[Carlisle]
Eu estava naquele dia na cidade de Ashland, no atendimento de urgência, quando senti uma movimentação no necrotério e fui verificar o que estava acontecendo. Vi que o doutor Jeremy, analisava um corpo no necrotério. Ao chegar perto dele, não precisei fazer perguntas, pois no mesmo momento ele me deu o relatório.
- Ah Doutor Cullen! Encontramos essa senhora caída no penhasco. Pelo que relatou a senhora Madalena Willow, o nome desse senhora é Esme Anne Platt, me parece que ela foi casada com um soldado que morreu na guerra, e seu filho único, acabará de falecer com infecção pulmonar, então, ela se atirou do penhasco, creio eu por não ter mais motivos para viver doutor. Eu a coloquei ai, pois todos os seus ossos estão quebrados, não encontro quase batimentos e a respirção está parando. Que Deus à leve logo. Vou voltar ao atendimento de emergência.
E lá se foi. Ao chegar perto daquela mulher, eu a reconheci imediatamente. Em minha mente, à muito espaçosa, eu me lembrei da pequena Esme Anne Platt, da cidade de Columbus. Há quase dez anos atrás eu cuidei de sua perna, quando ela subiu em uma árvore para sair de uma situação de pretendentes que seus pais colocaram com ela. Lembro-me de que ela explicou o significado de seu nome para mim, naquele hospital. Esme era com muito amor e Anne cheia de graça. Ela era uma menina doce e brincalhona.
Pelo visto a vida não tinha sido muito gentil com ela, fazendo-a perder seu filho e o marido na guerra. Todos esses motivos, e ela decidiu não viver mais. Mas eu não posso perdê-la, tenho que salvá-la. Após criar Edward, será que ter outra companheira seria o ideal? Edward é novo ainda e precisaria de uma mãe. Eu não posso perdê-la de novo. Eu nunca a esqueci, mesmo sendo uma criança para mim na época, eu não quero deixá-la novamente. Tenho que correr antes que seja tarde demais.
Imediatamente fiz o atestado de óbito de Esme e a peguei no colo. Devagar eu fui até ela, ainda não acreditava no que estava vendo.
- Eu não acredito que seja você depois de tanto tempo. O que fez pequena? O que fizeram contigo? Onde foi parar sua alegria? Vou dar um jeito nisso. Espero que Edward entenda.
Fui na velocidade inumana para minha casa, carregando Esme em meu colo, tentando flutuar para ela não sentir dor alguma. Era difícil ver a expressão de dor em seu rosto bondoso. Algo em mim gritava para que a salvasse ou melhor, a condenasse para sempre à esse inferno. Mas eu a desejava para mim, era ela quem eu queria para seguir comigo pela eternidade. Como poderia ter esse sentimento mesquinho uma vez que ela tirou sua vida para morrer e parar de sofrer. Será que poderia realmente interferir em seu trágico destino?
Ao chegar em casa,eu abri a porta lentamente e a coloquei em minha cama, no meu quarto. Nesse momento, Edward veio ao meu encontro.
“Antes de me condenar, eu a quero, preciso dela...” – Lancei esse pensamento para Edward.
- Tem certeza, pai? – Eram raros os momentos que assim ele me chamava, mas depois de tanto tempo, de tanta convivência, ele se conformou com seu destino e com o que eu fiz com ele. Aquele menino, era e sempre seria meu filho, por quem eu daria minha vida, alma e coração se possuísse ambos.
-Sim, é tudo o que sempre desejei. Leia meus pensamentos e saberá que não estou mentindo Edward. Vou agiar antes que seja tarde demais. – Pensei em Esme há 10 anos atrás e como me senti quando a conheci, mesmo sendo pequena demais para mim, eu admirei sua alegria e desejava sua felicidade plena.
- Eu acredito em ti pai. Os pensamentos dela estão confusos, ela quer morrer logo, haja antes que seja tarde demais. – Edward me disse, então, sem pensar duas vezes eu comecei a transformação. Mordi seu pescoço, braços, pernas, mãos e tudo o que dava para aplicar o veneno.
Esme suspirou e aquietou-se. Lentamente eu ouvi seus batimentos cardiacos voltarem e a bombear o sangue. Sentei ao seu lado naquele momento e comecei a torcer para que o veneno fosse suficiente para curar todos seus ferimentos, a idéia de perdê-la acabava com meu coração há mais de 300 anos petrificado nesse corpo imortal.
- Pai? – Edward entrou nesse momento. – É estranho seus pensamentos, mas essa mulher Esme sonha com o senhor. Ela sonha como se fosse um principe encantado. Conhece seu nome, isso é engraçado. Acho que ela ficará contente em lhe ver quando acordar da transformação.
“Quero que ela seja a senhora Cullen, é pedir demais para sermos uma família?” – Olhei para ver sua reação.
- Familia de verdade? – Edward perguntou. – Quer que ela seja sua esposa? Bem disso eu já desconfiei pelos seus pensamentos em relação à essa senhora. O senhor, já considero meu pai... ela seria como uma mãe? É isso que está me propondo?
- Sim filho. Estamos há muito tempo sozinhos. Precisamos de uma companhia nova. O que me diz? Sei que me condena por tê-lo trazido para esta vida, mas só fiz o que achava que estaria certo. Não quero obrigá-lo à absolutamente nada.
Edward pensou, me olhou e pegou na mão de Esme.
- Ela é linda. Pena que tenha sofrido tanto, e sim eu quero ela como minha mãe. Apenas espero que aceite. Antes de mais nada, terá que entender que ela acabou de perder seu filho e isso será dificil para ela. Acordar e perceber que não morreu e que ainda não tem seu bebê. Mas acho que ficará surpresa ao encontrar o senhor pai. Por mim, aceito perfeitamente Esme como minha mãe. Preciso de alguém para suprir a falta que sinto da minha. E mesmo que esteja condenado, eu amo muito o senhor papai. – Edward me abraçou e saiu pela porta do quarto, me deixando só com minha futura senhora Cullen.
* * *
Três dias se passaram, e a transformação de Esme estava quase completa. Em breve eu teria que explicar à ela no que havia se transformado.
Edward entrou correndo no quarto.
- Está na hora pai. – Segurou a minha mão. – Vai dar tudo certo, tenha certeza disso.
-E eu tenho filho, obrigado pelo apoio.
Esme abriu seus olhos lentamente, olhando o teto. Eu havia comprado roupas para ela e enquanto ela queimava eu a troquei. Ela estava linda em um vestido bege, que combinava perfeitamente com seu tom de cabelo.
Ela, muito rapidamente se levantou e olho para mim.
- Você... – ela disse, fazendo expressão para admirar sua nova voz de sinos. – Onde estou? – Me olhando, ela conseguiu perguntar admirada.
- Está em minha casa. Sou Carlisle Cullen e você se atirou do penhasco, lembra? Eu a salvei. – Ela fechou seus olhos, como se buscasse algo em seu pensamento. Edward me olhou incrédulo.
- Sim, eu me lembro. E me recordo perfeitamente de você! – Arregalei meus olhos para a linda mulher diante de mim. Aquela que eu condenei a maldição eterna, se lembrava perfeitamente quem eu era.
1 comentários:
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!!!!!Adorei!!!!!
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