As Quatro Estações - Capítulo 05: Surpresas

[Bella]

Isto é normal, me dissera Huilen. Quando você chegar em casa, ela vai estar ainda maior – provavelmente com a sua transformação completa.

E ela riu da minha preocupação.

Eu me tranqüilizei após suas palavras. Eu confiava em Huilen – Edward, nem tanto.

- Eu não vou me tranquilizar enquanto eu não ver isto acontecer – dissera ele, decidido. E foi aí que, para tranquilizá-lo, eu sugeri um pequeno passeio à Ilha de Esme. Ou melhor, ficamos mais dias lá do que com as Amazonas.

No Brasil, a nossa viagem fora rápida e objetiva. Na Ilha de Esme, não fomos rápidos, nem diretos, nem objetivos,definitivamente.

Ficamos na Ilha de Esme – quase o tempo todo dentro do quarto – uns três ou quatro dias. Eu até queria nadar com os golfinhos, mas era impossível ficar nadando com eles naquela situação. Primeiro: os golfinhos agora pareciam estranhamentelerdos. Segundo: Edward não permitia. Ou melhor, meu corpo não permitia, porque ele queria Edward. E é lógico que ficar com Edward era muito melhor do que nadar com golfinhos.

Três dias não eram suficientes, claro. Nem todos os dias do mundo seriam suficientes para me satisfazer. Mas estávamos com saudades – principalmente de Renesmee. E além de tudo, não me agradava saber que ela estava sob custódia de Jacob há seis dias.

Suspirei. O avião estava fazendo uma escala em Honduras.

- É triste ir embora – disse Edward, provavelmente se lembrando dos mesmos detalhes que eu. Sorri.

- É triste – concordei. – Mas o dever de pais nos chama.

- E o dever de quebrar os ossos de Jacob se ele tiver encostado em Nessie também – grunhiu ele.

Eu ri, tentando acalmá-lo, mas estava tão nervosa quanto ele.

- Relaxe – murmurei, beijando de leve seus lábios marmóreos e macios. Ele se ajeitou na cadeira do avião, de modo que pudesse passar seus braços em torno de mim e deslizá-los por minha cintura.

Ficamos alguns instantes assim, mas percebi que estava enganada quanto ao curto espaço de tempo instantes quando nos soltamos, no momento em que o avião pousava em Seattle. Saímos, surpresos, do avião. Eu sorri.

- O tempo passa rápido quando estou com você.

Ele passou um braço pelos meus ombros enquanto chamávamos um táxi. Rapidamente, estávamos em casa.

- Mamãe! – gritou Renesmee quando me viu. Jacob sussurrou alguma coisa em seu ouvido e ela riu, divertida. Correu em minha direção e me abraçou.

- Estava com saudades – eu disse, abraçando-a forte.

- Eu também – murmurou ela. Ela estava... estranha. Algo acontecera, e ela não ia me contar.

- Onde estão os outros? – perguntei, não diretamente a alguém. Na sala, estavam Alice, Jacob e Renesmee.

Eu sorri. Alice era uma ótima pessoa. Aposto que ficou o tempo todo cuidando de Nessie. Eu devia muito a ela...

- Em, Carlisle e Jazz estão na garagem, consertando alguma coisa – disse Alice, levantando-se para me abraçar. – Rosalie e Esme saíram. É bom ver você de novo, Bella. Senti sua falta. Porque apesar de tudo, você é a minha irmã preferida.

Ela sorriu lindamente.

- Você também é minha irmã preferida, Alice. - eu disse.

Ela sorriu novamente e eu me virei para Renesmee.

- O que fez esses dias que estive fora?

Ela pareceu estar editando algo.

- Compras – disse por fim, sorrindo. – Muitas compras. E domingo fomos caçar iaques na Ásia. É muito bom.

Eu sabia que alguma coisa estava acontecendo.

- Hmm – eu disse. – Por que não vamos até o chalé para você me mostrar suas roupas? – perguntei num tom autoritário. Ela se encolheu um pouco e me acompanhou.

Fomos caminhando em silêncio. Ela engoliu em seco diversas vezes.

- Renesmee – eu disse, tentando parecer severa. – Você aprontou algo.

Ela me encarou.

- Mamãe, eu... eu não sei como explicar.

Acho que eu já imaginava o que era. Jacob ia me pagar, ah se ia.

- Renesmee, você pode me contar qualquer coisa. Você sabe disso, não sabe? – perguntei, ansiosa.

Ela suspirou.

- Sei, mamãe. Mas é que... – ela parou, sem saber o que dizer. Ela baixou os olhos e falou rapidamente, atropelando as palavras com a sua voz de soprano. – Eu beijei Jacob. Feliz, agora?

Se eu ainda pudesse ficar vermelha, provavelmente eu teria ficado. Mas de raiva. Como Jacob pôde se aproveitar dela assim?

- Não, é claro que não estou feliz. Mas se você está... – suspirei.

Ela riu, alegre.

- Estou. E foi muito... bom – ela parecia resignada por não ter encontrado uma palavra que pudesse descrever.

Renesmee entrando realmente no mundo adulto. Ela começara mais cedo que eu, de fato, e provavelmente Jacob não precisara tomar tanto cuidado com ela, como Edward tomou comigo. Eu esperava que Renesmee não quisesse me mostrar.

Ao chegarmos no chalé, eu já havia me esquecido o que tínhamos ido fazer lá. Ela começou a me mostrar as roupas que Alice comprara, reclamando (“é muito rosa, é muita renda, é muito dinheiro gasto à toa, mamãe!”) a cada uma que mostrava. Algumas coisas, Alice não conseguiria mudar – sorri ao pensar nisso.

Mas o romance da minha filha meia-vampira com o meu melhor amigo lobisomem não me saía da cabeça. Não era exatamente o certo a ser feito...

Quando percebi, já estava na mansão Cullen novamente. Fiquei tão absorta em meus pensamentos, que nem percebi o caminho de volta para casa. Alice, Esme e Rosalie nos esperavam.

- Gostou das roupas? – perguntou Alice, alegre.

Eu sorri sarcasticamente.

- Gostei tanto, que não é quantificável, Alice – respondi. Ela riu melodiosa. Renesmee sentou-se no sofá e se espreguiçou. Seus olhos vagavam para a porta de entrada a cada dez segundos.

Ela suspirou e enterrou a cara no travesseiro.

- Calma, Nessie – disse Esme. – Ele já vem.

Eu reprimi a vontade de grunhir.

- Onde ele foi? – perguntou ela, aflita.

- Foi buscar uma coisa para você – disse Rosalie.

Alice riu.

- Você tem um gênio parecido com o da sua mãe – disse ela. Eu ergui uma sobrancelha. – Você não se acalma diante de palavras reconfortantes. Acho que tenho que chamar Jasper...?

- Não – Renesmee disse. – Não precisa incomodá-lo. Eu vou fingir que estou bem.

- Acho que nem Jasper funcionaria, não é, Renesmee? – eu disse com um sorriso conformado. – Só Jacob.

Seus olhos voaram para a porta novamente, alguém estava passando por ela. Jacob.

- Nessie – ele disse, correndo em sua direção – embora a sala fosse pequena.

Ele sentou-se ao lado dela e a aninhou em seu peito. Os dois se beijaram com intensidade, e eu senti a necessidade de desviar os olhos.

Ela sorriu, corando um pouco, após o beijo.

- Onde você estava? – perguntou, desconfiada. Alice e Esme riram.

- Eu fui buscar uma coisa para você – Jacob disse.

Ela riu e passou os braços em torno do pescoço de Jacob.

- Disso eu já sei. O quê, exatamente, você foi buscar?

Ele tirou uma caixinha de dentro do bolso da calça. Era preta, de veludo, e dentro, aninhada no cetim azul, estava um anel de ouro com uma minúscula pedra brilhante no centro. Renesmee ofegou e lágrimas brotaram em seus magníficos olhos de chocolate.

- É... uma... aliança?

Jacob sorriu ao ver sua amada sob tamanha emoção.

- É. Não precisa ser de noivado ainda, se você não quiser. Mas... é para simbolizar o nosso compromisso, de qualquer modo. – Ele ajoelhou-se ao lado dela para colocar a aliança em seu dedo macio e branco como neve.

Renesmee chorava.

- Ah, Jacob... Isso é tão lindo! É tão... Eu não sei o que dizer!

Ela jogou-se em seus braços e beijou-o com destreza. Desviei os meus olhos novamente, para encontrar os de Edward que encarava a cena com fúria. Eu corri para a porta e empurrei-o para fora.

- Venha cá. Vamos conversar.

- Não quero conversar. Quero matar Jacob. É possível?

Eu ri.

- Isso iria magoar Renesmee.

- Iria. Mas eu preciso ir lá e arrancá-la dos braços dele, ou então... – ele estava com os olhos cerrados, falando com dificuldade.

Eu passei os braços por sua cintura e o beijei. Olhei fundo em seus olhos, me deleitando com a imensidão dourada.

- Edward, é nossa filha. É meu melhor amigo. E tem que ser assim. Não podemos interferir.

- Mas, Bella... – ele começou e eu o silenciei com um beijo.

- Vamos ver como isso vai rolar. Se for necessário, interferiremos. – Eu estava certa de que iria interferir, se ele magoasse Renesmee de alguma forma. Mas ele não faria isso, sendo ele sua alma gêmea.

Ele assentiu, e voltamos à sala, todos olhando para baixo enquanto Jacob e Renesmee ainda se beijavam, ela ainda admirada com a aliança.

- Francamente – disse Emmett. Eu não tinha reparado que Carlisle, Emmett e Jasper estavam na sala. – Façam isso em outro lugar, por favor.

Os dois pararam e Renesmee deu uma risadinha.

Os dias se passaram, e a intensidade do relacionamento de Jacob e Renesmee crescia. Ela me contava tudo o que acontecia, mas eu sentia como se não conseguisse entender. Era estranho demais.

Mas aquele dia marcou.

Estávamos todos na garagem, rodeando o novo carro da família Cullen: o Citroën azul-claro sedan de Esme. Todos tinham seus carros agora: Edward tinha o Volvo e o Aston Martin; eu, a Ferrari; Carlisle, a Mercedes preta; Rose, o BMW M3 conversível; Emmett, o Jeep; Jasper, a moto prateada; Alice, o Porsche amarelo e agora Esme tinha seu Citroën.

Emmett estava empolgado, dando uma longa descrição do motor do Citroën e o comparando com um carro qualquer da Opel. Não estava prestando muita atenção, pois naquele momento os olhos de Alice ficaram vazios e ela se desequilibrou para trás, tendo que se segurar no espelho retrovisor de seu Porsche. Ele quebrou; não aguentara toda a força de Alice.

Quando ouviram o barulho, todos se viraram. Jasper correu para acudi-la, assim como eu, com os olhos aflitos. Todos rodearam Alice.

- Alice? Alice? – eu chamei diversas vezes. Ela caíra e parecia estar morta, seus olhos desfocados, imobilizada, sem dar nenhum sinal de vida.

Jasper soluçava desesperado, assim como Esme, Edward e eu. Emmett estava paralisado, e Rosalie pasma. Carlisle tentava reanimá-la, e Renesmee escondeu o rosto no peito de Jacob, chorando.

- Alice! Alice! Por favor, meu amor, não me deixe... – murmurava Jasper freneticamente. Sua cabeça estava pousada na barriga de Alice e ele parecia estar prestes a se matar.

- Alice!

- Volte, Alice! Volte!

- Meu Deus... Alice!

Eu estava soluçando alto, desesperada por perder minha melhor irmã. Sacudi-a diversas vezes.

- Por favor, Alice, por favor, por favor... – Jasper ainda murmurava. Edward caiu de joelhos, inconformado.

De repente, Alice ofegou, e começou a tremer.

- Alice!

Todos pareciam mais aliviados por vê-la viva, mas ela tremia convulsivamente.

- Os... Volturi... estão vindo...

E ela fechou os olhos, a expressão torturada, tentando esquecer o que acabara de ver.

- Eles... Não, por favor, não faça isso... – ela murmurava com aflição, os olhos ainda fechados. – Ele... não... Não! Eu quero morrer... Eu preciso morrer...

Sem explicar nada a ninguém, ela voltou a ficar inconsciente.

7 comentários:

Nina disse...

Preciso de maiiiiiiiiis!

ALICEGRAZI disse...

PLEASE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
MAISSSSSSSS!
POSTA MAIS!
ESTOU MORRENDO DE CURIOSIDADE!

Alice Volturi disse...

Próximo capítulo na quarta! ;)

Gabriella disse...

acho que quem vai morre e nós si ficarmos mais tempo sem os capitulos.

Laura Castro' disse...

rsrs
Tb acho.

... disse...

- Alice!- Volte, Alice! Volte!- Meu Deus... Alice!Como assim?alice volte!COMO ELA VAI VOLTAR SE ELA NEM FOI?ai to tonta que coisa esquisita,vc escreve muito bem,mais essa parte foi um pouco "estranha",escreve mais,bjs amo,tchau

NessCullen disse...

Pelo que entendi, quem vai, enfim, morrer, acho, vai ser o Jasper, embora, a familia Cullen - eu digo familia, e não clã -não teria a mesma graça sem Jasper, por isso no fundo, eu acho que Jasper não morre... Esperaremos para ver...

Ps: "eu digo familia, e não clã" é uma frase que Garrett usa no seu 'discurso' em Amanhecer...Um discurso muito bom, digo.

Beijocas,
NessCullen

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