Os meses se arrastaram lentamente, até chegar próximo ao parto de meu pequeno bebê. No refúgio, eu lecionava de manhã e à tarde ajudava as mulheres com suas crianças, cuidando, alimentando-as e até mesmo arrumando as lindas meninas e meninos que lá habitavam.
Os sonhos depois da minha fuga, ficaram mais constantes, eu jamais esqueceria o anjo loiro, mas nunca mais soube noticias dele, então ficava apenas nos sonhos. A data do parto estava se aproximando e no refúgio, quem faria meu parto seria a senhora Madalena, aquela com quem eu me apeguei desde que cheguei aqui fingindo ser uma viúva da guerra, o que eu desejava plenamente que fosse verdade. Nunca mais eu tive noticias de Charles ou minha família, apenas o que recebi foi uma última carta de meu primo Joseph.
Ele havia pegado o trem para Ashland e mandado um entregador vim me avisar que ele estava aqui. Nosso encontro foi rápido e de mês à mês ele me enviava cartas.
Eu estava lendo a última naquele momento. Ele ansiava por noticias e perguntava se estávamos bem, se precisaríamos de ajuda e etc. Joseph sempre foi atencioso comigo.
"Querida Esme,Espero que esteja segura onde se encontra neste momento. Eu realmente desejo sua felicidade plena e não vejo a hora de poder conhecer meu priminho. Eu adoraria lhe ajudar, porém seus pais, à pedido de Charles, constantemente vem à minha casa. Eu não sei o que seu ex-marido fez com sua família por eles temê-lo tanto.Eu encontrei uma jovem senhora viúva, por quem creio que esteja florescendo um novo sentimento, mas nada comparado ao meu eterno amor, que descanse em paz.Por favor pequena, me mande noticias e quando o bebê nascer, não deixe de me avisar!Fique bem.Até breve,Joseph Platt."
Eu estava sorrindo e acariciando minha barriga que estava muito grande, quando de repente, eu sinto uma dor muito forte em minha barriga e quando olho para o chão, vejo água por toda parte e consigo gritar por ajuda:
- Socorroooo!! Meu bebê vai nascer, me ajudem!!! - Eu consigo pedir e Madalena vem correndo ao meu encontro acompanhada de uma das senhores que na hora não consegui perceber quem era.
- Esme, está na hora querida!! Seu bebê vai nascer! - Ela me ajudou a deitar na cama, enquanto a dor aumentava. - Você está tendo contrações e a hora está chegando, seu bebê está nascendo.
A senhora que acompanhava Madalena, apareceu com muitos panos e água e colocou perto de minha cama. Eu não agüentava de dor, cada contração era um corte frio, causando uma dor inigualável. Meu pequeno bebê estava vindo.
- Vamos Esme, força querida. Eu estou quase vendo seu bebê. - Esqueci toda a dor do momento e comecei a fazer força para colocar meu pequeno para fora, para poder olhar seu rostinho.
- Mais Esme, força filha. Ele está vindo.... Força... Vamos eu sei que você é capaz. - Eu obedeci Madalena. Coloquei mais força do que eu tinha.
- Isso, eu estou vendo. Mais um pouco... pronto. - Foi então que a dor foi tomada por outro choro. De repente eu o ouvi, meu amado havia nascido. Seu choro tomou conta de meu coração, e minha vontade era de pegá-lo e protegê-lo em meus braços. Eu não sabia se era ele ou ela, mas pelo seu choro eu já estava encantada. De repente, o bebê parou de chorar. Madalena o trazia para perto de mim. Ela sorriu e trouxe o bebê para perto de mim.
- Esme, você nunca esteve enganada. Eu te apresento seu pequeno Daniel, minha filha. - Eu sempre soube e jamais me enganara na vida, meu pequeno bebê era um lindo menino. Ao pegá-lo, seu chorinho passou completamente, Daniel tinha a pele clara como a minha, duas covinhas em suas bochechas e cabelos da cor dos meus. Ele não tinha herdado nada de Charles e eu estava mais do que agradecida por isso.
* * *
Horas depois do parto eu não queria fazer outra coisa a não ser parar de olhar para ele, aquele por quem eu lutei. As mulheres me ensinaram a dar de mamar à Daniel, seu primeiro banho e tudo o que uma boa mãe tem que fazer. Eu sabia que havia nascido para ser mãe e amar daquela forma. Daniel estava seguro em meu colo quando comecei a cantar para ele.
Nana neném
Desce gatinho
De cima do telhado
Pra ver se a criança
Dorme um sono sossegado
Não tem como descrever o papel de ser mãe, term algúem por quem lutar, amar, se dedicar. Eu sou amãe mais feliz do mundo. Daniel nasceu aparentemente saudável e nada e nem ningúem iria me separar dele.
Enquanto ele dormia no meu colo, eu percebi que as crianças, as quais eu ensinava entraram em meu quarto, cada uma com uma rosa em suas pequenas mãozinhas.
A primeira a se manifestar foi Angie.
- Tia Esme! Nós viemos dizer a senhora o tanto que te amamos e queria te dar esse presente pelo nascimento de seu bebezinho! - Ela me deu a rosa e eu a peguei emocionada.
- Obrigada meus amores! - Eu fui capaz de dizer. - Vocês viram o novo amiguinho de vocês? - Elas fizeram não com a cabeça.
- Esse aqui, é meu bebezinho Daniel. Ele será muito feliz aqui conosco. - Eu disse as meninas e tinha plena convicção de que aquela frase era a mais pura verdade de minha vida. As crianças beijaram a cabeça de Daniel e me observaram com ele no colo.
Depois que as crianças se foram, eu coloquei Daniel na cama e fui descansar, pois precisava de todas as minhas energias para me dedicar a ele, aquele que é tudo para mim... meu anjo, meu filho e minha única e verdadeira familia.
1 comentários:
que lindo eu estou arrepiada de tão feliz!!!!!!!!
meus parabéns mais sinceros,muito bom!!
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