A Infiltrada 2 - Capítulo 05: Nossa Querida Alfa I

Itália.


Um grito de raiva seguido com o barulho de vários objetos caindo no chão pareceu abalar toda a estrutura. Jane e Alec se entreolharam e deram de ombros:


“Caius.” Disseram juntos.


“EU VOU MATÁ-LA! EU VOU! COM MINHAS PRÓPRIAS MÃOS! AAAAAAAAAAAAAAAAAAH!”


“Calma, Caius, por dios!” Aro corria feito um patinho atrás do sócio com vários comprimidos de várias cores em uma palma, enquanto na outra levava um copo de água. “Beba isso, vai acalmá...”


“EU NÃO QUERO ME ACALMAR, EU NÃO... O que é isso? Quer matar, idiota?” Caius olhou para os comprimidos. “Isso é droga, imbecil!”


Aro olhou desolado para os comprimidos que achava serem analgésicos. Pareciam tão inofensivos... Tinha um rosinha... Outro até tinha um desenho de arco Iris...


Magoado, jogou tudo para o alto. Estava correndo há horas atrás de Caius, só tentando ajudar e recebia só patadas. “Eu não tenho culpa que estava no lugar onde os remédios deveriam estar!”


“Quer saber, acho que talvez eu me empanturre com um desses e... NÃO!” Caius desabou em uma cadeira e bateu na mesa com força. “Eu quero estar bem vivo para acabar com aquela lambisgóia. Filha de idiotas, idiotinha é. MALDITO DIA EM QUE ELA ENTROU EM NOSSA VIDA, MALDITO DIA!”


Aro suspirou e Argos bufou em algum canto da sala. Estava impaciente o canino, já que o dono esquecera-se de seu osso humano matinal. Aro lançou-lhe um olhar atravessado e olhou depois para Caius.


“Soltando fogo pelas ventas, você não vai resolver nada.”


“Tem razão...” Caius respirou fundo. Aro deu um sorrisinho presunçoso. Na máfia o estourado era o Caius, ele o pacificador e a inteligência da organização, e Marcus era o vagabundo libertino. Mas bem... Ele estava morto agora, sentia falta dele... Mas seus ternos caríssimos não estavam mortos, e Aro, muito de bom grado e por prezar muito a memória de seu falecido sócio, usava suas roupas, como forma de não deixá-lo esquecido no reles mundo dos mortos. Aff... Existia algo mais fora da moda do que morrer?


“Senhor, eles chegaram.” Alec apareceu na porta parecendo tenso.


“E O QUE VOCÊ AINDA ESTÁ FAZENDO AÍ QUE NÃO OS DEIXOU ENTRAR. INCOMPETENTE?”


Alec engoliu em seco e saiu, para minutos depois aparecer dois homens impecavelmente vestidos. Um era alto, mesmo para os padrões italianos e o outro era baixinho e gordinho, de origem sueca.


“Urs, Rafael.” Aro cumprimentou polidamente, já que duvidava que se Caius abrisse a boca fosse para proferir gritos.


Eles acenaram levemente com a cabeça e se sentaram nas cadeiras sem nem mesmo serem convidados. Caius olhando-os constatou que de primeira vista não pareceriam os melhores detetives da Europa. Aqueles que a elite contratava para assuntos pessoais, e não tinham escrúpulos em agir ilicitamente para conseguir seus objetivos. Mas a reputação vinha antes, e ele acreditava.


“Já sabemos o caso...” Urs, o sueco falou em tom calmo. “Só temos uma pergunta antes de dizermos se aceitamos ou não...”


“Como assim, pensei que vocês já tinham aceitado.” Aro observou franzindo o cenho.


“Não, meu caro, antes precisamos saber...” Então ele se voltou para Caius e perguntou. “O quanto você quer que sejamos bem sucedidos nesse trabalho?”


Caius então não controlou mais a fúria que estava contida e levantando da cadeira com um ímpeto olhou o sueco com o rosto cheiro de uma fúria latente. Bateu o punho na mesa mais uma vez e vociferou:


“EU QUERO QUE VOCÊS ENCONTREM A MALDITA SWAN NEM QUE SEJA DENTRO DO INFERNO, QUERO QUE VOCÊS A TRAGAM ATÉ A MIM PARA QUE EU MESMA POSSA MATÁ-LA COM MINHAS MÃOS!” Fez um gesto que lembrava alguém sendo enforcado e então continuou: “Cacem-na até o fim do mundo se for preciso, MAS TRAGAM AQUELA FILHA DE UMA PUTA PARA MIM!” Até Argos ficou assustado e enfiou o rabo enorme dentro das patas.


Urs então lentamente assentiu com um sorrisinho satisfeito.


“Ótimo. Aceitamos o caso.” Aro estava ainda confuso com aquela pergunta, então a resposta veio de Rafael que calmamente brincava com o fogo do isqueiro. Sorrindo, disse:


“É que só trabalhamos para aqueles cujo objetivo é forte. Não gostamos de iniciar um projeto e parar no meio por desistência do contratante.” Então esfregou o indicador com o polegar e olhou para o sueco. “Você se lembra da última vez que falhamos Urs?”


O sueco riu estrondosamente e então disse, sorrindo: “Não há como se lembrar de algo que nunca aconteceu, meu caro!”



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NSA.



A SALA DE REUNIÕES ficava no lado leste do prédio da NSA, que em toda sua estrutura se encontrava em polvorosa. A maioria dos novatos graduados já havia recolhido suas malas e partido com seus pais para suas respectivas casas. Alguns ainda permaneciam, pois o prazo para liberarem o prédio era até o dia posterior: dezoito de dezembro.


“Você ouviu os rumores?”


“Será que é verdade?”


“Realmente foi muito estranha a desculpa deles ontem no campo...”


“Meu pai acha que pode ser um ataque terrorista. A Al Qaeda...”


A maioria do prédio estava cercada de autoridades e militares das proximidades, que vieram logo quando receberam o telefonema da agência de segurança nacional. Alguns curiosos – leiam-se novatos – circulavam como quem não quer nada tentando descobrir o que verdadeiramente acontecia.


“EU ACHO QUE TEM UMA BOMBA FILHA DE UM PAI AQUI E NINGUÉM CONTOU!” Jasper Whitlock garantiu para seu amigo Derek, que estava planejando partir com seus pais no dia anterior, mas com algumas desculpas adiara a viagem até sua cidade natal. Afinal... Quando apareceria outra ocasião tão boa quanto aquela? Claro que durante o ano houve várias situações excitantes, mas eles eram novatos... Como o próprio general Cullen dizia “um bando de gafanhotos.” Mas agora eles estavam formados, principiantes, mas ainda assim formados. Mereciam algum respeito por ali, certo?


“Não seja burro, Whitlock. Se fosse bomba haveria o esquadrão de bombas!”


“Ouvi dizer que eles têm capas da invisibilidade.”


Derek olhou incrédulo para o ser ao seu lado. “Poxa, onde sua mãe estava com a cabeça ao te dar livros do Harry Potter? Não é a primeira vez que você fala uma idiotice dessas.”


Jasper rolou os olhos e esfregou as mãos umas nas outras tentando se aquecer. “Ela queria incentivar minha leitura, certo? Ler é filhodopaimente importante!” Ele protestou.


Derek rolou os olhos. “Mas alguma coisa está acontecendo aqui... Uma coisa bem filho de um pai...” Ao perceber o que falara, grunhiu. “Merda, isso pega!”


Jasper deu um sorriso presunçoso. “Acho que temos que investigar. Seja o que quer que esteja acontecendo, podemos ajudar. Eles nos subestimam e está na hora de fazermos alguma coisa filhodopaimente importante! Poxa, somos formados pela NSA! A empresa mais foda de segurança do mundo! Eu já até avisei minha mãe não passar a receita filhodpaimente secreta do bife a rúcula amanhecida dela pelo telefone. A NSA capta todas as ligações do mundo e já pensou se de repente aparece à receita secreta da minha mãe no programa da Oprah?”


Derek controlava o impulso de dar um soco em Whitlock. “Se é tão secreta assim, porque ela estaria passando para outra pessoa?”


Jasper franziu o cenho e começou a pensar. Até que abriu a boca e com um dedo no queixo, em uma expressão pensativa, concluiu: “Boa pergunta, Harry. Vamos estudar mais isso em nosso próximo encontro.”


Derek rolou os olhos e olhou casualmente ao redor, até parar seu olhar no que poderia ser a chance dele. Demorou um pouco para avisar Whitlock, já que estava um pouco abobalhado admirando o cara mais foda que ele já conhecera e ouvira falar em toda sua vida.


“Whitlock...” Chamou.


“Espera filho de um pai, eu ainda estou pensando...”


“Whitlock, idiota! Olha!”


Então o filho de um pai olhou e entendeu porque Derek fazia aquilo. “Oh Jesus... Estamos salvos!”


Porque caminhando com passos decididos, postura perfeita, queixo levantado, um olhar verde escrutinador, e vestido em uma farde verde musgo que parecia ter saído de um desfile de moda dos militares, cheio de insígnias que todos os militares do mundo ansiavam por ter, estava o generalíssimo Edward Cullen.


Ele sempre impressionava, onde passasse. Mesmo com a farda dava para ver claramente os músculos bem definidos de seus braços, - os bíceps, os tríceps – e todo o corpo que dava inveja aos maricas novatos que morriam depois de cinco flexões. Quantas flexões o general já fizera para conseguir aquele monte de músculos definidos na barriga?


E Jasper prometeu a si mesmo enquanto via seu ídolo andar perto deles que um dia, um dia conseguiria andar como ele: Como se fosse o dono do lugar e todos fossem meros mortais abaixo de sua hierarquia.


E de repente, Jasper soube que não importasse o que estivesse acontecendo, o general Cullen daria um jeito. Ele sempre dava. Ainda não havia desistido da idéia das bombas, e se realmente houvesse uma não duvidava que o general fosse capaz de achá-la e destravá-la somente com um olhar.


Quando este passou perto deles, sem sequer dirigi-los um olhar, Jasper deu alguns pulinhos e acenou para o general.


Este nem sequer pareceu notá-lo.


“GENERAL!” Gritou, correu atrás dele e continuou trotando tentando acompanhar seus passos rápidos e decididos. “O que está acontecendo? Você já tem uma solução? Você pode deixar a gente participar da reunião filho de um pai, também?”


“Vê se eu estou na esquina, Whitlock.” Rugiu e deixou-o para trás, bestificado. Jasper ficou lá, derrotado, com o queixo no chão.


“Boa, senhor filho de um pai!” Derek surgiu por trás dele batendo em suas costas, amigavelmente.


“Cara. Um dia vou ser como ele.” Jasper prometeu, admirado.


Derek rolou os olhos. “Pelo amor de Deus, deixa de ser idiota. Sabe quantos anos o cara tem? Sabe qual é a média de idade um cara que entra para generalíssimo? Você nunca vai conseguir ser igual a ele.”


Jasper se endireitou, cruzou os braços de encontro ao peito e bufou: “Eu posso sim, e vou ser.” Pensou um pouco e depois deu pulinhos animados em direção a Derek. “Já sei que eu posso fazer para começar com isso. Poxa, só tenho vinte anos, tenho mais oito para me tornar pelo menos general.”


Derek suspirou e tentou obter calma. Se fosse uma idéia que Jasper considerava boa, era bom temê-la.


“O meu plano é o seguinte...”


Depois de alguns minutos, Derek começou a negar veemente com a cabeça e com as mãos.


“WHITLOCK. ENDOIDECEU?” Gritou.


“Fala baixo, filho de um pai.” Jasper criticou olhando para os lados.


Derek respirou fundo. “Como você quer que eu me acalme depois do que você me falou? Você quer ouvir a conversa do conselho da NSA, e você tem certeza que você vai saber a solução – embora você não saiba nem qual é o problema – e vai dizer a eles?”


“Sim.” Ele concordou, satisfeito. “Eles nunca vão me deixar ouvir a conversa, então temos que entreouvir.”


“E como você pretende fazer isso?”


“Bem... Eu tenho um plano. Mas você está comigo?”


Derek olhou para os lados, para o sapato, para o teto e por fim com um bufo, assentiu:



“Vamos mostrar a eles quem são os principiantes aqui!”





Lado leste da NSA. Sala de reuniões.


A sala de reuniões usada somente para assuntos de Estado da NSA era parecida como uma sala de reuniões qualquer. A diferença estava na mesa quer era uma circunferência, tendo ao centro dela um grande projetor pela qual se refletia a imagem de um homem de cabelos cinzentos, olhos marrons cansados e uma bandeira dos EUA pairando de plano de fundo.


A sala tinha proteção sonora, ou seja, tudo o que seria dito seria extremamente confidencial aos homens ali reunidos. Havia somente uma entrada de ar, protegida com uma redinha de grades e um aparelho de ar condicionado embutido na parede.


“Senhores, temos um grande problema em nosso meio...” Começou George, o diretor general da NSA. Ele estava cansado e limpou as gotas de suor que já começavam a se formar em sua testa com um lenço, onde estava bordado um monograma com as iniciais de seu nome e de sua recente esposa. Olhando o lenço, sentiu um aperto no coração, afinal casara-se há apenas três dias... Estava em lua de mel e de repente recebera um telefonema.


Sua esposa não ficara nada satisfeita em vê-lo arrumando as malas com pressa e pegar o avião de volta a Fort. G. Meade, e ameaçou deixá-lo caso o país fosse mais importante do que ela. Mas não podia simplesmente ficar, tinha obrigações e precisava voltar a NSA, mesmo faltando pouco mais de uma semana para o natal. E ela não seria a primeira mulher a odiar o próprio país, ao ver seus homens saindo de suas casas para cuidar de seus assuntos.


Ele suspirou e olhou para os homens presentes. Eram doze homens, que faziam parte do conselho da NSA. Por eles todos os problemas passavam, e de lá saíam soluções. Cinco homens eram militares nos mais altos cargos da hierarquia. E o resto eram homens da parte inteligente da NSA, vestidos de terno, dentre eles Jacob Black que parecia querer se enterrar em algum lugar. Na sala também estava presente coronel-general McCarthy.


“Senhor, o prefeito chegou.” A secretária disse entrando na sala. Fez uma mesura e por ela entrou o prefeito parecendo que tinha sido retirado da cama às pressas. Ele cumprimentou todos os homens com um aceno de cabeça e se sentou em uma cadeira a mais além das doze. Era um homem de meia idade, cabelos crespos e negros e olhos castanhos escuros. Sua pele carregava um forte bronzeado que se perdia devido à estação fria.


George olhou para todos e perguntou: “Onde está o generalíssimo Cullen?”


“Aqui.” Uma voz rouca e profunda surgiu de trás deles e todos se voltaram para olhar o homem alto entrando na sala, deixando para trás uma secretária hiper ventilando. Todos se surpreendiam sempre que o viam, afinal ele era jovem para o alto cargo que possuía, e exercia respeito e admiração por onde passava, e claro, certo temor.


McCarthy cerrou os punhos embaixo da mesa e Jacob abaixou os olhos, enquanto George se via aliviado pelo generalíssimo estar ali, afinal estava com toda a pressão sobre seus ombros, e o generalíssimo sabia muito bem organizar tudo.


O general sentou na cadeira que ficava ao centro do círculo do lado oposto do George. Levantou uma perna e colocou sobre o joelho e se recostou no assento, como se tratasse de um encontro casual entre as autoridades da NSA.


“Bom, agora que estão todos aqui, podemos começar.” Limpou o suor da testa de novo, e começou. “Todos aqui presentes estão cientes que ontem houve a cerimônia de graduação dos novatos, onde nossa agência foi aberta para amigos e familiares prestigiarem os formandos.” Ele colocou as mãos nas costas e começou a andar de um lado para o outro enquanto falava. “Um dos novatos era um infiltrado... Que estava em nossa organização desde janeiro do mesmo ano, colhendo informações e preparando terreno para cumprir sua missão no dia dezesseis de dezembro.”


“Pelo o que nos foi contado... O conhecimento de um criminoso entre nós foi recente e o coronel-general McCarthy tratou de preparar uma emboscada para nosso “novato.”” Bufou e levantou o olhar para McCarthy que trazia uma expressão dura no rosto. “O infiltrado, que no caso é uma mulher, dopou o chefe de controle marítimo Jacob Black em seu quarto, quando este burlava regras tentando levá-la para cama.” Jacob queria se enterrar no assento e balançou levemente os cabelos para que estes ficassem mais na frente dos olhos e talvez assim o escondesse melhor. “Foi até a sala de controle marítimo, com o cartão magnético do jovem senhor, desacordou os funcionários de plantão, ludibriou o porteiro e desligou os GPS marítimo para a passagem de um submarino carregado de drogas para os EUA.”


Houve alguns sons de descontentamento, mas o chefe continuou:


“Há sinais de destruição causada por uma arma de fogo calibre 38, e por mais que os funcionários admitam que não entrasse em luta com a suspeita, acreditamos que sim, pois não há outra explicação e nem outras impressões digitais a não ser a dos envolvidos.”


“Como todos sabem... Nossas fronteiras estão cada vez mais bem protegidas contra entradas de substancias ilícitas, mas claramente não há barreiras para as tentativas.” Ele estava ficando mais raivoso a cada palavra dita. “Soou o alarma e a infiltrada logo percebeu que estava em apuros e fugiu. Fugiu também se fingindo de outra pessoa, o que logo soubemos que era a forma de um militar da guarda, conseguindo também o maldito uniforme. E que caminhou por entre todos normalmente, passou por toda uma guarda de segurança e conseguiu sair da NSA tão calmamente quanto ela conseguiu entrar nesses malditos portões!”


“Nem tão calmamente...” McCarthy intercedeu.


“Ah sim!” George joga as mãos para o ar em frustração. “O sargento Croix que estava de visita a nossa agência descobriu seu disfarce e avisou os guardas. Mas antes disso, ela ainda arranjou tempo para curtir com a cara de um de nossos subordinados fazendo se passar por superior! E nem iremos mencionar os homens feridos e o homem morto! Que trataremos em uma próxima ocasião.” Ele grunhiu, então respirou fundo e continuou: “Saíram atrás dela na floresta, mas conseguiu enganar a todos. Encontramos roupas do disfarce em uma árvore...” Ele jogou uma sacola com uma farda amarrotada na mesa.


“Podemos analisá-la em nosso laboratório.” Um NERD falou. Não porque ele tivesse a aparência de um Nerd, mas por ser assim chamados quem trabalhava na área inteligente. George fez um gesto displicente com as mãos e continuou:


“Ainda ontem encontramos o sargento ferido após ter levado uma coronhada atrás de uns latões de lixo. E suspeitamos que a infeliz conseguiu escapar pelo caminhão de entulhos.”


O general que ouvia tudo girando uma caneta de ouro entre os dedos, disse:


“Não conseguiu.”


Todos desviaram o olhar do diretor para se voltar para o homem sentado pacificamente do outro lado da mesa.


“Como?”


O general levantou os incríveis olhos verdes e encarou George diretamente. “Eu mesmo fui checar o caminhão ontem, por volta das oito e trinta da noite. Não havia ninguém.”


“Tem absoluta certeza?”


O general nem se dignou a responder. Sabia que George tinha a informação dos guardas do portão dizendo que ele aparecera, e precisava informar aquilo antes que dissesse. Quando George pareceu desconcertado e desacreditando na teoria do lixo, Edward não pôde reprimir um único pensamento: Touché.


“Certo, então deve haver outra explicação...” George começou, mas foi interrompido por McCarthy.


“Desculpe George. Mas acredito que talvez o generalíssimo tenha se enganado, ou não checado corretamente.”


O general trancou os dentes, sentindo a raiva borbulhar por suas veias com intensidade. Sua vontade era de se levantar, pegar McCarthy pelo colarinho e ensinar a ele o que acontecia com infelizes que ousavam recriminá-lo.


Controlando-se, se limitou a olhá-lo e dizer com a voz pacífica: “Não cometa o erro, coronel general, de achar que sua incompetência se aplica para os outros também.”


Houve um leve “uhhh” discreto vindo de alguns homens, mas logo tossiram e disfarçaram olhando para o lado.


McCarthy estreitou os olhos e praticamente soltou fumaça pelas narinas feito um touro bravo. Mas calou-se, e George continuou.


“A questão senhores, é que ela enganou uma guarda inteira, não importe como!” Expeliu, voltando a andar de um lado para o outro com raiva. Bateu o punho na mesa com raiva. “Pegamos o submarino e as drogas, mas ela fugiu!” Olhou cada um presente com os olhos escrutinadores. “Uma mulher enganou a melhor agência de segurança do mundo... Durante um ano inteiro... Dobrou homens do dobro de seu tamanho, pensou mais do que qualquer um presente! Ela é uma mafiosa que trabalha para os Volturi e isso só deixou os mafiosos exultantes e podendo mostrar ao mundo que NÓS FALHAMOS!” Esbravejou e McCarthy e Jacob se encolheram sabendo que eram particularmente culpados por aquilo.


E o general Cullen simplesmente olhava aquela cena com o rosto impassível, girando a caneta nas mãos.


“A sala está destruída, os homens desacordados, as pessoas que entrevistamos não tem pistas alguma sobre ela, mas todos foram enganados!” Rosnou e respirou fundo tentando se acalmar. “Se essa história chegar aos ouvidos da mídia a NSA vai perder toda a credibilidade que construiu fortemente por décadas. Os EUA vai se tornar um antro de risos e zombarias, e nossos inimigos vão ficar exultantes em saber que nossa segurança não é tão boa assim!” Cuspiu.


O general rolou os olhos internamente. Era exatamente aquele comportamento que esperava. O orgulho da NSA falaria mais alto.Touché.


George continuou andando mais algum tempo e ninguém ousou dirigir a palavra naquele momento. Todos estavam se sentindo levemente culpados pela situação e envergonhados.


Por fim George se acalmou e pegou algo em sua pasta que logo tratou de jogar na mesa com asco.


Era uma foto.


“Senhores, apresento-lhes nossa infiltrada.”


Os olhos castanhos de Bella pareciam levemente zombadores naquela foto. Não que os fossem afinal, era uma daquelas fotos de registros em que todos ou saíam horríveis ou piores ainda. Mas para os homens ali presentes assim lhes parecia.


Jacob engoliu em seco e virou o olhar sentindo nojo da mulher e de si mesmo. McCarthy somente encarou o espaço com um olhar duro e decidido, e todos os outros pareciam levemente desconfortáveis. Afinal, Bella era conhecida. Sua fama de encrenqueira e boa lutadora se espalhara por todo o prédio.


“Claire Evans!” Bufou jogando as mãos para o ar. “Ou Isabella Swan, se preferirem.”


As pessoas não estavam prontas para isso. Umas arquejaram e outros arregalaram os olhos. O primeiro a falar foi o prefeito.


“A... A... Swan? Swan de Charlie e Renne Swan?”


“A própria filha deles.”


“Céus!” Outro homem praticamente levou às mãos a cabeça. “Isso ainda é pior. Os pais traíram a CIA, a filha... Os Volturi devem estar exultantes!”


O general nada disse o tempo todo, continuando a girar a caneta nas mãos, e ninguém pareceu achar estranho. Interromperia somente quando achasse que era necessário e se o chamassem. Ele via aquilo como um bom jogo de xadrez... Observar, e por fim, dar seu xeque-mate. McCarthy então tomou a palavra:


“Como descobriram?”


George lançou-lhe um olhar estranho. “Alguns homens da ala inteligente me disseram que no começo do ano interceptaram uma conversa dos Volturi e a máfia Rússia sobre o infiltrado. Sendo o infiltrado dos Volturi... E com as descrições e a idade conferindo, temos Isabella Swan.”


“Pode ser outra.” Alguém palpitou.


“É ela.” George respondeu resignado.


“Mas por que aqueles infelizes não informaram nada quando souberam?”


“Eles o fizeram.” George disse colocando as duas mãos na mesa e olhando fixamente para o outro lado, encontrando um par de olhos verdes imperturbáveis. “A você Cullen.”


Todos os rostos se voltaram para o fim da mesa onde a figura autoritária do militar se sentava casualmente. O general encarou o chefe durante alguns segundos até por fim largar a caneta na mesa, umedecer os lábios e dizer, paulatinamente:


“Sim, eles me informaram.”


Houve mais burburinho.


“Então por que não nos disse?”


Ele parecia muito calmo. Quando respondeu só faltava dar de ombros e relaxar ainda mais na cadeira.


“Porque não era necessário.”


Dessa vez ninguém pôde conter o burburinho que começou e logo se propagou em intensas ondas de reprimenda. O general se mostrou impassível, com os olhos nunca desviando de George que o olhava assombrado.


“ORDEM!” Berrou por fim se sentindo em um tribunal e retirando um lenço do bolso, enxugando o suor da testa em uma atitude tensionada. “Pelo amor de Deus Cullen, explique isso.”


O general deu de ombros. “Não há nada o que explicar George. O primeiro motivo por termos aquela conversa foi justamente porque a máfia queria que interceptássemo-la.”


“Eles seriam loucos!” Alguém concordou.


“Concordo!”


“Não quando eles não estavam realmente achando que a infiltrada teria sucesso.”


George franziu o cenho e o silêncio propagou na sala por alguns instantes. Todos estavam confusos e levemente chocados com as revelações... O único que parecia imperturbável e natural era o general que já estava começando a se aborrecer com aquela perda de tempo.


“Senhores, Isabella Swan foi mandada em uma missão suicida.”


“Mas isso não explica o porquê da negligência em cuidar da segurança!”


O general trancou o maxilar e apoiou as duas mãos na tampa da mesa escrutinando cada presente com o olhar. Sua áurea de líder, seu passado e reputação violenta fizeram com que todos o olhassem com certo temor e silêncio.


“Há anos os EUA tenta conseguir o paradeiro das principais máfias mundiais. Os Volturi estão dentre elas. No que nos ajudaria pegar um infiltrado, que nem sabíamos quem era, e mantê-lo preso e condenado sendo que não ganharíamos nada com isso?”


“Poderia falar sobre ameaça!”


“Não!” O general vociferou. “Isso seria um risco muito grande e nada garante que de fato acontecesse. Senhores,” Continuou em um tom ameno, mas muito aterrorizador. “O racional seria deixar que os Volturi achassem que de fato a mulher estava conseguindo sua missão a ponto de realmente irem em frente com ela.” Seu olhar pousou em McCarthy e ele não escondeu o ódio que relampejava a ele. “Se deixássemos ela realmente seguir em frente poderíamos ter boas chances de conseguir os Volturi. Perderíamos um carregamento de drogas, mas ganharíamos a localização dos mafiosos.”


Edward não falava totais mentiras, até se surpreendeu como estava caminhando muito tangente à verdade. Estava descrevendo seu plano antes de tudo mudar... Modificando o fato de que era para os EUA, e não exclusivamente para ele e seus motivos pessoais.


“Eu estava pronto para cuidar de tudo e resolver, mas, senhores, como sabem...” Estreitou os olhos para Emmett, que mudou a posição da cadeira.. “Algumas pessoas resolveram desobedecer a ordens e tratar com o assunto sozinho, e acabou que perdemos.”


McCarthy engoliu em seco e desviou o olhar. Os homens piscaram os olhos diversas vezes um tanto quanto confusos. Eles entendiam a lógica do general, só não compreendiam. Era diferente.


Por fim George questionou. “E por que você deixou a NSA fora disso, Cullen, você certamente fez conosco o mesmo que McCarthy fez com você.”


O general teve uma vontade enorme de bufar e responder que ele era a NSA. Quem fazia a porra toda funcionar era ele, inferno! Mas também sabia que para tudo havia uma linha tênue chamada limite e ele já tinha levado aquilo longe demais para ultrapassá-la.


“Porque quanto menos gente sabendo melhor. Há alguns anos se vocês bem se recordam, uma missão foi totalmente prejudicada quando alguns funcionários não conseguiram assumir muito bem seus papéis. A vítima em questão desconfiou e fugiu.”


As pessoas levemente se lembraram de um caso parecido e depois de algumas palavras persuasivas aqui e outras ali, o general acabou dobrando os homens presentes. Explicou que os Volturi queriam se livrar da Swan, assim como se livraram de seus pais, e inventou uma desculpa dentro da lei e esperta quando perguntaram como sabia de tudo aquilo.


Mas McCarthy estava adepto a cavar sua cova cada vez mais funda.


“Há dois meses, Cullen, você me disse que sabia quem era o infiltrado.”


Todos se assombraram e o general pareceu imperturbável.


“Eu menti.”


“Não acredito...” McCarthy bufou entre dentes, descrente.


“Pois é a verdade, só estava tentando fazer com que você não tentasse estragar os planos, mas vejo que não adiantou de qualquer maneira.” Retrucou e se ninguém havia percebido ainda que os dois homens estavam em pé de uma guerra, era porque ou não estava na sala, ou não enxergava, não ouvia e era um demente. O general se sentou depois de um tempo e alguém limpou a garganta e todos se viraram para o monitor. O vice-presidente arrumou os óculos de grau e disse:


“Pelo visto a NSA precisa de algumas alterações...” Limpou a garganta. “Mas o presidente está ansioso em resolver essa questão, senhores.”


George então se reinstalou só que Emmett cortou-o, levantando-se em um ímpeto e batendo na mesa, deixando toda sua atenção se centralizar no ex-amigo.


“Pois eu acho que você está mentindo, Cullen!” Esbravejou. “Ou pelo menos você sabia de algo... Durante a porra d...”


“Senhor!”


“... De um ano você foi o mais próximo daquela mulher e não negue isso! Você a treinava para o campeonato e chegou a dormir com ela em um mesmo quarto... Eu cheguei até a pensar que vocês estavam apaixonados!”


“Céus!” Alguém chorou.


“Ou você admite que foi igualmente enganado por um ano por Swan, ou você admite que sempre desconfiou e se aproximou dela por isso!”


Uma fúria crescente se instalava no peito de Edward enquanto ele encarava aquele traidor sujo e vil. FILHO DA PUTA! Esbravejou internamente. Sua vontade era de levantar e matá-lo, e se arrependeu amargamente por não ter quebrado suas pernas de novo quando teve a vontade e oportunidade no passado. Mas se controlou, ou pelo menos o suficiente para não jogá-lo longe e quebrar-lhe os ossos.


“Por acaso você está sugerindo que eu me envolvi amorosamente com aquela mulher?” Rosnou e se levantou novamente batendo na mesa com fúria. “Eu não preciso de acusações de uma pessoa que praticamente me empurrava a ela dizendo malditas coisas de como eu deveria viver de novo! Você tira conclusões das próprias situações em que VOCÊ me meteu McCarthy!”


McCarthy estava pronto para revidar quando alguém tomou a palavra.


“Isso não faz sentido algum, senhores. Todos sabem como Isabella Swan em particular sofreu com o general Cullen durante o ano em que passou aqui. É inadmissível uma teoria dessas.”


Mas Jacob estava extremamente quieto em sua cadeira. Em sua mente uma memória lhe voltava. Uma de vários meses, ainda no verão em que fora na fazenda entregar os relatórios semanais para o generalíssimo. De repente estava conversando com o general McCarthy na sala de convivências e depois o general Cullen aparecia com fúria e socava-o.


Não conseguia se lembrar bem do motivo, mas havia algo a ver com a mulher...


“Um instante.” Ele começou calmamente a dizer recebendo a atenção de todos. Olhou de McCarthy para Cullen e também se lembrou de algo ainda mais antigo. Quando estava espiando os banheiros femininos e estava vendo “Claire Evans” o general pegou o aparelho e ficou extremamente bravo... Talvez tivesse haver somente com a violação de privacidade, ou... Diante de todas aquelas teorias... Simplesmente a ver com a mulher em si.


Estava pronto para dizer isso a todos, mas algo o deteve. Não podia negar que estava com raiva daquela ordinária, mas durante aquele tempo em que corria atrás dela deixara-se levemente envolver. Queria só um bom sexo e um corpo gostoso em quem se enterrar, mas a mulher era tão intrigante. Havia algo nela que incitava um homem a tentar conhecê-la... Conhecê-la tanto fisicamente quanto mentalmente.


Olhando para o generalíssimo em sua postura bruta, violência e olhar atroz não conseguiu imaginá-lo gostando, amando alguém. Nem muito menos acobertando alguém de um crime... Não, definitivamente não conseguia. O general Cullen tinha aquela imagem típica de homem que vivia pelo trabalho e cuja vida não havia espaço para mulher, pois mulher representava amor, carinho, e Edward não tinha uma postura de alguém que fosse capaz disso.


Então concluiu que aquela conversa estava indo para os lugares errados.


“E então?” Alguém incitou.


Ele ergueu o olhar e disse: “Acho que estamos indo para lugares errados. O generalíssimo explicou as razões para não dar o alerta do infiltrado... Foi explicada a situação de ontem.” Engoliu em seco se lembrando de como fora enganado e no olhar quase maquiavélico na mulher quando enfiou a agulha em seu corpo. “E tenho certeza de que ele não a ajudaria fugir ou coisa do tipo,” soltou um bufo irônico. “Acho que temos que priorizar as coisas, não apontar culpados. Temos que procurá-la, não? Enquanto faz apenas horas e ela ainda pode estar por perto.”


Algumas pessoas se mostraram levemente surpresas pelo choque de racionalidade de Black. E Edward odiou-se a si mesmo ao odiar menos aquele infeliz chefe de controle marítimo. Ainda não se esquecera das coisas que fizera, mas fez com que todos parassem com aquela discussão que acabaria lhe trazendo problemas, não concretos, mas suposições e dúvidas. E isso era tudo o que não queria.


Por fim George tomou conta da situação e mandou a todos sentar e se acalmar. Um café foi servido e o general Cullen recusou-se a encarar McCarthy novamente.


“Senhores, acho que o correto seria colocarmos uma equipe atrás dela, mas em segredo da imprensa.”


McCarthy limpou a garganta e fez um comentário, mal humorado. “Já foi resolvido tudo com os parentes de ontem. Eles não são mais um problema.”


“Ótimo. Acho que devemos manter segredo do que aconteceu na NSA, para evitarmos...” George bufou. “Conseqüências.”


Depois de mais alguns pontos estabelecidos e chefias dadas foi resolvido que meio mundo caçaria Isabella Swan aos arredores e logo daria um aviso para centros de segurança do restante do mundo. Aeroportos, estações de trem, ônibus, rodoviárias, alugueis de carros, bancos, financiadoras, lojas, supermercados e todos os lugares possíveis receberiam uma segurança maior. Uma equipe da NSA que cuidava desses casos seria responsável, trabalhando em conjunto com os policiais dos arredores e do país inteiro.


Outro ponto discutido foi a respeito do navio com os narcóticos que estava no comando do DEA, e que estes fariam investigações para descobrir alguma pista. A droga viera da Irlanda, e um agente já havia sido mandado até lá para descobrir alguma coisa sobre o paradeiro dos Volturi.


Foi discutido também sobre o planejamento de recruta dos novatos do ano posterior. McCarthy e outro militar ficariam responsáveis por um novo sistema que garantisse maior segurança na escolha dos novatos. As precauções que já existiam, seriam ainda maiores.


“Senhores...” George disse por fim com um olhar resignado no rosto. “Apresento-lhes nossa Alfa I*.” E então marcou a foto de Isabella Swan com um carimbo vermelho que dizia “ALFA I” e todos permaneceram um pouco tensos, mas o general Cullen estava quase se divertindo, afinal, querendo ou não, Isabella Swan era que nem ele. Ou era o melhor ou era nada.


No caso ele era o melhor militar da NSA e ela... Bem, ela se tornara a mais procurada criminosa dos Estados Unidos da América.


Era de se orgulhar.


--


Exprimidos no túnel de ventilação no teto da sala de reuniões da NSA, estava Derek e Jasper, paralisados em estado de choque.


Abaixo deles, os caras mais fodas do mundo saíam da sala de reuniões mais filha de um pai existente. Jasper queria gritar, e quase gritara um tremendo “seus filhos de um pai, vocês não sabem de quem estão falando. Swan não é Evans, Evans é minha amiga... A Rainha das filhas de um pai...”, mas Derek e o choque interromperam sua fala.


Foram voltando do túnel silenciosamente, sem poder falar, pois assim detonaria a presença deles. Até que ouviram vozes e Jasper com uma mão paralisou Derek. Eles as reconheciam.


“... Maldição! Eu sou seu amigo, Cullen. Não posso acreditar que vai agir assim depois do ocorrido. Nós somos amigos, lembra? Nós precisamos trabalhar juntos e defender nosso país.”


“Para o inferno com sua lengalenga, McCarthy.” Uma voz de trovão surgiu. “Você não só é um tremendo filho de uma puta com o que você considera suas amizades, como também com o seu superior. Você desacatou minha ordem, e sua posição.”


“Você faria a mesma coisa no meu lugar.”


Lá embaixo o general Cullen virou-se com tremenda fúria para seu ex-amigo. Com uma careta de nojo e desprezo, murmurou:


“Não ouse dizer que me igualaria a você.”


Jasper ouvia tudo, fascinado. Os dois generais brigando?


“Então, vamos falar de coisas sérias. Acredito mesmo que você mentiu durante a reunião. Eu sei que você não tinha uma relação só general-novato com aquela mulher, eu sei que você esteve envolvido...”


“NÃO!” Os dois homens se assustaram e olharam para o teto que foi de onde veio a voz.


“Seu idiota!” Derek praguejou baixinho tentando tampar a boca de Whitlock, mas este estava tão louco que acabou se agitando tanto que conseguiu ceder à portinhola de entrada de ar e desabar no chão. Ao lá chegar, soltou um “Aiiii, chão vagabundo filho de um...”


Os dois generais olhavam incrédulo para Jasper espalhado como um espantalho desmembrado no chão na frente deles. Derek praguejou e começou a se distanciar do túnel, procurando a saída e se manter ileso, mas uma voz de aço surgiu:


“E você fique onde está, Derek.”


Puts. Era o general Cullen. Engolindo em seco, voltou dignamente e pulou da portinhola de ventilação até o chão, onde Jasper já se recuperava.


“O que raios vocês pensam que estão fazendo?” McCarthy perguntou.


Jasper respirou fundo e tentou controlar as lágrimas. Não era hora de sentir um emo filhodopaimente sentimental. “Vocês são um bando de loucos! Evans não é Isabella Swan, eu a conheço... Ela é minha amiga. Ela realmente se preocupa comigo, quando ninguém em muito tempo não se preocupou. Vocês estão acusando a pessoa errada!”


“Jasper...” Derek começou envergonhado.


“Whitlock...” McCarthy começou um pouco tocado. “Então me responda onde ela está agora?”


“Na casa dela, com os filhos de um pai que são os pais dela, e não com aqueles traidores! Mas bem, ela não pode estar com eles, afinal, estão mortos, mas... Ugh.”


“Whitlock, e você por acaso viu os pais dela?”


Jasper ia abrir a boca para dizer que sim, quando soltou um muxoxo e seus ombros se encolheram. “Não.”


“Ela é Isabella Swan, foi à infiltrada... Desculpe Whitlock, mas ela enganou você. Enganou a todos nós.” McCarthy colocou a mão no ombro dele, e na última frase lançou um olhar questionador para Cullen que analisava aquela situação impassível.


“Eu não acredito!” Esperneou, mas nem estava mais certo disso. Enfim, ergueu a cabeça. “Mas o senhor está errado sobre o general Cullen... Duvido que ele a ajudaria a sair, a encobertaria. Ele é o militar mais filho de um pai que existe, nunca trairia o país com algo assim! Quando eu crescer, vou ser que nem ele.”


O general não pôde evitar ficar um pouco mal por aquelas palavras ditas com tanta eloqüência e confiança. Ele por acaso parecia um garotinho de cinco anos que precisava que alguém o defendesse? Mas o pior era acreditar que alguém o admirava, admirava a ponto de almejar ser que nem ele... Inferno!


“É isso que vamos ver.” McCarthy disse mal humorado, lançando um último olhar para o general e depois saindo deixando-os para trás.


Cullen então disse, com a voz impassível. “Espero que vocês não contem a ninguém o que vocês ouviram hoje na reunião.”


Os dois se surpreenderam em choque. “Como... Que... CALÚNIA! NEGAMOS!”


O general bufou, ficando estressado. “Vê se arranjam um idiota para enganar, eu não tenho tempo para aturar vocês. É bom vocês permaneceram quietos, senão do contrário... Bem... Vocês sabem o que os aguarda.” Grunhiu lançando um olhar malvado que mostrava claramente o que poderia fazer com cada um deles. Logo se virou para sair, quando Jasper chamou.


“General é verdade... Sobre a Claire?”


O general parou e de repente se viu impelido a dizer que não era... Mas acabou dizendo a verdade.


“Sim.” Ouviu uma espécie de soluço atrás de si e virou-se. Queria dizer que achava que seu novato havia sido sincero na amizade entre eles, pois sabia que era assim. Mas não pôde dizer. Por fim, deu de ombros e falou inflexível. “E vê se vai à enfermaria.”


E na enfermaria, minutos depois, Alice cuidava de alguns machucados de Jasper com o olhar meio perdido. Estava cuidando de tudo sozinha, pois não tinha mais sua assistente e sua amiga... Amiga, huh, enganara-há o tempo todo. Ainda não conseguia absorver aquilo.


“Ela era a mulher mais filha de um pai que já conheci...” Jasper murmurou, desolado. E Alice sentiu um aperto no coração, querendo abraçá-lo e confortá-lo. Lembrou-se da conversa com Claire – ou melhor, Isabella – dias antes da formatura e se perguntou se ela fora sincera, se tudo não fora uma encenação e se por dentro na verdade não estava rindo dela.


“As pessoas nem sempre são o que parecem, Jasper.” Foi tudo o que conseguiu dizer, mas nem ela conseguia acreditar. Poderia falar qualquer outra pessoa como sendo o criminoso, mas não Claire, não sua amiga.


“Aquela filha de um pai...” Ele suspirou então se endireitou e com uma expressão dura no rosto, negou. “Não, ela não é mais nenhuma filha de um pai. Só tem esse título quem merece... E ela não merece mais. Nunca mereceu.”


--


Edward estava em seu quarto deitado em sua cama olhando para o teto. Estava somente com uma regata branca e uma calça camuflada do exército. A porra do aquecedor estava ligado, mas bem desejava que não estivesse, pois o frio talvez ajudasse que seus pensamentos mudassem de rumo... Outro rumo bem distante da porra da mulher que estava no lugar que foi seu lar durante treze anos. Mas ainda não estava em uma atitude suicida, ainda não. E morrer congelado não era muito nobre... Alguém como ele merecia morrer com mais dignidade.


Por fim tentou pensar no que faria no Natal daquele ano. A NSA estava em polvorosa, mas existiam os departamentos cuidando de tudo e a menos que houvesse uma certeza de onde Bella estivesse não seria chamado. E aquilo era algo que garantira que não aconteceria.


Dali dois dias poderia sair para suas férias merecidas das festas de fim de ano, e como todo ano iria para sua casa, sozinho, reafirmando as idéias de seu plano contra a porra dos Volturi. Na véspera poderia sair com alguns outros colegas militares, que iam para um bordel bem conceituado e faziam uma pequena festa. Era comum no meio deles... Mas a maioria tinha uma família ou estava formando uma família... E ele não. Também não estava no clima para aquele tipo de festa e nem das putas com maquiagens fortes e desejos de subir na vida com um militar no bolso.


Com um bufo, olhou para seu braço enfaixado e não pôde evitar pensar no seu novato. Merda! Tentou pensar em como a inflação estava crescendo, quando desistiu de lutar contra.


Uma hora teria que voltar e tirá-la do orfanato, levando-a para o lugar definitivo. Mas até lá... Queria permanecer sozinho - longe dela. Evitar o máximo possível qualquer tipo de contato, porque sabia que aquilo estava o matando... Lentamente, mas o matando.


Ainda estava decidindo o que fazer quando alguém bateu em sua porta e avisou que a equipe de buscas descobriu que a mulher se hospedara em um hotel de beira de estrada com um homem. Não sabiam qual homem era, mas estavam procurando e que havia uma pista que indicava a direção Norte, talvez o estado da Pensilvânia.


Quando a porta fechou, o general riu internamente e acabou sendo invadido pelas lembranças dele e da novata naquela madrugada. Porra, eles estiveram em constante perigo e fugindo, mas mesmo assim... Fora a porra da melhor madrugada de sua vida.


Quando lembranças mais indesejáveis começaram a surgir, e ele teve que se levantar e tomar a porra de um banho gelado, já estava com a decisão feita.


Ficaria o mais longe daquela mulher quanto fosse possível.


--


*Alfa I em uma lista de procurados, é o primeiro nome da lista. Em grau de importância e rapidez, é o que tem maior índice de ambos. Não sei quem é o alfa I dos EUA no momento, mas no livro ficcional que eu li, geralmente são narcotraficantes com super colarinho branco.

16 comentários:

GabiClara disse...

Primeira a comerntar!

GabiClara disse...

Fiquei com peninha do Jasper! A única amizade dele verdadeiramente filha de um pai acabou. E a Alfa I nem podia se explicar!

O mundo real é injustu!
O mundo das ficks é injusto!
Onde vamos Parar????????????

Alice Luttz disse...

Eu fiquei bestificada com este capitulo. Gosto muito do Jazz e nesse fic começei ainda mais a gostar dele e quando o vi sofrer tanto quase chorei - charar e pros fracos - essa e as minhas falas não do Gege sempre pensei assim acho que e por isso que o amo mais ainda quando leio. Ontem eu falei que o acho que o Jazz vai atras de Bella para provar aos outros que ele pode ser melhor que o Gege e foi pór isso ai. Por que ele tem essa admiração forte pelo o Gege e acha que ele esta a proucura dela. Alfa 1. Quem queria esta no lugar da Bella?
Eu queria.

PS: Cara demorou para encontrar mais encontrei. Essa e pra Bianca. Logico que voce e popular e querida pela a gente querida. E só que pelo menos eu sou uma cabeça dura que não grava nomes. O da Bebetty mesmo e que a noite eu ficava na mente tentando gravar da Hermi e que a algumas amigas me chama de Hermione ate pensei en colocar mais ja tinha uma e minha personalidade bate com a da Alice então coloquei esse meu nick e da Lety por que nós comentarios da Hermi pode ver toda gora ela escreve o nome da Lety. Mais voce a Naty e a Gabi que sempre esta qui comentando sempre sera querida pela a gente só que eu e as meninas todos os dias esta comentando e acostumamos a com os nomes. Ah garotas acho que a noite não volto. Como ontem mais por que estou fazendo ai umas coisas com moda e estou amando mais boa leitura. Amo desejar isso. Não sei por que.

Rainbow Buttefly Fanfics disse...

Com certeza, essa fic é uma grande filha de um pai! Coitado do Jasper T.T
Fala sério, até eu que quase nem tenho tempo para ler fanfics me forço a abrir uma exceção.
Parabéns pela autoria!
Bjuss

Nikita disse...

genteeeeee q coisa !!!
quais os dias que se posta???
já li 5 fics da nathalia marques e já sou fã dela ...ela realmente escreve bem, (para quem não sabe nathalia além de ser escritora de a infiltrada tbm e escritora de derepente religiosa , Todo mundo pode ter um Edward Cullen:,e As promessas que devemos cumprir"!!!!
cara eu amo de paixa an nat , + ela demora muiiito para postar os capitulo!!!!!
eu fico revoltada com issoooooo!!!!!
o capitulo tá otimo...tudo bem que eu já li + to lendo de novo !!!
beijos
e não esquece de me disserem quando é que e postado os capitulo?!!!pro favorrrrr
obrigada!

Naty_14 disse...

Nikita, q bom saber q tem mais fics da Nathalia, adoro ela.
e os dias q sao postado novos capitulos das fics é domingo, terça e sexta. e di nada. e espero q goste do site. bjus.

Alice Luttz disse...

E isso ai. E Bem vinda ao site espero que goste.

Hermione disse...

Acho que tô desencanando... ruim né... mas meio que perdi o tesão quando o Edward matou aquele soldado inocente e agora ele fica com raiva do cara correto e decente que é o Emmet. Meu a empáfia e falta de senso de justiça desse general está me irritando! Desculpe ALICE, te adoro muito, mas esse personagem se acha acima da lei, assim são os sociopatas! SOU TEAM McCARTHY!!!!!

Alice Luttz disse...

Mata-me de ri.
Cara eu amo o McCarthy mais fala que vc não ira amar saber que uma pessoa super importante para não se importar com nada para cuidar de voces. Olha eu amo os outros mais a Bella tem que concorda o General esta fazendo tudo para cuidar dela.

Joyce_flozinhas2 Cg disse...

NOSSA ESSE CAP.TA FANTÁSTICO! ESSA FIK DEVIA VIRAR LIVRO! É MUITO BOA! HAHA,A BELLA É A MELHOR! OLHA Q LEGAL! TO ORGULHOSA DELA! KKKK SOU LOUCA,EU SEI....FAZER O Q NÉ? HA,Q FOFO O GEGE JÁ ESTÁ COM SAUDADE DA BELLA LINDO NE? COITADO DO JASPER....NÃO FICA ASSIM FILHO DE UM PAI,A BELLA GOSTA MESMO DE VC! :D

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

bem vinda a fik,não liga não,somos doidas mesmo.mas vc se acostuma.... :D

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

q saudade de vcs! :(

Hermione disse...

Também BFF, maior saudades de vc! Eu e a Lice chegamos até a pensar que vc tinha ido dessa pra melhor!!!! Aliás, se fosse pra encontrar o Cedrico do outro lado, seria realmente muuuuito melhor! = ) Dá uma fugidinha vez em quando pra ler e comentar com a gente aqui!

Viihs disse...

Gostei do cap. Parabens

Viihs disse...

TESTE

Viihs disse...

Gosh, I can't do it.... VERY ANGRY. Up to break the PC

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