Após meu café da manhã, fui até meu quarto me trocar. Ao abrir a porta de meu armário, peguei meu melhor vestido, assim como mamãe havia solicitado que eu fizesse. Meu melhor vestido era de um cetim impecável, lindo, um tom de rosa delicado que caia perfeitamente em meu corpo e combinava com a cor de meus cabelos.
Passei um pouco de maquiagem em meu rosto e fui sentar-me ao lado de meus pais na sala, pois sabia que aquele prometido estaria chegando com sua família. Ao caminhar para a sala, senti os olhares de meus pais em mim:
- Esme, meu amor você está linda! - Mamãe me pegou pela mão e me fez sentar ao seu lado no sofá da sala. - Tudo isso é para seu novo pretendente? Se for, creio que ele ficará deslumbrado com tanta beleza minha querida filha. Você está mais do que perfeita! Parece um anjo com esse rosto em forma de coração. - Eu não conseguia falar, não queria falar. Apenas desejava que aquele inferno terminasse logo, o pesadelo que daria fim aos meus dias felizes.
- Realmente filha, você está incrível! - Meu pai disse e ouvimos um barulho na porta de nossa sala... TOC TOC TOC...
Mamãe se levantou para atender a porta. Arrumou seu vestido e com um sorriso deslumbrante abriu a porta de nossa sala.
- Bom dia Sr. e Sra. Everson. Entrem por favor! - Ela direcionou o caminho com a mão direita para o bonito casal que estava entrando em nossa casa. - Ah querida... Esme venha até aqui recepcionar os Eversons. - Eu me levantei e sorri para o casal simpático que estava a minha frente. Ela era linda, a senhora Everson tinha os olhos azuis e cabelos loiros encaracolados e o Sr. Everson tinha a pele branca e olhos castanhos chocolate e um cabelo preto deslumbrante.
Assim que levantei e andei na direção dos Eversons eu os cumprimentei como toda moça educada deveria fazer diante de sua visita. Mamãe me olhou radiante com a atitude que estava tendo naquele momento, sem dar os grandes espetáculos que proporcionava sempre a um novo pretendente.
- Bom dia Sr. e Sra. Everson. Sou Esme Anne Platt. Pra mim é uma grande honra conhecer os senhores. - O Sr. Everson pegou a minha mão e beijou a costa dela. Eu sorri com o gesto cavalheiro de meu futuro sogro.
- Bom dia pequena Esme. Sou Frederico Everson e é um prazer para nós conhecê-la pequena. Esta é minha esposa Maria Eduarda Everson. Gostaríamos de unir as nossas famílias através do matrimonio. Queria te apresentar meu filho Charles Everson. - Charles entrou em meu campo de visão. Charles, de um ponto de vista não chamava a atenção, mas a primeira impressão que tive era de um homem bonito. Charles era loiro e alto, tinha olhos verdes. Um sorriso encantador, mas algo me causava repulsa naquele homem, não sei se conseguiria me casar com aquele ser, mas se essa era a vontade de minha família, assim seria. Eu não desonraria mais o nome da família Platt.
Charles se aproximou, ele usava um terno marrom neste dia, sua mão foi se aproximando da minha. Ele a pegou e no mesmo gesto de seu pai Frederico, a beijou e se apresentou:
- Bom dia Srta. Esme Anne, meu nome é Charles Everson. Como sabe nossas famílias gostariam de unir os laços, através do matrimonio e para isso vim me apresentar, pois vou cortejá-la senhorita. Em breve nos casaremos, ao menos essa é minha intenção com a senhorita, firmar compromisso. - Neste momento, Charles enfiou a mão no bolso de seu paletó e retirou uma caixinha de veludo vermelha e a colocou na palma da mão e se virou à seus pais.
- Mamãe e Papai, será que posso? - Ele segurava a bela caixinha nas mãos, e com um largo sorriso no rosto, pediu permissão aos pais para agir. - Devo agir agora? - Os pais fizeram que sim com a cabeça. Então me olhou nos olhos e começou seu discurso, que estava escrito em perfeita caligrafia em um papel que ele segurava em outra mão. Aquela cena me deu arrepios, não sabia o motivo daquela sensação, mas sabia que na cabeça de meus pais eu tomaria a decisão certa, mas será que era a correta para mim? Charles me tirou dos pensamento, pigarreando, fazendo com que meus olhos encontrassem os dele, congelando assim meu coração.
- Senhorita Esme Anne Platt, em nome de meus pais Frederico e Maria Eduarda Everson, em respeito aos seus pais Dirceu e Anne Platt, representado por este anel de noivado, venho firmar compromisso e unir o elo entre nossas famílias e selar esse amor que acaba de começar! Há tempos eu a venho observando senhorita Esme, e seu pai Dirceu me deu a honra de poder cortejá-la até a data de nosso casamento.
A cerimônia está marcada para daqui há dois meses. Não é uma felicidade minha querida futura esposa? ...- Seu discurso foi ficando longo e não conseguia ouvir mais uma palavra dele. Casada... meu destino... unir-me a Charles Everson. Meu prometido. Aquele que me causava repulsa e sensações desagradáveis. Será que conseguiria amá-lo? Essa resposta só o tempo me daria.
Fui tirada novamente de meus pensamentos, agora Charles estava ajoelhado a meus pés com a caixinha aberta e o anel à mostra. Charles ao menos era educado. Olhei ao redor tentando entender o que estava acontecendo, foi quando olhei para minha mãe que tinha lágrimas nos olhos e papai abraçava sua cintura, admirando a cena ao nosso redor. Foi quando novamente Charles voltou a falar.
- Esme Anne Platt, eu, Charles Everson, tenho a honra de pedir à seus pais, Sr. Dirceu e Sra. Anne que conceda a sua mão à mim, para fazê-la feliz por todos os dias de minha vida. Esme, quer se casar comigo? - Eu congelei. Não conseguia respirar... CASAR. CASAR. CASAR. Era a única palavra que não saia de minha cabeça. Todos estavam olhando para mim, esperando a resposta.
- Sim Charles. - Finalmente eu conseguia falar. - Aceito me casar com o senhor. Será um prazer para mim, me unir à sua família e ser uma Everson. Como é da vontade de meus pais, sim eu me casarei com você e seremos uma família.
- Parabéns! - Mamãe me abraçou. - Sabe que é a decisão certa não é querida? - Ela sussurrou só para que eu ouvisse. - Será feliz como a mim e suas irmãs, então terá uma família e filhos, assim como toda moça descente tem que ser. - Todos me cumprimentaram. Foi quando, Charles me virou para que ficasse de frente a ele, ajoelhou-se novamente e disse:
- Posso ter a honra? - Fiz que sim com a cabeça. Ele retirou o anel da caixinha, e a colocou na mão esquerda. Lentamente ele colocava o anel em minha mão. Onde ficaria pro restos de nossas vidas. Ele beijou o anel e sorriu para mim, porém não conseguia relaxar ao lado daquele homem e a sensação ruim, continuava ao lado de meu noivo, ou meu Prometido.
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