esse ‘maldito’ for o meu Jake?!” formei em pensamento, ainda no sofá. Ele me olhou com ternura e veio se colocar de joelhos diante de mim:

Se for esse o caso, não iremos deixar que nada de ruim aconteça com ele, filha! – ele sussurrou, acariciando o meu rosto.

BAMM – BAMM!!


Duas batidas muito fortes na porta anunciaram por fim a chegada do temido grupo. Até que eles foram bastante educados... Engoli em seco e me preparei para representar a minha deixa.

Me dirigi então ao hall de recepção da mansão a passos retardados, literalmente como quem caminha para a forca! Meu coração estava se lançando violentamente contra as paredes do meu tórax e eu suava frio. Fiquei frente a frente com a porta, vendo que algumas sombras se movimentavam além das cortinas sobre ela. Gemi, quase choramingando.

Pare com essa idiotice! Seja forte Renesmee!” repreendi a mim mesma. Conversar com as minhas personalidades estava me atrasando ali, e eu temi uma segunda chamada na porta. Dei então os últimos passos que completaram a distância restante. Meu pavor era tanto ao encostar os dedos na maçaneta, que senti-os queimar com o contato! Puxei-os de volta num reflexo patético, mas era apenas o metal que estava gelado demais.

Respirei fundo. Olhei de volta para a sala, então devolvi a mão para a maçaneta e a girei.


Do lado de fora, tudo eram olhos vermelhos! Pares de olhos vermelhos! Uma quantidade suficiente para debilitar o meu senso...

Me encaravam, perplexos diante da minha figura, que a maioria deles demonstrou não reconhecer, nem tão pouco compreender.


De cara, reconheci o referido Lionel Von Drachen, pai do desprezível Gabriel. Era o homem de meia idade da pintura... Cabelos loiros acinzentados, crescidos um pouco acima dos ombros, desgrenhados de um jeito quase proposital. A diferença residia unicamente nos trajes! O colarinho substituído por uma estola cinzenta de pele largada em seus ombros, sobre o fino terno preto coberto por uma capa de mesmo tecido, cor e imponência. Fora isso, eram os mesmo olhos de sangue da tela, que me chocaram na ignorância sobre vampiros, e agora me intimidavam, causando tontura.

Ao lado dele, identifiquei Aro: cabelos de azeviche e os olhos igualmente rubros. Seus lábios delinearam um gracejo surpreso e perturbador. Creio que era Jane quem estava se esgueirando atrás dele, impaciente. Seu olhar tinha um condão macabro e as expressões duras emanavam frieza, exigindo objetividade do grupo. Duas sombras encapuzadas permaneciam imóveis mais atrás. As tais Renata e Chelsea, obviamente.

Não soube exatamente o que fazer... fiquei congelada ali diante deles, me concentrando apenas em não perder os sentidos {minha humanidade sempre escolhia aflorar nas piores horas}! A voz que infiltrou os meus ouvidos a seguir foi grave como um trovão, sacudindo embaraçosamente todo o meu corpo:

Onde ele está?! Onde está Gabriel?! – Lionel inquiriu sem mover um músculo, imprimindo cólera em seu tom.

Meu Deus, ele já sabia! Sabia que o filho estava morto... Clamava agora pelo corpo!

Mas como, se morte no nosso universo resultava das cinzas do corpo, tanto no caso de vampiros, quanto no de híbridos?! Será que ele pensava que com os mestiços acontecia de outro jeito?! Só podia ser...

Aro ultrapassou-o e, se colocando a uma proximidade exagerada, inspirou o ar que vinha da casa. Em seguida olhou pra mim com aqueles olhos esbugalhados medonhos.

Cullens?! – ele perguntou exaltado, parecendo de repente se empolgar além da sua normalidade. Mordi os lábios.

Sim! – Jane respondeu num tom neutro, sem desmontar a pose imperial. A minúscula Volturi se assemelhava a um robô – Estão todos aqui!

Aro voltou-se pra ela, depois para mim outra vez, contendo o sorriso com as mãos. Era uma alegria impostora, eu sabia... Mas ele seria capaz de convencer a qualquer um de que nossos clãs eram aliados.

Mas então, tu és... – ele parou no meio da oração, os olhos se agitaram de um lado para o outro, enquanto ele parecia meditar.

Renesmee, – outra vez, a garota sombria se antecipou – a filha mestiça de Edward com Isabella Cullen.

Aro não se agüentou mais. Soltou uma gargalhada que seria audível até do outro lado da fronteira. Outra vez, todas as células do meu corpo se assustaram e meu coração acelerou freneticamente. Ele fechou as mãos em palmas, satisfeito e ainda confuso:

É verdade! Eras tão piccola ... pequenina... Mas bem disse aquele outro híbrido que o crescimento da sua raça era acelerado. Sete anos, realmente... Agora me dou conta!

Ele discorria a conversação como se fossemos íntimos, amigos de infância... totalmente alheio ao meu desconforto. Eu ainda estava esperando pela detonação da bomba-relógio! O momento em que aquela capa dissimulada cairia por terra e o ódio viria de uma vez para nos devorar.

Mas o que vocês estão fazendo aqui?! – ele me perguntou, impulsionando o corpo para adentrar a casa. Liberei a passagem, sem deixar que ele me tocasse.

Meus familiares se puseram todos de pé ao mesmo tempo, pegos desprevenidos pela atitude amistosa. Os outros quatro passaram por mim em seguida, flutuando como se nem tocassem o chão. Fechei a porta atônita e permaneci onde estava. “Como assim ‘o que estão fazendo aqui’?!” indaguei interiormente.

Aro, o que está fazendo?! – ouvi Lionel questionar, parando-o pelo ombro no meio da entrada da sala – Viemos aqui com outro propósito, esqueceu?!

Eu sei... – Aro respondeu despachadamente – Mas você não me disse que a esposa do seu filho era ninguém mais, ninguém menos, do que uma Cullen! Que coincidência... – ele deu uma risadinha espontânea que pra mim foi totalmente indecifrável.

Não pensei que isso fosse fazer alguma diferença... – o homem falou, com descaso

Faz muita!! Tenho uma estima muito grande por essa família, não posso simplesmente ignorá-los e ir direto aos finalmentes, meu bom amigo!


Foi nessa hora que meus joelhos ameaçaram se descolar de vez! Por detrás daquela atitude amistosa, existia de fato um empenho maligno! O ritmo da minha respiração aumentou a um volume perceptível. Todos se voltaram pra mim, se dando conta do meu mal estar. Através dos recém chegados, vi que meu pai acenava para que eu voltasse para junto deles. Ele parecia meio inerte e sua expressão estava inesperadamente... bestificada.


Não se acanhe, Renesmee! – Aro se dirigiu a minha tez empalidecida, enquanto eu calculava com pesar o extenso movimento que teria de realizar para atravessar a sala, até chegar onde estavam os meus familiares.

Fiz então como meu pai pediu e ultrapassei o limiar do cômodo, onde os recém chegados estavam alinhados, de cabeça baixa e receando qualquer contato por parte deles. Libertei o fôlego quando os braços da minha mãe me receberam. Ela lamentou o meu nervosismo, mas vi que estava muito tensa também... Apenas era “vampira” demais para evidenciar isso, porém eu a conhecia. Os conhecia a todos muito bem para saber que estavam tão afetados quanto eu!

Carlisle, meu bom amigo... – Aro praticamente se curvou – Nem preciso te dizer quão maravilhosa é esta surpresa de vê-lo a ti e a tua família aqui por esses lados... e, ainda por cima, envolvidos em circunstâncias tão... – ele buscou a melhor palavra, gesticulando exageradamente – inusitadas!

Acredito em você, Aro. De fato, é um encontro bastante inusitado! – meu avô disse, a cordialidade inabalada em seu tom de voz

Sim... – o vampiro juntou aquelas mãos peraltas de novo – Esme... Alice... Jasper... Edward... Meu prazer se estende igualmente a vocês!

Ao pronunciar os nomes, ele se voltava para cada um. Seu olhar, então, se delongou em minha mãe. Senti seus braços me apertarem um pouco mais contra ela, enquanto ele transparecia um deslumbramento ainda maior.

Bella... – suas mãos desceram lentamente – Angelo perfetto ... Parece que, a cada encontro nosso, sua beleza se mostra ainda mais latente! Você faz jus ao nome que tem melhor do que qualquer outra.

Minha mãe sibilou, seu peito vibrando em minhas costas. Aqueles olhos vivos e vermelhos pararam em mim, finalmente. Grudei os dedos nos braços gelados que me envolviam protetoramente.

Não é a toa que esta mocinha é tão avassaladoramente linda... Encantadora, quase não me sinto faminto diante de tanta candura!

Ele riu de si próprio. Se aquilo foi realmente um elogio, era dos mais perversos... O medo deu um nó sufocante na minha garganta e eu senti raiva enfim. Minha vontade foi de rogar que ele demonstrasse logo a que tinha vindo! Aquele teatrinho angustiante estava a ponto de me provocar um colapso! Meu pai beliscou minha cintura sem desviar o olhar do sujeito, me dando a entender que era pra eu me controlar. Queria muito compreender de onde estava vindo aquele comportamento relaxado dele, em meio a uma atmosfera tão sobrecarregada de tensão. Percebi que eu não era a única a estranhar sua atitude... Mas os outros, como sempre, disfarçavam melhor.

De fato, nossa filha teve o privilégio de herdar os atributos físicos da mãe, além de outras qualidades maravilhosas! – ele disse, procurando descontrair a conversação.

Por Deus, será que aquilo era uma estratégia?! Ele podia ler os pensamentos de todos... De certo, encontrou um meio de atenuar as coisas. Achei melhor seguir a orientação dele. Forcei então um sorriso repuxado nos lábios e desencravei as unhas da pele da minha mãe. Aro se sobressaltou com algum pensamento.

Ah sim, permitam que eu lhes apresente... – ele se interrompeu. Parecia sofrer de um distúrbio de múltiplas personalidades – Ora, que bobagem a minha, vocês por certo já se conhecem todos, não é verdade Lionel?! Afinal, Renesmee é sua nora.

O homem severo se moveu um pouco na direção dele.

Na verdade, é a primeira vez que nos encontramos... – aquele tom de trovão seria capaz de estremecer os vidros, se não fosse tão contido – Eu estava justamente vindo conhecer a proclamada esposa de...

Ele não concluiu a fala, demonstrando uma estranha aversão à pronuncia do nome do filho. De algum modo, não me pareceu que era por pesar... As coisas estavam confusas demais, contrariando tudo que eu tínhamos planejado e discutido.

O homem então, num novo lapso de ira retomou o assunto que era o seu principal interesse:

Aro, sejamos objetivos... Chega de perder tanto tempo, vá direto ao ponto!

Lionel, você é um homem tão impaciente... – Aro amparou a fronte, balançando a cabeça em sinal de frustração. Depois, sua expressão se transfigurou por inteiro, abandonando o caráter contente e assumindo uma rigidez assombrosa – Bem, meus caros Cullens... sinto ter que envolvê-los nessa lamentável situação, mas há males que vem para bem, como já diz um velho ditado da raça humana.

Aro, não há necessidade disso! – vovô intercedeu – Sei que podemos resolver esse impasse dialogando... não é preciso se valer de violência logo de cara.


As palavras do meu avô de algum modo pareceram surtir efeito, pois a atitude do vampiro foi pega de surpresa por uma clara atrapalhação. Ele olhou para Lionel, depois para Jane. Em seguida, encarou de volta o nosso patriarca, com a testa franzida e os ombros suspensos:

Muito bem! Se você acha realmente que o diálogo é uma possibilidade... Confiarei no seu julgamento. Por favor, tenha a bondade de chamá-lo aqui!

Ele cruzou os braços e pareceu muito certo da sua benevolência. Em contra partida, a confusão saiu dele e voltou para nós com força total. “Chamá-lo?!”... foi a pergunta que todos nos fizemos um após o outro... menos meu pai. Ele parecia compreender perfeitamente o que estava se passando. Mas não abria a boca, permanecia com os olhos vidrados no interior das mentes inimigas.

E então?! – Aro estranhou nossa falta de ação

Perdão Aro, – meu avô falava medindo as palavras – Mas não compreendo! Você disse “chamá-lo”... A quem se refere?!


O líder Volturi franziu mais ainda a testa.

A Gabriel Drachen ora essa... quem mais poderia ser?! A pedido de Lionel, nós viemos aqui para matá-lo!


Abalo sísmico no planeta, seguido de um silêncio total.


O quê?!”

19 comentários:

Erika disse...

Muito bom mesmo! Amei! ♥

Adriele_sunelaitis disse...

' Nossa cada vez melhor ... adoreiiiiii

Delcilenefogaca disse...

ammmmmmmmmmmmmmmeeeeeeeeeeeiiiiiiii

Rainbow disse...

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
toh aki!!!!
Alice, agora vamos saber tudo o q o pessoal pensaaaaaa!!!!
adooogo Solstício, hiperventilando aki!!!!!

Thalia disse...

amuu mt mt mt mt essas histórias são perfeitas

marina disse...

adooooooooooooooooreiiiii

Lia Brito disse...

Solsticio me surpriendeu, amei a história, ficou ótima.

Polly_kelli disse...

adorei este capitulo mais estou esperando o 25 ainda ñ foi postado estou anciosa

Tatynha disse...

gente por favor num demora tanto pra colocor o proximo capitulo naum ,,,to muito ansiosa rsrsr to amando

Iara disse...

Ameiiii!!! Eu quero ler ++++.

Crisll_2007 disse...

Oi gente q linda historias quero ler mais quando vcs vao postar o cap 25 ? bjs a adorei o espaco dos comentarios,bjss ate o cap 25..

Alice Volturi disse...

Quarta tem o capítulo 25! Não postei hoje pois hoje tem Meio Dia Avermelhado, Sol Poente e oneshots! ;)

Flavia 15_@hotmail.com disse...

amei o Solstício ♥

Uil disse...

Amei o espaço, e solstisio é maravilhoso Quero ler maisssssssss.
Quando vai ter a continuação de sol ardente?
por favor eu Quero continuar a ler.

Mirian Leto disse...

Eu já tinha idéia de que ia ser ser assim, pois se não, eles não iam conseguir sair dessa! Adorei a fic!

Fabi Almeida disse...

começei a ler solstício por acaso e agora eu simplismente estou amando essa fic!!!!!!!!!!!!!

Barbara disse...

Adorei esse capitulo..eles foram matá o Gabriel.. muito surpreendente!!Adorei.

Anônimo disse...

eu me chamo milena
eh a segunda vez q leiu essa fanfic eh simplismente maravinhosa

Mari fonseca disse...

MEU DEUSSSSSSSSSSSSSSSSSSS... O.O
Isso significa que... O que os Cullen fizeram era justamente o que Aro faria! So, os Cullen não fizeram nada errado... Agora por que que o Lionel quer matar o próprio filho?
Bom... Vou ler logo o próximo, mas antes, preciso deixar bem claro o quão surpresa e satisfeita fico ao ler cada capitulo dessa história impressionante!! Essa história me cativou desde o início! Já chorei, ri e me senti completamente envolvida com essa história! Ela é perfeita... Não mudaria nem um detalhe!
Amando... <3 *-*

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