De Repente... Religiosa - Capítulo 04: De Repente... A Confissão

Pe. Edward Cullen

Terminando a missa me retirei para a sacristia não sem antes reparar na amiga de Rose na primeira fila que parecia que estava sofrendo de aneurisma.

Tirei minha batina e as estolas, enquanto um ministro vinha puxar papo.

"Padre, você viu a garota perto da Senhora de Lucas? Ela parecia que iria morrer ou coisa do tipo"

"Eu reparei..." Disse suspirando. "Acho que vou dar uma olhada nela. Será que é alguma parente da senhora de Lucas?"

"Não é não, padre." Uma ministra chegou à conversa. "A garota parece que veio para as bodas, eu vi ela hoje mais cedo na frente da igreja. Além do que conhecemos todos os parentes da Senhora Lucas" Eu ri enquanto pegava um copo d'água; a senhora Lucas era conhecida por todos, e exclusivamente sua família, quando ela fazia questão de arrastarem todos para a igreja. "Acho que ela é mais uma das garotinhas-problema" Ela acrescentou.

Garotinhas-problemas eram como algumas pessoas chamavam as mulheres que iam para igreja por outro motivo, que não era Deus. Isso me deixava amargurado. Eu estava ali para servir Deus, não para competir com ele. Eu sinceramente não gostava quando usavam esses 'termos', eu realmente queria achar que elas começaram a ver sua religiosidade de maneira mais profunda, e não por minha causa.

"Sendo ou não..." Suspirei. "Tenho que vê-la. É minha responsabilidade"

Antes de sair da sacristia ouvi a mulher sussurrar para o marido.

"Aposto como ela vai desmaiar ainda mais quando ele for até ela"

Bella

"Você está bem?" A senhora Lucas perguntou enquanto eu via algumas pessoas se levantando dos bancos e indo embora. Ela me olhava preocupada, e parecia que a qualquer momento poderia tirar umas compressa de água quente e colocar na minha cabeça. Ela lembrava muito minha avó, que apesar de eu não ver a muito tempo, eu gostava muito.

"Não..." Murmurei. Se a missa já tinha acabado, era por que eu ficara ali uma hora sobre tortura! E não é a tortura que eu imaginei que seria, e agora analisando tudo, eu realmente preferia mil vezes o outro tipo de tortura. E não o fato de descobrir que um homem lindo! Digo L.i.n.d.o, era um padre. Por favor, eu posso ter acabado com Mike- ok, tecnicamente eu não acabei com ele, e eu não tenho nada como prova que ele participe da tal gangue pop, mas... –eu não poderia simplesmente aceitar o fato, ir embora, sem gritar um "Por quê?" para o vento- sem me sentir abalada ao constatar um fato tão... Deprimente.

"Você está bem?" Perguntaram de novo, mas não era a Senhora de Lucas. Só fui constatar esse fato quando abri a boca para soltar um belo palavrão, quando parei empalhada ao ver um par de olhos verdes brilhantes me olhando atentamente.

Eu fiquei sem fala... Eu parecia aqueles murdos-surdos que queriam dizer alguma coisa, mas nada saia. Eu sabia que tinha fechar minha boca que estava aberta, mas não conseguia. Talvez eu aproveitasse a situação tirasse um cartãozinho do tipo "Sou mudo e surdo, me ajude", para tirar proveito da situação. Tentei abanar minha cabeça para conseguir não parecer uma doente mental, mas acho que não surgiu efeito.

Lembrei da letra da música que ele cantara na missa, e por mais que eu me surpreendesse eu murmurei comigo mesma.

"Entra na minha casa... Entra na minha vida..."

Ele riu. E se sentou ao meu lado junto à senhora Lucas. "Você decorou minha música?"

"Todos sabem suas músicas, padre" A senhora Lucas corrigiu gentilmente. Ops! Tinha cantado alto demais, mas tomara que ele não tenha percebido que o canto não era para Deus, como deveria ser, mas para ele.

"Mexe com minha estrutura..." Completei em minha mente. Abanei a cabeça e me forcei a prestar atenção no que ele me falava.

"Você não é amiga da Rose?" Ele perguntou gentilmente. "Eu vi você no carro com ela hoje mais cedo..."

"É..." Aleluia! Eu havia conseguido falar alguma coisa! "Rose é... Hum... minha amiga"

"Sei disso..." Ele sorriu gentilmente. Ele deve estar achando que eu era uma retardada mental, só podia! "Você está passando bem? Se sente mal? Vi você meio estranha na celebração!" Ele parecia genuinamente preocupado, e me perguntei se ele era assim com todos.

"Acho que ela descobriu que o senhor é padre..." A senhora de Lucas sussurrou para ele. TRAIDORA!

Eu estava que nem um pimentão vermelho. Ou melhor, eu estava mais vermelha que o letreiro do MOULIN ROUGE!

Eu lancei um olhar mortífero para a velhinha que encolheu os ombros sorrindo. Porém, o pad... Er... Edward... O cara lindo... Enfim, ele começou a rir.

"Acho que eu vou puxar meu burro" A senhora Lucas falou sorrindo. "Vou rezar um pouco antes da confissão" E ela saiu dali me deixando sozinha com ele. Ok, calma. Eu precisava me controlar. Qual fora a última vez que eu ficara cara a cara com um homem lindo que parecia estrela de cinema? Calma, deixa-me ver. Nunca. E ainda vai me dizer que eu não tinha motivos para ficar nervosa?

"Não se preocupe com a senhora Lucas, ela deixa as pessoas encabuladas de vez em quando..." Ele falou parecendo um pouco desconfortável. "Quer dizer... Que eu não acreditei no que ela disse, ela deve fazer isso com todo mundo" Ele ficava ainda mais lindo parecendo atrapalhado.

"Eu entendo..." Murmurei que nem uma idiota.

"Entende?" Ele levantou uma sobrancelha surpreso.

"Quer dizer, hum..." Desviei meu olhar para pensar com coerência. "Eu acho mesmo que ela tem esse gênio, não que ela fale a verdade e bem que isso seja uma verdade... Mas também não que não seja, bem, eu..." Eu quase peguei minha mão e bem silenciosamente que fizesse um som maior do que os sinos daquela catedral, eu queria bater na minha testa, aproveitando e colando um "BURRA" em letras escarlates.

"Certo..." Ele disse meio contraído. "Eu acho que não entendi..."

"É... Percebi" Sorri contrariada comigo mesma. Ele sorriu com minha expressão e mudou de assunto, levando em conta meu visível desconforto e depressão pós crise de burrice aguda, acompanhada por depressão parecer burra na frente de um cara lindo!

"Qual é o seu nome?"

"Oi?" Eu estava olhando para seus lábios sedutores. Ele riu.

"Qual é o seu nome?" Ele repetiu gentilmente.

"Bella!" Respondi rapidamente.

"Oh, você é a Bella, então!" Ele riu novamente. "Você então não é a amiga de Rose, amiga de Emmet, que trabalha no editorial, que eu liguei para você, mas você estava meio 'preocupada' com outras coisas...?" Fiquei meio confusa com suas palavras, e ele riu novamente. Ele fazia muito isso. E me deixava estranhamente... Feliz. "Não é só você que deixa as pessoas confusas. Vi eu também posso!" Ele visivelmente estava tentando me animar. E estava conseguindo.

"É, verdade..." Baixei minha cabeça, tentando não parecer tão infantil enquanto olhava para ele e babava. "Que vergonha..." Murmurei para mim mesma, mas ele deu um sorriso maravilhoso.

"Que nada. É meu papel ouvir as pessoas. Eu queria te ajudar aquele dia... Porém..."

"Porém eu fui uma anta, desculpe" Corei mais ainda. "É que eu já estou meio que acostumada..."

"Não diga isso..." Ele sorriu calorosamente. "Você deve ser alguém muito especial..."

"Acho que você é o primeiro a dizer isso" Corei. Ele riu e mudou de assunto.

"E aí como vai os garanhões da cidade?" Eu bufei.

"Em qualquer esquina..." Falei, mas logo calei a boca, porém ele riu... A risada dele era contagiante. "Quer dizer, eu nem tive tempo de pensar muito nisso nas últimas horas. Rose me manteve ocupada" E agora você me mantém ocupada, pensei comigo mesma. Muito ocupada em não deixar transparecer que eu estava parecendo bloco de gelo no Saara.

"Rose parece ser uma pessoa legal" Ele disse simplesmente. "Ei, não era você que tinha ódio de igrejas?" Ele perguntou fazendo um suspense com a voz. Ele tinha um senso de humor, uma maneira de falar, que me deixava ludibriada.

"É... Tecnicamente..." Me embolei com as palavras.

"Quer dizer que a senhora de Lucas arrastou você pelo braço? Ela pode ter uma força impressionante quando quer"

"Não... Foi à chuva" Disse corando. "Eu não queria vir para as bodas, mas os pais de Emmet ficariam chateados, eles cuidaram de mim desde que cheguei a NYC. Mas eu fiquei do lado de fora, porém a chuva me obrigou a entrar. Acabei me perdendo dos dois enquanto tentava me convencer que a igreja não ia me morder, ai a senhora de Lucas com sua força de superman e pop star da fé me puxou para cá" Oh, falei tudo em um fôlego só, e depois fui perceber que estava ofegante. Eu estava ganhando coragem para conversar com ele, civilizadamente. Aleluia, irmão! Ei havia sido minha mente mesmo que havia dito isso? Deveria ser o lugar...

"Oh, você tem fôlego" Ele brincou.

"É... Estou descobrindo muitas coisas hoje..." Percebi meu erro, e me corrigi. "Quer dizer sobre eu ter fôlego e tal..." Que coisa idiota de se dizer, Bella!

"Bem, a chuva já parou. Você já pode ir agora. Acho que não precisa mais ficar se torturando aqui" Ele disse com um sorriso fraco. E eu fiquei meio 'ofendida' com suas palavras. Tipo, quando alguém fala, 'você já pode ir embora agora', não quer tecnicamente, 'oh, fique mais um pouco, está cedo... '

"Na verdade... Eu..." Engoli em seco. Como que eu iria pronunciar aquelas palavras? Aliás, eu nunca imaginei que iria falá-las. "Eu gostei daqui"

"Gostou?" Ele se mostrou surpreso, depois riu. "Talvez Emmet esteja errado quando disse que você era impenetrável" Tossi com o duplo sentido das palavras. Ele nada pareceu perceber, e bem, a única coisa que eu conclui disso era que ele era um padre mesmo, e eu uma mente poluída e burra!

"Emmet falou sobre mim?" Perguntei surpresa. Se aquele jogador de hóquei filho da mãe havia dito coisas vergonhosas sobre mim para ele, eu juro que...

"Algo casual, não se preocupe. Nada comprometedor" Deixei escapar um suspiro de alívio e ele riu, depois olhou ao redor vendo as pessoas que chegavam.

"Bem já que parece que você gostou daqui, pode ficar para a confissão comunitária. Hoje é um dia em que todos podem confessar seus pecados mais tenebrosos" Ele se levantou com um sorriso.

"É, eu acho que preciso confessar mesmo..." Disse me enrolando com as palavras.

"Certo, foi bom conversar com você, Bella! Vejo você no confessionário" Ele piscou e saiu indo cumprimentar outras pessoas.

Fiquei ali estacada no banco o que me pareceu um longo tempo... Eu poderia ter me lembrado de ter trazido meu cobertor e travesseiro para a igreja. Como que ninguém havia pensando nisso antes?

Agora eu me deparava com um sério dilema. O que eu iria falar na confissão?

Eu não era o tipo de pessoa simplesmente acostumada á contar meus defeitos, seus momentos tristes, ainda mais para alguém que bem... Estava na mira.

Mas, pelo amor, ele era PADRE! Eu não poderia ficar pensando coisas assim sobre um padre? Ou poderia?

Mas quem disse que eu respeito alguma coisa de igreja? Desde quando eu me preocupo se algo era pecado ou não?

Eu tinha minhas próprias regras. E eu acreditava que ele era lindo. Ele. Era. Lindo!

E eu havia me interessado por ele! E quem era Deus para competir comigo? Deus não tinha o direito de tirar homens bonitos e gostosos do mercado!

Porém me assustava esse fato. Ouvi um forte trovão vindo entre as nuvens e estremeci. Talvez realmente eu devesse me assustar com isso, ou simplesmente a chuva estava voltando.

Eu precisava desabafar, falar com alguém, e a primeira pessoa que eu tive em mente, foi Rose! Bem, se ela não estivesse ocupada aconchegada nos braços de certo jogador de hóquei, bem... Eu poderia contar a ela sobre meu dilema.

Ela demorou em atender e quando o fez sua voz transmitia como que ela havia acabado de sair de um safári na África.

"Bella!" Ela exclamou.

"O que foi Rose?" Perguntei me apoiando na rede que separava a parte que você via logo que entrava na catedral e o interior da igreja.

"Emmet estava aqui agora mesmo!" Ela gritou.

"Ai aonde?"

"No meu apartamento!"

"Oh" Foi só o que eu consegui dizer.

"Oh mesmo! Mil vezes 'óhs', estou arruinada!"

"Certo... O que você fez?"

"Eu?" Ela gritou. "Bem tirando o fato de que eu o chamei para tomar um drinque, ele ter aceitado, ter rolado um clima e nos beijado, acho que não fiz nada!"

"OMG, Rose! E depois?" Mesmo que eu soubesse que tudo tinha se resumido á ele ter ido embora.

"Sinceramente, foi confuso..." Ela hesitou um pouco provavelmente colocando seus pensamentos em ordem. "Eu juro que eu nunca atenderia esse telefone hoje, porque eu estaria ocupada com outras coisas nesse momento, mas ele recebeu uma mensagem da vaca Lauren!"

"Oh..." Falei de novo.

Rose tomou fôlego. "Ele ficou preocupado, e ficou tenso por muito tempo. Enquanto eu estava quase nua na frente dele! Ele se virou para mim e disse que não estava certo, que ele deveria estar alto e eu também, e que eu não passava de uma amiga dele!"

"E ele foi embora..." Disse afirmando o certo.

"Não..." Ela choramingou. "Eu estava fora de mim, Bella! E juro que não era pela bebida! Eu estava fula por toda a situação, por querer ele desde o primeiro instante que eu o vi, e simplesmente a vaca da Lauren conseguir estragar tudo até pelos recursos tecnológicos"

"O que você fez?" Disse quase me esquecendo do que eu tinha para falar com ela. Perguntei um pouco alto demais, e algumas pessoas me olharam com reprovação. Saí um pouco da igreja e fiquei no ar fresco enquanto ouvia Rose atentamente.

"Eu puxei ele para mim e disse o que sempre estava entalado na minha garganta. Eu disse que o amava, e que a vaca da Lauren não o merecia. Eu disse também cada mínimo detalhe sobre minhas reações sobre ele, até meus suspiros quando eu via suas covinhas quando sorria..." Ela fungou. E hesitou por alguns instantes.

"Ele me ouviu e tinha algo nos olhos dele que analisando, agora parecia ser raiva, ódio e nojo... Bella? Vê isso? Nojo?" Ela soluçou. "Mas na hora eu pensei que era algo positivo, e agarrei-o de novo..."

"E aí?" Eu não era uma solteira quer saber tudo da vida, mas também eu gostava de saber algumas, hã, fofocas.

"Ele ficou duro como pedra."

"Isso é bom..."

"Não, Bella. Não é isso o que você está pensando..." Ela fungou, e eu me senti com uma mente poluída novamente naquela noite. "Ele nem correspondeu e nem me largou. E eu preferia mil vezes que ele tivesse me jogado em qualquer bueiro e dissesse para eu não voltar mais e que morresse-.."

"Eu sinto muito, Rose, eu..."

"Bella, eu preciso de você aqui!" Ela soluçou. "Eu preciso de sua companhia, e eu te perdi depois da igreja e você provavelmente está em sua casa... Mas, por favor..." Ela pediu em um soluço.

"Claro, Rose, mas Emmet ainda está aí?"

"E você ainda pergunta? Ele simplesmente pegou as coisas e foi embora. O que me deixou muito abalada, amiga! Você vem?"

"Claro que sim..."

"Agora?" Eu estava pronta para dizer que 'sim', quando eu mordi meus lábios lembrando a confissão. Eu não queria ir, mas também não queria deixar minha amiga.

"Rose, você agüenta mais alguns minutos? É... Hum... Importante..."

"Acho que sim..." Ela disse em um sussurro, então desligou. Eu me virei para a igreja novamente, e vi a pequena fila que se formava para o confessionário. Suspirei. Eu queria me despedir de alguma forma de Edward – senti uma onda intensa passar por mim ao dizer o nome- mas como no meio de toda aquela gente?

Ao longe vi um corpo grande parecido com um de jogador de hóquei, e para minha grande surpresa vi que era Emmet. Ele parecia um cocô.

Eu não queria que ele me visse ali e espalhasse para todos que tinha me visto na igreja! Ei, isso ainda era torturante! Mas bem... Eu queria manter isso em segredo. Sinceramente, eu ainda me ressentia, mas claro, não tanto quanto antes.

Ele parecia abalado com alguma coisa e eu presumi que fosse por Rose. Ele viu a fila para a confissão e se dirigiu para o confessionário. Edward logo apareceu e vendo o rosto do amigo saiu do lugar, pediu para que as pessoas esperassem e eles entraram em uma pequena sala.

Bem, pelo menos ele estava se sentindo uma bosta pelo o que ele fizera com Rose, e talvez Edward pudesse ajudá-lo a ver que ele gostava dela!

Entrei na fila da confissão, e todos se viraram para me olhar me analisando. Eu hein... Notei também que tinha uma grande quantidade de mulheres – minto, todas eram mulheres, - e metade abaixo dos trinta anos. Elas me encararam para ver se eu era um empecilho para elas ou não, e como se tivessem constatado que eu não era, elas se viraram e começaram a suspirar.

Patético. Mas desde quando vir á igreja para ver um padre não era patético? E bem, eu estava fazendo isso. Eu suspirei e completei em minha mente para minhas novas 'amigas'. Eu entendo, entendo...

Bati impaciente o pé no assoalho até que decidi que não seria nada demais, dar uma conferida no que Emmet dizia para Edward.

Pe. Edward.

"O que foi Emmet?" Perguntei enquanto ele tomava um grande copo d'água que eu havia oferecido á dois segundos.

"Cara, eu me sinto um lixo..." Ele murmurou. "Lembra no colégio aquela garota loira Jannice, que era um ano mais velha do que nós?"

"Lembro..." Sorri com a lembrança. "Você era louco por ela. Nunca te vi de outro jeito. Eram patéticos os bilhetes com perfume no armário dela, e as horas que você ficava vendo as fotos dela no Myspace!"

"Ok..." Ele revirou os olhos. "Era patético. Mas você lembra também que eu sempre, sempre quis você sabe... Ter algo a mais..." Ele parecia constrangido.

"Emmet, eu sou padre, mas ainda continuou seu melhor amigo, e homem"

"Certo, eu não quis dizer isso, você sabe..." Ele se embaralhou nas palavras. "Então eu sempre quis... huh... Transar com ela. Eu ficava armando coisas para o momento em que eu e ela ficássemos sozinhas, e fazia planos..."

"E o que isso tem haver agora, Emmet?"

"Lembra quando ela foi ao meu quarto á noite e se ofereceu para mim do nada?" Ele disse. "Lembra como eu fiquei feito um idiota, e simplesmente a tratei mal, não consegui e ela foi embora..."

"Sim, você ficou péssimo depois" Disse. "Nunca aconteceu com você, só com ela..."

"Só com ela..." Ele resmungou. "E hoje aconteceu de novo... Edward, eu não sei o que está acontecendo!"

"Com Lauren?"

"Não! Não!" Ele disse com uma expressão estranha. "E também não foi por culpa de Lauren, ela é... Um passatempo, nada mais. Eu não me preocupo com isso" Tranquei meu maxilar ao ouvir suas palavras. Mas não era hora de repreendê-lo que mulheres não podiam ser tratadas daquele jeito, porque elas eram especiais, e todo aquele longo discurso.

"É que eu a desejei na hora... Mas... Eu me senti quase como com Jannice. Mas... Eu não consegui como Jannice! Diabos, o que há de errado comigo?" Ele gritou sem mostrar a preocupação que ele sempre mostrava quando falava a palavra que começava com d. "Eu agora vejo, eu... Eu me sinto um idiota"

Eu toquei nos ombros dele gentilmente.

"Quem é ela?" Embora eu já soubesse.

"Rose..."

"Eu sabia de algum modo." Ele olhou desamparado para mim. "Caramba Emmet, você é muito burro por não ter percebido isso antes..." Disse sabendo que ele não levaria a serio minhas palavras.

"Eu acho que não sou burro, eu sou louco, isso sim! Eu já saio praticamente com todas as garotas bonitas dessa cidade, e nunca deu problema! Não em questão de broxa ou coisa assim..." Ele fez uma cara apavorada como se a breve menção daquilo o fizesse tremer. "Mas com Jannice e agora com Rose, a mesma coisa. E por quê? Elas não deveriam ser 'as certas'?

"Sabe meu amigo..." Disse batendo de leve no ombro dele. "Acho que assim como Jannice, você está apaixonado por Rose. E como completa idiota que é você ainda não percebeu isso..." Sorri amigavelmente. "Até agora"

Bella

Oh, que fofinho! Eu consegui ouvir a maior parte da conversa, e sem ninguém do confessionário me notar. Emmet então estava apaixonado por Rose, e alguma coisa acontecia com ele quando ele... Bem, se deparava cara a cara – se é que vocês me entendem- com quem ele gostava.

Totalmente estranho, obviamente. Porém, plausível.

Eu estava tão emocionada que não reparei quando a porta se abriu e eu quase caio de boca no chão, mas antes disso mãos fortes impediram que eu caísse.

"Bella?" Emmet perguntou surpreso. "O que faz aqui?"

Eu me xinguei mil vezes mentalmente, até levantar meus olhos para ele e constatar que quem me segurava era Edward. Eu corei muito e tentei recuperar minha dignidade.

"É bem... Eu estava passando... E..."

Antes que eu conseguisse articular alguma desculpa boa o bastante, Emmet começou a falar sem parar.

"Edward o que você fez com ela? O que você tomou Bella? O que você está fazendo aqui...?" Se eu não tivesse ouvido sua crise depressiva instantes atrás eu imaginaria que tudo estava normal com ele.

Edward começou a rir, e eu tentei acalmar Emmet que queria falar sem parar.

"Ei, calma, jogador de hóquei" Falei. Ele se calou prontamente. "Eu... hã... Eu reconhecendo o território inimigo..."

"Você?" Ele perguntou de repente caindo na gargalhada. "Território inimigo, eu sei..." Edward riu também e me olhou atentamente.

"Queria falar comigo Bella?" Eu fiquei surpresa com sua pergunta...

"Como você sabe?" Oh. Meu. Deus. Ele lê mentes! Por favor, não veja que eu estava espiando atrás da porta.

"Bem, hã..." Ele pareceu confuso. "Você estava aqui perto da minha sala, então acho que você estava fazendo mais do que reconhecimento de território..."

"É verdade... Bem, hã... Você estava demorando para a confissão, e eu vim ver se está tudo bem" Falei idiotamente.

"Bella, confissão?" Emmet gargalhou. "Edward tem certeza de que você não misturou maconha naquele incenso e afetou Bella?"

"Emmet!" Eu disse com raiva. Edward riu e bateu nos ombros de Emmet.

"Acho que você precisa, huh, de um café Emmet..." Emmet entendeu e piscou para mim enquanto gargalhava 'confissão, haha'. Homens. Revirei meus olhos, nunca demonstravam verdadeiramente seus sentimentos.

"Desculpe, por isso..." Edward disse.

"Estou acostumada..." Sorri e ficamos nos encarando por um instante até que ele pigarreou.

"Bem, você vai ou não á confissão?"

"Eu vou... Mas será que tem algum problema deu ser... Huh, a primeira?"

Ele arqueou uma sobrancelha. Ai, Bella, idiota!

"É que eu tenho que ajudar Rose..."

"Hm... Bem, não acho que as pessoas da fila vão gostar muito disso. Mas será que é só coincidência o fato de você falar de Rose e eu e Emmet estarmos conversando sobre isso nesse exato momento?"

Ele tinha um sorriso torto na cara que me fez quase cair.

"Oi?" Eu disse. "Você jura que estava conversando sobre ela? Ual, que surpresa!" Eu sei, eu sei, eu não sei mentir. E acho que ele percebeu isso.

Ele sorriu mais ainda e falou. "Eu deveria te dar um sermão nesse momento, mas algo me diz que foi bom você ouvir, certo?"

Eu acho realmente que ele ouvia mentes.

"Você é inteligente..." Eu disse. Bem, era mais fácil e menos idiota do que dizer 'você lê mentes'.

"Não, é só você que não sabe mentir..." Ele sorriu. "Além do que eu tenho experiência em lidar com as pessoas..."

"Ah claro." Corei.

"Padre, ai está você" Uma mulher com cerca de trinta anos se aproximou estreitando os olhos para mim e sorrindo para Edward. "Estamos ansiosos para começar a confissão..."

Será que ele não percebia o flerte dela? Tipo, aquele piscar de sobrancelhas estava bem óbvio para mim.

"Ah claro. Bem, Bella... Acho que você vai ter que entrar na fila. Desculpe por isso" Ele deu um palmadinha gentil nos meus ombros enquanto ele saia em direção ao confessionário. Um choque passou pelo meu corpo, e eu tremi toda.

Foi aí que eu percebi que a mulher ainda não tinha ido embora e estava me encarando.

"O que?" Perguntei já não indo com a cara dela.

"Acho bom você não se intrometer nessa igreja..." Ela disse movendo o cabelo longo e liso dela para trás. "Já está lotada o suficiente, você entende o que eu quero dizer..." Ela saiu rebolando e entrando na fila enquanto eu estreitava meus olhos para ela.

Bufei e me dirigi até a enorme fila que se formava. Mandei uma mensagem para Rose.

"Vou demorar um pouco. Fique bem. É pelo bem da humanidade"

Revirei os olhos. Com certeza, era para o bem da humanidade. Mas precisamente, a minha.

Quando eu digo que se passaram duas horas! Duas horas! Até eu conseguir ser a penúltima da fila, eu digo que é verdade.

Eu já estava doente. Suando. E batendo meu pé descontroladamente no assoalho. Que é? Bem que poderia ter hora marcada, não podia?

A senhora Lucas estava rezando em algum canto da igreja, e eu não queria encontrar com ela, para ela dizer que eu estava afim do Padre.

Eu não estava afim dele, hello!

Eu estava ali naquela fila maior que de banco e de INSS, porque eu queria ajudar minha amiga Rose e seu jogador de hóquei preferido, e não porque o padre era lindo, perfeito, canta bem, gostoso, tudo de bom...

Com certeza, não. Além do que, eu ainda estava em um relacionamento. Mesmo que esse relacionamento, não estava realmente firmado com aquela história dos Garanhões da Cidade.

E claro, eu não estava em um sábado à noite com meu namorado, por que eu fui fazer uma boa ação na igreja, e nada mais. Logicamente.

Minha vez finalmente chegou e eu toda atrapalhada me ajoelhei naquele negócio de madeira. Uma pequena telinha me separava de Edward. Eu conseguia ver sua silhueta sentada com um terço nas mãos.

"Em nome do pai do filho e do Espírito Santo..." Ele começou fazendo o sinal da cruz e eu fiz lá alguma coisa, tentando o imitar. Quer dizer, a última vez que eu fizera aquilo fora há quase dez anos.

"É... Hum... Padre eu pequei" Eu disse me recordando de um filme qualquer que eu tinha assistido. Estava certo, que eu havia pulado a cena, mas não sem antes ouvir o "Padre, eu pequei".

Chutei-me mentalmente, por não ter assistido o resto, mas tudo indicava que a mulher do filme confessava ter matado o marido, então... Bem, não serviria de qualquer modo.

"Bella?" Ele perguntou com sua voz linda.

"He-he, oi!" Disse mais uma vez idiotamente. Ele reconhecia minha voz... Ele reconhecia minha voz! Ah...

"Eu consigo te ver daqui. Você parece confusa" Bem, talvez ele juntasse a voz com a aparência. E estremeci de novo. Será que ele tinha super poderes? Eu estava cada vez mais desconfiada que ele pudesse ler mentes.

"É bem... Eu não faço isso muitas vezes"

Ele riu.

"Certo aquele negócio de odiar igrejas e tal..."

"É bem..." Mordi meus lábios. "Não é nada pessoal..."

"Bella." Ele suspirou. "Você tem que entender que eu não aprovo e nem muito menos entendo o seu jeito de tratar tudo que esteja ligado á religião. E a partir do momento que você odeia igrejas, você odeia padres também. Mas eu não estou aqui julgando..."

"NÃO!" Falei alto demais. "Quer dizer... Bem... Eu não odeio você!"

"Mas odeia igreja... E eu amo a igreja..."

"Mas não é nada com você" Eu me apressei em dizer.

"Bella." Eu vi ele se endireitar no confessionário, ele suspirou. Parecia que ele estava tenso ou coisa do tipo. "Eu vou te dizer algo e espero que você não fique chateada ou odeie a igreja ou a mim mais do que você já faz"

"Eu não te odeio..."

"Por favor, me deixe falar." Ele pediu e eu me calei. Ele suspirou novamente e continuou. "Por mais que eu tento ignorar, por mais que eu tento não ver, eu sei que aqui na igreja vêm muitas mulheres procurando outras coisas que não são Deus."

Ah meu Pai, onde ele queria chegar? Prendi a respiração.

"Eu não..."

"Eu só quero te dizer, e, por favor, não leve para o pessoal. Mas é que se eu sou padre, se eu estou aqui, é porque eu sirvo á Deus, eu estou casado com ele, e eu escolhi essa vida porque eu sei que é o bom para mim, é minha vocação."

"Eu posso ser considerado bonito, além de ser famoso devido minhas músicas, mas eu não quero que certas coisas aconteçam que me atrapalhem em minha jornada sacerdotal"

"Eu não estou dizendo que você é uma dessas mulheres, mas eu realmente não gostaria que essa fosse sua intenção."

"Padre olha..." Eu disse mordendo os lábios. "Eu entendo e tudo... Mas eu não sou uma dessas mulheres. Claro, eu não sou cega, e você deve achar que eu vim aqui hoje, mesmo você sabendo da história de odiar igrejas, por sua causa. E na verdade é, mas é para outros objetivos"

Ele ficou calado por um momento e suspirou.

"Espero que não tenha te ofendido... É que eu estou sofrendo muito por isso"

"Eu sei..." Eu disse magoada por ele. "Mas por que você não faz nada para impedir?"

Ele bufou. "Como que eu poderia expulsar as pessoas da igreja?"

"É eu entendo..." Corei. "Mas eu, huh, não sou uma dessas pessoas..."

"Qual é seu objetivo então?"

"Bem... Você pode achar até idiota... Mas... Eu queria ajudar Emmet e Rose a ficarem juntos" Falei de uma só vez.

"O quê?"

"É bem... Eu sou a melhor amiga dela, e você é o melhor amigo dele. Então eu acho que nós podemos bolar alguma coisa para aproximar os dois. Você sabe. Eu sei que eles se gostam, mas eles precisam de uma força"

Ele hesitou por alguns segundos até responder.

"Como cupidos?"

"Yeah. Como cupidos. O que você acha?" Mordi meus lábios, nervosa.

"Bem... Eu realmente acho que eles precisam de uma ajuda. Mas não sei como eu posso ajudar"

"Oras, você é padre... Você consegue dar um jeito."

Ele riu. "Quem sabe... Aqueles dois realmente precisam de uma ajuda"

"Então está fechado?"

"Claro. Mas... Você garante que é um negócio, vamos dizer, estritamente profissional?"

"Garanto. E religioso, é claro" Sorri. Ele deu uma risada.

"Desculpe pelo transtorno. É que muitas coisas tem acontecido ao meu redor, e eu já prefiro remediar."

"Sem problemas" Eu fiquei indecisa. "Então podemos nos encontrar para bolar alguma coisa para os dois?"

"Bem... Vamos falar isso com o tempo. Acho que por agora você deveria ajudar sua amiga"

"É claro. Então, até mais... Padre"

"Até. E bem essa não foi uma confissão realmente, mas espero que da próxima vez você melhore"

"Ok. Se eu não confessar os pecados dos outros..." Ele riu.

"Até mais, Bella. Fique com Deus"

"Você também..."

Saí do confessionário e da igreja. Corri feito uma louca até o ponto de taxi e entrei em um. Inclinei minha cabeça no assento e suspirei.

O que tinha acabado de acontecer?

Que tipo de conversa havia sido aquela?

Tipo, ele praticamente me fez prometer que eu não daria em cima dele ou coisa do tipo. E também garantiu que não iria ceder nada, e que a única a perder seria eu. E eu bolei aquela idéia com a Rose e Emmet.

E bem... Eu não sabia por que tinha feito aquilo. E nem muito menos o fato de ter continuado naquela igreja.

Ok, ele era lindo e perfeito. Mas o que eu ia ganhar com isso? Ele era padre! Não era? Claro que era! Ele estava comprometido com Deus, e gostava dessa vida.

"Já chegamos senhorita" O taxista falou. Dei uma nota qualquer e recusei o troco enquanto saia do taxi na frente do apartamento de Rose.

Hoje havia sido o dia mais louco de toda minha vida! Eu não sabia o que eu estava sentindo. Eu só sabia que alguma coisa estava acontecendo.

Eu queria dizer a Rose o que eu estava passando, mas eu não tinha certeza se ela entenderia. Na verdade, nem eu entendia!

Com certeza, eu havia passado por cima de todos meus traumas e medo de igrejas, para ajudar Rose com Emmet. Talvez Edward pudesse dar uma ajudinha do lado do hóquei enquanto eu dava um empurrãozinho com Rose.

Somente isso. Minha boa ação. Por que o que mais eu poderia querer disso? Mais nada!

Eu estava confusa, e o que mais queria era dormir e acordar e descobrir que eu estava dona de mim mesma novamente. Se alguma vez eu fora dona de mim inteiramente.

Se Rose soubesse ela ficaria satisfeita. Ao saber que eu praticamente era amiga de um Padre, havia ido á uma confissão, ficado mais de duas horas em uma igreja, havia passado por cima de todos meus traumas, só para ajudá-la amorosamente.

Eu realmente era uma boa amiga...

12 comentários:

Monique Black' disse...

*-*

Leticia disse...

Com cordo com isso é o amor! E acho que ta sendo legal ver a rose boazinha assim isso é legal agente smpre ta vendp ela meio maquiavelica, mudou o reperdorio dela assim como a aoutora dessa fic tbm mudu o jasper em A infiltrada.
Ta bem legal isso a criatividade da autora é de mais!

Leticia disse...

UASHUSAHUSAHUSAHUSHAUAHS Amei isso => acorda PADRE!!!vc naum vai conseguir fugir da Bella!!! DÃÃÃ!!!
UAHSUAHSUHASUHSx E isso verdade

Alice Luttz disse...

No Fics dela sempre os personagens são invertidos.
O jazz e uma prova viva.

Noeme Lautner disse...

Muitooo boa essa fic!!
Adoreiii,a Bella é uma onda!!
Muitoooo boomm mesmoo!!!

Alice Luttz disse...

KKKKKKKKK' Bella mula sem cabeça. E combina com ela. Uma grande desculpa para ser tão desajeitada.

Hermione disse...

Ele não é froxo não, só está apaixonado e como é um pegador... quando se depara com a mulher "certa" como ele mesmo disse, fica com MEDO, é medo de se envolver... infelizmente muitos homens são assim!

Hermione disse...

Kkkkkkkk, a Bella vai virar mula-sem-cabeça, é pessoal, segundo nosso folclore mulher que se apaixona por padre vira mula-sem-cabeça, só escapei porque sou bruxa! Kkkkkkk

Ps: Meninas, tem mensagem minha na sinopse dessa fic pra vcs!

Alice Luttz disse...

Amei a descrição do Edward.
Ele e perfeito. Como sempre.
O fic esta bem legal.
E minha nossa... O "grandalhão" do Emmett froxo?
Ah acho que não.
Amo ele e a Rose... Mais ela boazinha esta meio estranha.
Prefiro ela mais maquiavelica.

Bebetty_rp disse...

aff~ ficar sem net é PÉSSIMO.quero ler algo sobre a Alice!!! acorda PADRE!!!vc naum vai conseguir fugir da Bella!!! DÃÃÃ!!!

Amy Lee disse...

Bella, Bella, Bella... apesar de Edward ter deixado bem claro que não queria nada e que não responderia a esse tipo de coisa vc insistiu não foi? 

Camila disse...

Tá eu sei só estou lendo este fic agora..Mas eu ri horrores neste capitulo.Parabéns a autora.

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