Consequência - por Rainbow

[Edward]

A casa estava escura, o oposto do que sempre fora. Sem pressa, subi as escadas e entrei em meu antigo quarto, vazio.

Bem ali, no centro do quarto, havia uma pequena caixa empoeirada. Dentro dela, apenas um envelope endereçado a mim com a caligrafia dela. Abri a carta que este continha e fiquei estupefato com a data.

15 de Agosto de 2010. Três anos depois da minha partida. Dezenas de anos atrás. Desliguei-me daquele detalhe e tratei de ler o resto da carta.

Sei que nada do que eu fizer ou disser irá trazer você de volta para mim, muito menos amenizar a imensa dor que sinto desde sua partida. Já tentei outros meios, como telefonemas e e-mails, mas esse eu tenho certeza de que um dia lerá, pois, digamos, que eu o conheça tão bem quanto penso, vai voltar. Pode ser que demore muitos anos, mas com seu jeito, ao menos virá à Forks visitar meu túmulo quando souber que parti.

As palavras que disse a você foram as últimas que pronunciei. Não escuto minha própria voz há tempos, quase não me lembro dela; porque se eu o fizesse, imediatamente me lembraria de você, trazendo de volta toda a dor nauseante. Não há um jeito de explicar como me sinto agora, pois nem sei como reuni forças para escrever.

Cumpri a promessa que lhe fiz, para ficar longe dos problemas - fiz melhor, fiquei longe de tudo e de todos -, mas, usando suas próprias palavras, sou um ímã para eles.

Tenho câncer. Fui diagnosticada faz quase um ano. Não quis receber tratamento, muito menos ser internada. De que adianta manter meu corpo, quando minha alma já está morta? Sei que culpará a si mesmo pelo o que está acontecendo comigo, não posso evitar que isso aconteça. Mas quero apenas te avisar que a escolha foi minha.

Ao contrário do que disse, não é como se você nunca tivesse existido. Cada segundo que passo sem te ter por perto é mais um segundo para provar que tudo o que vivemos fora real. Não perco o costume de deixar a janela aberta antes de ir me deitar, na inútil esperança de que você venha vigiar o meu sono. Mas percebo quão idiota sou por continuar a fazer isso, sabendo que nunca mais o verei ao acordar. Inconscientemente grito teu nome enquanto durmo. Talvez queira que você me escute e ao menos se lembre de mim, como disse que a sua espécie não esquece.

Quanto desejo te ver de novo, motivo pelo qual fui imensamente feliz nessa vida! A caneta agora pesa, não aguento mais escrever, porém tenho tantos sentimentos para demonstrar!

Eu te amo, Edward. Da forma mais profunda e forte possível.

Sua para toda a eternidade, Bella.
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