Coração Inquieto - Capítulo 22

“Nessie, onde você está?” A voz do Derek se aproximava.

Eu limpei as lágrimas com a manga da minha jaqueta. O frio do couro se sentia agradável contra meu rosto. Eu me levantei e caminhei cambaleando até a porta. “Bem aqui.” Eu disse calmamente e entrei no corredor.

“Renesmee, o que diabos aconteceu com você?” Derek gritou enquanto corria até mim. Era tão notável assim? “Você está sangrando!” Ele passou seu polegar no meu lábio inferior.

“Eu estou bem.” Eu sussurrei.

“Quem fez isso?” Derek questionou. Ele me puxou para o banheiro quando eu comecei a tremer.

“Ninguém.” Eu não parecia conseguir elevar minha voz para mais do que um sussurro fraco.

“Alguém fez! Ness, você está aterrorizada.”

“Eu caí.”

“Diabos que você caiu. Foi um dos amigos do meu irmão? Eles tentaram alguma coisa?”

“Derek!” Eu gritei e tirei a toalha de rosto que ele estava usando para limpar meu lábio de sua mão. “Ninguém vez isso. Você sabe o quanto eu sou desajeitada.” Eu rolei os olhos e meu olho esquerdo doeu. Eu estremeci com a dor.

“Você tem certeza?”

“Sim.”Eu disse rapidamente. “Alguém estava no banheiro aqui embaixo, então eu fui para o andar de cima e tropecei no último degrau. A maçaneta do quarto do seu irmão bateu no meu olho.” Eu estava contente que eu conhecia sua casa bem o suficiente para inventar essa história.

“Então porque você estava na sala do computador?”

“Eu não queria que ninguém me visse.” Dei de ombros.

“Vamos, vou te levar em casa.”

“Não!” Eu gritei. Eu teria caído de joelhos, implorando à ele, se ele já não estivesse me segurando. “Por favor, não posso ir pra casa. Não desse jeito.”

Derek riu. “Eu acho que Bella e Edward sabem que você é a rainha dos desastres.”

“Vou para casa quando Jacob vier me buscar na casa da Melissa.” Eu menti. Definitivamente não queria que Jacob me visse desse jeito. Eu iria andar para casa enquanto ele saísse para me buscar. Pensei em um plano para entrar na casa sem ser notada. Seria difícil, mas eu tinha fé em mim mesma. Afinal eu sabia que não poderia contar aos meus pais o que aconteceu. Eu sei que minha mãe é uma vampira mais do que capaz de cuidar de si mesma e de qualquer um perto dela, mas eu não queria testar isso. Luke não tinha nenhum talento especial conhecido, além de sua fúria, que o escudo da minha mãe não pudesse protegê-la. Ela já matou antes, mas se algo acontecesse com ela, eu nunca poderia me perdoar. Balancei minha cabeça para me livrar da visão. “Estou bem.” Eu me forcei a sorrir.

Derek pareceu acreditar em mim, mais ou menos. Ele ainda me olhava com cautela. Procurei por Melissa na festa, esperando evitar Alyssa. Eu não minha imagem registrada em sua mente na próxima vez que meu pai a visse.

“Melis, podemos sair daqui?” Eu perguntei enquanto a puxava para longe dos veteranos.

“Oh meu Deus, o que aconteceu com você?”

“Caí.” Eu rosnei. Eu deveria ter me olhado no espelho enquanto estava no banheiro, ou, pelo olhar no rosto da Melissa, eu não deveria.

“Você caiu?”

“Sim, longa história. Escute, eu quero ir pra casa.”

“Mas eu estou dançando… com um veterano.”

“Ok, certo. Apenas diga ao Derek que decidi que Jacob viesse me buscar aqui, ok?”

“Claro!” Ela me abraçou antes de se virar de volta para seu parceiro de dança.

A caminhada para casa foi longa, mas eu estava contente de ver que a Ferrari não estava na garagem. Tirei meus sapatos para que pudesse correr para o andar de cima mais rápido.

“Renesmee?” Meu pai me chamou da sala de estar.

“Sou eu.” Ele deveria saber, ele podia sentir meu cheiro.

“Onde está o Jacob?”

“Não sei.” Eu disse enquanto continuei subindo as escadas.

“Ele deveria te buscar… Pare!” A voz do meu pai veio do pé da escada. Eu pulei com o som. “Eu sinto cheiro de sangue… Sinto o cheiro do seu sangue.”

Droga! “É, eu tropecei na escada da Melissa e curtei meu lábio. “Mas eu estou bem. Nada de mais. Fique longe se o cheiro te incomoda.” Eu fiquei de costas para ele, escondendo meu rosto.

“O cheiro do seu sangue não me incomoda. Venha aqui e me deixe dar uma olhada.”

“Não, eu posso cuidar de mim mesma. Estou cansada, boa noite!” Corri pelo restante da escada.

“Vá devagar, você vai cair de novo.”

“Entendido!”

Bati a porta do meu quarto e a tranquei. Eu sabia que isso não manteria nenhum deles de fora, mas me daria dois segundos extras para cobrir meu rosto.

“Oh cara.” Eu gemi quando me olhei no espelho. Meu olho estava preto e azul, minha bochecha estava vermelha e arranhada, e além disso tudo, eu tinha um lábio inchado. Isso não iria acabar bem.

“Onde ela está?” Eu ouvi Jacob gritar assim que ele bateu a porta da frente atrás dele.

“Na cama.” Minha mãe respondeu à ele.

“Ela andou para casa?”

“A casa da Melissa não é tão longe. Alyssa e Nessie vão andando até lá o tempo todo.”

“Bella, você dá muita liberdade à essa gartoa.”

“Você só está dizendo isso porque ela está namorando um vampiro ao invés de você.”

“Bella…” Jacob rosnou.

“Se afaste.” Meu pai o alertou.

“Diga à ela para recuar!”

“Se você não gosta, vá para casa!” Minha mãe cuspiu.

“Jacob, eu disse para recuar. Dê mais um passo na direção dela e vou te mandar voando para casa com o meu punho.”

Eu queria descer e parar a briga, mas eles veriam meu rosto.

“Apenas pare.” Minha mãe implorou. “Edward relaxe, por favor.”

“Você não pode estar ok com ela namorando um sanguessuga imundo, pode?”

“Jacob…” Minha mãe fez uma pausa. “Novidade! Nós somos vampiros, e ela é metade vampira. Eu posso te assegurar que vampiros namorando outros vampiros soa bem melhor do que um vampiro namorando um lobisomem.”

“Meio humana, meio vampira namorando um lobisomem.” Jacob a corrigiu.

“Que seja.” Minha mãe gemeu.

“Ela está em casa agora. Eu vou perguntar sobre o que aconteceu de manhã.” Meu pai encerrou a briga e tudo ficou quieto.

Na manhã seguinte, eu gemi quando percebi que estava na hora de me levantar.

Houve uma pequena batida na porta e a voz da minha mãe se seguiu. “Posso entrar?”

“Não!”

“Por que não?”

“Eu estou… er… doente.”

“Agora tente me dizer a verdade.” A maçaneta da porta girou. “Antes que eu derrube essa porta.” Ela parecia aborrecida.

Pulei para fora da cama e corri para meu banheiro. “Eu estou tomando banho!”

“Você acabou de ligar o chuveiro.” Assim que eu pulei desajeitadamente para tirar minhas roupas e tropecei para dentro do chuveiro, eu ouvi a tranca da porta estalar.

“Desculpe, esqueci de destrancar.”

“Uh huh.” Eu vi o contorno de seu corpo quando ela ficou parada do outro lado da cortina. “Você está mentindo para mim.” Ela me acusou.

“Não, eu não estou.”

“Você está bem, querida?” A voz dela de repente se tornou suave.

Eu respirei fundo. “Perfeitamente bem. O que você precisava?”

“Eu vou ir de compras com suas tias e com Alyssa. Você quer ir?”

Droga de rosto idiota! Eu precisava fazer compras, mas vale à pena ver minha mãe surtando?

“Ok, mas tem uma coisa que eu preciso te contar antes.” Decidi que se eu a alertava sobre minha queda, então ela estaria um pouco mais calma quando visse meu rosto.

“Você pode me contar qualquer coisa.”

“Ok. Não surte, ok?”

“Renesmee…”

“Bem, eu meio que caí do lado de fora da casa da Melissa na noite passada. Eu fiz um estrago bem grandinho no meu rosto.”

“Você nos disse que só cortou o lábio.”

Eu ri controladamente. “É um pouco mais do que meu lábio.” Eu tinha acabado de me lavar muito rápido, e não queria que minha mãe arrancasse a cortina da banheira para ver meu rosto e também ver as marcasna minha mão e nos meus braços. Eu desliguei a água, peguei a minha toalha e enrolei em volta dos meus ombros antes de pisar para fora do chuveiro.

Eu nunca tinha visto uma vampira pular como minha mãe fez quando ela viu meu rosto. Você pensaria que alguém simplesmente pulou na frente dela e gritou BOO.

“Renesmee Carlie!” Você fez um belo trabalho, querida.” Ela pegou meu rosto gentilmente com suas mãos, e seu toque gelado causou uma sensação boa. “No que você caiu?” Ela perguntou enquanto examinava meu rosto.

“A escada de cimento.”

“Bella? Está tudo bem aí dentro? Porque você derrubou a porta?”

“Estamos bem.” Minha mãe disse calmamente.

“Ok, a Ness vai fazer compras?”

“Sim, vou.” Eu respondi.

“Luke está aqui, ele está na sala de estar.” O nome dele mandou arrepios pelo meu corpo.

“Mãe!” O choque no rosto dela refletiu dela enquanto eu me agarrava à ela.

“Qual o problema?” Minha mãe e meu pai disseram ao mesmo tempo. A porta do banheiro se escancarou.

“Nada! Saia!”

“Seu rosto!” Meu pai atravessou o banheiro antes que eu pudesse piscar. As mãos dele substituíram as da minha mãe. Ele ignorou a cor vermelha brilhante das minhas bochechas por tê-lo parado na minha frente enquanto eu estava só de toalha.

“Quem fez isso com você?!” As mãos dele tremiam com raiva.

“Ninguém! Eu caí.” Eu já estava cansada de explicar minha mentira. Foi o Luke! O luke fez isso! Me ajudei pai, ele vai atrás da mamãe se eu contar à alguém! Salve-a, proteja-a. É tarde demais para mim! Eu manti os gritos para mim mesma, mas eu sabia o quão facilmente eu poderia tê-los colocado dentro da cabeça dele. A idéia de Luke estar lá embaixo me fez manter meus pensamentos seguramente guardados. Minha mãe literalmente lutou com a morte para me manter viva, é hora de eu retribuir o favor.

“Ela mesma fez, do lado de fora da casa da Melissa.” Minha mãe, agradecidamente contou minha história.

“Você disse isso na noite passada, mas…” Os olhos do meu pai procuraram por algo em meus olhos, alguma coisa que ele não encontraria. A verdade.