Solitário - Capítulo 11: Visão Alternativa Dos Casamentos

Nota da autora: O nome deste capítulo faz alusão a outro nome de fan fiction, o “Visão Alternativa de Rosalie” que, até onde sei, foi escrito como uma ‘visão alternativa’ de toda a trama de outra fan fiction, a “Família Cullen” (Famiglia Cullen), que é uma fan fiction italiana e era escrita por várias pessoas. Não sei quem escrevia a “Família Cullen” ao certo, pois eram várias pessoas, então creio que alguma(s) delas deve ter escrito esta junto, “Visão Alternativa de Rosalie”. Mas como não sou adepta nem de plágio e muito menos de brigas entre twifans, está feita aqui a referência, ok!?

[Vania Hadler]

Mamãe e papai estavam me arranjando uns casamentos, mas decidiram que eu me daria bem com um tal de Jasper. Já não gostei do nome. Aparenta-me ser estranho, áspero o seu pronunciar. Não gosto de nomes assim.

Eu seu extremamente maravilhosa, perfeita. Todos adoram minha beleza. Meus avermelhados cabelos descem em cachos largos pelas minhas costas, apesar de eu adorar trazê-los para os ombros e o colo, de vez em quando.

Não sou alta, mas também não sou pequena. Minha estatura me favorece – favorece o meu corpo, que, aliás, estou percebendo surgir curvas. Sim, já sou uma mulher! Mereço joias, vestidos e sapatos novos. Toda semana. Uma mulher como eu não deve andar por aí aos pedaços, vestida de esdrúxulos.

E meus olhos? Se dizem que eles são a janela da alma, posso dizer que minha alma está transbordando de esmeraldas brilhantes. Nada mais do que eu mereço, afinal.

Minha pele é clara, mas não muito. Não tenho aparência de defunto. Aliás, tenho as bochechas mais graciosas de toda a região. Elas tem uma leve coloração rosa. Minha pele ainda é lisa e delicada como pétalas de rosas, apesar de não vermos muito rosas por aqui.

Mas ainda assim são delicadas. Perfeitas. Se todos os homens soubessem como sou perfeita, todos fariam filas intermináveis em frente a minha casa.

Mamãe veio a alguns minutos em meu quarto, me dizendo para me aprontar. Finalmente eu iria conhecer o meu noivo. Espero que ele seja lindo, assim como eu! Papai e mamãe estão conversando com o Sr. e Sra. Whitlock a algum tempo – aproximadamente, uns dois meses.

Eles não tem muitos filhos, e parecem muito felizes a respeito do casamento arranjado para seu filho. Aliás, eles tem apenas um filho. Ele deve ser o orgulho da família, para estar noivo de mim.

Abri o meu baú com os meus vestidos mais caros, e peguei o mais recente. Aquele rosa perolado com rendas e babados. Ele era um perfeito vestido para que eu conhecesse meu noivo, totalmente apropriado. Este saberia realçar minhas belezas naturais, sem dúvida.

O vesti – a criada entrou para arrumar (apenas embelezá-los mais) meus belíssimos cabelos –, e corri sentar na banqueta para que ele fosse preso. Senti a escova deslizar sob a minha cabeça, puxando meus fios avermelhados para trás, e então serem presos numa linda filha branca pérola. Metade do meu lindo cabelo estava preso, metade não. Uma graça, realmente uma graça.

Peguei meus sapatos e os vesti. Desci delicadamente as escadas para que meu cabelo não se desmanchasse com o simples toque do vento. Mamãe, Guilda, estava lindamente sentada em nosso sofá de estofado de linho fino. Papai, Craig, estava andando de um lado para o outro da sala, provavelmente cansado de me esperar – não posso fazer nada, ficar mais linda é muito difícil em minhas situações. Mas ele não entende isso!

“Finalmente, Vania. Vamos. Estamos atrasados!” papai disse.

Saímos de casa e entramos em nossa carruagem, Bruce, nosso criado a conduzindo.

“Quantos anos a senhora disse que ele tinha mesmo, mamãe?”

“Doze. É um belíssimo rapaz, querida. A sua altura!” mamãe me respondeu. Há! A minha altura... ninguém está a minha altura. Sou perfeita. Ninguém é assim mais do que sou.

Estávamos sendo confortavelmente conduzidos, o bastante para que a viagem toda não aparentasse demorar nem meros dez minutos.

Chegamos à casa dos Whitlock. Era uma casa bonita, mas não o bastante para mim morar nela. Descemos e fomos em direção a porta. Papai bateu, e uma senhora – uma criada – a atendeu, nos deixando livre passagem. Vieram ao nosso encontro o Sr. e a Sra. Whitlock – onde estava meu noiva? Ele não estava pronto? Até eu já estava pronta, e ele não? Agh, que desgostoso.

Os cumprimentei gentilmente – da mesma forma que eles me fizeram. Logo, a mesma criada veio nos trazer chá – não sei do que era feito, não me alimento de qualquer coisa.

“E meu noivo? Onde está?” eu quis saber, olhando para o Sr. e a Sra. Whitlock.

“Mas que arrogância a nossa. Um minuto e eu já volto com ele. Com licença!” disse o Sr. Whitlock.

Em poucos minutos, o Sr. Whitlock retornou a sala com meu noivo – ergh, não gostei dele. Olhei para ele de cima a baixo. Realmente não gostei dele. Olhei brevemente para mamãe com um olhar carregado de desgosto, de reprovação, e ela apenas me olhou como se fosse para mim parar com aquilo e ser gentil com o rapaz.

Ok, eu iria tentar. Ele até tinha boas vestes, e suas feições não aparentavam ser as mais rústicas, mas... o que é este cabelo? Parece macarrão amassado! Nem morta que eu fico perto deste aí. E ainda por cima, ele veio se sentar perto de mim. Apenas sentou. Nem me cumprimentou.

“Jasper, onde estão seus modos?” seu pai o repreendeu – sim, onde estão seus modos?

Ele se levantou e ofereceu a mão, como que para mim estender a minha. “Sim, me desculpe senhorita.” Ok, o desculpo, mas só pelo fato de sua voz ser leve e graciosa, mas não muito. “Como a senhorita está? E os senhores, Sr. e Sra. Hadler?”

“Está tudo bem conosco Jasper, muito obrigado” papai respondeu. Eu não respondi nada, apenas lhe dei aquele lindo sorriso e um olhar carinhoso – eu estava tentando gostar dele, não estava? Mas, então, ele apenas me retribuiu um olhar com gentileza, nada de admiração. Estou ofendida, novamente!

“Jasper, querido, por que você não leva a amável Vania para conhecer a nossa lareira?” a Sra. Whitlock disse. “É quase Natal, e montamos uma árvore especial este ano! Ela está linda!”

“Sim, eu adoraria vê-la” lhe respondi, não só para a Sra. Whitlock, mas para meu noivo também. Ele consentiu e me ofereceu a mão para me levantar – o que fiz muito graciosamente.

Caminhamos ao lado um do outro até a lareira. A Sra. Whitlock tinha razão, a árvore estava linda toda decorada com pequenas castanhas, laços e estrelas. A lareira estava quente, aconchegante. Jasper me ofereceu um banquinho, e sentei-me nele, enquanto ele puxava outro para se sentar. E então ficamos perto da lareira, esperando que surgisse algum assunto para conversarmos.

“Uma noite linda hoje, não!?” – eu teria de falar algo, salvar meu casamento. Ele apenas me olhou. Durantes longos minutos, ele apenas me olhou, não de um modo comum, mas como de um jeito profundo, como se houvesse tristeza e pesar transbordando em seus olhos.

Não consegui dizer mais nada durante há quase meia hora em que ficamos lá sentados. Me irritei com a situação – ele nem ao menos estava assim por admiração de minha beleza. Não quero alguém assim comigo.

Levantei, olhei para e lhe disse, quase aos sussurros.

“Me desculpe” – e depois de tudo, eu ainda tento ser gentil com ele? –, “mas eu não consigo ficar perto de você. Não posso me casar com você, seria a morte para mim. Você nem ao menos me admira, me elogia.”

“Desculpe minha arrogância, não o fiz por querer. Você é linda!” ele disse, sem jeito, com certeza estava mentindo – ele não aparentava dizer com toda a delicadeza com que todos me tratam. “Vivo muito sozinho, e tenho medo de estragar as coisas quando estou com alguém, por isso prefiro ficar assim. Me desculpe!”

Ok, quer ficar assim? Pois vai ganhar então! “Tudo bem. Desculpas aceitas, mas, me desculpe, você é triste de mais para mim. Creio que a pessoa mais pobre do mundo é capaz de ser mais feliz do que você, apesar de todo o sofrimento que ela pode passar. Me desculpe. Espero que encontre alguém que o ame verdadeiramente!”

O cumprimentei e então fui em direção de mamãe e papai. Disse a eles minha opinião. Ambos ficaram chateados pelo que lhes disse, mas aceitaram. O Sr. e a Sra. Whitlock nos olharam tristes, cabisbaixos, com certeza eles estavam apenas arranjando o casamento de Jasper comigo para alegrá-lo, mas eu não consigo ficar com gente deste nível – eu só não tinha coragem o suficiente para dizer isto em voz alta, com estas palavras.

Nos cumprimentamos, e fomos embora desejando, uma família a outra, sorte, sucesso e felicidade aos filhos. Eu não precisava dessas coisas, eu já as tinha: sou uma menina com sucesso (sou linda), felicidade (tenho tudo o que eu quero) e sorte (não vou mais me casar com aquele zumbi).


[Duffy Whitergrey]

Acabei de completar meus treze anos, já está na hora de me casar. Mas eu não me preocupo com isso, pois minha querida mãe, Laura, me disse que eles estão visitando um casal que mora aqui perto de nossa fazenda.

São o Sr. e a Sra. Whitlock. Também me disse que eles são adoráveis, e que seu filho, Jasper, era muito simpático e gentil. Espero que ele seja bonito, eu já gostei de seu nome.

Jenny, nossa criada e minha grande amiga, subiu ao meu quarto para conversar comigo. Na verdade, eu havia pedido para que ela subisse comigo depois do almoço, mas como ela tinha afazeres, ela me disse que iria assim que acabasse tudo.

Ela entrou, e fui de encontro ao dela, muito feliz. Sentamos na cama e conversamos sobre tudo: casamento, filhos, futuro... Eu estava tão ansiosa por tudo, e quanto mais eu pensava, mais o meu ‘tudo’ parecia distante. Tudo bem, eu esperaria o quanto fosse preciso.

Como Jenny era mais velha do que eu, vinte e nove anos, e era casada e já tinha filhos, ela sabia me explicar como tudo acontecia – e com detalhes. Creio que dizer quais eram os detalhes agora não é uma boa coisa, não é propício – mamãe estava subindo.

“Duffy, minha querida filha” mamãe disse toda feliz – ela é, geralmente, muito feliz, “soube pela visita de um dos criados do Sr. Whitlock, que a Sra. Whitlock, a Mary, adoraria nos receber hoje pela noite para um jantar. O que me diz? Gostaria de ir?”

Sorri com a ideia de conhecer minha futura família. “É claro, mamãe. Eu adoraria conhecê-los.” Mamãe sorriu de volta, também muito feliz com a proposta.

A tarde, então, passou rapidamente. Tomei chá com minha mãe na varanda, costurei um pouco, tomei meu banho e me arrumei para ir ao jantar. Eu queria estar impecável para a família de meu noivo.

Mamãe tinha me comprado um vestido novo, estes dias mesmo! Ele era lindo, e esta era a ocasião perfeita para mim estreia-lo. Ele era de um azul não muito escuro, e era todo rodado. Ele era lindo, incontestavelmente! Ele ainda tinha o modelo de roupas que eu mais adoro usar: as mangas cheias, como se fossem aquelas de bonecas. O caimento deste modelo é perfeito em mim.

Lavei novamente o rosto, para que minha pele estivesse mais saudável aos olhos curiosos. Meus olhos azuis – que estavam mais azuis ainda por conta do azul do meu vestido – estavam lindos o suficiente para ganhar destaque em meu rosto, então escolhi fazer uma trança em meus cabelos.

Pedi ajuda à Jenny, para que meus lisos e dourados cabelos ficassem controlados numa linda trança. Ela aproveitou a ocasião, e me fez uma especial, que começava desde cima, não da parte de baixo, quando todo o cabelo fica junto na nuca. Ao fim da trança, ela a prendeu com um elástico pequeno, e o escondeu com uma fita branca-pérola. Perfeito! Estou apresentável.

Vesti os sapatos, dei mais uma conferida no espelho de como eu estava, agradeci a Jenny e fui correndo até a porta de entrada. Minha mãe estava me esperando de pé, e papai, Gregory, já estava nos esperando em nossa carruagem. Um velho criado de nossa fazenda, e muito amigo de meu pai, Shawn sentado na parte da frente, perto dos cavalos, conduzindo-nos.

Chegamos rapidamente na linda casa dos Whitlock. Era uma casa de aparência confortável, aconchegante. Ela era feita de madeira, mas estava pintada de uma cor clara, bege, talvez – eu não conseguia distinguir por conta da claridade, ou falta dela...

Fomos muito bem recebidos por duas criadas da família – as duas de muita boa índole, e aparentavam ser muito carinhosas. Entramos, e percebi que a casa era muito mais bonita por dentro. O sofá tinha uma bela cor de estofado, havia uma lareira que estava apagada – que pena! – e o assoalho não era de uma cor muito escura e também não fazia barulho quando andávamos.

O Sr. e a Sra. Whitlock estavam de pé nos esperando, e assim que nos viram, vieram em nossa direção. Os dois pareciam ser realmente simpáticos, como mamãe havia os descrito para mim. Perto deles, apenas mais atrás, estava o filho do casal. O Jasper. Meu noivo!

Jasper é bonito. Ele tem os cabelos loiros também, só que de uma cor mais escura – só não gostei do aspecto do cabelo dele... é meio, digamos, peculiar. Mas mesmo assim, o deixava com uma boa impressão sob os outros. Ele tinha os olhos castanhos claros, e eu achei linda esta cor. E também era mais alto do que eu. Perfeito. Maravilha! Meu marido perfeito, eu encontrei!

Comecei a sorrir interiormente sem perceber que eu estava o encarando. Tudo bem, isto não foi legal, agora vá até ele e faça alguma coisa. Não estrague tudo. Ai, meu Deus, como ele é lindo!

Vi que ele já havia cumprimentado os meus pais, e eu não havia cumprimentado nenhum dos seus. Cumprimentei rapidamente, mas da forma mais gentil que pude, para que me sobrasse tempo para cumprimentá-lo também. Isso se eu conseguisse cumprimentar, não!? Eu estava nervosa...

Caminhei até ele – quase tropecei de nervoso no tapete – e o cumprimentei. Sua mão era quente e macia. Ai, meu Deus!!!

“Boa noite, senhorita Whitergrey. É um prazer conhecê-la.” Ele é lindo, ele é perfeito... ai meu Deus, ai meus Deus, meu Deus!!! Mas, então todos se sentaram e começaram a conversar. Sentei ao lado de Jasper, é claro! Ele olhou para mim e disse baixinho: “E se me desculpa a minha falta de modos, a senhorita está encantadora esta noite!”

Ahh... ele era real? “Não... quer dizer, claro... hm... está bem... obrigada!” Foi difícil para que as palavras saíssem logicamente. “Se me permite, o senhor também está muito elegante!” falei, mesmo que envergonhada.

“Muito obrigado, senhorita.” Ai, meu Deus! “Estou faminto. Vamos jantar?” ele disse – é claro, eu iria a qualquer lugar com ele.

Concordamos um olhando para o outro. Levantamos e fomos todos juntos para a sala de jantar. Chegando lá, ele fez questão de puxar a minha cadeira para que eu sentasse. Agradeci e me sentei, ele ao meu lado. Por alguma razão, ele ficou quieto em todo o jantar. Apenas comia e sequer olhava para seus pais – ocasionalmente, olhava para mim. E eu me derretia, é claro.

Ao fim do jantar, tivemos sobremesa: um delicioso doce de abóbora. Magnífico. Durante a sobremesa percebi que ele estava mais relaxado em relação ao jantar, acho que eu fui mal-educada com ele. Deve ter sido algo que eu fiz. Não sei.

“Desculpe, mas eu fiz algo errado?” o questionei – acho que eu não deveria ter falado isso, seria melhor.

“O quê? Não, claro que não. É só que... nada...” ele me disse. Ele tinha algo para falar.

“Me diga, quero lhe ajudar.”

“Você gostaria de conhecer a parte superior de nossa casa?” ele me disse, gentil.

“Claro.”

Saímos da cozinha e fomos conhecer o andar superior de sua casa. A primeira porta estava trancada com algumas madeiras. “Por que isto?”

“Por que era o quarto do meu irmão. Ele faleceu há muito tempo, quando eu tinha seis anos. Já faz dez anos isso...” ele disse, como se sentisse falta dele, saudade. Percebi que ele estava ficando cada vez mais triste e introvertido.

“Tudo bem com você?” lhe perguntei, e ele respondeu: “Sim, tudo bem. E este é meu quarto. Quer entrar?” ele me convidou. Ai meu Deus, o quarto dele! Apenas balancei minha cabeça, como sinal positivo, de aceitação.

Entramos e fiquei pasma. Ele era todo em cores neutras, não parecia ser o quarto dele. Estava um pouco escuro também.

“Desculpe, meu quarto não é um dos mais aconchegantes para os outros, mas me faz bem ficar aqui. Me faz lembrar de eu realmente sou, ou de quem eu já fui... não sei, mas eu gosto” ele me disse. Ele é adorável.

Ele se sentou na cama, e me sentei ao seu lado. Percebi que sua tristeza apenas aumentava, não pude resistir:

“O que há? Me diga... por favor...”

“Sinto muito a perda de meu irmão, ela me assombra todos os dias, todas as horas. Sempre que eu ando por esta casa, me lembro de brincar com meu irmão. Éramos bons amigos...”

“Do que vocês brincavam?” perguntei feliz, esperando que isso o deixasse feliz também.

“De tudo, mas a nossa preferida, ou a minha” ele disse olhando para mim sorrindo, “era guerrinha. Eu adorava montar exércitos e atacar, criar uma estratégia para atingir o inimigo. Até que... que.. bem, um dia a gente foi brincar de pega, ele não percebeu que estava perto do poço, caiu lá dentro e pegou pneumonia.”

Uau, ele disse tudo de uma só vez para mim. Isso tudo deve ter sido muito traumatizante para ele, afinal, ele sente isso tudo até hoje. “Sinto muito.” Foi tudo o que consegui dizer.

“Tudo bem. Estou acostumado a ficar sozinho aqui, a não ter ninguém. Tudo bem... vamos?”

“Sim. Para onde vamos?”

“Não tem mais nada de interessante aqui em cima. Podemos ir para a sala?”

“Claro” concordei. Descemos e encontramos todos na sala conversando. Sentamos no sofá, um ao lado do outro, e percebi que ele não estava mais tão triste como antes, estava melhor. E acho que estava gostando de mim. Ai ai...

Ficamos todos conversando, uns com os outros, e então o Sr. Whitlock resolveu acender a lareira. Estávamos chegando perto do inverno e o tempo estava esfriando gradativamente. Depois de acender, o Sr. Whitlock sentou-se novamente para conversar com meu pai. Entretanto, depois de mais algum tempo, papai e o Sr. Whitlock começaram a discutir em voz alta. Nem pude perceber o motivo de tudo, não reparei, só vi que Jasper havia ido para o lado de seu pai e tinha dito que ambos eram egoístas e infantis, que eram adultos apenas pelo físico. Ele ficou muito bravo, e então subiu as escadas correndo.

A Sra. Whitlock não sabia o que fazer, ficou apenas paralisada – como eu. Papai virou-se para mim e mamãe, e disse-nos: “Vamos, não haverá mais casamento!”

“Como assim, papai? Ele é perfeito?”

“Este moleque deve ter problemas mentais, minha querida. Ele gosta de ficar no quarto e ainda está de luto por seu irmão. Não quero você enrolada com más pessoas.”

“Mas, papai!... eu gostei dele... e eu sei que ele gostou de mim.”

“Sim, querida. Jasper pareceu gostar muito de você!” a Sra. Whitlock disse para mim sussurrando, abaixada para que apenas eu pudesse ouvir, apesar de que eu tenho certeza de que mamãe também ouviu. Sorri com o que ela me disse.

“Não... ele não é o único homem no mundo. Vamos. Acabou e ponto final. Sou eu o pai de família e eu exijo respeito.” Eu odeio o papai. “E se você se rebelar contra, senhorita Duffy, pode esquecer-se de todos os seus benefícios...” Sem benefícios, como roupas e sapatos? Ah, não...

Apenas consenti com a cabeça, olhei para a Sra. Whitlock, a agradeci pelo jantar e por nos recepcionar. Mamãe fez o mesmo, mas papai nem olhou para eles. Apenas fomos embora.

Quando íamos para a nossa fazenda, olhei para trás, e o vi lá na janela de seu quarto, olhando toda a paisagem. Não acredito nisso ainda. Apenas acenei para ele, e gritei:

“Boa sorte. Adorei te conhecer!”

“O mesmo para a senhorita também! Boa noite” ele me disse, sempre muito gentil.

Me virei e sentei educadamente. Papai apenas me olhou, e eu nem fiz questão de olhá-lo, apenas piorei a minha expressão triste. Sim, eu perdi o meu primeiro marido. Minhas amigas não poderiam saber disto, nunca!

2 comentários:

BrunaSantanna* disse...

Prefiro o Jasper narrando, mas muito bom o capitulo...

Andreza disse...

Gente a primeira era uma chatinha hein?

Acho que ele teria se dado bem com a segunda :-)

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