A Infiltrada 2 - Capítulo 04: Dúvidas. Para quê existes?

The heart never lies - McFly


Algumas pessoas riem

Algumas pessoas choram
Algumas pessoas vivem
Algumas pessoas morrem

Algumas pessoas correm
Direto para o fogo
Algumas pessoas se escondem
De seus desejos

Mas nós somos os amantes
Se você não acredita em mim,
Então olhe dentro dos meus olhos
Porque o coração nunca mente

Algumas pessoas lutam
Algumas pessoas caem
Outras fingem
Não ligar para nada

Se você quiser lutar,
Eu ficarei ao seu lado
No dia que você cair, Eu estarei bem atrás de você

Para recolher os pedaços
Se você não acredita em mim,
Olhe dentro dos meus olhos
Porque o coração nunca mente.

--



Bella tentava lutar contra a sonolência. Aquele silêncio entre eles, o mexer da máquina e o corpo quente do general fazia com que quisesse fechar os olhos e dormir. Mas não podia... Não, não.

Arrumou a postura e esticou os músculos dos braços. Ela só correra mais que jogador de futebol em dois jogos seguidos, não era motivo suficiente para ficar tão cansada. Olhou a paisagem em sua frente e tentou achar alguma coisa que pudesse a manter acordada, enquanto esticava os músculos e sua posição para dar um bom ‘up’.

Ouviu o general rosnar atrás dela. “Se você continuar com isso, novato, eu te jogo colheitadeira afora.”

Bella demorou alguns segundos para entender, até que soltou um sorrisinho malicioso, percebendo que não era uma idéia muito boa se mexer tanto no colo do generalíssimo.

Achava que em sua mente tinha alguma função “provocando o general” que funcionava de forma automática, em que mesmo que ela não pensasse, ela já fosse acionada. Só por birra, acomodou-se melhor no colo dele – demorando algum tempo para achar a posição correta. Junto com um resmungo do general, Bella ganhou uma mão segurando-a firme no quadril impedindo-a de se mover.

Era engraçado saber que o homem ficava a prova em sua presença. E acreditava também que tinha alguma espécie de espírito maligno governando seu corpo, porque não importava sua situação, sempre dava um jeito de fazer algo mundano. Como provocar o general. Se bem que provocá-lo era tão perigoso quanto à fuga da NSA. Ela bem sabia.

Suspirando, observou o céu procurando por algum ponto que pudesse ser um helicóptero. O general ficara ainda mais preocupado sabendo que o aparelho que carregava não lhe dava as verdadeiras coordenadas, mas Bella não estava. Havia alguma coisa em estar com o general que lhe dava segurança, não importasse o que estivesse acontecendo ao redor. Ela deveria evitar aquilo... Tinha que se lembrar que era irracional confiar tanto em um inimigo... Jesus, inimigo esse que tentava tirar suas roupas.

Ainda se sentia totalmente envergonhada e irritada consigo mesma pela cena de minutos antes. Ok, não seria hipócrita ao ponto de negar se sentir atraída por aquele homem enorme e musculoso. Mas mesmo assim... Era totalmente estranho. Alguém já lera o que os dois já fizeram um com o outro? O que ele já fizera com ela? Que ela já quase o matara? Que os dois brigavam dentro do ringue e fora dele com a mesma intensidade?

Mas então um pensamento lhe ocorreu... Ela quase perdera o controle, certo... Mas você não fazia coisas daquele tipo, sozinha. E não fora ELA quem começara o beijo.

Com uma determinação indistinta, concluiu que em todas as vezes que eles chegaram a se beijar, algum sentimento maior, uma situação maior os impulsionava. Mas nunca depois eles conversavam sobre aquilo, ou se provocavam sobre. Era como se fosse um assunto tabu, que ambos não podiam controlar acontecer, mas evitavam falar, como se o tornasse inexistente.

Mas Bella e seu espírito maligno interior não deixariam aquela oportunidade passar. Suspirando, começou:

“Por que você me beijou?”

Sentiu o general endurecer e por um momento perder um pouco o controle sobre a máquina agrícola.

“Porque quis.” Ele respondeu de um jeito indiferente, como se falasse ‘Ah, como eu não tinha nada para fazer, decidi beijar o novato. Simples. ’ Bella não gostou nem um pouco da resposta. “E por que você respondeu?”

Ah... Ótimo. Foi à vez de ela enrijecer.

“Por que...” Começou engolindo em seco. “Porque você quis.”

O general bufou. “E desde quando você faz alguma coisa por eu querer?”

Pronto. Pegou no orgulho dela. Não vou cair na armadilha... Não vou cair na armadilha... Não vou cair...

“Tá, foi por que eu quis.” Resmungou.

O general revirou os olhos atrás dela. Na sua lista precisava acrescentar que era também muito orgulhosa.

“E por que você quis?” Foi à vez dele perguntar.

“Não é justo, é eu que começo as perguntas aqui.”

“Não. Você deve se lembrar claramente que eu tenho mais direito que você.”

“O quê? Como assim você tem mais direito? Só por que você é militar formado e eu sou... Que se dane o que eu sou!” Rosnou e cruzou os braços de encontro ao peito. Iria dizer que na hierarquia militar era um principiante, já que passara um ano como novato na NSA e graduara, mas era melhor deixar quieto.

“Por que você leva sempre tudo pro lado militar?” Ele provocou. “Esqueceu por acaso que eu continuo sendo um cidadão honrado enquanto você é quase uma pária?”

“Uma... O quê?” Ela rosnou e virou-se para encará-lo. “Como ousa?”

Ele arqueou uma sobrancelha. “A verdade te aflige, novato?”

Os dentes dela rangeram em raiva e incredulidade. “Pois fique você sabendo que de cidadão honrado você não tem absolutamente nada! Esqueceu também, generalíssimo, que você é cúmplice da infiltrada aqui, e, portanto perdeu seu título de cidadão honrado?”

Ele deu de ombros. “Mas para todos os meios ainda continuo sendo.”

“Você é tão irritante!” Resmungou virando-lhe as costas.

“O irritante te atrai, novato?” Ele provocou.

Bella enrijeceu. “Acho repulsivo.”

“Aham...” Ele assentiu, ainda com o tom malicioso. “Eu vi bem sua repulsão instantes atrás.”

Bella se xingou internamente por suas fraquezas. “Pois fique sabendo que...”

“Que, o quê?”

Voltou-se para olhá-lo. “Que aquilo nunca mais vai voltar a acontecer!”

Encarou-a com a mesma intensidade, os olhos verdes levemente escurecidos pela noite. “E você quer apostar?”

Bella engoliu em seco. Estava com raiva. Agora não sabia de quem. De si ou dele. De si mesma por não saber de mais nada, dele... Por... Por... Ser a causa de tudo. Determinada, levantou o queixo e encarou-o, com uma resolução que não sentia.

“Sim.”

“E o que você está disposta a apostar, novato?”

Ela pensou um pouco e resolveu perguntar. “Qualquer coisa. E você?”

“Quase qualquer coisa.” Ele rolou os olhos e desviou o olhar dela para o campo. “Mas sabe de uma? A aposta não vai dar certo.”

“Por quê?”

“Porque ambos estamos apostando na mesma coisa.”

Depois dessa, Bella voltou-se para frente encarando o campo escuro. Ele também apostava que não voltaria a acontecer nada entre eles. Ótimo.

Quando um não quer, dois não brigam. E quando dois não querem, bem, melhor ainda.

E quanto à aposta, ambos rezavam para que ganhassem. Nenhum dos dois estava pronto para o que acontecia entre eles... Que era estranho e irracional e com certeza, inumano.

---

Há algo muito perturbador em estar confuso.

É como se houvesse um quebra-cabeça a ser montado, mas não fizesse a mínima idéia de como encaixar as peças. Mesmo se tentasse que fizessem algum sentido e mesmo conseguindo combinar duas ou três, o franzido da testa continuava, e as dúvidas aumentavam.

O desconhecido era algo que muitas vezes poderia colocar homens adultos, fortes e desapaixonados de joelhos. Existe algo perturbador em perder o controle também, não podendo disparar uma ordem para fazer com que voltasse, rapidamente, assim como você ordenou.

O generalíssimo Edward Cullen nunca fora homem de hesitar –pensava muito, era claro – mas quando à hora chegava, simplesmente levantava-se, esticava os ossos do pescoço e colocava-se em ação. Nunca experimentou aquele momento em que o coração parecia pifar enquanto ficava lá somente encarando possibilidades... E dúvidas... E escolhas.

Completaria trinta anos em pouco tempo. Talvez estivesse chegando à metade de sua vida... Ou ao fim, aquilo importava? Desde dezoito vestia um uniforme com a bandeira dos EUA no peito. E desde vinte e oito era o mais novo generalíssimo já existente. Desde sempre fechava os olhos e podia recordar cenas de sua infância antes dos cinco, o cheiro de seus pais, o simples som de suas vozes. Aprendera a controlar-se... A lutar, e olhar sempre além de onde estava. Aprendera a não rir, a ser severo, e ordenar que os outros ao seu redor vissem a vida de forma mais objetiva, como ele.

Odiava ver as pessoas sorrindo e rindo, como se o mundo fosse algum lugar bom e saudável para se viver. Odiava pessoas que carregavam sonhos, que almejavam coisas no futuro – muitas vezes impossíveis. Odiava aqueles que não passaram por que passara: Por que tinha acontecido com ele?

Mas há um ano as coisas começaram a mudar. E tudo naquele maldito dia ventoso de janeiro, na cerimônia de abertura do novo ano com os novatos. Ele sabia que ela estaria lá. A garota Volturi. Era assim que pensava nela... A porra da garota dos Volturi que seria sua ferramenta para conseguir o que desejava.

Mas como poderia imaginar que fosse tão teimosa, ardilosa, orgulhosa, irritante, corajosa... E... Tão... Mulher? Como poderia imaginar que sendo seu treinador, na verdade começara a se enfraquecer? E inferno! Aquela era a maldita verdade! Ele começara a perder o controle a partir do momento em que deixou que lhe mostrasse como as coisas poderiam ser diferentes. Ela – diferente dele – ainda tinha um brilho no olhar, ainda acreditava que poderia ser melhor... Ainda tinha algum propósito na vida. Tinha preocupações mundanas, como a idade. Temia ficar velha, onde ninguém a quisesse, onde passasse o resto de sua vida solitária, sem uma família.

E suas próprias dúvidas naquele dia de seu aniversário em Setembro fizeram com ele pensasse no “depois”. Certamente ele não estaria na NSA para sempre... Certamente não se vingaria dos Volturi para sempre... Tudo tinha um fim, e como seria o seu?

Aquela porra psicológica nunca fora seu forte – e quando vinha ele simplesmente virava as costas e achava alguém para chatear. Mas não com ela.

Pensara que quando soubesse da verdade – a terrível verdade da morte de seus pais - ficaria de algum modo como ele. Temia isso, mas também esperava. Mas se surpreendeu ao vê-la rindo na neve, rindo de si mesma e de sua vida... E não amargurando, e se corroendo, como ele fizera. Ficara orgulhoso de seu novato, mas ao mesmo tempo, confuso.

Não tinha dúvidas de que a dor dela seria muito maior, afinal vivera com o assassino dos pais. Mas parecia tão malditamente mais forte, mais corajosa, e o general sentiu raiva de si mesmo por não ser assim.

Desde que pisara em sua vida, fizera com que andasse na corda bamba de sentimentos, de ódio, raiva, rancor, desprezo, desejo... Querendo ou não, ela fizera com que sua merda de vida se tornasse... Menos... Monótona.

E apesar de tudo... Apesar das grandes probabilidades, aquela mulher – seu novato – estava com a cabeça no vão de seu pescoço, com a respiração calma e quente arrepiando os pêlos de sua nuca, em um ato inconsciente.

Ele abaixou a cabeça e inalou a essência dela. Com um bufo, percebeu como estava sendo absolutamente ridículo e generais não deveriam fazer aquela porra. Mas não pôde deixar de lembrar-se de quando a beijara... Sentira uma vontade tão malditamente forte de se enterrar dentro dela... E aquela PORRA de helicóptero que não estava no radar do aparelho que pegara na NSA!

Apostara que aquilo não voltaria a acontecer, e ela também. E era verdade. Nunca se sentira tão... Vulnerável em sua vida. Ela fazia perder o seu controle, e antes ele não temia nada ao seu redor, mas agora ele temia... Temia que algo acontecesse com ela. MAS QUE INFERNO! Ele tinha vontade de socar alguma coisa – mas McCarthy não estava por perto – queria pegar a novata no colo e deixá-la ali e voltar para a NSA e continuar a ser tudo como era antes.

Ele odiava ignorância. Odiava o desconhecido. E deveria odiar quem o fazia passar por aquilo que detestava.

E confiava nele... Porra! Confiava nele! E sabia que era verdade, pois olhou em seus olhos e não existia ator ou atriz no mundo capaz de camuflar a verdade contida neles. Algo dentro de si se mexeu... Como um leão enjaulado que nunca chegara tão perto de destruir sua cela. Maldição! Por que ela fora dizer aquilo?

Ninguém nunca, NUNCA, em sua vida falara que confiava nele. Ninguém nunca o fizera. As pessoas tinham medo, respeito, até uma relutante admiração, mas a porra de ninguém simplesmente pegou na mão dele e disse que confiava! E aquela mulher – que tinha todos os motivos do mundo para não fazê-lo – sentia aquele sentimento nobre. Pois confiança era algo nobre... Destrutível... E que poderia morrer a qualquer momento.

Aquele mundo era realmente uma merda.

O general parou a colheitadeira assim que chegou ao ponto indicado. Olhou no relógio e constatou serem três horas da manhã. Ainda estava no tempo.

Bella acabara adormecendo. Suas preocupações estavam enchendo-a, e a sonolência logo chegou. O caminho era longo e a máquina lenta, mas o general explicara que seguir a estrada que estavam era perigoso, e precisavam chegar a outro carro que esperava por eles. Cortando o caminho pelo campo recém-colhido, ninguém conseguiria achar as pistas deles a partir do motel de beira de estrada e ficariam mais seguros.

“Acorda novato.” Chamou. Bella demorou alguns segundos para acordar. Piscou os olhos diversas vezes até focalizar onde estava e com quem estava.

“Jesus. Eu dormi.”

“Eu não tinha percebido isso.” O general resmungou. Bella então franziu o cenho e reparou como estava. Com a face queimando se distanciou e tentou botar ordem no cabelo, recusando a olhar aquele homem bem embaixo dela.

“Já chegamos?” Mudou de assunto. Tentou ignorar que deixara a sonolência tomar conta de seu corpo, tentava ignorar que dormira bem no colo do general Cullen...

“Não.” Negou, puxando-a para cima pelo quadril enquanto ele mesmo se levantava e pulava da máquina. Bella respirou fundo e seguiu-o, olhando ao redor.

“Onde estamos agora?”

“Perto da outra rota.”

“Mais estrada.”

“Sim.”

“Oh. Ótimo.” Rolou os olhos. “E você simplesmente vai deixar o carrinho do Bond aqui?”

O general olhou-a, confuso.

Bella rolou os olhos. “Foi como eu chamei a colheitadeira.”

Ele rolou os olhos e virou-lhe as costas. “No meu currículo não tem roubo, e pretendo deixar assim.”

Bella deu de ombros: estava se acostumando com as meias respostas do general. Foi relaxando aos poucos, se sentindo mais confiante. Depois da aposta deles, bem... Ela estava mais segura, não é? Ela não correria risco de ser prensada na parede ou de pular em cima dele, não é?

“Vai demorar pra chegar?” Oh céus. Ela parecia uma criançinha perguntando pro pai ‘pai, tá chegando’?

“Lá pelas cinco da manhã.” Ele respondeu tirando uma folha do caminho. Bella estava ainda um pouco sonolenta e quase perdeu o equilíbrio ao tropeçar em uma pedra, mas antes que pudesse sequer perceber o que estava acontecendo, os braços do general já estavam ao seu redor.

Olharam-se e ficaram estranhos por algum tempo, analisando suas expressões. Até que ele respirou fundo e soltou-a.

“Vê se olha por onde anda.” Resmungou. Bella rolou os olhos e continuou o seguindo.

Andaram por algum tempo, até o general parar perto de uma árvore, onde estava estacionado um carro coberto por uma manta que camuflaria sua presença. O general retirou-a com um puxão e chutou-a para dentro do veículo.

“Entre.” Ordenou. Bella suspirou. Já desistira de tentar descobrir para onde ele a levaria... O general ou mudava de assunto ou lhe dava um fora. Estava tão cansada que nem mesmo se deu ao trabalho de observar onde estavam e com alguns passos pesados abriu a porta do passageiro e entrou. Lá dentro deu uma olhada ao redor e percebeu que não muito longe dali havia uma cabana de madeira parecendo velha e inabitável. Mas esse inabitável, parecia habitável porque havia uma pequena chaminé, pela qual saía vapor.

Voltou seu olhar para dentro do carro e percebeu que o general não tinha entrado e tomado seu lugar no banco do motorista. Ele só encostou-se na janela e com o queixo apontou para o banco de trás. “Tem algumas roupas ali. Troque, e também a peruca.”

Bella assentiu já esticando a mão para pegar as sacolas, quando notou o general se afastando e encarando a estrada não muito longe dali, como se certificasse que estava segura.

Não pôde deixar de suspirar ao ver a figura alta e forte parada ali, parecendo imponente e indestrutível. Com ele, sentia-se estranhamente segura. Ele exalava poder e perigo ao mesmo tempo, fazendo com que ficar ao lado dele você sentisse que nada poderia atingi-la, se ele estivesse do seu lado.

Tentou ignorar que não muito antes estava agarrada a ele tentando tirar suas roupas. Era algo ignorável, lógico. O que não era ignorável talvez fosse que ele também estava tentando tirar as dela. Ainda estava observando-o, como que hipnotizada quando o viu retirar o casaco. Ela notou algo estranho, até perceber o que era. Uma mancha escura na camiseta dele. Sangue.

Largando a sacola que segurava, abriu a porta do carro não pensando muito em suas ações. Marchou em sua direção, e quando a viu se aproximando ele estreitou os olhos e foi abrir a boca para começar algum de seus sermões irritantes.

“Por que você não me disse que estava ferido?”

O general olhou dela para o braço e praguejou, colocando o casaco de novo. “Não é da sua conta.”

“Larga de ser infantil, general. Isso pode infeccionar.” Segurou o braço dele impedindo que colocasse o casaco de volta. Lançou um olhar tão irritado e maligno para ela, que soube que até ficaria balançada, mas não agora. Não ali.

“Não adianta olhar desse jeito. Deixa-me ver o que...” Com um puxão ela rasgou o tecido da camiseta e encontrou uma grande atadura coberta por sangue envolta de seu braço. Chocada, olhou-o se perguntando como ele ficara todo aquele tempo sem falar um ai, nem ao menos dar dicas que estava ferido. E muito.

Então se lembrou que ele fazia algumas caretas de vez em quando, até mesmo quando caíram da colheitadeira e achou que era divertido, na verdade ele estava sentindo dor. Estava com a porra daquela ferida o tempo todo, e nem deu um pio sobre aquilo. Poderia chamá-lo de corajoso, mas só via teimosia ali.

“Onde você... Onde...?” Começou um pouco deturpada. O general tentou afastá-la. Com o maxilar trincado, rosnou:

“Já disse que não foi nada. Vá trocar logo as roupas, não temos muito tempo.”

“Pro inferno com o tempo!” Ela esbravejou. “Eu posso não ser médica, mas trabalhei um ano como auxiliar na enfermaria, sei que isso pode infeccionar e acabar tornando tudo pior. Precisa de um curativo eficiente e não esse pedaço de pano que você colocou ao redor.”

Edward rosnou, irritado. “Sou forte como um cavalo, e não é um tiro de raspão que vai me derrubar. Trouxe-a até aqui, e posso muito bem levá-la o resto do caminho.”

“Tiro?” Bella repetiu confusa. O general fez uma careta e resmungou, percebendo que falara mais do que deveria. Então uma lembrança voltou à mente de Bella:

"Eu entendo mais do que você imagina." Ele respondeu e então mais uma vez agindo com aquela velocidade superior, ele bateu com força na mão dela fazendo com que a arma voasse em direção a algum canto do chão. Quando a pistola tocou o piso houve um disparo, mas dessa vez ela não conseguiu saber onde ele acertara. Ouviu um som engasgado vindo do general, mas logo ele estava empurrando seu corpo com o dele.

“Na sala de controle marítimo!” Arfou.

“Ótimo, agora pára com esse drama idiota e vamos dar um fora daqui.” Ele disse pegando-a pelo braço e puxando-a em direção ao carro.

Ah não! Bella não soube o que raios aconteceu dentro dela, mas não deixaria que por ser fisicamente mais forte, ele tomasse o controle da situação. Não podia deixá-lo com aquele machucado. Poderia piorar... E muito. E pelo menos devia aquilo a ele.

“Me solta! Eu não vou a lugar nenhum!” Esbravejou e com um puxão conseguiu se soltar. Ele voltou-se com fúria, pronto para brigar e colocá-la no ombro se necessário.

“Não aja como uma criança, droga! Você não viu aquele helicóptero? Existem outros, novato! Existem satélites... E essa sua birra pode custar sua liberdade!”

Bella engoliu em seco, sabendo que era verdade, mas não desistiria. Não tão fácil. Cruzou os braços de encontro ao peito e deu-lhe um olhar superior, mesmo sendo vários centímetros mais baixa. Com seu mais de um metro e setenta, Bella na maioria das vezes era maior que as pessoas a sua volta, mas não com o general Cullen.

“Eu sei as conseqüências dos meus atos, e sei também que você é absolutamente teimoso e não liga nem para a própria saúde. Mas eu não vou deixar que você continue com isso, general. Se você quer tanto me ver segura para quaisquer sejam seus propósitos, então deixe procurar alguma coisa para fazer um curativo, antes que infeccione – se já não infeccionou – e isso se espalhe, e piore.”

“Qual é seu problema? Eu te trouxe até aqui, e posso te levar. No que isso importa?”

“EU ME IMPORTO!” Berrou levando uma mão ao peito e percebendo que estava sendo dramática demais, abaixou-há, um pouco envergonhada por suas estranhas reações. Respirou fundo e acrescentou em tom indiferente. “Se você desmaiar, ou ter que amputar seu braço, quem vai manter McCarthy longe de mim?”

O general olhou-a cético, perguntando silenciosamente se esperava mesmo que ele caísse naquela. Ele estudou-a, se perguntando o porquê se preocupava tanto com um simples sangramento. Diabos! Por que fora tirar o casaco? Ele colocara um pano firme em volta de seu braço para estancar o sangue e acreditava que seguraria as coisas até voltar e dar um jeito. Alice certamente não questionaria os motivos pelo machucado...

Mas que raio de novata teimosa era aquela!

“Ótimo, você não me deixa alternativa.” Então ele se inclinou e foi puxá-la pelos joelhos, colocando-a sobre seu ombro. Bella bufou exasperada. Sabia que algo daquele tipo aconteceria. Maldito músculos fortes e grandes que aquele homem tinha!

E como diabos ele suportava a dor que aquele ferimento estava causando? Será que ele era tão teimoso e imbecil a ponto de deixar aquilo passar?

Mas situações drásticas mereciam reações drásticas.

E Deus sabia que se arrependeria por isso – ou o general a faria se arrepender -, mas ela se agitou tanto nos braços dele, que ele xingou-a de mil nomes enquanto tentava fazer com que ficasse imobilizada. Bella mordeu-o no ombro com força, o que o pegou desprevenido e fez com que a soltasse.

E quando ele a tentou pegar de volta, juntou toda a força e equilíbrio que tinha, e impulsionou o joelho no meio das pernas do general.

Oh, aquilo doeu.

O homem rosnou e em um típico comportamento masculino, levou a mão ao baixo ventre e envergou no chão com uma careta no rosto.

“Maldição!” Praguejou entre dentes com o rosto ficando vermelho. Bella bufou.

“Agora dá para ficar quieto e deixar de ser teimoso?” E quando falou essas palavras, ouviu um som ali perto e em um ato automático checou a peruca na cabeça. Observou um senhor com um lampião na mão caminhando na direção deles, desconfiado.

“Olá! Quem está aí?”

Bella olhou o general se recuperando ao seu lado e tomou a decisão. “Aqui!” Chamou abanando as mãos.

O general enrijeceu, com mil xingamentos passando por sua mente. Mas que droga! Será que ela não entendia o perigo que corria?

“Novato!” Sibilou em repreensão. “Vai colocar tudo a perder?”

Ela virou a cabeça por cima do ombro e respondeu: “Eu não vou deixar você se perder.” Então saiu em direção ao homem. Ao lá chegar, percebeu que o senhor era muito simpático, e quando Bella improvisou dizendo que seu amigo estava ferido e precisava de um curativo, logo se mostrou preocupado e pronto para ajudar.

O general já havia se recuperado, mas a carranca em seu rosto deixava bem clara a raiva que sentia.

“Leve-o para dentro.” O homem disse.

Bella caminhou até ele e se preparou para um eventual soco na cara. A cara que fazia não era uma das melhores. Mas ele respirou fundo e fechou os olhos, tentando se acalmar, mas mesmo quando falou, sua voz continuava raivosa.

“Você só faz merda, novato. Isso é perigoso.”

“Eu sei que é. E seu machucado também. Na NSA houve um caso de ferida não tratada, e bem mais superficial que a sua. Por falta de tratamento, quase que a infecção se tornou generalizada.”

“Exagero.” Ele rosnou.

“Para um homem tão esperto, você é bem ignorante, general.” Repreendeu.

Ele olhou-a com um olhar que poderia muito bem gelar o inferno. “O que você disse?” Rosnou.

Bella rolou os olhos. “Vamos. Quanto mais rápido, melhor... Mais seguro.”

O general estava pronto para pegá-la pelos ombros de novo e amarrá-la nos pneus se fosse necessário, mas Bella pareceu perceber suas intenções e mirou-o.

“De onde surgiu aquele golpe, tem mais.” Avisou.

O general estava irritado... Incrédulo. Como que uma mulher de vinte centímetros menos que ele, simplesmente estava lhe demandando ordens como se ele fosse o novato da história?

Mas não pôde fazer nada, porque logo o senhor apareceu e sabia que não poderia causar nenhuma cena. O velho parecia bem intencionado, e entendia que nada do que dissesse ou fizesse faria com que a infeliz mudasse de idéia.

Com um bufo, seguiu-a e entraram na casa. Com sua alta estatura parecia dominar toda a pequena estrutura, e logo o senhor indicou o banheiro aonde poderiam encontrar um kit de primeiros socorros. Bella agradeceu e empurrou Edward para lá, fechando a porta atrás deles.

“Se aparecer uma escolta na porta, a culpa é sua.” Ele rosnou sentando-se na pia. Bella rolou os olhos e procurou as coisas necessárias para o curativo. Não tinha tudo o necessário, mas daria certo. Agradeceu mentalmente por ter aprendido alguma coisa na estadia na NSA. Deus sabia que se embolava toda com assuntos médicos anteriormente.

“Para um homem de quase trinta anos, de quase dois metros e cem quilos, você age como uma criança.” Ela repreendeu-o tratando de pegar um algodão para limpar.

Desatou o pano ao redor de seu braço e arfou ante a visão que teve. O tiro fora de raspão, mas mesmo assim fizera um estrago. Prendendo a respiração, tratou de limpar, ignorando os protestos do homem.

“Já passei por coisa muito pior que isso. Está fazendo tempestade em copo d’água.”

“Cala a boca.”

Os olhos dele se arregalaram. Ele não estava acreditando que ouvira aquilo.

“O quê?”

Bella não olhou para ele, estava atenta demais no processo de limpeza e desinfetar.

“Cala a boca.” Ele não podia acreditar que ela ainda tivera o desplante de repetir! O generalíssimo era um homem que na maior parte das vezes não era pego de surpresa. As pessoas eram previsíveis, as ações previsíveis. Ele sempre analisava tudo de todos os ângulos. Todas as possibilidades.

E, no entanto, aquela simples mulher o mandava calar a boca? Nunca, ninguém, em toda sua vida sequer faltara-lhe com respeito!

“Com quem diabos você pensa que está falando?” Ele rosnou extremamente irritado.

“Com um homem teimoso e arrogante, que acha que só porque tem um título militar não está sujeito a uma infecção, doença ou morte.” Ela então sorriu e olhou-o, vendo logo o franzido super acentuado da testa dele, as sobrancelhas quase unidas e a expressão de total espanto. “É forte como um cavalo general, mas cavalos também morrem.”

Ele abriu a boca para retrucar, mas fechou-a. Estava sem ação. Pela primeira vez em muito tempo sem saber o que dizer. Ainda continuava irritado, mas mais consigo mesmo do que qualquer outra pessoa. Porque ele sabia que se qualquer outro tivesse mandado-o calar a boca, essa pessoa iria se arrepender o resto da vida por sequer ter levantado a sobrancelha, mas como era aquela maldita mulher... Cristo! Ele não era capaz de fazer nada.

Eles ficaram em silêncio depois, e o general nunca desviou o olhar perturbado e confuso da mulher que mordia os lábios em concentração à medida que fazia o curativo. Praguejou quando pegou em um ponto sensível, e se surpreendeu quando suavizou os movimentos. Tinha boas mãos, isso tinha que admitir. Cuidara dele quando voltara da Rússia, e Alice dissera que não havia ninguém mais dedicada.

Bem... Por todas as circunstâncias, poderia deixar que a levasse para o lugar e depois deixá-lo por sua própria sorte, não se importando se pioraria ou não. Mas estava de certa forma arriscando todo o progresso da fuga até ali, somente para cuidar da porra de um machucado de nada.

“Argh, inferno!” Rosnou. “O que raios você está fazendo aí, novato? Cortando minha pele?”

Bella rolou os olhos. “Você agüentou todo esse tempo com o machucado, e agora reclama disso?”

Ele bufou. “Antes eu não tinha um ácido fervendo em minha pele.”

“Ainda tem a parte pior...” Ela disse jogando uma gaze fora. “Talvez se você se distrair com outra coisa, anuvie um pouco.”

“Estou pouco me importando com a dor.”

Rolou os olhos. “Ataque de ‘eu sou macho’ agora não, general. Economize-me.”

Ele olhou para o teto em desalento. Ainda bem que todos aqueles que o temiam não tinham acesso ao que passava ao lado daquela mulher. Sua reputação iria toda para o lixo, e as pessoas ririam da cara dele. É, ótimo, Edward, ótimo, olha onde você se meteu.

Bella riu com algum pensamento e ele olhou-a, com a sobrancelha arqueada. “Que foi?”

“Nada.” Respondeu dando de ombros. Procurou por alguma coisa no kit. “Eu só estava pensando nisso tudo e como eu estou me sentindo como uma cega sendo guiada por seu cão-guia.”

O general bufou e deu uma espiada no machucado. Com uma torção no nariz, respondeu: “Não costumo ser comparado com labradores. Mas com leões.”

Bella pensou e concluiu que sim, era melhor comparar o general com um leão. E dos grandes. Tinha toda a história de ser o rei da floresta, não era? Bem, o general fazia bem o seu papel de rei de qualquer lugar em que colocasse os pés. O velhinho da pequena casa que se cuidasse.

“E quem já te comparou com um leão?”

O homem rolou os olhos. “Uma repórter. Saiu uma vez um artigo no jornal sobre alguns ‘militares’.” Citou ironicamente. “E na minha foto, ela comparou-me com um leão. Eu achei que depois das cortadas que eu dei nela na entrevista, me compararia com algo pior.”

“Você deu uma entrevista?” Bella perguntou surpresa.

“Por que o espanto?” Arqueou uma sobrancelha. “Se eu bem me recordo você participou de uma, e eu estava por lá.”

Bella bufou. “Não me lembre daquele dia. Quase fiz a mulher engolir a fita.”

O general rolou os olhos. “Nós temos certos... Deveres. Como somos ‘defensores públicos’,” Frisou a última palavra com ironia novamente. “Temos que deixar que os ‘cidadãos’ conheçam um pouco sobre nós, e saibam que estão seguros.” Bufou e concluiu: “Grande merda.”

Bella riu. “Ela deve ter ficado insatisfeita, então... Já que tenho certeza que não conseguiu nada sobre você.” Era claro que ninguém teria conseguido algo sobre quem era o verdadeiro Edward Cullen. “Deve ser por isso que te comparou com um leão... Querendo dizer que você morde, de algum modo.”

“Ela ficou insatisfeita,” Ele bufou. “Mas com a recusa da NSA da proposta imbecil dela.”

“Que proposta?” Bella perguntou curiosa, encarando seu perfil másculo. Bufou sarcasticamente e sua expressão mostrava que se recordava do dia como algo ridículo.

“Queria que eu, e outros de alta hierarquia pousássemos para uma revista feminina.”

Bella abriu a boca em choque. “Tipo... Nus?”

“Não, novato. Esquiando.”

Bella ignorou. “Mas que... Que... Louca!” Completou sem encontrar palavra melhor.

“Pelo visto as mulheres têm fetiches com homens fardados. E altos cargos. Como desculpa para nos tornar ícones sexuais, disse que o país precisava estar seguro que éramos fortes e capazes para defendê-lo.” Ele bufou. “Alguns novatos teriam aceitado prontamente, achando a porra de uma diversão, mas recusamos, logicamente.”

“Logicamente.” Bella repetiu.

“Acho que ela ficou constrangida quando negamos...” Fez um som irônico. “Principalmente com o que McCarthy fez...” Mas logo percebendo de quem estava falando, calou-se trancando o queixo e se amaldiçoando.

Bella percebeu a mudança de humor, mas questionou do mesmo jeito. “O que ele fez?”

“Algo idiota.” O homem rosnou e espiou o machucado. “Como sempre.”

Bella parou os movimentos, mordendo os lábios. “Ele era seu amigo.”

O general bufou ironicamente. “Ótima conjugação de verbo, novato. Era.”

Bella queria dizer alguma coisa, mas não vinha nada que pudesse dizer. Deu de ombros e avisou ao general que o pior já havia sido feito e nem percebera. Ou se percebera, com seu orgulho idiota não mostrou. Mas por mais que tentasse afastar aquele pensamento da mente, ficava se perguntando como seria a reação da população feminina ao ver o general nu em uma revista.

Alguns minutos depois, Bella terminou, enfaixando o braço do general e atando muito bem o ferimento. Ficou orgulhosa do trabalho, afinal durante um ano cuidara dos ferimentos dos novatos que apareciam todo o dia com algo diferente, causado por algo idiota.

“Prontinho. Doeu?” Provocou.

O general rolou os olhos e analisou o curativo. Dando de ombros e se fingindo indiferente, disse em tom lacônico. “Nada mal.”

Bella estava de costas para ele arrumando tudo de volta e riu baixinho. Sempre o mesmo general.

O homem a observou de costas para ele com um olhar atento. Não conseguia entendê-la, era claro, por mais que achasse que a compreendia. Ela o deixava sem ação, e com falta de controle, e odiava tanto aquilo...

“Agora você fez o que queria e pode ter membros da SWAT te esperando ali fora. Está feliz, agora, mamãe?” Provocou.

Bella terminou de guardar tudo e olhou-o por cima do ombro. “Deus me livre ser mãe de um filho como você!”

O general bufou, mas quase sorriu. “Ainda bem.” Concluiu antes de puxá-la para ele, que ainda estava encostado na pia. Bella arfou por estar com as costas no peito do homem tão de repente. Lembranças de momentos antes no campo voltaram à tona, e rezou para que conseguisse manter o controle. “Ainda bem.” Repetiu em seu ouvido fazendo com que os pêlos do corpo de Bella se eriçassem.

“Vocês estão bem, garotos?” A voz do senhor surgiu pela porta. O general rosnou olhando para a madeira como se pudesse estraçalhá-la com um único olhar, e Bella respirou fundo se afastando dele e abrindo a porta com um sorriso.

O velhinho simpático estava lá, parecendo preocupado. “Está tudo bem?”

“Não.” O general respondeu mal humorado.

Bella riu sem graça. “Está sim. Acabei de fazer o curativo.”

“Ah...” O senhor olhou para os pés, e depois sorriu. “Preparei um copo de leite pra vocês. Está muito tarde, ou melhor, muito cedo. Sorte é que eu acordo bem cedo todos os dias.”

Bella logo simpatizou com o senhor, mas recusou a oferta. O homem aceitou depois de alguma relutância e deu mostras que vivia sozinho e solitário por ali. O general teve que conversar um pouco com senhor, como medida de prevenção... Inventando alguma história sobre os dois, dizendo vagamente um lugar que se encaminhavam, para que, caso o homem fosse achado e interrogado, pudesse dizer aquela história.

Depois de alguns minutos, ambos seguiram porta afora em direção ao carro, e logo ela teve que ouvir as reclamações do general.

“Se você mais uma vez sequer fizer aquilo comigo de novo, novato. Eu não me responsabilizo pelos meus atos.” Repreendeu-a lembrando do chute na virilha. “E se mais uma vez você me mandar calar a boca, eu calo a sua com algo que você não vai gostar muito de saber.” Ele rosnou ainda irritado.

Bella riu baixinho.

Entraram no carro e Bella se lembrou das roupas que teria que trocar. Quando avisou o general, este simplesmente fechou a porta do motorista e colocou a chave na ignição. “Agora você se vira aí. Não vou a lugar nenhum.”

“E o que acontece com os meus direitos?”

“Você violou todos os meus há porra de muito tempo.” Ele rosnou e pisou no acelerador.

Bella rolou os olhos e pensou em ir para o banco de trás e se trocar como antes, mas com um bufo irritado concluiu que não tinha motivo para tanto pudor. Não tinha vergonha, e o general que se explodisse.

Tirou a blusa e jogou no banco de trás, ficando somente de sutiã. Bella achou até tempo para analisar seus seios que pareciam maiores desde a última vez que os viu. Em nenhum momento olhou para o general Cullen, mas pôde o ver apertando com força o volante.

Com sorrisinhos internos e maliciosos trocou de roupa e logo se encostou ao banco como se estivesse totalmente relaxada e em paz.

Que era exatamente como não se sentia.

O general ficava mudando as estações do rádio de tempos em tempos buscando por notícias. Nenhuma sobre NSA, ou fuga.

“Onde estamos?” Bella perguntou depois de vários minutos. Tiveram alguns momentos tensos ao longo do caminho, incluindo helicópteros e outros veículos. Mas eles estavam em uma estrada um pouco mais movimentada, devido ao movimento das férias de Natal.

“Washington D.C.”

“O QUÊ?” O grito incrédulo saiu antes que pudesse controlá-lo.

O general lançou um olhar que faria gelar o inferno, repreendendo-a. Mas Bella ignorou. Céus, ele só podia estar brincando com ela.

“Ótimo, general, agora pode começar a rir.” O que era ridículo porque ele nem sequer fazia aquilo.

Ele rolou os olhos. “E eu lá tenho cara de comediante? Olhe por si mesma.” Ela olhou para a estrada e depois de alguns segundos uma placa de boas vindas surgiu.

Ela não podia acreditar que o general a trouxera para a capital dos Estados Unidos da América! Washington D.C!

“Não acredito que você me trouxe para a boca do lobo! Você está louco? Aqui é praticamente onde se organiza as coisas... Segurança, a casa presidencial e...”

“E onde tem o lugar que você vai se esconder.”

“Você só pode estar brincando comigo.”

“Não estou.” Ele rosnou ficando visivelmente irritado. “Eu não posso levá-la para mais longe, novato, não por enquanto. E aqui em Washington há a porra do lugar mais seguro que eu posso garantir pra você.”

“A Casa Branca?”

Ele rosnou e lançou um olhar rápido e furioso para ela. “Não comece a me questionar, novato. Não preciso dessa porra nessa altura do campeonato. Não agora.”

Bella engoliu em seco e tentou se acalmar. Acabou se afundando no banco em frustração. Cruzou os braços de encontro ao peito tentando ver algum sentido naquilo. Que maldito lugar seria esse que ele a levava?

Bella ficou quieta o resto do caminho. Tiveram mais algumas precauções quanto a disfarce e o carro, evitando que se houvesse a chance de alguém estar os seguindo, que fosse despistado. Tentou enfiar em sua cabeça que aquele homem sabia o que estava fazendo, mas a cada momento estava mais difícil de acreditar.

Até que o general parou o carro e a criminosa olhou pela janela aquilo que parecia ser um convento. Ao redor havia algumas casas, mas a maior parte da rua era daquela estrutura antiga, quase colonial. Parecia ter sido uma abadia há muito tempo, e era estranho algo daquele tipo em meio a casas bem modernas.

“Um... Convento?”

“Não,” O general resmungou retirando o cinto de segurança. “Um orfanato.”

Bella deu mais um olhar crítico para a estrutura de pedra que estava toda escura sem sinais de alguém acordado - pudera, era o quê? Cinco horas da manhã? – e voltou-se para o homem com o cenho franzido.

“É aqui?”

O homem assentiu e suspirou passando as mãos pelos cabelos macios, parecendo estressado e frustrado com algo. Não o agradava a idéia da novata entrando e andando por aquele prédio. Parecia íntimo demais... Perigoso demais, não para ela, mas para ele próprio. Mas sabia que não havia lugar mais seguro por enquanto.

Ele então se ajustou no banco para poder olhá-la, e percebeu toda a dúvida e confusão em seu olhar e expressão.

“Você vai ficar aqui algum tempo, o exato ainda não sei. E depois venho te buscar de novo, quando possível.” Explicou laconicamente.

“Mas...” Começou, mas logo se calou. “O que esse lugar é pra você?”

Ele olhou-há por algum tempo até abanar a cabeça e sair do carro. “Vamos.”

Bella abriu a porta do passageiro e saiu para o ar frio de dezembro. A rua estava deserta e o som dos grilos era a única companhia. O general andou ao seu lado na rua até alcançarem um portão que abriu com facilidade. Bella seguiu-o e ficou de cara com uma parede de madeira, com esculturas com temas cristãos de baixo revelo fixadas ali.

Perdeu um pouco o olhar na figura do menino Jesus sendo amparado por sua mãe, Maria, até que percebeu que o general com os punhos flexionados, batia na porta.

“Vai acordar alguém. É falta de educação bater na porta de alguém há essa hora.” Bella resmungou. Ele lançou-lhe um olhar cético como que dizendo que estava sendo moral demais para uma criminosa.

Bella rolou os olhos e estudou a porta até que ela se abriu minimamente, formando uma pequena fresta onde entrou em destaque um olho de um azul muito vívido. Este pareceu se acostumar com as figuras e se arregalou ao ver Edward.

E em um segundo de hesitação, a porta se escancarava e por essa saía uma mulher com seus sessenta anos, com algumas rugas ao redor dos olhos e um rosto risonho que nesse momento estava deturpado por choque, alívio, surpresa e felicidade. Bella nunca pensou que tantas emoções poderiam coexistir ao mesmo tempo em uma pessoa, mas era o que acontecia.

“Ed-Edward?” Murmurou com a voz fraca, até que um enorme sorriso iluminou sua face e ela percorreu a pequena distância entre ela e o homem alto e pulou em seus braços, apertando-o em um forte abraço. “É, claro que é Edward!”

Bella olhou a cena totalmente chocada, porque não era só uma mulher sentindo uma grande felicidade ao ver o general, não era só o general parecendo desconfortável abraçando a senhora de volta engolindo em seco, era também o fato da senhorinha estar vestida de freira!

Desde quando o generalíssimo conhecia alguém com vocação religiosa? Desde quando ele abraçava alguém – mesmo que relutante e desconfortável – e fechava os olhos como se sentisse falta de estar ali?

Então tudo começou a fazer sentido... Bella olhou aquelas estruturas, estudou as paredes, e os dois que pareciam que não se viam há muito tempo. Estava óbvio que a irmã sentia falta de Edward, e Bella sabia que o homem de alguma forma – mesmo que não admitisse – também estava.

Lembranças de uma conversa em meio há um ringue voltaram à mente de Bella com rapidez. E então ela soube onde estava: Aquele era o orfanato onde o general fora criado desde a morte dos pais!

Não soube por que aquilo lhe chocou tanto, mas a verdade é que chocou. Olhou aquela estrutura com outros olhos como que tentando enxergar como era há alguns anos, ou se era a mesma coisa. Como era a vida do general ali, como ele vivera.

Sempre pensara no general como um homem formado, militar e arrogante. Tendo como lugar o perímetro da NSA. Nunca pensara nele como um garoto, alguém crescendo e tendo outro lugar como lar que não fosse algo envolvido com militarismo.

E realmente nunca, NUNCA imaginara que poderia lhe trazer ali. Agora entendia porque ele parecia incerto sobre trazê-la... Afinal, era o passado dele, era a vida dele.

“Faz tanto tempo que eu espero por esse momento, Edward, querido.” A irmã ainda dizia com os olhos brilhando em deleite, até que se voltou para Bella. Seu cenho se franziu e um sorriso relutante se formou em seus lábios. “Oh. Você trouxe amigos. Que moça linda... Bem, entrem, entrem!”

O general bufou a menção ao ‘amigos’, mas seguiu a senhora para dentro do prédio. Antes de entrar o general murmurou com o canto da boca: “Fique quieta” e Bella revirou os olhos.

Quando a irmã acendeu as luzes do recinto, Bella foi invadida por um interior acolhedor, aquecido ao longe por uma lareira. Não se lembrava da última vez que vira uma casa aquecida por uma lareira e não um aquecedor, mas a luz do fogo era reconfortante.

Quando a porta se fechou em suas costas foi como sentir um grande alívio. Finalmente não estava mais exposta ao ar livre, onde poderiam facilmente rastreá-la. Sentia-se levemente desconfortável estando ali, e não fazendo idéia de onde raios o general estava com a cabeça ao colocar uma freira no meio do negócio ilegal deles! Qual é, ela poderia ter sua passagem só de ida para o inferno garantida, mas ainda tinha alguns princípios!

“Vou pegar alguns biscoitos. Acabei de fazê-los para as crianças, estão quentinhos. Aceitam um copo de leite também?” Bella já ia abrir a boca para dizer que sim, quando o general tomou à dianteira.

“Não. Estou com pressa.”

A mulher estalou a língua em reprovação. “Não acredito que mal chegou você vai embora! Faz meses que não o vejo, desde a missa dos... Dos...” Olhou para Bella incerta sobre continuar aquilo ou não. Enfim deu de ombros. “Você não pode simplesmente sair por essa porta tão rapidamente, não, não!”

Para uma senhora tinha bastante força. Pegou Edward pelo braço e começou a escoltá-lo até uma entrada que dava para uma cozinha enorme, com geladeiras e fogões industriais. Bella ficou entre chocada e divertida ao ver aquele homem enorme e arrogante sendo domesticado por uma freira de metade do tamanho dele.

“Mary...” O general começou, trancando o queixo dando boas vias que estava se irritando.

Mas ela parecia ignorar as atitudes do homem e apontou uma cadeira para os dois. Ao sentar-se ao lado de um general carrancudo, arqueou uma sobrancelha e ele simplesmente bufou e virou a cara.

Ao ignorar ou não se importar com toda atitude de machão do general, aquela senhorinha simpática havia ganhado o respeito de Bella eternamente.

A irmã voltou com um prato de biscoitos e leite para os dois, que Bella logo tratou de devorar. Estava morrendo de fome, e mesmo se recusasse por algum motivo idiota qualquer, não tinha dúvidas que a senhorinha enfiaria sua garganta abaixo.

O general lançou um olhar atravessado para Bella repreendendo suas atitudes e ela só devolveu com um gemido de satisfação ao notar como aqueles biscoitos eram gostosos.

“Qual é o seu nome, querida?” A irmã perguntou. Bella estava um pouco intrigada com o fato dela ainda não ter demandado saber o motivo de suas visitas. Depois de alguma observação, percebeu que para ela não importava os motivos, o que importava era que o general estava ali. E queria prolongar o máximo o possível.

Olhou para o general perguntando silenciosamente o que responderia. Ele devolveu com um aceno e Bella olhou para a senhora e respondeu:

“Bella.”

“Bella, de Isabella?”

“Sim,” Assentiu. “Mas prefiro Bella.”

“Acho que ela preferiria Claire.” O general provocou.

Bella estreitou os olhos acima de seu copo de leite, mas ficou grata por ele sair do estado monossílabo que ficara de repente.

Com o prato de biscoitos e o copo de leite intocado, o general olhou a cozinha familiar. Havia tido algumas mudanças com mais de uma década, claro, mas a essência continuava a mesma. Olhou então para a senhora, que observava Bella discretamente, e soube que fora o mais próximo de mãe que jamais tivera. Quando chegara ali, estava na casa dos trinta anos e há alguns de assumir os votos perpétuos. Edward observava então a mudança que o tempo fizera... E abanou a cabeça sabendo que aquilo não levaria a nada.

“Quanto tempo pretende ficar, querido?” Ela perguntou voltando seu olhar cálido e inteligente para o homem formado que sempre seria seu menininho ingrato.

“Eu já estou indo.” O general então travou o maxilar e levantou-se de um pulo, pronto para acabar logo com aquilo. Aquele prédio estava lhe trazendo memórias que ele não queria ter, e Deus sabia como precisava de um descanso. “Eu preciso falar com você, Mary. Em particular.”

Bella parou de mastigar o biscoito e levantou o olhar para o homem de pé ao seu lado. O que diabos ele pretendia deixando-a de fora daquela conversa? Não tinha haver com ela?

Estava pronta para levantar-se e exigir participação, quando ele colocou a mão nos seus ombros e com um olhar penetrante e firme, dizer:

“Enquanto isso, Bella aprecia os biscoitos que ela tanto gostou.” A criminosa estreitou o olhar, mas deixou ir. Tentou ignorar também a estranha sensação que teve quando o general disse seu verdadeiro nome, pela primeira vez. Cristo, ela precisava de açúcar.

Virando-lhe as costas, pegou mais alguns biscoitos e reparou nos dois saindo da cozinha, deixando-a ali. Franziu o cenho se perguntando o que o general falaria para a freira, e acreditava que se ela soubesse um décimo da verdade, em dois minutos apareceria com uma vassoura chutando-a bunda afora.

O que o general tinha na cabeça ao trazê-la ali?

Ela pensou em ouvir atrás da porta, mas sabia como ninguém, que o general seria capaz de saber se ela fosse. Rolando os olhos, percebeu que verdadeiramente era difícil esconder alguma coisa daquele homem.

Depois do que pareceram horas e muitos biscoitos a mais, os dois voltaram e ela não pôde evitar ficar tensa na cadeira em que estava sentada, imaginando que seus pensamentos pessimistas se concretizariam.

Mas a freira entrou, deu-lhe um rápido sorriso e perguntou se gostaria de mais biscoitos! Bella logo ouviu o general se aproximando e percebeu como ele parecia tenso com algo. Arqueou uma sobrancelha, questionando, mas tudo o que ele fez foi acenar para fora da cozinha. “Venha.”

Bella olhou dele para a senhora que parecia que não os viam e seguiu-o. Ele só parou quando chegaram a uma espécie de sala de recreação, com TVS e jogos espalhados. Nada do que Bella imaginava que um orfanato seria. Com certeza.

Com as mãos nos bolsos, o general analisou a rua das cortinas de uma janela. Estava tenso e isso dava para perceber por toda sua musculatura e rigidez.

“Você vai ficar aqui.”

“O que você disse a ela?”

Ele deu de ombros. “Nada com o que se preocupar.” Ele desconversou. Então com um suspiro voltou-se. “Tente não chamar muito atenção para si mesma, e nem fazer merda quando eu estiver fora, novato, e isso é uma ordem.”

Bella deu um sorriso irônico. “Eu não sigo mais suas ordens, general. Não sou mais da NSA.”

Ele rolou os olhos. “As pessoas aqui...” Ele começou e parou, até continuar de novo, mais lentamente. “Mary, é uma pessoa muito... Gentil e confiável. Eu dei algumas instruções para ela, e você deve segui-las.”

Bella assentiu.

“E o que você vai fazer?”

“Vou voltar para a NSA.”

Bella tentou ignorar o desapontamento que surgiu dentro de si. “Vou fazer a porra do ‘meu trabalho’,” disse com ironia. “E simplesmente fazer aquele lugar funcionar.” Não mencionou que boa parte de seu trabalho era evitando que a NSA a achasse.

Ela quase sorriu. Aquele sim era o general Cullen arrogante que conhecia. Parecia que estar de volta a um lugar que vivera por mais de dez anos, fizera com que ele agisse diferente. Estranho.

Mas mesmo assim ela não pôde deixar de ficar um pouco decepcionada. Criara esperanças injustificáveis de que talvez ele... Fosse com ela, mas ele voltaria para o lugar dele. A NSA. E Bella não podia lutar contra aquilo.

Eles ficaram em um silêncio constrangedor por algum tempo. Nunca ficaram assim. As provocações, brigas e discussões sempre eram demais para pouco tempo que tinham, mas agora... Eles pensavam em dizer muitas coisas, mas não tinham coragem, era ridículo na verdade, não era?

O general passou a mão pelo cabelo, nervoso, e por fim se endireitou e avisou que estava indo embora. Bella sentiu algo como uma pedra batendo em seu coração, uma tristeza que não sabia de onde vinha.

Com o general passando por aquela porta, ela encararia o desconhecido. Não teria ninguém que a conhecia por perto... Ninguém em quem podia verdadeiramente confiar.

Com uma espécie de desespero, ela alcançou-o e segurou-o pelo braço, fazendo com que olhasse para ela.

“Você promete que vai voltar?” Ele viu o desespero e a aflição naqueles olhos.

Ele queria dizer que não, porra, ele daria qualquer coisa para dizer que não.

“Eu volto novato.” Ele garantiu e em um ato inconsciente levou as mãos até seu cabelo – que estava livre da peruca desde que chegaram ao orfanato – e acariciou-os por algum tempo. Então lentamente se aproximou e depositou um beijo singelo em sua testa, fazendo com que Bella fechasse os olhos e curtisse a sensação estranha, mas ao mesmo tempo boa. Era como se no meio da tormenta, ela encontrasse paz.

Ele sentiu-se estranho... Como se estivesse perdendo algo... E de repente percebeu que não poderia mais ficar ali.

Se ficasse... Poderia querer ficar.

Com determinação, afastou-se e retirou a mão de onde estava e virou-lhe as costas, abrindo a porta. Quis olhar para trás, mas não olhou. Ele não podia mais controlar sua força agora, e precisava partir... Precisava ir. Era seu trabalho... Já tinha feito a sua parte, para que ficar?

Bella ouviu passos atrás de si e soube que era a irmã.

“Como sempre saindo sem se despedir.” Ela lamentou. “Ele é um rapaz difícil.” Suspirou.

Bella realmente concordava com aquilo e encaminhou-se silenciosamente para a janela em que o homem esteve há poucos minutos. Conseguiu observá-lo se distanciando, em sua alta estatura, seus ombros largos e seus passos decididos, enquanto o céu se tingia de rosa, em um novo nascer do sol.

E olhando o dia amanhecer e se sentindo sozinha e desprotegida pela primeira vez em muito tempo soube que nunca em sua vida ficara tão triste em ver alguém partir.

18 comentários:

Hermione disse...

Alice Volturi, a nova enquete não ficou clara, dá margem a dúvidas... no meu entendimento fics Robsten são aquelas que os protagonistas são Edward e Bella ( Robert + Kristen = Robsten). Ou estou enganada? Dê uma olhada na explicação dada, acho que está confusa em relação a enquete. Se estiver enganada, desculpe-me. Bem gosto dessas, mas prefiro a variedade, adorei Emilly Young, nunca tinha lido nada sobre ela... amei!

Alice Volturi disse...

Fics Robsten, no sentido da enquete, são fics onde o Robert e a Kristen são os protagonistas, e não o Edward ou a Bella... Obrigada pela opinião! ;)

Alice Luttz disse...

Vou ser cincera. Eu amo. Prefiro assim só que os vampirinhos.
Nada contra mais fics de adolecentes inconcequentes são os melhores.

Hermione disse...

Ah... peraí deixa ver se entendi... são as fics de universo paralelo em que os protagonistas são Robert e Kristen... É isso?

Hermione disse...

Oi Lice... morrendo de saudade de vc bonita, estou atrasada com a leitura de De Repente Religiosa... o clube do livro que participo me consumiu sexta e sábado... Hoje a despedida dos dois foi comovente, o beijo doce na testa a certeza de não poder olhar para trás porque não conseguiria partir... lindo né?E, aqui pensando... Será que o Emmet e o Edward voltam as boas, ou não??? Tô morrendo com isso!

GabiClara disse...

Eu qualifico esse capitulo como: SORVETE DE FLOCOS.

Não é chocolate, não é creme. É Flocos!

Alice Luttz disse...

Foi isso que entendi.

Alice Luttz disse...

Acho que quando o Emm se apaixonar pela a Roza ele possa entender melhor o Gege. Acho tambem que o Emm vai acabar cedendo por causa que o General nunca se apaixonou por ninguem e a força do destino fez ele se apaixonar pela a Alfa 1. Ele cabara cedendo mesmo que seja nas ultimas linhas da segunda temporada. Mais acho tambem que ele vai ser o que vai mais proucurar a Bella.

PS: Que tanto de acho né. E Mione saudades. Tantas e de repente religiosa eu estou totalmente pra tras. Beijos e oi garotas. Boa leitura. Espero que gostem. E nõa falei que ia pro covento. Muahaha. Sou uma otima adivinha. Fala ai Hermi. Sou otima né.

Alice Luttz disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK'
Concordo. Não sei com o que mais concordo.
Vai parou a graça. Ah estou louca para chegar as cenas de açoes. Foi onde eu parei, mas estava otima.

Voltando ao capitulo. Eu gostei desse capitulo por mostrar um general fragil. Que não gosta de despediadas. Que teve um coração bom e não o armagurado dele.

Eu qualifico esse capitulo como de doce de leite. O sorvete que eu mais amo. E AMEI O GEGE NESSE CAPITULO. Ate os carasco tem coração e odeia despedidas.

Alice Luttz disse...

Ah estava me esquecendo.
Sabe do que estou morrendo de saudades?
Não. Então vou falar.
"Todas ama Marcus." Fala ai. Quem não esta com saudades?
Mim morrendo.

Alice Volturi disse...

Sim sim! ;)

Hermione disse...

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!! Pára tudo!!!! O Emmet vai se apaixonar pela Roza??? Claro... ela é a Rose!!!! kkkkkkk Mas e o lance dela com o gostosão do Marcus Volturi? Ahhhh peraí... já sei, ele morre, óbvio e a Roza/Rose fica com Emmet!!!!! Rááá matei! Acho....

Hermione disse...

Ahhhhh sim... quando vc quer ser boa, vc é boa, mas quando vc quer ser MÁ.... aí vc é ÓTIMA! Tá aprendendo com a Natália é??? Ou é vc que é a Natália disfarçada hein, Alice??????

Alice Luttz disse...

Que isso Mione?!?!?!
Mais pela a logica e isso mesmo. Pois pelo o que vejo ela continua com a ordem dos casais. Por isso estou falando da Roza/Rose com Emmett. Mais a morte do Caius e boa. Pois um ex Volturi que abandona por esta apaixonado por uma Russa. Boa *Mi* mais vamos lá. Espero que alguns palpites nosso aconteça. Como eu acho que o Jasper vai atras da Bella para mostrar que mesmo sendo um pricipiante ele tambem e bom e que pode ser como e Gege.

Bianca-correa disse...

Não acredito que eu perdi isso eu não estava em casa para lera fic so deu hoje buááááááááááááááááááá´queria sera primeira de novo é legal(tá isso ja foi criancice) To amando A Infiltrada 2 ta muito bom. Eu imprimo quase todas e levo para sala de aula quase fui pega mais é muito legal.
Natalia Marques voce escreve muito bem
Fiquei Confusa com essa coisa de Robesten

Alice Luttz disse...

Somos duas crianças então. Eu tambem amo comentar e ser a primeira. Fico esperando para comentar mais as vezes voces le mais rapido e fico para tras. Bua.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

NOSSA,COMO ESTOU COM SAUDADE DE VCs! TO TENTANDO ME ATUALIZAR NO BLOG,MAS TA DIFICIL..... BOM ESPERO Q ATÉ AMANHÃ EU CONSIGA ALCANSÇAR VCs! O CAP. FOI INCRIVEL (COMO SEMPRE) E ACHEI SUPER FOFO O BEIJINHO NA TESTA,AI AI,QUANDO SERÁ Q ELES VÃO PERCEBER Q ESTÃO APAIXONADOS UM PELO OUTRO???
AF,NATALIA,PARA DE SER MÁ!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

será? bom isso só o tempo e a natalia q vão dizer...... mas se bem q de vez enquado,parece q a MIONE é a natalia e outras vezes parece q a LICE é a natalia...ai,ai! asim vcs me deixam confusa!

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