Coração Inquieto - Capítulo 06

“Carlisle, eu não sei…”

“Bella, eu sei que você pode fazer isso. É uma grande prática. Apenas relaxe e costure a cabeça dela.”

As vozes não soavam como as de minha mãe e meu avô. Eu me pergunto o que eles me deram. Não senti nenhuma dor. Acho que não podia sentir meus dedos das mãos ou dos pés se quisesse.

“Jacob, pare de andar pra lá e pra cá assim! Está me deixando nervosa!” Acho que era minha mãe gritando. Com Jacob? Jacob estava aqui?

“Jacob.” Ouvi meu pai, eu acho.

Deixei minha mente vagar tentando descobrir onde eu estava. Quem estava ao meu redor e há quanto tempo eu estava assim. Lentamente comecei a sentir meu corpo. “Mamãe.” Minha voz ainda estava meio rouca.

“Bem aqui.” Novamente, a voz dela soava como se ela estivesse chorando se pudesse.

“Eu sinto muito.” Pisquei algumas vezes antes que seu rosto entrasse em foco.

“Shh… Descanse agora. Nós conversaremos depois. O mais importante agora é que você está bem.” Ela passou a mão na minha testa úmida e então pelo meu pescoço.O toque frio dela era bom.

“Ei, linda.” Jacob disse suavemente quando entrou no meu campo de visão.

“Preste atenção.” Meu pai avisou.

Jacob o ignorou e ajoelhou ao lado da minha cama. “O que aconteceu?”

“Eu… Eu…” Olhei ao redor da sala. O único que evitei olhar foi meu pai. “Eu não me lembro.”

“O que você estava fazendo do outro lado da ilha? Você sabe que não gostamos que você nade por lá sozinha.” Meu pai me lembrou.

“Eu sei, mas as conchas daquele lado são mais bonitas. Eu acho que fui muito longe na água e as ondas me puxaram. Desculpa. Não acontecerá novamente. Eu ficarei na praia norte.”

“Você não vai a praia alguma por um tempo. Não até esses pontos sairem.” Minha mãe me disse. Eu sentei rapidamente, imediatamente me arrependendo disso. Minha mãe e meu avô foram os primeiros a me empurrarem de volta.

“Por favor! Eu quero voltar para a praia!” Comecei a chorar, o que fez minha cabeça doer.

“Sinto muito, mas não quero você lá agora. Você precisa relaxar por alguns dias.” Minha mãe insistiu.

Desisti de discutir com ela. Ninguém poderia ganhar em uma discussão com a minha mãe. Eu não acho que ela ganharia se discutisse com ela mesma.

“Estou cansada.” Rolei para longe da minha mãe para olhar para Jacob. “Fique até eu pegar no sono.” Pedi enquanto estendia a mão para pegar a dele.

“Estarei aqui por quanto tempo você quiser.” Ele inclinou-se para sussurrar em meu ouvido. Eu fechei os olhos e fui para mais perto dele, abraçando o braço dele bem perto de mim.

“Ótimo.” Eu resmunguei, já quase dormindo.

Quando acordei o sol parecia estar se pondo. Jacob estava roncando ao meu lado. Ele estava na cadeira com a cabeça na cama. “Oi.” Virei na direção da voz e vi minha mãe na cadeira de balanço perto da minha janela. “Como está se sentindo?” Ela perguntou.

Eu me levantei lentamente e andei até ela. Ela procurou atrás dela e pegou o cobertor, mas eu o tirei de suas mãos. Eu não queria ser enrolada num cobertor estúpido. Eu só queria a minha mãe. Ela pareceu saber exatamente o que eu queria. Seus braços se abriram e eu subi no colo dela. Eu me curvei nela e ela envolveu-me com seus braços. Ela começou a balançar e eu relaxei. “Quanto tempo estive desacordada?” Resmunguei contra a camiseta dela.

“13 horas.” Ela sussurrou contra o topo da minha cabeça.

“Por que ainda estou tão cansada?” Perguntei enquanto aconchegava-me a ela.

“Tem muito medicamento para dor em você agora. E mais, seu corpo está tentando curar-se e a melhor maneira de fazer isso é dormir. Tudo bem. Feche os olhos.” A voz dela era suave e confortante. Ela continuou a balançar e suas mãos geladas eram gostosas contra minha pele. Eu dormi rapidamente no conforto e segurança do abraço de minha mãe.

A próxima vez que abri os olhos, o sol estava claro no céu. Brilhava através da minha janela. Eu ainda estava envolta nos braços de minha mãe. “Bom dia, luz do sol.” Minha mãe sorriu para mim. “Você tem dormido e acordado por três dias.”

Mexi as mãos para tentar esfregar o sono dos meus olhos, mas minha mão direita estava presa a algo. Eu me lembrei disso de quando caí do penhasco com minha mãe. Era uma intravenosa. “Está aí pois não conseguimos mantê-la acordada o suficiente para te alimentar.” Minha mãe disse quando me viu olhando para minha mão. Isso explicava porque eu não estava com fome.

“Eu me sinto melhor. Posso ir até a praia?” Perguntei enquanto me sentava em seu colo.

“Não.” Ela balançou a cabeça. Como se eu não fosse entender a palavra. “Não por mais alguns dias.”

Ficamos em silêncio por alguns segundos e minha porta se abriu. Meu pai sorriu quando viu que eu estava acordada. “Aí está minha garota de olhos castanhos.” Ele ajoelhou-se na frente de minha mãe e eu. “Senti falta de ver esses grandes olhos lindos.”

Virei os olhos, mas não pude evitar de sorrir. Eu quero voltar para a praia, por favor diga para a mamãe me deixar ir. Pensei para meu pai. Ele olhou para minha mãe rapidamente antes de olhar de volta para mim.

“Acho que não, querida.” Meu pai sussurrou. “Falando em praia, você se importa em nos dizer o que aconteceu?” Meu pai estreitou os olhos para mim. “O que realmente aconteceu.”

“Eu já disse a vocês, eu estava procurando por conchas e fui levada por uma das ondas.” Olhei diretamente nos olhos dele.

Meu pai ficou quieto por alguns momentos enquanto me encarava de volta. Tive a certeza de só pensar em mim caçando conchas.

“Mas isso não explica porque você estava na única parte da ilha que sabe que não gostamos que vá sozinha. Três anos que estamos aqui e você nos ouviu. Por que a mudança repentina?” Ele perguntou.

“Foi só um erro estúpido e, acreditem, não vai acontecer novamente.” Cerrei meus dentes.

“Ótimo.” Meu pai tomou meu rosto em suas mãos e beijou ambas as minhas bochechas.

Mais tarde naquele dia, a intravenosa foi retirada e eu comi uma refeição completa por mim mesma, minha mãe finalmente me deixou ir lá fora. Eu não podia ir até a praia ainda, mas podia ir sentar no pátio. Todos estavam lá dentro conversando, então decidi levantar e caminhar ao redor do jardim. Estendi meu caminho mais longe até as árvores e prendi a respiração quando as alcancei. Sem pensar, dei a volta e corri na direção da praia. Olhei por cima do ombro para um pai bravo ou um grande lobisomem me perseguindo. Não havia nada.

“Cassandra, Gavin?” Sussurrei enquanto andava rapidamente até a praia.

“Estávamos nos perguntando quando você voltaria. Eu não achava que você fosse falar com a gente de novo.” Gavin andou rapidamente até mim. Minhas mãos viraram punhos e eu rosnei. Acelerei o passo e quando o alcancei, empurrei seu peito nu com força. Ele cambaleou para trás e caiu na areia.

“Como você ousa me deixar daquele jeito?!” Eu cuspi. “Eu devia voltar para minha casa e dizer para o meu pai exatamente o que vocês fizeram. Assim posso vê-lo matar você!” Eu estava gritando nessa hora.

“Fique calma. Desculpe. Eu não queria deixar você. Meu pai nos fez ir embora. Ele disse que seus pais eram bons em te achar.”

“É, quando eu deixo um rastro! Você não passa de um covarde, Gavin! Você me deixou lá sozinha, sangrando, tossindo água e eu mencionei que você me abandonou?” Eu empurrei ele de novo, mas dessa vez ele pegou meus braços para me parar.

“Eu sinto muito. Todo dia eu tenho esperado aqui para ver se você estava bem. Eu teria vindo até sua casa eu mesmo, mas sei que seus pais escutam muito bem.” Eu sentei na areia e ele me seguiu. Seus braços presos ao redor de meus ombros. “Eu sinto muito mesmo. Não consegui parar de pensar em você. Eu esperava que você estivesse ok. Fico feliz que tenha vindo aqui para me avisar que está passando bem. Mesmo se sua real razão para vir tenha sido para berrar e gritar comigo. Eu ainda sinto prazer em saber que você está ok.”

“Nunca mais faça isso comigo de novo.” Eu olhei para ele pelo canto de meus olhos.

Respirei fundo quando ele inclinou-se para beijar minha bochecha. “Jamais.” Ele sussurrou para mim.

“Tenho que ir. Meus pais virão procurar por mim logo. Diga a Cassandra que não estou brava com ela. Vou tentar voltar amanhã.” Levantei e comecei a ir embora.

“Estaremos esperando.” Ele disse e me virei para sorrir para ele.

Alcancei o jardim para ver Jacob andando pra lá e pra cá. Ele virou na minha direção e eu congelei. “Nessie,” ele suspirou e correu até mim. “Onde diabos você esteve? Bella me disse para vir checar você e você não estava aqui. Eu sei que você está fazendo algo que eles não sabem. Confie em mim, quando se trata de sair escondido ninguém sabe disso melhor que sua mãe e aparentemente filho de peixe, peixinho é. Eu te dei cobertura, agora você precisa começar a falar. O que está acontecendo com você?” Jacob disse enquanto me puxou para longe do alcance da audição dos meus pais.

“Promete que não vai dizer nada?” Perguntei a ele.

“Você tem minha palavra, docinho.”

“Nos últimos dias eu tenho saído com uma garota chamada Cassandra, só que ela não é uma garota normal. Ela é uma sereia! O pai dela é aquele de quem te falei. Ela e o irmão dela, Gavin, são tão legais. Nós ficamos na praia e Gavin estava me ensinando a surfar sem prancha! Só que eu não sou tão boa quanto eles.” Apontei para minha cabeça.

Alguma coisa fez tudo isso com você? Um peixe é responsável por te machucar? Eu vou matá-lo! Onde ele está?” Jacob agachou-se na minha frente procurando entre as árvores.

“Não! Deixe-o em paz. Eu gosto dele, e acho que ele gosta de mim também. Bem, ele me beijou, então eu-”

“O que?” Jacob sibilou para mim.

“Só na bochecha. Eu só tenho 11 anos.” Revirei os olhos.

“Tenho que contar para Edward.” Jacob me levantou e me colocou debaixo de seu braço.

“Não! Jakey, pare! Você disse que não contaria nada! Você quer que eles me matem também? Eles vão!” Jacob parou e me colocou no chão. “Por favor.” Implorei.

Ele olhou para mim e só consegui ver mágoa e desapontamento em seus olhos. Andei até ele e o abracei pela cintura. Ele suspirou pesadamente. “Tudo bem, mas saia escondida de novo desse jeito e eu vou contar.”

“Por mim tudo bem.” Eu sorri e nós andamos de volta para a casa.

“Como foi sua caminhada?” Minha mãe disse assim que entrei em casa.

“Boa.” Sorri e entrei no jogo da história que Jacob deve ter contado a ela. “Mãe, você acha que posso ir até a praia amanhã? Não vou entrar na água. Só quero sentar e pensar comigo mesma.” Olhei para trás na direção de Jacob. Ele estava me encarando.

“Jacob?” Meu pai andou até ele. Eu segurei minha respiração.

“Nada, Edward. Só pensando em coisas bestas.” Soltei a respiração quando meu pai deu uma palmadinha nas costas dele e se afastou.

“Então, posso?” Pergunte para minha mãe de novo quando ela não me respondeu.

“Terei que falar com seu pai sobre isso, mas não vejo problema. Agora quero que você vá se lavar e depois cama.”

“Bella, quando tiver terminado eu gostaria de falar sobre o que você aprendeu até agora.” Meu avô disse quando passamos pela sala de estar.

“Claro, Carlisle. Isso seria ótimo, na verdade.” Minha mãe disse e me levou até o banheiro.

Quando havíamos terminado ela me colocou na cama e todos vieram me dizer boa noite. Eu caí no sono sorrindo.

6 comentários:

Laura disse...

Olha, sinseramente, TÁ FICANDO ÓÓTIMO!!^^
Parabéns, não parem de postar!!

Bruninha disse...

Nãão paaaaaarem!
Tá rolando um clima dela e o sereiooo!

miriam vilela disse...

E q clima kkkkkkkkkkkkkk!
HA! Quero ver o q o pai dela vai fazer com o sereiano quando descobrir q ele colocou sua vida em risco e q a beijou kkkkkkkkkkkkkkkkk.Edward vai mata-lo 2 vezes kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Taiane Black disse...

ECA!!!Nessie Ele e um PEIXE que nojo!! 

Larissa Prates disse...

kkkkkk Sushi de sereiano!!

Larissa Prates disse...

O coração de Jake despedaçou quando Nessie disse q axa que ele gosta dela e ela tbm gosta dele!! Que dó!! hahahaha Sushi de sereiano duas vezes! ai sim o Edward vai descobrir o gosto dos sereianos!!kkkkkkkk

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