Universo Paralelo: A Luz Que Eu Precisava

[Bella]

Eu nunca pensei muito sobre como morreria. Mas no último ano foi inevitável. Eu sempre soube que, escolhendo Jacob, algum dano irreparável me aconteceria. E eu estava certa. Meu coração pôs-se a falhar. E isso nada tinha haver com hiperventilações ou deslumbramentos. A primeira vez que aconteceu estava cozinhando, quanta emoção! Mas só nessa semana era a terceira vez que acontecia. E foi com aquele sentimento de contagem regressiva que eu senti o zero chegar. Ou melhor, a morte.

Porém, nunca em meus anseios, sonhos ou alucinações, eu achei que fosse gostar da sensação que a morte trouxe. Ela não me deu opção, não pediu que eu a escolhesse e preterisse a vida. Ela me roubou para si. Fez o que eu gostaria que Edward tivesse feito. Nunca fez sentido ele me amar, como poderia eu exigi-lo, se ele mesmo não me exigiu? Eu não me imporia, dessa forma, a ele. Mas eu teria aceitado viver ao seu lado. E sob esse dilema, eu acabei escolhendo meu Sol particular. Achei que essa luz me bastaria.

Mas, enquanto a morte me puxava mais e mais, eu vi algo que me deixou impressionada – a tal da luz que tantos falavam terem visto, e fugido dela, existia mesmo. Mas eu não fugiria dela, então, só me restava alcançá-la. E eu a alcancei.

A luz que me esperava estava de braços abertos. E como um pote de ouro – ouro não, diamantes – no final de um arco-íris que emanava dele mesmo, Edward me esperava, ansioso. Consciente da minha atual situação – senão morta, o mais perto disso possível – me choquei ao perceber que Edward tivesse mesmo ido aos Volturi, o que explicava a razão pela qual ele me esperava agora.

Eu sabia que era Edward, mas ele não tinha mais 17 anos. Nem eu, claro. Era como se as almas tivesses idades específicas, e a liberação da matéria revelasse a idade real do espírito, indiferente a aniversários. Ele era um charmoso senhor nos seus bem conservados 40 anos. E eu, que sorte, não estava nem perto de velhice que acabara de deixar pra trás. Minha mãe estava certa, nasci com 35. Essa era a idade da minha alma.

Enquanto eliminava o último espaço que insistia em ficar entre nós, me dei conta que não sabia que lugar era aquele. Mas percebi que estava certa quanto à alma dele, ela não havia se perdido. Fazia companhia para minha agora. E, não importava se o que nos esperava era a danação eterna ou o paraíso, eu tinha certeza que Edward, inevitavelmente, estaria comigo. E agora eu sabia que era para sempre.

Autora: Camila Lombone

1 comentários:

Lucas' disse...

Que triste! Mas pelo menos a Bella reencontrou o Edward...

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