De Repente... Religiosa - Capítulo 16: De Repente... Juntos

Pe. Edward.

"Você não merece o meu amor." Uma martelada.

"Você não merece o meu amor." Duas marteladas.

"Você não merece o meu amor." Terceira martelada.

"Edward!"

"O quê?" Acordei em um susto imaginando que alguma coisa ruim tivesse acontecido, mas assim que meus olhos se acostumaram, eu consegui ver a imagem de minha irmã, Alice, me olhando atentamente com a testa franzida.

"Edward... Você está aqui há muito tempo, você tem que descansar..." Ela passou a mão gentilmente por meus cabelos, fazendo um carinho especial.

"Não!" Esfreguei meus olhos tentando eliminar qualquer sono que ainda me restasse. "Ela precisa de mim."

"Edward, ela está sedada... Ela nem vai saber que você está aqui ou não." Ela disse pausadamente.

"Alice..." Comecei, enquanto cobria suas mãos com as minhas e olhava profundamente em seus olhos da mesma tonalidade que os meus. "Eu vou ficar aqui até ela sair desse hospital."

Encaramos-nos por um longo tempo em uma verdadeira luta visual, até que ela suspirou e soltou nossas mãos.

"Não foi sua culpa, você sabe..." Ela retornou o mesmo assunto.

"Alice, já conversamos sobre isso, ok? Não gaste saliva."

"Ok." Ela levantou os braços em rendição. "Só não acho que você precisa se desgastar aqui... Ela está bem, não vê?" Ela apontou para a cama atrás de nós, onde eu estava cochilando há alguns minutos, e estava uma Bella deitada e inconsciente.

Abanei minha cabeça. "Não importa. Eu vou ficar aqui."

"Bem... Pelo menos você pode deixar outra pessoa vir aqui ver ela." Ela começou.
"Quem?" Logo depois de eu perguntar, uma cabeça emoldurada com cabelos castanhos longos apareceu na porta do quarto.

Ele trazia uma expressão preocupada no rosto, e olhava para Bella com extrema preocupação.

"Jacob." Saudei. Ele somente meneou a cabeça enquanto se aproximava da cama silenciosamente. Alice saiu logo depois, nos deixando sozinhos.

"Como ela está?" Perguntou.

"Aparentemente bem." Suspirei. "O carro conseguiu frear antes de atingi-la, mas o dano foi por causa do susto que a fez bater a cabeça no chão, quando caiu."

Jacob meneou a cabeça dizendo silenciosamente que tinha entendido.

Ficamos ali naquele silêncio até que ele continuou:

"Fico me perguntando... Porque ela estava saindo sem prestar atenção da casa paroquial."

Eu engoli em seco. "Ela foi me visitar... E... Bem, acho que ela está acordando."

E definitivamente estava. Um pequeno gemido escapou de seus lábios, e suas mãos se mexeram junto com seu corpo para mudar minimamente de uma posição já desconfortável.

Eu estava ansioso e terrivelmente me sentindo culpado, ao pensar que ela estava naquela cama por minha causa. Minha grande e estúpida causa.

Logo todos os outros que estavam ali adentraram o quarto, ansiosos para ver Bella, e eu fiquei mais de fundo, com medo que a minha presença causasse algum dano á ela.

Bella

Mamãe... Por que você não me deixa mais jogar Guitar Hero? Eu prometo que abaixo o som!

Sky... Pare de furar meu braço...

Iron Maiden, eu te amo!

Elvis não morreu... Mas Michael Jackson voltou para o país de origem...

Oh... Sweet Child of Mine...

O que o leite de caixinha disse para o leite de saquinho?

VEM PRA CAIXA VOCÊ TAMBÉM, VEM!

HAHA, essa é boa.

Garota eu vou para Califórnia… Viver a vida sobre as ondas. Vou ser artista de cinema... O meu destino é ser star.

Entra na minha casa... Entra na minha vida... Mexe com minha estrutura... Hmm... Sara todas as feridas... Ai... Hm...

Por que eu não conseguia dançar a música? Jesus. Nem em sonhos eu conseguia mais soltar os esqueletos sem cálcio?

Até que, ah, mudei minimamente minha posição. Aleluia!

Eu já estava sentindo meus músculos sendo atrofiados, e premunindo meu futuro feliz em uma cadeira de rodas, e uma enfermeira tirando o babador do meu pescoço de cinco em cinco minutos.

"Jesus... Alguém muda a batida dessa música..." Resmunguei. Por que aquele Tum... Tum... Que me lembrava hospital estava fazendo em um mesmo recinto que eu?

Jesus! Eu era uma pessoa moderna e totalmente alegre, não fazia muito meu estilo aquelas batidas.

Vamos mudar isso... Vamos lá!

Ilariareiê! O... O. O... Ilariareiê!

"Ela voltou!" Ouvi uma voz gritou no meu ouvido.

Quem voltou? Susan Boyle? A Madonna no Rio de Janeiro? O Michael Jackson do mundo dos mortos?

Jesus! Por que parecia que minha cabeça estava boiando em pleno rio São Francisco? E por que diabos eu estava pensando tanto em Michael Jackson?

Oh Jesus! Deve ser por causa do enterro dele.

Será que eu estou morta? Será que é ele que está fazendo as boas vindas para o céu? Bem... Será que ele construiu um parque de diversões lá também...

Só espero que não tenham muitos menininhos...

Ainda bem que Sky era menininha.

"Bella? Bella?" Eu estava contando nos meus dedos já quando vezes chamaram pelo meu nome. Eu estava me divertindo até chegar as quinze, depois já comecei a me entediar.

"Inferno, nem se pode mais dormir em paz nessa vida?" Esbravejei, sentindo minha boca meio mole, como se eu tivesse tomado uma anestesia do dentista do parquinho, enquanto ele arrancava o meu canino de leite.

Jesus! Eu lembro até hoje que eu perguntei o que eu faria sem aquele dente... Aliás, não era com eles que vampiros mordiam suas presas?

Como que eu morderia meu pequeno pônei sem os meus dentes de vampiro?

UGH! Crianças e suas idéias.

"Bella!" E uma enorme risada vinda depois. Espera eu reconhecia aquele risada... Era... Era...

"Ursinho Pooh?" Perguntei, tentando abrir meus olhos.

E outras risadas. "Mas nem doente essa mulher consegue esquecer aquele dia?"

"Hey... Alguém tira essa música chata daqui..." Aquele Tum... Tum ainda continuava azucrinando meus ouvidos hiper sensíveis.

Jesus! Eu não tinha mais paz nessa vida. Talvez a idéia do Michael Jackson me recebendo no céu em um enorme kamikaze não fosse uma idéia de total ruim.

Mas por que quando eu pensava em Michael Jackson, eu pensava em um homem vestindo uma calça de moletom folgada?

UGH! Quer dizer, UGH para eu não saber o porquê, e não pelo fato de imaginar a cena. HAHA, por favor... Quem não quer ver isso, não é?

Abri meus olhos e quase pedi para alguém apagar a luz.

Parecia que o sol tinha baixado á milímetros da minha cara e estava dizendo "Oi".

Só que eu acho que eu tinha poderes psíquicos, porque eu nem sequer mandei a mensagem para minhas cordas vocais, quando a luz se apagou e uma longa cabeleira loira surgiu na minha frente.

"Ei, você que é o sol?"

"Oh que fofa Bella... Essa nova coloração não é excelente?"

"É sim, ursinha... Você fica ainda mais bonita."

Oh, um embrulho no estômago. Uh-ou. Nada bom.

"Eu vou vomitar..." Murmurei.

"Credo Bella... Não precisa disso também."

"Eu vou... Eu vou..."

"Bella!" Ela me repreendeu.

Oh Jesus.

Levantei o máximo que pude e acabei vomitando tudo em cima da pessoa que estava em minha frente.

Eu disse que ia vomitar.

Isso que dá não ouvir as pessoas. Céus. Eu faria uma palestra sobre: "Como devemos escutar o que as pessoas dizem", volume 5.

Quando eu voltei a acordar de novo, uma conversa estranha se desenrolava ao meu redor.

"Desculpe cara, mas eu acho que alguma coisa aconteceu."

"Como assim... O que você está insinuando?"

"Eu não quis falar isso na frente de seus amigos, mas agora que estamos sozinhos acho oportuno... O que aconteceu entre você e minha assistente?"

"Sua assistente?"

"Sim. Ela veio até aqui me acompanhar, e logo depois saiu correndo... O que houve? Eu gosto muito dela e me sinto responsabilizado."

Um longo silêncio.

"Acho que tudo é produto de sua imaginação, cara." E assim passos ressonaram no assoalho.

UGH! Quem estava conversando e sobre o quê?

Jesus! E porque eu estava repetidamente pensando em um homem somente de calças de moletom?

Tentei ver se abrindo os olhos eu pudesse enxergar algo que não fosse um tanquinho de Apolo.

A luz forte já não estava mais lá e logo meus olhos se acostumaram.

No canto de um quarto totalmente coberto por cores vômitos, estava sentado um homem alto e moreno mandando alguma mensagem de texto por celular.

Ele levantou os olhos como pressentindo meu olhar e sorriu, largando o celular no mesmo tempo:

"Ei, Bella Adormecida..." Ele brincou.

Brincadeiras, huh?

"Quem é você?" Fiz a maior cara de inocência que eu conseguia fazer.

Ele arregalou os olhos, e sua boca se abriu e fechou como um perfeito peixinho. Será que todas às vezes ele fazia isso?

E Jesus, por que mudaram as cores do meu quarto? Onde estavam as coisas rosa, vermelhas, e pretas?

Quem foi o infeliz que vomitou na minha parede?

"Você... Não, huh... Reconhece-me?"

Eu neguei com a cabeça, mordendo minhas bochechas interiormente para não dar uma boa gargalhada.

"Bella... Oh Meu Deus..." Ele respirou fundo e fechou os olhos. A situação estava muito cômica. "Eu... Jacob Black... Dono da Clínica Veterinária Black... O seu futuro marido... O amor da sua vida... Da sua existência... A mortadela do seu pão..."

"Ei!" Agora quem arregalou os olhos fui eu. Jake ergueu uma sobrancelha e abriu só um olho me esgueirando. Ele assim como eu tentava esconder um sorriso, e logo ressoamos uma longa gargalhada. "Você não presta, Jake..."

"Você sabe... Eu sabia que você não tinha perdido a memória."

"UGH! Nem dá mais para brincar..."

Ele riu, mas depois me olhou preocupado.

"Mas você está bem, não está sentindo nenhuma dor?"

"Dor nos olhos..." Argumentei.

"Oh... Vou chamar alguém..."

"... Por ver essas cores horrorosas no meu quarto!"

Ele me olhou confuso, e depois riu:

"Isso é tão legal, sabe? Esse sentimento de lar em um hospital."

"Hospital?" Gritei e me levantei da cama, até que vi vários fiozinhos ligados aos meus braços. Oh Jesus.

Então Michael Jackson próximo de mim realmente fora realidade.

"Bella, onde você pensou que estava?"

"Não sei... No set dos JB, ou assistindo a novela das oito... É claro que eu pensei que estava no MEU quarto!"

"Ei calma..." ele colocou as mãos nos meus ombros e me puxou para trás gentilmente. "Mas você não se lembra de nada, mesmo?"

"A não ser que o céu é azul... Não... Acho que não."

"Bella... Tente se lembrar... Não é possível você perder a memória..."

"Por quê?"

"Por que nenhuma parte do seu cérebro ligado a memória foi atingido..."

"O que você quis dizer com isso? Nenhuma parte ligada á isso? Quer dizer que outras foram atingidas?" Eu estava ficando em choque.

"É bem..." Ele passou a mão pelos cabelos.

"Pelo amor de Deus, Jake, me fala! Eu já tenho problemas mentais o suficiente, eu não tenho condições de colecionar mais alguns!"

Ele riu, mas antes que pudesse responder uma enfermeira entrou no quarto com uma seringa do tamanho do Himalaia.

"Moça, o que pretende fazer com isso?" Falei temerosa.

"É melhor dormir, senhorita, está muito agitada." Respondeu naquele tom 'a dor não é comigo mesmo'.

UGH!

"Não é melhor esperar um pouco?" Jake interferiu. "Ela acabou de acordar depois de dois dias..."

A enfermeira pensou por alguns instantes e depois encolheu os ombros, saindo:

"Vou chamar o médico para ver se está tudo bem."

Eu a observei sair, depois me virei chocada para Jake.

"Dois dias?"

"Sim." Ele disse se sentando na beirada da minha cama. "Depois do quase atropelamento, eles tiveram que te sedar, porque você murmurava coisas desconexas..."

"Coisas... Desconexas?"

"É... Algo relacionada á homem com calça de moletom... Padre gostoso..."

"Ohmeudeus!" Eu cobri meu rosto com as mãos. "Eu disse isso?"

"Disse." Ele respondeu, franzindo o cenho. "Mas você tinha acabado de bater a cabeça. Deveria estar querendo dizer, 'Jake gostoso'."

"Ah claro." Respondi rápido.

"Sério?" Perguntou esperançoso.

"Não."

Ele pareceu magoado. "Ah qual é Jake, eu estou brincando..." Tentei forças uma risada.

"Ok. Ok. Eu entendo..." Ele continuava com aquela cara de infeliz.

"Ah vai..." Eu forcei esticando os cantos de sua boca forçando um sorriso. Ele ficou com uma cara engraçada. "Não seja mal."

"Para Bella." Ele riu enquanto afastava minha mão. "Vou acabar mandando a enfermeira dar o sossega em você, viu?"

"UGH!..." Resmunguei com o pensamento. "Mas me diz, quem está aí?"

"Todo mundo..." Respondeu. "Emmet, Rose, Alice, Jasper, Edward..."

"Edward…?" Eu falei o nome dele lentamente, como que testando o sabor em minha boca. E por que será que o nome dele saia tão... Amargo?

"Sim. Ele não saiu desse hospital desde que você veio aqui." Ele parecia... Ressentido? Não, só poderia ser impressão minha. "Ele acabou de sair daqui... Acho que ele foi rezar uma missa." Ele falou aquilo como se não fosse algo que lhe interessasse. "Mas você vomitou em Rose."

"Eu vomitei em Rose?" Controlei a risada.

"Sim." Ele mordeu o canto das bochechas, provavelmente tentando controlar a mesma reação que a minha. "Ela ficou furiosa com você, e quase te deixou em coma... Mas alguns enfermeiros vieram arrastá-la."

"Ainda bem." Fingi um tom de alívio.

Nesse instante um médico chegou. Mas eu o reconhecia...

Alto, bonito, loiro, olhos azuis... Sim, eu conhecia.

"Seu Carlisle?"

"Olá Bella." Ele sorriu se aproximando de mim, enquanto retirava o estetoscópio ao redor do pescoço. "Como se sente?"

"Hm... talvez?"

"O que seria 'talvez'?" Ele perguntou com um sorriso.

"Bem, eu me sinto totalmente bem... Mas, se eu estou em um hospital... Deve ser por que é o contrário." Ele jogou a cabeça para trás e riu com força.

"Bom ponto. Mas fique sabendo que dependendo de tudo você poderá sair ainda antes do ano novo."

"Oh... Você aqui, cuidando de mim, e estragando seu feriado..."

"Sem problemas, Bella." Ele pareceu genuíno enquanto escutava meu coração. "Eu e Esme não fomos viajar esse ano mesmo, e Edward pediu minha ajuda, então por que não?"

"É..." Suspirei. "Por que não?"

Eu só lembro que adormeci de novo. Acho que quando ficamos muito em hospital e nos deparamos demasiadamente com cores de vômito, essa é a principal reação.

Eu acordei com um som estranho, mas acolhedor vindo de algum lugar perto de mim. Não sei se vinha dos mundos dos mortos... Ou dos vivos... UGH! Eu nem sabia o meu estado físico, mental e emocional mais.

Eu só sentia que algo ruim acontecera. Algo que ocasionara o tal acidente que graças á Deus não fez nada fatal.

Parecia como preces... Orações murmuradas... Junto com uma respiração profunda...

Parecia que o time dos YANKEES havia desviado o lance para dentro do meu cérebro, mas mesmo assim eu me forcei a abrir os olhos.

Quem estava rezando era um homem. Ele estava apoiado na beirada da cama, com a cabeça no meio das mãos, e um terço desfilando por entre seus braços.

Pelo buraco que havia entre os braços dava para ver o movimento dos lábios dele fazendo a oração.

Agora eu entendia que ele não estava me chamando para o mundo dos mortos, mas sim pedindo para eu continuar por entre os vivos.

Eu fiquei analisando aquela imagem, e sorri ao ver o cabelo desgrenhado cor de bronze espetar para cada grau dos trezentos e sessenta existentes.

Era Edward.

A dor de cabeça voltou agora como um chute de pênalti de final de copa do mundo do lar das dores de cabeça, e eu adormeci de novo.

Eu tive vários sonhos desconexos. Algo como eu e Edward em uma mesma cama, em um beijo... E uma situação feliz.

E logo depois ele se afastava e me dizia coisas horríveis que me machucaram profundamente.

O sonho fez mal para mim e eu acordei com vozes ao meu redor.

Continuei com os olhos fechados. E ninguém poderia falar que era ouvir atrás da porta... Por que logicamente, não existia porta aqui, e eles estavam no MEU quarto de hospital.

"... Filho, você não dorme há dois dias..."

"Eu sei." Ele respondeu com a voz seca, como se já tivesse respondido a mesma coisa milhares de vezes.

"Você não precisa ficar aqui. Veja, os amigos dela estão sempre vindo, e ela passa a maior parte do tempo dormindo."

"Pai... Eu vou ficar aqui."

Ouvi um longo suspiro.

"Por que ela é tão importante? Edward, não me diga que..."

"Pai... Ela é uma paroquiana e esse é meu dever com... Os paroquianos."

"Edward..."

"Pai... Confie em mim, e deixe-me cuidar da minha própria vida?"

"Você quem sabe Edward." Outro suspiro. "Eu vi... Aquela mulher aqui."

"Eu também vi." Ele respondeu com amargura.

"Vocês... Conversaram?"

"Ela tentou, mas eu fui embora."

"Bom. Edward, você deve se manter longe disso."

"Pai, eu sei, pela milésima vez."

"Ok. Edward. Não vou mais te encher." E vários passos se seguiram.

Quem mulher apareceu ali que eles não gostavam?

De repente imagem de uma mulher loira veio a minha mente... E ela dizendo: "Tanya. Tanya Dennali."

Sim. Tanya... As imagens começaram a se formar como um quebra cabeça em minha mente, e eu arregalei os olhos ao lembrar-me de tudo o que tinha acontecido.

Ao fazer isso me deparei com Edward analisando meu rosto.

Demônio... Você... Demônio...

Eu fechei meus olhos com força, e senti Edward se sentar ao meu lado.

"Bella..." Ele murmurou.

Voltei a abrir meus olhos e encarei os seus verdes por um longo tempo. Logo um bolo se formou em minha garganta e só depois de alguns segundos eu consegui falar:

"O que você está fazendo aqui?"

Ele respirou fundo e pegou minhas mãos cobertos por alguns fios, e a envolveu nas dele.

"Bella, por favor, me ouve..."

"Não. Não. Não." Repeti milhares de vezes. Um 'não' não era o suficiente? Pois então mais um. "Não."

"Bella..." Ele fechou os olhos e depois voltou a abri-los. "Por favor..."

Ver Edward naquele estado me apertava o coração. Mas a lembrança do que ele tinha dito a mim ANTES de tudo acontecer, me fez me livrar de qualquer sentimento de pena.

Céus! Eu tinha um pouco de dignidade a preservar ali.

"Edward... Desculpe se eu não fui para o inferno e continuo aqui no meio da Terra. Agora, será que você pode ir embora, e me deixar em paz? Afinal..." Respirei fundo. "Não foi você que quis isso?"

Ele arregalou em choque com as minhas palavras.

"Bella, por favor, me desculpa..." Ele apertou mais minhas mãos. "Eu falei aquilo sem pensar e..."

"São verdades." O cortei.

"Bella, você sabe o quanto isso é difícil para mim tudo isso..."

"Edward! Eu. Não. Quero. Você. Aqui." Eu falei entre dentes e me agitei na cama.

Na verdade eu estava com um gostinho de vingança nos lábios. Eu estava retrucando o que ele próprio fizera comigo há dois dias, segundo Jake.

Edward me segurou para que eu parasse de me agitar, quando um enfermeiro com uma enorme seringa nas mãos que mais parecia uma metralhadora apareceu.

Edward sorriu amarelo e disse: "É só uma sessão de exorcismo, está tudo bem."

O enfermeiro ficou assustado, mas saiu logo depois.

Eu olhei horrorizada para Edward. "O quê? Você ainda tem coragem de dizer isso?"

"Bella... Pare..." Ele disse segurando meus dois braços com força de encontro á cama. "Deixa eu te falar..."

"N-Ã-O!" Eu soletrei. "N-O." Falei em inglês e em espanhol. "N-A-R-R-I-M!"

"Bella..."

"Edward, eu..." Já estava pronta para começar a xingar até a décima quinta geração dele, pulando claro Carlisle, que era um médico excelente e não merecia o filho bipolar e padre que tinha.

"Bella, caramba. Fica quieta!" Ele gritou e logo depois tampou minha boca com uma de suas mãos.

Minhas palavras se tornaram uma canção de "Hum... Hum..." sobre a mão dele, e eu comecei a me mexer para todos os lados que eu podia.

Até que Edward se debruçou na cama e com o cotovelo segurou meu outro braço. Mas eu ainda tinha as pernas! HÁ!

Mas Edward quase deitou em cima de mim usando o peso do seu corpo inteiro para me manter quieta.

Pelo canto do olho vi o enfermeiro aparecer de novo, e olhando a cena, fazer uns mil sinais da cruz e sair correndo.

Acabou que eu não conseguia mais me mover, e com um muxoxo eu fiquei parada em baixo de Edward.

"Parou?" Ele perguntou olhando para meu rosto. Eu fiz uma carranca e não respondi.

Eu estava parecendo criança? QUE. SE. FODA!

"Bella, você que ficar o resto da vida aí presa?"

Bem... Se fosse há alguns dias eu não me importaria nem um pouco... Mas não! Eu tinha uma dignidade a zelar, e eu como boa zeladora...

"Vou ficar quietinha." Respondi de contra gosto.

"Vai mesmo?" Ele perguntou desconfiado.

"Vou." Internamente cruzei os dedos.

Edward me soltou lentamente, primeiro um braço, depois o outro, e quando eu já estava quase livre, eu em um pulo, pulei da cama e saí gritando.

"Bella, pelo amor de Deus." Ouvi ele resmungar, e quando eu estava dando quase completamente meus dois passos em direção á qualquer lugar, na minha camisolinha linda cor de vômito, senti os braços dele me pegarem pela cintura e me levantarem do chão.

Em algum lugar do recinto eu ouvi um: "Não se preocupem. É exorcismo. E dos bravos!"

Oh Jesus! E agora ninguém vinha me salvar!

Mas espera... Edward estava me vendo realmente com aquela roupa de 'eu estou tentando te afastar, baby. ' e 'inimigos da moda dois', mesmo?

UGH! Por que eu estava me preocupando com isso?

Comecei a abanar minhas pernas pro ar, enquanto sentia Edward me colocando de volta na cama e me prendendo a mesma maneira.

Lá se foi o meu plano Z.

"Bella, você quer morrer?"

Eu bufei. "Acho que você que quer isso..."

"Pelo amor de Deus, Bella."

"Pelo amor de Jesus, eu digo, padre Edward!" Eu retruquei depois tomei todo o fôlego que eu tinha e gritei: "SOCORRO! HELP! MEIDEI! MEIDEI!"

Ela calou de novo minha boca com suas mãos e seus olhos verdes me penetraram.

"Bella, de uma vez por todas, vamos conversar como pessoas civilizadas?"

Eu resmunguei vários "Hum... Hum..."

Ele suspirou e tirou a mão da minha boca. Eu passei a língua pelos lábios secos e resmunguei:

"Agora você fala de civilização? Você não teve nada de civilizado quando disse que eu era um demônio em forma de gente."

"Por Deus Bella, eu me arrependo. Eu não devia ter falado aquilo..."

"Oh... Quando você chegou á essa conclusão? Quando me viu quase morta?"

"Bella... Eu me culpo por isso... Eu sei que sou o culpado... Mas, por favor..."

Eu não o culpava pelo atropelamento, eu que não soube administrar bem as coisas e acabei me sujeitando aquilo, mas eu não daria meu braço a torcer.

"Edward, eu não quero falar com você! Não entende? Você disse que queria distância e agora quem propõe sou eu! Larga de ser bipolar!"

"Bella..." Ele argumentou.

Eu enchi meus pulmões com ar e gritei com força:

"SOCORRO, TEM UM PADRE ME AGARRANDO!"

Só foi necessário isso para um choque passar por Edward e ele me soltar rapidamente. E dessa vez o meu apelo funcionou, já que dois enfermeiros vieram inclusive aquele do sinal da cruz.

"Está acontecendo alguma coisa?"

"Não, claro que não. Eu estou gritando para exercitar para meu teste de ópera amanhã. Você sabia que eu vou substituir a Christine no fantasma da ópera?" Resmunguei. "Eu não quero esse homem aqui!" Eu gritei apontando para Edward.

Eles se entreolharam entre si e depois se voltaram para Edward, que somente me olhou e depois foi indo embora. Os enfermeiros diziam:

"Padre, entendemos que esse espírito maligno deve ser realmente mal..."

"Tem algo que possamos fazer?"

UGH! Eu resmunguei alto. Agora eu era um espírito maligno?

Jesus! Onde eu fora parar?

Toda aquela discussão com Edward me fez ficar com uma enorme dor de cabeça, agora parecendo que uma bola de boliche fora acertada na minha testa.

Deram-me mais sedativos, com a desculpa que era para diminuir a dor, mas no fundo eu sabia que era desculpa para amortecer o "demônio".

UGH! A notícia se espalhara, e eu não duvidava nada que a área onde eu estava estivesse isolada.

Quando eu acordei ainda meio grogue, Alice lia uma revista do meu lado.

"Olá." Ela disse com um sorriso. "Olha esse vestido não é lindo?" Ela apontou para o meio da revista.

Revirei meus olhos. "Alice, dá para falar para eles pararem de me botarem para dormir?"

Ela sorriu e deixou a revista de lado. "É para o seu bem. Carlisle disse que daqui a pouco você vai receber alta."

"Daqui a pouco quando?" Perguntei esperançosa.

"Hm... acho que só amanhã de manhã." Ela assentiu. "Você tem sorte de não ter acontecido nada pior."

Ou azar, mas decidi guardar aquilo para eu mesma.

"É, humm... O que estão falando por aí?"

"Como assim?" Ela arqueou as sobrancelhas.

"Sobre... Mim..." Ela pareceu confusa.

"Bem... Algo como que exorcismo... Demônio... Mas como você sabe?"

Eu sorri amarelo. "Sou vidente."

Ela riu, mas depois se mostrou séria. "Olha, eu vi o estado que Ed saiu daqui, e tenho certeza que vocês brigaram... Não sei o motivo, mas... Você não acha que está sendo meio ingrata não?"

Ela perguntou parecendo irritada.

"Ingrata?"

"Sim." Ela jogou as mãos para o ar. "Ele está aqui há dois dias, não dorme, não come direito... Só fica aqui ao seu lado, rezando e pedindo por sua vida... Se sentindo de alguma forma culpado pelo o que aconteceu..."

E assim ela continuou falando mil outras coisas mais.

Na verdade eu sabia que Edward estava ali há dois dias, rezando por mim, preocupado e tudo o mais... Mas isso não diminuía o fato das palavras que ele dissera para mim antes de tudo.

E se ele achava que ficando dois dias sem dormir, ou comer iriam me fazer perdoá-lo, ele estava muito enganado.

O tempo se passou, e Carlisle disse que estava tudo bem comigo. Eu teria que tomar alguns remédios por precaução, mas eu poderia aproveitar o ano novo que seria amanhã de forma normal.

Eu fiquei triste, quer dizer... ADEUS esperança de ser recebida por Michael Jackson em seu kamikaze no céu.

Não vi mais Edward, e graças a Deus, porque senão eu teria que desfilar mais um rosário de impropérios. Eu não queria mais ver ele nem pintado de azul marinho.

Na verdade, não queria ver ele nem sem a batina.

Eu não o queria mais mesmo...

Ok...

Isso foi uma enorme mentira, mas serviu bem para demonstrar que eu não queria ver mais ele?

Se sim! Ó-T-I-M-O!

Depois de mandar pastar todo mundo do meu apartamento, eu consegui finalmente respirar um ar puro.

Eu estava com um humor de cão – deve ser porque sou o demônio. Eita, humor negro idiota – e o que eu mais queria era ficar sozinha sendo lambida por Sky.

Fazia tanto tempo que eu não conversava com minha cachorra que eu achava até que ela estava ficando depressiva.

Sério. Eu li na revista que em 2030 a doença mais comum entre as pessoas, até mais do que gripe, vai ser a depressão.

Bem... Eu já estava meio caminho andando, mas sempre poderia salvar uma pequena alma canina pit-lhasa.

Dei a devida ração para a cachorra necessitada, e ficamos ali nos enroscando e conversando amenidades a tarde inteira.

Logo notei que a secretária estava cheia e fiquei muito emocionada com as mensagens das crianças do orfanato desejando melhoras.

Oh... Seria isso sinal da menopausa? Ohmeudeus, eu estava muito emotiva ultimamente.

Tomei um banho rápido para tirar aquela carcaça chata de hospital e coloquei meu melhor pijama, seguindo logo depois a cozinha para tomar o remédio receitado por Carlisle.

Ouvi um barulho estranho atrás de mim e Sky latindo, mas eu nem me importei.

Quer dizer, se fosse um seqüestrador e um assaltante, ele estaria mais fazendo um favor do que qualquer outra coisa.

Engoli o copo inteiro de água, e me virei lentamente e engasguei tudo no chão da cozinha ao ver o que, na verdade, QUEM estava encostado na porta da MINHA cozinha.

"Agora você terá que me ouvir, Bella. Por bem ou por mal." Foi tudo o que Edward disse, enquanto girava com um dedo a chave do meu apartamento.

"Edward?" Engasguei. "O que você..." Engasguei de novo. "Está fazendo aqui?"

Ele falou sério. "Você não quis me ouvir no hospital, agora você vai ter que me ouvir aqui."

"Eu não tenho nada para ouvir!" Sky apareceu na cozinha abanando o rabinho e pulando no colo de Edward.

Estreitei meus olhos para ela. TRAIDORA!

"Bella..." Ele se aproximou com os braços estendidos pedindo por 'paz. ' HAHA! Faça-me rir. "Eu tenho muito para te falar... Eu pensei bastante... Cheguei a conclusões..."

"Saia de perto de mim." Falei em vão, porque ele continuou vindo. "Toda vez que você pensa de mais, padre, ou chega a conclusões, é sobre como nós não podemos ficar juntos, e como você ama essa sua porra de vida sacerdotal."

"Bella, não fala assim..." Ele se aproximou e colocou as duas mãos nos meus ombros 'tentando' me acalmar.

"Tire a mão de mim!" gritei, mas ele continuava lá. Eu já tinha experiência o suficiente para saber que nenhuma força da minha parte seria o suficiente para tirar os braços de Edward dali quando ele QUERIA que eles continuassem. "Eu sou o demônio lembra? Sabe? BU!"

Tentei assustá-lo, mas só ganhei um revirar de olhos. Pelo menos eu tentei, não é?

Lutar sempre! Conseguir, talvez. Desistir, jamais!*

*Essa frase é totalmente irônica para mim. Um ex-namorado colocava sempre no Orkut para dizer que nunca desistiria de mim, mesmo depois de intermináveis foras.

"Olha Edward... Eu já sei tudo o que você tem para me dizer..." Falei, respirando fundo. "Que você me ama, mas que não pode ficar comigo, que me deseja mais não pode ficar comigo, que não sei o quê, e diabos, tudo acaba com NÃO PODE FICAR COMIGO!"

"Bella..." Ele fechou os olhos tomando coragem para alguma coisa e depois voltou a abri-los. "Se você me deixar falar, você vai ver que é diferente e..."

"Ah é diferente?" falei com escárnio. "Então, você mudou o verbo da frase, algo como 'Você não deve ficar comigo? ' Por Deus, Edward. Eu posso ter um QI com toda a lei de gravidade em cima dele, mas eu também consigo ouvir e compreender alguma coisa que me foi me dita tantas vezes..."

"Bella, você não sabe o que diz..." Ele estava ficando impaciente? HAHA!

"Não sei?" Retruquei tirando os braços dele dos meus ombros e indo para o outro lado da cozinha e pegando Sky no colo. "Teve uma vez há mais de um mês... Ah... Quando você me usou naquele maldito confessionário e depois disse que tudo não passou de um erro... Ah... Desculpe no mesmo dia você disse que eu não prestava porque achou que eu tinha ido para a cama com o Jake... Mas quem não presta aqui em Edward? Sabe quem?" Apontei o dedo em sua direção. "Você!"

Ele somente acompanhava meus movimentos por todos os lados, enquanto eu botava tudo para fora.

"Você que é indeciso e bipolar... Você que não sabe o que quer e brinca com os sentimentos dos outros no percurso! Pois fique sabendo que nem suas orações me fazem esquecer alguma coisa, certo? Agora depois de tudo, se não bastasse, você vem na minha casa, para repetir as mesmas bobagens?"

Eu já estava sem fôlego, mas eu arranjei forças do chão para falar:

"Agora saia do meu apartamento, ou eu e Sky saímos." Sky latiu no meu colo, mas eu ignorei.

Edward continuou ali no seu lugar, então em passos rápidos fui indo em direção a porta para sair do MEU próprio apartamento.

"Bella..." O ouvi vindo atrás de mim. "Você está de pijama."

"E você de batina. Que lindo." Retruquei. Edward estava usando aquela patela branca que os padres usavam na gola da camisa. Agora por que, Jesus, ele viera com aquele negócio para o meu apartamento?

Para me lembrar que ele era padre talvez?

Ah... Como se você se esquecesse fácil disso...

Bem, quer dizer... Tinha horas que se esquecia até o nome... Mas, UGH!

Pára com esses pensamentos, Bella!

"Bella, não seja difícil... Eu sei que eu fui um escroto, idiota, besta... Mas volta aqui." Ele pediu quase choramingando enquanto eu passava pelos corredores em direção ao elevador.

Eu respondi por cima do ombro. "Esse é o primeiro passo Edward. Reconhecer o quão idiota você é... Mas pena que é tarde de mais, querido." Ual... Dei um troféu joinha internamente para mim com aquela frase.

"Por favor... Você tem todos os motivos do mundo, e eu me arrependo pelo o que eu falei lá na casa paroquial..."

"Você quer perdão?" Me virei assim que cheguei ao elevador e quase esmaguei o botãozinho verde. "Pois vamos supor que você tem... Você iria embora?"

Afinal o que mais ele queria ali?

Com certeza o meu perdão para que ele pudesse dormir em paz, ou mesmo passar pelo menos dessa no juízo final. UGH!

Ele suspirou... Passou a mão pelos cabelos... Pensei que iria dizer que sim... Mas... "Não."

"Edward..." Eu resmunguei com escárnio. "Será que você não entende que quem não quer você agora sou eu? Caramba. Cansei dessa vida de gostar de padre... Que complicação! Você sabia que eu escrevi um roteiro sobre um programa de ajuda a mulheres? E fala justamente dessa questão!"

"Não fale besteiras..."

"Eu. Não. Falo. Besteiras." Falei entre dentes. E porque o infeliz do elevador não chegava logo? Era a lei daquele cara barbudo que chamavam de Muffin... Ah não, Murphy agindo contra mim novamente?

Ou era a minha própria lei? Não deveria me esquecer que existia a Lei da Bella.

Espera. Será que eu realmente falava besteiras?

A porta do elevador se abriu e eu me virei para entrar, mas Edward segurou meu braço com muita firmeza me forçando a olhar para ele.

"Me. Solta." Falei entre dentes.

"Bella, por favor..." Ele murmurou de novo com aqueles olhos verdes que me consumiam e... UGH! Chega! "Você pode fazer o que você quiser, mas antes só me ouça."

"Algum problema aqui garotos?" Uma senhora que era deficiente visual que era minha vizinha apareceu com sua bengala. Benza a Deus que ela era cega. Se visse o padre Edward ali... Vixi...

"Nenhum senhora Thomas. Nenhum."

Ela cheirou o ar desconfiada, mas depois entrou. Tirei a máscara que havia se formado em minha cara – embora não achasse um motivo, já que ela era cega – e me voltei para fuzilar Edward.

"Sério que eu posso fazer o que eu quiser?" retruquei para Edward.

Ele assentiu com os olhos cheios de esperanças, pensando que eu iria ceder.

"Inclusive te matar? Ou te soterrar na neve? Ou espalhar para o mundo o quão idiota e bipolar você é?" Dei um sorriso malicioso. Ele rolou os olhos.

"Bella... Por favor..."

"N.Ã.O Edward. Você sabia que está cometendo um crime? Algo a ver com impedir pessoas de entrar em elevador de pijamas?"

Dei um safanão de encontro ao braço que me segurava, e consegui me livrar dele. Abri a porta do elevador, e entrei lá dentro.

Apertei desesperadamente o botão do térreo, enquanto Sky ainda continuava toda torta sendo segurada por um braço meu apenas.

Quando a porta estava quase se fechando, Edward, o condenado, enfiou a mão lá dentro e a impediu de fechar.

"Por Deus Bella, você está de pijama!" Ele esperneou.

"Por Deus digo eu Edward. Eu já disse mais de mil vezes..." Eu comecei a ladainha de novo, mas fui cortada por ele:

"Eu não queria fazer isso, mas você quem pediu."

"O que você está falando?" Fiquei totalmente confusa. "AH! ME SOLTA!" Gritei, assim que Edward me agarrou pela cintura e me jogou por cima dos seus ombros como um perfeito homem das cavernas. Eu comecei a bater meus braços em suas costas, mas parecia que estava mais para carinho do que qualquer outra coisa para ele.

Jesus! Se eu recebesse metade da força daqueles socos, eu já estaria em coma irreversível.

Sky no processo caiu no chão. Coitada... Ela tinha mesmo que assistir á essa briga dos pais separados?

Mas logo veio toda feliz e saltitante – não sei por que ou como – acompanhando Edward pelos corredores e aproveitando para morder as plantas e tapetes também.

Acabou que quem ficou cansada ou agredida foi eu, porque logo meus músculos, ossos e tendões doíam horrivelmente

"Edward, eu vou te denunciar para toda a área religiosa do planeta." Comecei a resmungar enquanto ele continuava me carregando.

"Você é prova de que eu tentei isso por paz milhões de vezes..."

Bufei. "Que tal a gente resolver por paz agora e você me soltar?" Blasfemei.

Ele riu enquanto abria a porta do meu apartamento. "Eu sei que você vai fugir Bella."

Bufei de novo enquanto era carregada para algum lugar.

A que ponto eu chegara senhor? Sendo carregada de pijama por um padre em seu próprio apartamento?

"Edward... Olha eu te ouço agora..." Tentei a enésima vez.

"Eu sei que você vai me ouvir..." Ele disse me deixando em algum lugar, quando eu fui ver... Algo macio, confortável... EPA! Era minha cama. "Porque eu vou me certificar disso."

Eu o olhei totalmente confusa, surpresa, irritada, excitada, blasfemada, estragada... Enfim, mas depois logo dei um grito.

"AH! ONDE VOCÊ CONSEGUIU ISSO?"

"Fique quieta, Bella." Ele disse enquanto aproximava aquele objeto de mim.

"O que você vai fazer com isso?" Perguntei me encolhendo na cama.

"Com a algema? Ah... Prender você é claro." Ele veio se aproximando e eu comecei a me chacoalhar toda. "Eu te disse que você vai me ouvir nem que seja por mal."

"OHMEUDEUS, QUEM É VOCÊ E O QUE FEZ COM EDWARD CULLEN?" Gritei.

"Bella fique quieta... Não torne as coisas piores." Ele pediu tentando capturar meus braços, mas não conseguindo.

"Por Deus, você é padre!"

"Uhum... E também mais forte que você. Dá para parar quieta?" Mas antes que eu sequer cogitasse essa possibilidade, ele já estava me prendendo com o corpo da mesma maneira que ele fizera no hospital. Com um grito de triunfo ele prendeu minhas duas mãos na cama com as algemas, e eu fiquei lá com os braços para cima, totalmente presa com Edward Cullen ali na minha frente.

Jesus! De três coisas eu estava convicta:

A primeira... Eu estava presa.

A segunda... Edward estava querendo falar comigo.

A terceira... Eu precisava ir ao banheiro trocar o absorvente.

Jesus! Eu tentei lutar... Sério... Mas acho que existe um limite de orgulho nessa vida, ou por palavra melhor, limite de forças.

Eu não iria a nenhum lugar com as mãos presas, e também nem poderia considerar isso, levando em conta que eu não suportaria o peso da cama nas minhas costas.

De repente no quarto entra uma Sky toda de preto e com os óculos escuros e pula no colo de Edward. Sério... Eles pareciam dois mafiosos com aquelas roupas de preto... Ah claro, tirando o fato de Edward estar com aquela maldita paleta branca na gola.

Então era esse o plano? Sky que dera a chave ao Edward? Eles estavam compactuando todo esse tempo por baixo do meu queixo e eu nem tinha percebido?

Jesus! Agora que eu entendia a frase: "O inimigo mora ao lado."

Em outros mundos, outras épocas, outras horas, outros dias, enfim... Em outros tempos estar naquela posição com Edward seria algo interessante... Mas não agora.

Não depois de tudo o que ele teve a infelicidade de falar para mim.

Ah qual é... Paciência e amor têm limites. Se eu iria sofrer correndo atrás dele, eu sofreria o mesmo desistindo dele.

Então... A melhor opção era desistir dele certo? E colocar o pé no chão e casar com alguém que não seja bipolar, nem condenado, nem louco, nem indeciso, e nem padre, como Jake.

Por favor, meninas, quando for arranjar homem... Fique longe das igrejas!

"Bella... Agora você tem que me ouvir." Edward disse depois de se levantar e colocar Sky para o lado de fora do quarto. NÃO! Sky volta! Não me deixe sozinha!

Ok. Que minutos atrás eu estava pensando em como a inimiga mora ao lado, mas também esse inimigo era minha filha né?

"Jura?" retruquei com meu humor de cão recém adquirido. "Eu pensei que assim como falar, ouvir fosse uma ação voluntária... Mas que pena né? Não importa o que eu faça, eu vou te ouvir, por que eu não controlo a audição!"

UGH! Quando eu saísse dali viva eu iria fazer faculdade de alguma coisa que me tornasse cientista, e descobriria como tornar a audição um ato voluntário.

Pense nas enormes vantagens... As conversas chatas de brigas de família que não quer ouvir... Aquele programa de rádio que sua mãe coloca de manhã para você acordar... Ou mesmo a própria voz de sua mãe quando grita o seu nome... Ou mesmo a explicação de um professor chato com uma matéria igualmente chata.

"Bella, não seja difícil..."

"Difícil aqui é você."

Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso, e se sentou na cama bem ao meu lado. Eu desviei meu rosto para o lado contrário, e ouvi-o bufar.

Teve um longo silêncio, e eu já estava começando a ficar impaciente.

"Olha Edward, eu não sei você, mas eu não tenho todo o tempo do mundo. Caso você não saiba amanhã é ano novo, e eu tenho coisas para fazer, como comprar uma roupa inteira vermelha para eu conseguir um novo amor em 2008."

"Bella... É difícil para mim isso, você não entende? Eu... É difícil falar."

Eu virei meu rosto em sua direção e vi que a cabeça dele estava enterrada em suas mãos. O que ele tinha para me dizer que ele não tinha coragem?

Inferno. Para coisas que machucavam meu coração até a alma, ele tinha toda a coragem e saliva do mundo.

"Você me prendeu aqui, fez todo esse fuzuê, para não saber como me falar?" Ok. Eu estava soando maldosa. Mas não mais da maneira que ele fez comigo.

Somente imagina... Cogite a possibilidade de alguém que você ame com todas suas forças te dizer que você é um demônio – e no pior sentido pejorativo – que você não é algo bom para ele, que você está tirando coisas boas dele, desviando ele do caminho de Deus para o caminho do mal... E mil outras coisas mais... Qualquer reação que você tenha em troca pela mesma pessoa é pouca perto do que você falou.

Eu não era um demônio, ou o meu papel da terra era desviar ele do seu caminho de padre.

Jesus! Eu não tinha culpa que meu coração não vê batina, e nem culpa de querer lutar pelo meu amor.

A culpa era toda da minha mãe! Que fica de brincadeirinha toda sexta feira com meu pai, e um desses dias eu acabei nascendo!

Ele levantou o rosto e me encarou por longos instantes, respirou fundo e entrelaçou nossas mãos. A costumeira corrente elétrica passou pelo meu corpo, mas eu tentei ignorar, aliás, eu teria que conviver SEM aquilo para sempre.

"Bella... Eu me senti terrivelmente culpado com o que aconteceu com você." Ele começou. "Eu sei que foi tudo minha culpa, eu sei que você tem todo direito de me culpar por isso, mas..."

"Edward, eu não culpo você pelo acidente. Eu culpo você pela suas palavras." Eu retruquei. Ele respirou fundo e continuou de novo:

"Eu sei, eu sei... Eu tenho feito muitas coisas... Idiotas ultimamente... Mas se põe em meu lugar Bella... Eu sou padre, entende? Eu não sou o tipo de amor proibido de novela ou de livros românticos." Ele suspirou. "Céus! Eu não sou um cara que não consegue ficar com a moça por que o pai impede, ou porque ela não pode namorar... Ou por pessoas tentando separar, ou por alguma doença fatal que eu tenha e que irá fazer a moçinha sofrer... Não é o tipo de amor proibido de vampiros ou lobisomens... Não é o tipo de amor que arrisca sua vida..."

Ele suspirou. "É o tipo de amor que é realmente proibido, Bella. Eu sou um padre. Eu sou casado com Deus." Ele ergueu a mão esquerda onde ele tinha um enorme anel preto que simbolizava esse 'casamento'. "Nós..." Ele gesticulou. "Somos proibidos pela igreja, por uma religião... Por uma seita de milhares de anos. Você realmente não consegue ver o meu lado da história?"

Eu rolei meus olhos. "Edward, você falou bonito, mas... Você já falou isso antes... Ok. De forma diferente, mas falou... Por que insistir nisso? Caramba! Eu entendi das últimas vezes."

Ele me calou com um dedo. Eu somente amarrei a cara enquanto ele continuava falando.

"Você não me deixa terminar, Bella..." Ele passou a mão nervosamente pelos cabelos de novo. "Se eu fosse medir o tamanho do meu amor por você, isso me dói dizer... Mas é maior do que o amor que eu sinto pela igreja."

"Você já me disse isso também." Retruquei. "Só que minutos depois você me escorraçou e me disse que nós não poderíamos ficar juntos."

Aquela conversa, sinceramente, estava me cansando.

"É um amor muito grande Bella... E... Quando eu vi você caindo no chão, as ambulâncias vindo... Você no hospital... Eu me desesperei... Eu sabia que se você tivesse morrido, eu iria junto. E... E Bella, a partir do momento que eu te conheci, eu só sinto alegria e tristeza... Alegria por conhecer você, mas ao mesmo tempo tristeza por não poder ter você. E eu cansei."

Eu suspirei. "É agora que você diz adeus, me solta, e sai por aquela porta sem nunca mais olhar para minha cara?"

"Não." Ele fechou os olhos com força, e engolindo em seco. Ele estava tomando coragem? "É agora que eu digo que eu jogo tudo pro alto, e digo que quero você."

Demorei longos minutos para eu entender o que ele havia me dito.

Hey... Espera...

Eu tinha certeza que ouvira 'eu quero você' ao invés de 'eu gosto de chocolate?'

Ohmeudeus. Seria aquilo uma alucinação?

Espera... Respira... Isso pode ter muitos significados...

Diabos! Por que eu não li mais livros em minha vida? Dizem que quanto mais lê maior capacidade de interpretação!

UGH! Era nessas horas que eu queria ser NERD!

"E isso quer... Dizer...?" falei pausadamente, enquanto via a cara ansiosa de Edward.

Ele apertou mais minhas mãos na suas e se aproximou mais de mim. "Isso quer dizer que se você me quiser... Eu digo... Se você realmente quiser ter um padre como... Huh... Namorado." Ele riu com a escolha de palavras. "Você... Vai... Quer dizer, nós... Podemos..."

"Ficar juntos?" Completei.

Ele assentiu mordendo o lábio totalmente ansioso por minha resposta.

Oh Jesus!

Eu engoli em seco... Respirei fundo...

"Edward..." Comecei. Os olhinhos verdes dele brilharam com esperança. Oh Jesus. Eu teria que acabar com aquilo.

"Sim, Bella?" Ele falou se aproximando cada vez mais de mim.

"Vai embora."

"O QUÊ?" Ele exclamou se afastando como se tivesse recebido um choque. Um tremendo balde de água fria, não... De neve fora jogado por cima dele, eu sabia. Mas eu precisava fazer aquilo.

"Vai embora." Repeti.

"Bella, mas..." Ele começou totalmente confuso. Não esperava por essa né, playboy?

"Mas nada... Agora me livre dessas algemas..."

Ele estava parecendo uma barata tonta em tiroteio. Melhor, melhor. Parecia o Maradona depois de levar de 6 do Peru, 6 do Chile, e 3 do Brasil.

"Bella, eu..."

"Edward. Eu estou falando sério..." Fiz a voz mais forte que eu consegui. Ele respirou fundo, engoliu em seco e veio lentamente me soltar. Quando minhas mãos ficaram livres, eu as flexionei vitoriosa.

Edward continuava ali sentado sem reação, até que eu comecei a empurrar ele em direção a saída.

"Vamos Edward... Move essa bunda daqui." Essa sexy e linda bunda daqui devem acrescentar.

Eu estava literalmente arrastando ele até a porta. Jesus. O choque fora tão grande assim para ele? Ele estava em choque? Em transe?

Deus que me livre ter um homem desse caído no meio da minha sala. Logo depois o cara lá de baixo viria me pegar com uma passagem só de ida.

Eu – por um milagre divino – consegui arrastar Edward, o confuso, até a porta.

"Bella, eu..." Ele tentou de novo, em um murmúrio. Mas eu fiz um sinal para que ele esperasse.

Procurei Sky pelo apartamento, e logo a trouxe e dei para ele segurar.

Ele me olhou mais confuso ainda.

"Para quê?"

"É para se certificar que você vai continuar ai!"

"Como assim se certificar?"

"Edward!" Revirei os olhos. "Alucinações se cortam com faca... Ou melhor, com batida de porta. Não saia daí!" Gritei antes de fechar a porta na cara dele.

Ufa! Respirei fundos milhares de vezes, flexionei os músculos das pernas e dos braços. Dei dez pulinhos, dez voltas pelo apartamento.

Isso serviria para acabar com uma alucinação não é?

Bem... Se isso não servisse, aah... Não sabia mais de nada.

Ia abria porta, mas, uma LUZ!

Corri até a cozinha e enfiei minha cabeça embaixo da água fria. Sim... Água fria acaba com alucinação. Disso eu tinha certeza!

Respirei fundo mais uma vez, cantei alguns "Entra na minha casa", e rezei uns dez pais nossos.

E coloquei a mão na maçaneta e respirei fundo. Quando eu abri a porta, minha boca se abriu em um "O" e eu não sabia se eu ria ou se eu chorava.

"OHMEUDEUS!" Foi tudo o que consegui dizer.

Edward estava ali. Quer dizer, realmente ali. Segurando Sky no colo e me olhando totalmente confuso.

"Bella, o quê...?" Ele começou.

"Você está aqui!" Eu pulei de alegria.

"Sim, estou e..."

"E você realmente falou que quer ficar comigo!" Eu já estava dando saltos mortais de alegria.

"Falei e..." Ele pareceu chateado? Ah... Deve ser por causa do "Vai embora." HEHE.

"E você não é uma alucinação!" Saltos triplos da alegria.

"Não... É..."

"Edward, cara... EU TE AMO!" E dizendo isso eu pulei em cima dele. Sorte de Sky que pulou antes se não... ADEUS SKY!

Edward pareceu surpreso, mas segurou minhas pernas para impedir que eu caísse.

Entrelacei-as em volta de sua cintura e comecei a beijar cada parte de seu rosto que eu tinha acesso.

"Edward. Seu. Idiota..." Comecei a resmungar.

"Bella... O quê?" Ele começou a falar, mas eu o interrompi com um beijo de cinema de reencontro, babado, vomitado, apaixonante, efervescente, alucinante, enfim... Proibido para menores de sessenta e dois anos.

"Arranjem um quarto." Ouvi alguém dizer, mas não me importei.

O beijo maravilhoso continuou até que ficamos sem fôlego, e colamos nossas testas uma na outra com as respirações ofegantes.

"Você ainda me mata, Bella..."

Eu sorri maliciosa, encarando aqueles lindos olhos verdes. "Depois do que você me disse hoje, pode ter certeza de que eu te matarei das formas mais prazerosas que existem."

Ele sorriu enquanto entrava no apartamento e fechava a porta atrás de si, com um pé.

"Isso quer dizer, que sim, você aceita?"

"Sim..." Eu sorri e beijei a ponta de seu nariz. "Eu aceito ficar com você meu louco, bipolar, lindo e totalmente PADRE, Edward Cullen."

Pe. Edward

Eu não sabia o que tinha dado em mim.

Não.

Na verdade, eu sabia.

Amor. Era isso o que tinha acontecido.

Eu estava tão louco de amor por aquela mulher que eu jogara tudo para o alto, simples e inteiramente para ela.

"Edward...?" Ela chamou baixinho. Estávamos no sofá de seu apartamento, eu com um braço circundando seus ombros, e a cabeça dela em meu peito.

"Hmm...?" Beijei a testa dela. Eu estava tão feliz de estar ali. Que eu me arrependia de não ter tomado aquela decisão outras vezes.

"Quando você diz... Que... Joga tudo para o alto... É... humm... Verdade?" Eu fechei meus olhos com força me condenando por fazê-la não acreditar em mim inteiramente e por todas as coisas que eu já falara alguma vez para ela.

Eu hesitei em responder, afinal era uma vida.

"Sim, Bella."

Ela respirou funda, antes de continuar: "Promete?"

Suspirei e a apertei mais contra mim. "Prometo" Eu sorri. "Mas..." Comecei. Ela se assustou e se virou para me encarar nos olhos.

"Mas o quê?" Ela estreitou os olhos, desconfiada.

Coloquei uma mecha de seu cabelo para trás da orelha e disse:

"Mas você também tem que me prometer uma coisa."

"Prometo." Ela falou prontamente. Eu ri da explosão dela. Eu amava até aquele jeitinho louco dela de ser... Quer dizer, acho que foi isso que mais me interessou nela.

"Você nem ouviu o que é." Brinquei.

Ela encolheu os ombros sorrindo acanhada.

"Ok. Eu só adiantei as coisas."

"Então..." Comecei pausadamente. "Você tem que me prometer que nunca vai desconfiar do meu amor por você."

Ela riu, jogando a cabeça para trás. "Que tipo de promessa é essa Edward?" Ela bagunçou os meus cabelos com uma mão. "Está certo que você tem todo esse lance de bipolar, e que eu te acusei de muitas coisas, menos que você me ama. Isso eu acredito." Ela sorriu sapeca.

"Ok. Então." Disse perdendo minhas mãos em seus cabelos na região perto da nuca. Ela estremeceu com meu toque. "Se você cumprir a sua promessa, eu cumpro a minha."

Ela sorriu e selou nossos lábios como um fechamento de acordo. "Está certo, meu padre."

Eu ri, e ela me olhou confusa.

"O que foi?" Perguntou analisando minha expressão.

"Você realmente não acha que vai pro inferno ou coisa do tipo, quando você diz 'meu padre' segundos antes de beijar esse padre em questão?"

Ela riu e pousou os braços em volta do meu pescoço, enquanto franzia a testa em uma atitude 'pensadora'. "Oh, mas você, padre, não é muito prepotente em achar que eu iria te beijar?" Provocou.

Mordi os lábios. "Bem... Se você não fizesse, eu me acarretaria disso. Porque você sabe Bella, todo aquele lance de bipolar, e desencontros me privou de muitos desses beijos..."

"E agora é à hora de aproveitar?" Ela perguntou com um sorriso malicioso.

"Não sei... Talvez..."

"Edward!"

"Claro, anjo." Sorrimos um para o outro e nossas bocas foram se aproximando até que...

"SKY!" Bella gritou quando a 'nossa filha' pulou no meio de nós com uma bolinha na boca e com o rabinho balançando. "Oh Jesus. Eu sabia que não devia ter comprado nada para essa cachorra..."

Eu somente ria da pequena toda espremida no meio de nós dois.

Bella começou a rir também.

"O que é?" Perguntei ajudando-a a se levantar e me levantando logo depois enquanto roubava a bola da boca de Sky.

Bella passou o braço pela minha cintura, e pousou a cabeça nos meus ombros, olhando para mim, marotamente.

"Temos que ter uma conversa com ela, você sabe... Eu disse que ela estava órfã, e depois filha de pais separados... E agora estamos juntos... Acho que isso mexe um pouco com a cabeça canina dela, não acha?"

Revirei os olhos.

"Edward Cullen!" Bella deu um tapa no meu ombro que eu respondi com um 'AI!"". "Você está por acaso com esse revirar de olhos insinuando que eu sou idiota?"

Meu Deus, de onde ela tirara aquilo?

"Não, Bella." Me defendi. "Só acho que você se preocupa muito pouco, quer dizer... Você nunca parou para pensar como vai ser para ela conviver futuramente com os coleguinhas caninos de escola, com todo esse negócio de pai padre?"

Bella riu e me bateu de novo. "Edward Cullen, você não presta..."

Eu ri enquanto íamos brincar com Sky 'nossa filha'.

"Sabe... Eu não sei quem é pior... A mãe ou o pai." Mas aquela voz não pertencia á nenhum de nós dois.

Minhas mãos logos se fecharam em um punho e eu me virei lentamente encarando o dono daquela voz.

Bella

Oh Jesus... Oh meu Michael Jackson... Oh minha nossa senhora protetora das mulheres contra os Garanhões da Cidade.

Eu. Não. Acreditava. Nisso.

"Mike?" Perguntei achando que era mais uma nova alucinação. Oh Jesus, será que eu precisaria de um balde de água fria... Ou ah, vai lá saber... Era capaz desse momento que eu estava tendo com Edward ser uma alucinação e eu ainda não ter descoberto.

Ah por favor, nem fazia vinte minutos que eu e Edward nos acertamos. ALELUIA! E autora já coloca vilãos na história para acabar com a festa?

O que nós fizemos...? Um jogo de provocações? Uma promessa recíproca? Ah faça meu favor.

Tinha horas que dava vontade de matar a escritora, e escrever nossa própria história.

Algo como: "Eu e Edward em casa. Eu e Edward no telefone. Eu e Edward no Taj Majal. Eu e Edward na Torre Eiffel. Eu e Edward na calçada de casa. Eu e Edward comendo casca de sorvete. Eu e Edward nadando no rio Tietê."

Enfim... Eu e Edward entendeu? Está me ouvindo dona autora?

UGH! Era nessas horas que eu queria que essa fic tivesse patrocinador. Aí eu e Edward poderíamos pegar o dinheiro e ficarmos livres! AMÉM!

Eu... E... H... Ju... Li... Hs... Hu... Jui... Me... Li... A... Be...Lla... au... to.

HEY! Para de cortar minhas frases! Tá bom, tá bom. Eu entendi que não é para falar mal.

Ok. Tenho que seguir o roteiro. Caramba, você já me falou isso um monte de vezes!

Eu burra? Burra é sua m**

Interrompemos essa FIC para informar que o fim dela chegou. A protagonista Isabella Swan,misteriosamente, sem causas aparentes e invisíveis, morreu afundada no rio Gangues com uma pedra no pescoço. Pesquisas indicam que Edward pulou atrás também, e por isso...

Ok! Eu entendi! Não precisa usar de ameaças!

UGH! Voltando então para a história.

"Mike?" Oh Jesus. Como que ele conseguira entrar na casa? Todo mundo parecia que entrava na minha casa se quisesse. Até Edward.

Se bem que um Edward entrando escondido em minha casa não era um PROBLEMA, né?

"Olá Bella. Quanto tempo." Ele disse com aquele sorriso sacana nos lábios que eu costumava amar.

Ah qual é, durante dois anos eu namorei com aquele infeliz, e até descobrir tudo sobre os garanhões da cidade há dois meses, eu não me importava tanto com os sumiços dele em horas impróprias.

Mas agora aquele sorriso soava extremamente maldoso, e eu não gostava nada, nada daquilo.

"O que você está fazendo aqui?" Edward falou com os punhos cerrados e com a voz seca. Ui! Meu entende? Meu homem. Meu padre... Enfim.

"Mike... Já não chega tudo o que você me fez passar por todos esses anos? O que você quer?"

Eu me sentia em algum tipo de filme.

Sério. Às vezes eu achava que era essa a intenção da autora.

Oi? Ah certo. Não posso falar sobre você senão as pessoas confundem na hora de ler? Ok. Ok.

Continuando...

"Calma Bells." Ele levantou as mãos para o alto. "Eu só vim te dar um oi... Você sabe porta aberta, é sinônimo de 'pode entrar'."

Eu não me lembrava nem um pouco de portas abertas.

Jesus. Talvez realmente até Sky conseguisse burlar aquela fechadura.

"Você não tem nada para fazer aqui, no apartamento dela." Edward se aproximou com os olhos faiscando em direção á ele. Mike continuou sorrindo maldosamente.

"O quê? Você acha que eu entraria aqui e abusaria dela?" Ele jogou a cabeça para trás e riu. "Você acha mesmo que eu faria isso? Sabe depois de um determinado tempo que a gente tem demais, a gente cansa..."

"Olha seu..."

"Edward! Não vale a pena!" Me coloquei na frente dele com uma mão em seu peito. Ele me olhou consternado, e eu firmei o olhar. "Não." Voltei a murmurar com firmeza.

"Olha... Mas que casal conectado..." Mike zombou.

"Olha aqui seu filho de uma égua oxigenada." Eu me virei rapidamente em sua direção, apontando um dedo para o meio do peito dele. "Você já ferrou com a minha vida nesses dois anos de mentiras de namoro, já me humilhou no trabalho, e tudo em quanto é esquina de Manhattan, já criou essa porra de garanhões da cidade por minha causa... Já extorquiu cem mil de Edward, e agora?"

Ele pareceu surpreso com a minha reação. "Desde quando você é assim, huh?"

"Desde quando eu deixei de ser a mesma idiota que saiu com você naquele dia da faculdade, sua besta retangular." Retruquei. "Agora você saia da minha casa, e chame um chaveiro lá embaixo, por favor, para vir trocar essa fechadura que até o zíper da fantasia do homem aranha consegue abrir!"

Edward me segurou por trás me impedindo de me aproximar mais de Mike, enquanto este nos olhava atentamente.

"Vocês sabem... Com toda essa fama do padre, vocês deviam tomar mais cuidados. Só bastou seguir o carro de Edward e encontrei vocês dois aqui no maior clima Titanic."

"Se eu sou a Rose e Edward o Jack ou não o problema não é..." Ele me cortou.

"Eu disse que viria tratar da segunda ameaça."

"O quê?"

"Aquela das fotos..." Ele zombou. "Que memória fraca Bellinha."

UGH! Com todos aqueles acontecimentos eu tinha até esquecido da maldita ameaça de Mike, na qual ele usava as fotos de Edward e eu comprometedoras. Na época não significava nada, mas para alguém de fora isso poderia aparecer alguma coisa a mais.

"Fale logo o que você quer Mike." Edward ponderou.

Espera um pouco. Cadê Sky nessas horas para morder os outros? Essa cachorra mordia até CD do Elvis Presley Perfil, e por que não poderia morder os pés dos vilões das histórias?

"Bem... Só quero dizer que os cem mil acabou... E... Bem... Acho que está na hora da segunda ameaça..." Ele bagunçou os cabelos e olhou no relógio como se ele tivesse em um maldito churrasco na laje da casa da avó dele. "Então, se vocês não quiserem um escândalo, sobre o padre pop star da fé, e uma garotinha paroquiana, bem... Vocês têm algum tempo para me dar..." Ele balançou os dedos como se fizesse determinadas contas. "Dois milhões de dólares."

"O QUÊ?" Eu e Edward gritamos juntos.

"Edward..." Eu sussurrei de algum canto da sala onde eu estava vegetando pelos últimos trinta segundos.

Eu estava sem forças, sem palavras, sem juízo, sem cérebro, sem... Ok. Sem tudo.

"Edward..." Chamei de novo tateando ao meu redor a procura do corpo gostoso sacerdotal dele. "EDWARD!"

"Estou aqui Bella." Ele disse do meu outro lado. Ops, ele estava ali todo esse tempo? Hehe.

Eu me virei em sua direção e logo as mãos dele começaram a fazer um carinho circular no torso da minha.

"Ele já foi embora...?" Perguntei pausadamente.

"Já. Você viu." Ele respondeu.

"Não... Digo... Ah sei lá, vai que ele volta."

"Ele foi... Não depois do soco que eu dei na cara dele." Edward encolheu os ombros.

"Edward!" Esperneei. "E se ele contar agora tudo? E se ele...?"

Edward me calou com um selinho enquanto a pequena massagem que ele fazia em minhas mãos começava a me acalmar.

"Ele não vai fazer nada. Senão ele não tem o dinheiro."

"E quem garante que quando ele receber, se receber, ele vai ficar quieto mesmo?"

Edward fechou os olhos e suspirou.

"Edward..." Eu chamei de analisar por um longo momento suas expressões.

"Sim?" Ele perguntou ainda de olhos fechados.

"Desculpa por isso, ok?"

"Desculpar pelo o quê?" Ele abriu totalmente os olhos me encarando, confuso.

"Se não fosse eu... Você sabe... Nada disso estaria acontecendo."

"Bella... Essa foi uma das coisas mais estúpidas que eu já ouvi..." Eu sorri acanhada para ele, enquanto ele beijava a palma da minha mão e me encarava fundo com seus olhos verdes. "Você não tem culpa de amar. Ninguém tem."

"É..." Sorri fraco. "Ninguém..."

Ele sorriu também, e ficamos ali somente analisando a expressão um do outro.

"Edward...?" Chamei.

"Sim, amor?" Eu sorri feito uma boba com aquele nome apelido carinhoso. Eu poderia passar o resto da vida ouvindo aquelas palavras.

"Me beija." Eu ainda não conseguia apagar por completo as preocupações a cerca daquele montante enorme de dinheiro que precisávamos arranjar, mas eu sabia que pelo menos por um momento, com ele, eu poderia esquecê-los.

"Nem precisava pedir." Ele sorriu, e nossos lábios se tocaram, formando uma maravilhosa harmonia celestial.

Eu não fazia idéia de como eu e Edward conseguiríamos os quase quatro milhões de reais.

Ah qual é, a família de Edward era rica, mas também não era para tanto!

E como ele iria explicar o retirante de dois milhões de dólares?

E nem precisava endossar aqui que minha família e todos os bens juntos não valiam nem um vigésimo de todo aquele dinheiro. E que meu apartamento provavelmente valia dez reais em qualquer feira de quinta feira á noite.

Se bem que... Poderia usar como desculpa o fato de me tornar uma sem-teto. Onde eu procuraria abrigo? Na casa paroquial.

Porque, aliás, a igreja e os padres não têm que ajudar os seus paroquianos?

BINGO! Desculpa perfeita para pernoitar, e fazer algumas coisinhas que não são dormir, na cama enorme de Edward.

UGH! Olha eu fazendo piadinhas sobre uma situação séria.

Edward estaria acabado se aquelas fotos viessem á tona.

Agora ele resolvera realmente largar a batina, mas isso não significava que a imagem dele ficaria denegrida para todos, em frente á tantos holofotes.

Se ele largasse, pelo menos que fosse com dignidade e não com escândalos.

Eu entendia isso. Pelo menos isso, o meu pequeno cérebro menor do que o de Sky captava.

Edward andava de um lado para o outro talvez pensando os prós e os contras da situação, ou mesmo quantos shows ele teria que fazer para pagar aquela quantia.

Mas na verdade, eu não estava nem um pouco disposta á ceder àquela ameaça de Mike.

Tudo indicava que logo viriam outras e assim sucessivamente.

Acabou que parecia que todas as luzes de Paris inundaram minha cabeça, quando eu tive o plano mais maquiavélico, perfeito, e fodástico do mundo!

YES, WE CAN!

Ok. Ok. Empolguei-me com discurso político do Obama. Mas realmente aquilo poderia nos livrar de Mike, tipo... Para sempre.

HAHAHA. Se você não entendeu, isso foi uma risada maligna tá?

Se Mike sabia ameaçar... Eu também sabia brincar como o Chucky.

E assim como meu velho parceiro boneco de infância, eu chamaria Mike Newton para brincar.

Um jogo em que ele e todos os malditos garanhões da cidade... Sairiam perdendo.

A festa de ano novo foi no dia seguinte.

Depois da cena no meu apartamento, eu e Edward nos separamos com muito pesar, e prometemos que teríamos que tomar cuidado com nossas 'linguagens corporais', como ele mesmo dissera.

Tínhamos que conversar mais sobre ele largar a batina, e como ele faria isso. E com certeza, nada envolvia um escândalo com os holofotes do mundo inteiro.

Eu estava saltitando para todos os cantos, ao contrário de Edward que parecia que não saia do microfone para marcar shows nos quatro cantos do mundo.

Eu nem duvidaria se ele marcasse no Himalaia, e ele e todo aquele povo indiano dançaria no melhor estilo 'comi mexerica e engasguei' misturado com 'entra na minha casa'.

UGH! Senhor, de onde vinham essas minhas idéias?

Eu estava feliz, quer dizer, apesar de todo aquele lance da ameaça exorbitante de Mike. Afinal, eu estava com Edward, aleluia!, e também eu tinha um plano que mataria dois cachorros com uma cacetada só.

"SKY!" A cachorra me mordeu no tornozelo. "Ok. Ok. Dois patos com uma... Ah sei lá como é esse ditado." Bufei, enquanto a pegava no colo e me redimia por ter só pensado na idéia de matar dois cachorros.

Quer dizer, ou um deles seria ela própria, ou o futuro marido dela. Vai lá saber... Esse mundo é tão estranho.

Na festa encontramos todos no orfanato, e eu estava de verde. Ok... Eu devia ter ido de vermelho, mas acho que a cor da esperança poderia significar melhor o que eu queria para aquele ano. Ok, ok. Não vou negar que eu estava com uma calcinha vermelha.

Edward estava lindo... E para minha surpresa, mesclou uma calça branca, que (Jesus me abana!), e uma camiseta verde clarinha que realçava ainda mais o tom de seus olhos.

Nossos olhares se trocaram e não pude deixar de dar um sorrisinho de lado, ante á visão dele.

Rose estava super animada com alguma coisa vestindo um vestido totalmente vermelho, enquanto as crianças vestiam tons de amarelo e branco.

"Rose, dá para você parar de pular feito uma macaca no cio?"

Ela revirou os olhos. "Você que é mal amada e fica aí, Bella. Deixa-me ser feliz." Não pude deixar de rir internamente. Eu mal amada?

Ok. Ok. O orgulho havia sido ferido, mas nem em sonhos eu diria para ela a quão BEM amada eu estava sendo, simplesmente pelo cara mais lindo, gostoso, perfeito, e... Bem... Padre, mas isso era um mero detalhe.

Assim... Tipo... Coisa insignificante.

Quer dizer... Mulheres apaixonadas por padres E se envolvendo com eles tinham em todas as esquinas mais famosas, não é?

Não?

Oh Jesus! Eu era uma deformidade.

Se bem que... Eu não me importaria de ser uma deformidade se isso incluísse o MEU padre lindo, que logo seria somente Edward, sem um sacerdote, padre, irmão, ou seja lá o que for à frente.

"Tia Bella." Me virei assim que me chamaram e vi o pequeno Tony parado com a cabeça baixa.

"Oi Tony... O que foi?" Perguntei me agachando para ficar á sua altura.

"Eu queria pedir desculpas."

"Desculpas? Por quê?" Oh Jesus. Será que ele matou Sky no laguinho?

"É..." Ele circulou os pés no chão em um movimento envergonhado. "Pelo aquele dia no Natal... Eu não sabia que a tia tinha medo de escuro..."

Ah...

"Hey Tony. Não fique assim, ok?" Falei acariciando seu rosto fofinho. Aquele menino era lindo demais, embora o que ele tivesse de beleza ele tinha de sapeca e líder da gangue infantil.

"Verdade, tia Bella?"

"Verdade." Cruzei meus dedos. Ele sorriu e estalei um beijo em sua bochecha. Assim que virei meu rosto para receber outro dele, vi Edward de longe segurando um copo de vinho e observando nós dois com uma expressão compenetrada. Sorri para ele, e me voltei para Tony.

"Sabe Tony... Se você quiser você pode até fazer de novo..." Comecei. Os olhinhos dele se abriram como se fossem saltar pelas órbitas, e eu mordi minhas bochechas internamente para não rir com aquilo.

"Sério, tia Bella?"

"Aham." Sorri. "Sabe o vampirinho?" Ele assentiu prontamente. "Então... Daqui cinco minutos diga para ele que... Hum... A cozinha explodiu, mas você não pode deixar ninguém perceber..."

Ele pensou um pouco, mas depois franziu a pequena testa.

"Por quê?" Oh Jesus. Eu teria que responder isso mesmo?

"É porque ele gostou muito da peça aquele dia, então resolvi fazer outra com ele." Sorri amarelo. "Mas ninguém pode saber, certo?"

Ele assentiu e um sorriso no estilo 'eu tenho uma nova missão impossível' surgiu no rosto dele.

Dei um tapa de leve na bunda do garoto enquanto este saia correndo para exercer seu plano.

"Bella... Temos vinte minutos até a contagem!" Rose gritou enquanto se aninhava á Emmet que sorria bobamente para ela.

Jesus. Olha dois que precisavam de esperança para o ano de 2008.

Nunca vi gente mais enrolada, quer dizer, gente com situações normais de namoro tão enrolados.

Porque nessa matéria, eu e Edward já havíamos recebido o OSCAR.

Esteirei-me até uma área perto da cozinha que ninguém conseguiria me ver enquanto eu esperava por ele.

E exatamente cinco minutos depois vinha um Edward meio confuso andando pelos corredores. Não tinha sinal de Tony, o que era uma boa, aliás, eu não tinha dito á ele para não aparecer por ali.

Quer dizer, no mínimo ficaria traumatizado pro resto da vida se visse uma cena daquelas.

Edward estava quase pronto para ir embora quando viu que as panelas, talheres e a toalha de mesa estavam em um estado de não-cinza ou cremação, quando eu pulei nas costas dele, enquanto ria.

"Bella!" Ele exclamou fazendo quase um contorcionismo para me segurar em suas costas.

"Oi padre." Disse sorrindo. "É melhor não fazer tanto barulho, você sabe... Lugar cheio..."

"Você é louca?" Ele perguntou me virando para ficar de frente á ele. Passei meus braços pelos seus ombros o trazendo para mais perto.

"Preciso responder que é tudo culpa sua?" Falei passando a língua pelos lábios. Ele notou o meu gesto e balançou a cabeça repetida vezes como que negando para si mesmo.

"Não, nem pense Bella. Aqui não... É perigoso."

"Edward..." Falei puxando-o pela gola da camisa até o canto escuro que eu estava escondida antes. "Existem algumas regras não-sacerdotais que você precisa aprender com a mamãe aqui..."

Encostei ele contra a parede enquanto ele respirava fundo e tentava sair dali, não tendo muito resultado, afinal eu não deixava, e bem, acho que 'essa tentativa' era só para não sair do protocolo.

"E qual é?" Ele perguntou rouco enquanto encarava meus lábios.

Aproximei-me de seu rosto e sussurrei em sua orelha. "Tudo o que é proibido é mais gostoso."

E quando eu quase estava juntando nossos lábios... O maldito celular com o bendito toque assou.

"Entra na minha casa... Entra na minha vida..."

Oh Jesus.

Ignora... Ignora...

"Bella, o som está chamando a atenção, podem vir aqui." Tive que concordar com ele. Peguei o celular e atendi totalmente de mau humor.

"Filha!" Foi o que eu ouvi assim que atendi ao telefone. "Espera só um minuto!" Ela gritou toda contente.

Ok. Eu tinha todo o tempo do mundo, quer dizer, eu estava ali, dando o MEU feliz ano novo de 2008 para Edward! OU melhor,quase dando o meu feliz ano novo para ele.

"Mãe, você sabia que..." comecei, até que ouvi a voz dela e do meu pai cantando alegres. Eles estavam bêbados? Coloquei no vivo voz para Edward ouvir.

"Adeus ano velho... Feliz ano novo... Que tudo se realize no ano que vai nascer... põe o dinheiro no bolso, saúde para dar e vender!"

Edward mordeu as bochechas para não rir enquanto eu revirava meus olhos.

"Bella gostou?" Meu pai perguntou ao telefone.

"Adorei." Revirei meus olhos.

"Que bom filha." Foi minha mãe que respondeu. "Olha... Seu pai finalmente concordou em ir até ai em Manhattan de ver... Não é lindo?"

"Totalmente lindo." Disse olhando para Edward e ficando de pernas bambas pela beleza ali em minha frente.

Ele riu, e fez um sinal com os dedos e sibilou um 'FOCO, BELLA'.

"E temos que colocar tantas coisas em dia..." Ela disse sonhadora, e ouvi passos, e a voz de Charlie ficando ao longe dizendo 'Tchau filha'. "Bella... Só uma coisa..." Minha começou com uma voz de sério-bêbada. "E o negócio do garoto?"

"Que garoto?" Edward arregalou os olhos e sibilou 'que garoto?"

"Oras... O padre Lindo Cullen, Edward!" Minha mãe disse como se fosse óbvio. Edward ficou olhando o telefone como se ele viesse de outro mundo, enquanto eu corava.

"É, hum... Tudo resolvido."

"Ah que bom minha filha... Você sabe se ele não fosse padre eu daria meu maior apoio... Mas você sabe, padre é pior que traficante para se casar..."

"É, jura mãe?" tentei desconversar. "Bem, agora eu tenho que ir, depois a gente se fala ok?" E desliguei antes que ela pudesse retrucar.

"Traficante, huh?" Edward brincou.

"Não ligue para mamãe..." Falei corada. Ele acariciou meu rosto, enquanto me olhava com extrema ternura.

"Onde nós estávamos?" Ele perguntou brincalhão.

"Na parte que você tentava fugir de mim achando que era perigoso..."

"Eu sou um bom filho, mamãe." Ele mordeu o lóbulo da minha orelha. Jesus! Quem é você e o que fez com o padre totalmente sacerdotal, Edward Cullen? "Eu aprendo rápido suas lições..."

E de novo estávamos aproximando nossos lábios quando...

"Entra na minha casa... Entra na minha vida..."

Oh Jesus. Acho que o cara lá de cima não quer que eu dê o último beijo de 2007 em grande estilo, não é?

Não. Tudo bem... Eu engulo essa.

"Olha aqui mãe..." eu comecei quando atendi ao telefone.

"Por Deus Bella... Chame-me de quadro e me bota na parede, mas de mamãe não!" Ouvi a voz totalmente bêbada de Jake do outro lado da linha.

UGH! Todo mundo estava bêbado hoje, menos eu?

"Jake!" Chamei. Edward revirou os olhos.

"Bella! Feliz ano novo, muita saúde, paz, amor, fraternidade, dinheiro, coragem, modéstia, amor, eu, enfim... Tudo de bom."

Nem um pouco convencido né?

"Ok Jake. Para você também..." Edward me lançou um olhar mortífero. "Quer dizer, tira a parte do 'eu'..."

Ele riu do outro lado. "Você sabe Bella... Você está que nem sapo na lagoa... No papo."

"Hein? Que coisa é essa, Jake?" Jesus. De onde ele tirara aquilo?

"Ah sei lá... Então Bella... Vemos-nos amanhã então, feriado... Pernas para o ar..."

"Jake você está bêbado..." Retruquei. Até que eu que comecei a ficar bêbada quando Edward fez algo que eu DEFINITIVAMENTE não esperava. "Ah..." Murmurei quando este se inclinou sobre meu pescoço e começou a me beijar lá.

"O que foi Bella, está bem?" Jake perguntou do outro lado.

"Ahaam..." Retruquei quando os beijos de Edward subiram até a mandíbula, e ele deu uma leve mordida no meu queixo.

"Você parece, sei lá... Como se tivesse gostando de alguma coisa... Ah claro... É meu telefonema. Se você tivesse me dito que eu causava tudo isso, eu teria ligado antes..."

Edward riu, enquanto sua boca E suas mãos traçavam a minha nuca e apertava meu corpo contra o dele.

Meu Deus... Jake bêbado era realmente uma coisa que eu não queria ver com muita freqüência.

"Largue esse telefone, Samara!" Ouvi do outro lado da linha alguém dizer.

"Pára..." Murmurei quando Edward me torturava somente roçando nossas bocas.

"OI? A Bella não se preocupe, eu posso ficar mais aqui..."

"Hmm..." Soltei um gemido de satisfação quando finalmente os meus lábios e o de Edward se encontraram, e ele carinhosamente o moldou com os meus.

"Jesus, Bella... Sou eu que causo tudo isso?" Joguei meu celular no chão, enquanto passava meus braços por volta do pescoço de Edward e puxava seus cabelos com força.

Edward mordeu meu lábio inferior e o sugou gentilmente, enquanto minha língua pedia passagem para a boca dele.

"Bella? Bella?" A voz de Jake pairava tão longe...

Edward explorou todo o meu corpo com suas mãos, enquanto eu me aninhava mais contra ele, levantando uma perna quase na altura de seu quadril.

A distância entre nós não existia, e eu logo senti alguém ganhando vida.

Hello? Estávamos em um amasso proibido, no meio de várias pessoas que não podiam nos ver, no final do ano de 2007.

Quem não ficaria excitado com isso?

Bem... Até padres ficavam. E Edward era a prova viva disso.

"Eu te amo..." Sussurrei no seu ouvido quando o ar faltou para nós, e nos abraçávamos forte.

"Eu te amo mais..." Ele retrucou, depositando mais um beijo de leve em mim. Ao longe ouvimos fogos de artifício, e uma intensa gritaria.

UHUL! Os deuses comemoravam o nosso momento. Um que finalmente estávamos juntos E felizes.

Edward mordeu os lábios e se afastou de mim somente o bastante para poder falar e me encarar nos olhos, enquanto sua mão se entrelaçava com a minha.

"Desejo-te um ano de 2008 perfeito. Com muitas coisas boas... E boas emoções para se viver."

Eu sorri. "Para nós dois." Apertei mais firmemente nossos dedos, enquanto apreciava o calor que o corpo dele emanava para o meu. "E quantas as emoções?" Suspirei. "Eu sei que estas... Nunca irão nos faltar."

9 comentários:

Naty_14 disse...

obiviamente, q a felicidad dles naum vai dura mto pq qndo o assunto envolve a Natalia Marques como escritora nada q se espera acontece. eu ri mtooooooo msm nesse capitulo, só a bela msm. sinceramente eu fikei com raiva do ed nesse capitulo e no anterior, mas qndo eli flo q ia larga tudo por ela eu me derreti inteira mais obiviamente vai acontece algo q elis vao se separa e eu nem vo arrisca um palpite pq sempre q eu achu algo acontece otra bem diferente. bjus

Leticia disse...

OOOOOOOOOOOHHHHH que lindo esse capitulooo *-* CLaro menos a parte que o filhode um paimente chato medito e idiota de un ser chamato Mike apareceu oq ue é isso literalmente preseguisão né, vontade de matar esse ser.
Ameia aperte em que bella descutia com a propriam Natalia, foi ilarioo ri muito, é Natali vc tem uma criatividade e tanto... Apesar de ficar com raiva de vc por quase nos matar ti Amo por fazer fics assim, Vc é Uma Filha De um Pailmente boa escritora!

Leticia disse...

Concordo com vc Naty... Isso não vai duarar muito tempo vai acontecer alguma coisa e separar os dois isso é algo tipico ta nossa queriada natalia sem falar que sabemos que ela vai parar no altar com Jacob e o Edward que selebra o casamento... =/

Laurinha disse...

ìncrível!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eles conserteza vão ter um ótimo ano novo HêHê.
Muitas felicidades...bjs.....confusões.....bjs......e tudo de bom incrusive mto bjs!
Amei!!!!!!!!!!!!!!!!

Julia disse...

Ficarei muito feliz, se a parte em que a Bella se casa com o Jacob fosse apenas um sonho, uma alucinação... isso esta me consumindo... todas as vezes q eles estão bem... lembro desse detalhe (o casamento)... e realmente esse cap. foi muito engraçado...

GabiClara disse...

*filho de um pai" .... Essa giria pegou mesmo, né?

GabiClara disse...

Nossa o Jacob parece comigo desejando Feliz ano novo, acho até que ele me copiou!

Leticia disse...

Pego sim Gabi kkkk

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

ESSE CAP. FOI MUITO LINDO! EU A-D-O-R-E-I!!! ATÉ Q ENFIM O ED PERCEBEU Q NÃO PODE VIVER SEM A BELINHA,DÃÃ! ISSO É TÃO OBVIO! O JAKE NO TELEFONE FOI MUITO ENGRAÇADO! A BELLA NO MAIOR LOVE E ELE PERTUBANDO! LOBINHO MAIS CHATO! BOM A ÚNICA COISA Q NÃO GOSTEI FOI O MALA DO MIKE APARECER PRA PERTUBAR,MAS ISSO É A CARA DA NATALIA ENTÃO PACIÊNCIA! A BELLA COMO SEMPRE ME FEZ RIR MUITO! ELA É FILHODOPAIMENTE LOUCA!
(PS: MIONE,HANNA,EU NUNCA VOU TROCAR O FIKS DE FORKS OU MINHAS BFFs DA NET! VCs SÃO MUITO IMPORTANTES PRA MIM! ME ALEGRAM SEMPRE! EU A-D-O-R-O VCs!!!

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