A Infiltrada 2 - Capítulo 01: A Rainha do Lixo

É a minha vida,
É agora ou nunca.
Eu não vou viver para sempre,
Quero apenas viver enquanto estiver vivo.


É melhor estar alerta quando eles te convocarem
Não se curve, não ceda, não desista.

It’s my life. Bon Jovi.

O homem parou assombrado olhando para a sala parcialmente destruída e os dois homens desacordados no chão. Mesmo com a certeza de que havia um criminoso dentre eles, aquela imagem parecia irreal... Suspeita quase como uma lenda, um espectro.

“Isso torna as coisas bem reais, não?” Um subordinado que estava ao seu lado perguntou refletindo seus próprios pensamentos.

O sargento Croix assentiu enquanto pegava um aparelho portátil nas mãos. Discou alguns números e levou o aparelho aos lábios enquanto observava os monitores trincados com tiros, as cadeiras destruídas e um enorme mapa refletido em uma tela com um ponto vermelho piscando e avisando que algo estava errado.

“McCarthy, ele ou ela é bem real.” Foi o que disse de primeira, mas logo continuou: “Algo o fez sair e se não está aqui, está em algum lugar da agência, tentando fugir.”

No campo central da NSA, McCarthy ouvia as notícias em um misto de preocupação e excitamento. Estava esperando aquilo como uma criança que aguardava seu presente de natal e sabia que à hora se aproximava. Finalmente.

Com o aparelho nos lábios, respondeu: “Pegaremos ele, não importa onde esteja. Ninguém nunca fugiu da NSA, não será ele ou ela quem conseguirá.” E dizendo essas palavras fez um gesto discreto em direção ao atirador de elite da agência, Steven que estava parado em um ponto estratégico empunhando uma poderosa arma e vistoriando o local com olhos de águia.

Ele acenou em resposta ao gesto e pegou um aparelho no bolso. Foram só algumas palavras, mas foram suficientes para transmitir o recado para as outras dezenas de homens que cercavam o perímetro da NSA com as mesmas armas nas mãos e somente esperando que o maldito criminoso aparecesse:

“Senhores, liberem seus gatilhos.”

∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞

Em algum lugar da NSA...

O plano era arriscado.

Talvez arriscado fosse pouco.

O plano era irrevogavelmente, completamente, idiotamente, perigosamente, filhodopaimente arriscado.

Nunca pensou ser capaz de apostar sua vida em um jogo de azar. Amava muito a si mesma e o ardor da vida para isso... Mas a partir do momento em que ou arriscava, ou perdia sem nem ao menos tentar remediar a situação, você se tornava capaz de fazê-lo.

E ainda acreditar que teria uma chance.

A parte de ainda ter esperança era porque estava tendo ajuda, porque se estivesse sozinha sabia que não iria muito longe.

A parte de ter ajuda também era complicada se você levar em conta quem era... Mas era melhor deixar para lá.

Existia uma hora na vida em que você precisa decidir que rumo seguir. Sempre soubemos que nosso destino é feito de escolhas e essas por menores que sejam podem levar a grandes conseqüências no futuro. Era a pura e maquiavélica teoria do caos. Mas existia uma hora que é como se em sua mão realmente existisse o “sim” e o “não”, o “isso” e o “aquilo”, e você não poderia parar para analisar os prós e os contras, ou pedir uma xícara de chá enquanto analisava a situação de todos os ângulos.

Exige que seja ali. Agora. Sem pestanejar.

E a partir do momento em que você escolhe... Deve seguir em frente, arreganhando as mangas e lutando com unhas e dentes para salvar aquilo que lhe é mais precioso:

Sua vida.

Um homem estava escondido pelas sombras encostado despreocupadamente em uma parede com uma perna flexionada. Seus olhos verdes analisavam toda a habitação e ele reparava sem ser visto que já haviam descoberto a sala de controle marítimo e provavelmente todos estariam em polvorosa.

Tentava pensar porque estava fazendo aquilo. Poderia enumerar várias desculpas, várias explicações, mas realmente era a verdade?

Como poderia dizer por que estava fazendo aquilo se nem ao menos sabia ou entendia? Sentia-se confuso, desnorteado e realmente odiava aquela porra. Chegava a odiar até aquela maldita mulher por fazê-lo sentir aquelas coisas e por ter ousado um dia ter entrado em seu caminho.

Odiava a NSA, odiava ela, odiava a si mesmo e toda a porra do mundo. Mas mesmo com aqueles sentimentos lutando dentro de seu ser, ele continuou ali, vistoriando, esperando.

E não precisou esperar muito, pois logo notou a figura se aproximando. Primeiro foi só um vulto preto, mas logo começou a se distinguir. Estava fardada, não com aquela de novatos que era mais feia do que o inferno, mas com um verdadeiro uniforme de um militar. Havia insígnias em seu peito e usava até mesmo um quepe vistoso que ajudava a prender seus longos cabelos. Seu rosto estava encoberto por grossas costeletas e um bigode.

Mas o que realmente fez com que revirasse os olhos e até se divertisse foi o modo como andava. Parecia que realmente tinha alguma autoridade, como se o mundo estivesse á seus pés. Como se tivesse poder sobre os outros, e fosse à porra do centro do mundo. Só faltava mascar um chiclete e olhar por cima dos outros.

Reparou nas mãos presas nas costas e o queixo altivo, os olhos castanhos analisando tudo com um ar frio e indiferente. Passou pelo guarda da ala inteligente resmungando alguma coisa e reparou como o homem de segurança foi observando o militar se afastar ao mesmo tempo em que ia girando o pescoço cravando os olhos no traseiro avantajado. Mas por fim notando o absurdo da situação abanou a cabeça e voltou a seus afazeres.

O dito-cujo foi se aproximando e ele foi rápido em pegá-lo pelo braço e puxá-lo junto para as sombras. O corpo dela se chocou contra o seu e ela arfou em surpresa:

“Não precisa andar como se fosse à porra do dono do mundo.” Rosnou.

Ela se recuperou ao mesmo tempo em que aqueles olhos castanhos se fixaram em seu rosto e um brilho malicioso surgiu.

“Pediu para que eu o imitasse, general. Só estava obedecendo a suas ordens.”

O generalíssimo Edward Cullen, o rude, violento, impassível, temor dos criminosos, possuidor de um altíssimo cargo militar e reputação, crispou os lábios se perguntando como uma mulher poderia ter tanta coragem em desafiá-lo e provocá-lo como se ele... Não fosse quem ele era.

Pela milionésima vez se perguntou por que raios estava fazendo aquela porra. E pela mesmíssima vez não conseguiu obter nenhuma maldita resposta.

“Siga o plano, novato. Tente ao máximo não entrar em contato com ninguém. E...” Engoliu em seco se sentindo um infeliz por dizer as próximas palavras, mas não podendo evitar que elas saíssem tampouco. “Tome cuidado.”

Isabella Swan ajustou o bigode. O seu disfarce estava muito bom e a menos que ninguém a observasse muito de perto poderia passar sem muitos incidentes. Não tinha a altura e nem a tocha de músculos característica dos militares por ali, mas tinha a pose e o andar de um e poderia dar um jeito. Afinal era sua última chance.

Precisava seguir em frente e acabar com aquela porra. Havia uma escolta esperando-a do lado de fora, mas tinha a ajuda de alguém que dava por todos. Ele estava protegendo-a, ainda não sabia por que exatamente, mas ela queria viver. Aquele mesmo homem de olhos verdes e ar misterioso lhe devolveram o antigo fogo que agora queimava em si sem esperanças de se apagar.

E ela lutaria. Lutaria por sua liberdade, por sua vida.

Fugiria da NSA assim como entrara:

Infiltrando-se.

Dessa vez na própria guarda da NSA. A guarda que estaria esperando por ela.

Nunca pensou na forma como fugiria da agência. Seu plano inicial era simplesmente acabar com tudo o que deveria ser feito, se embrenhar no meio dos novatos e voltar para sua “casa” depois da graduação. Não poderia fazer mais nada daquilo: Nem continuar com o próprio rosto quando era questão de tempo em que descobrissem a identidade do criminoso que procuravam e nem voltar para “casa”.

A única solução foi confiar no generalíssimo. Não sabia para onde iria e talvez nem tampouco se importasse... Era um caminho sem volta, só o que sabia. E a única maneira de fugir da NSA, a mais racional e talvez a mais arriscada, era fingindo ser um deles.

Depois, bem... Ela não tinha ilusões que sua vida estaria nas mãos do arrogante militar e suas três estrelas. Ergueu o olhar e encontrou com o do homem naquela penumbra. Tinha vontade de dizer muitas coisas á ele, talvez perguntar exatamente o motivo por ele estar ajudando-a, mas desconfiava que nem ao menos sabia.

Aquela relação dos dois era totalmente estranha, diferente e complexa. Mas como ser diferente se os protagonistas eram estranhos, diferentes e complexos?

“Tomarei.” Sussurrou.

Eles permaneceram um tempo somente se olhando e Bella tentou reunir toda a coragem que precisava. Havia uma grande possibilidade de dar errado e então nunca mais o vê-lo e seu coração se apertou com aquele pensamento.

Sem saber o que fazer, somente abanou a cabeça, respirou fundo e se preparou para sair. O general, que tinha pensamentos da mesma natureza que a dela, segurou-a pelo braço fazendo com que ambos sentissem aquelas intensas descargas elétricas. O coração dela reagiu instantaneamente ao mesmo tempo em que os lábios do militar se uniam a seu ouvido e rosnava:

“Vê se prende a porra desse quadril e não rebola.”

Ela revirou os olhos enquanto saía literalmente para a luz. Olhou dos dois lados do vasto corredor e seguiu para aquele que daria ao campo central. Já anoitecera e ela precisava passar por todas aquelas pessoas, o campo central, a guarda e chegar até onde o general havia lhe dito.

Aquela porra parecia impossível e ela estava se sentindo cada vez mais incerta se aquilo daria certo ou não, mas era sua vida, sua última chance e lutaria até o fim.

Na sala de controle marítimo confiara naquele homem de olhos verdes de uma forma que poderia ser irracional. Em sua mente nunca se esquecera que ele já lhe batera, xingara, humilhara e não tinha o mínimo de consideração por seu orgulho, mas ele também era o homem que lhe dera uma luva de boxe, a chave de um baú contendo seus segredos, fora seu treinador, e se abrira com ela e mostrara que por trás daquela fachada violenta existia um homem que tinha sentimentos. Talvez não os mais nobres, mas sentimentos.

Não que o visse de outra maneira do que no primeiro dia. Ainda odiava-o, mas esse ódio não fora o suficiente para matá-lo quando precisara. E ainda achava que se macacos evoluíram para humanos, Tiranossauros Rex evoluíram para general Cullen.

E sempre pensara que era diferente dele... Que era melhor superior e que merecia ostentar mais o título de “humano”, mas descobrira que não era bem assim.

Desvendara que chegava a serem piores, suas atitudes, seu jeito, seu caráter, e também enxergara que sua vida era muito parecida com a do general. Seus pais haviam sido assassinados pela mesma organização, a diferença era que trabalhara durante anos para essas pessoas, chegara a dormir com uma delas e se estava ali naquela situação era por única e exclusiva culpa dos infelizes.

O ódio que ardia em cada célula de seu ser era imensurável... A afronta, o nojo e o desgosto que sentia não tinham limites. Queria sair dali e correr para a Itália e matá-los um por um, fazê-los sentir a raiva de um Swan, fazê-los pagar.

E a ironia da situação estava justamente aí. Há três dias dissera ao general que precisava perdoá-los e viver sua vida, mas agora não conseguia pensar em outra coisa a não ser vingança.

E essa mesma determinação e esses mesmos desejos que fizeram com que caminhasse com o queixo altivo pelos corredores, passando pelas pessoas e não se permitindo demonstrar qualquer emoção enquanto suava ferozmente, não conseguia controlar os batimentos cardíacos e temia não conseguir sair dali.

A primeira complicação no plano de fuga foi à saída da sala de controle marítimo. Havia algumas pessoas ali presentes e ninguém poderia vê-la saindo da cena do crime, o que lhe garantiria alguns minutos. O general resolvera a situação. Saíra antes e começara a jogar ordens e perguntar “a porra que estava acontecendo.” As pobres pessoas começaram a ficar desesperadas e só faltavam levar às mãos a cabeça em desespero tentando satisfazer o general de algum modo.

A pequena distração foi o que precisava. Respirou fundo e saiu da sala com as mãos no bolso e o andar despreocupado, em direção a sala do general Cullen. Não era muito longe, mas também nem tão perto a ponto de ninguém vê-la. Sua sorte era que eles não sabiam ainda quem era o perigo. No caso, ela.

A segunda complicação foi quando ouviu alguém a chamando. Era o sargento Croix.

Reconhecera-a e ela teve que usar de todo seu autocontrole para não desferir um belo soco na face do homem. Sabia que qualquer interrupção poderia ser mortal e depois do temor de que e soubesse quem verdadeiramente era passar, tudo o que pôde sentir foi raiva.

“Ei, você se lembra de mim, não? Sargento Croix... Do casamento.”

É. Lembrava-se. Estiveram bêbados, se esfregara nele e em troca recebera um belo soco do general Cullen.

“Não, não me lembro. Deve estar me confundindo com alguém.”

Ele sorriu torto. “Você é inconfundível... Mas acho que devo desculpas primeiramente pela forma como te...”

“Olha, desculpa. Mas agora estou ocupada, depois a gente troca figurinhas, ok?”

Ele sorriu e colocou as mãos nos quadris tentando se mostrar sedutor. Que cara insistente!

“O que é mais importante do que rever os velhos amigos?”

Ela bufou. “Para revermos velhos amigos, precisamos de velhos amigos, meu caro.” E dizendo essas palavras virou-lhe as costas e saiu.

O homem pareceu esquecê-la e conseguiu entrar na sala do general Cullen. Lá dentro fora em direção a um armário de mogno no canto da sala, perto de um quadro com uma paisagem qualquer. Nele havia uma sacola com uma roupa. Retirou-a e bufou ao notar a farda.

Vestiu-se rapidamente e colocou todo o disfarce no rosto. A janela da sala era revestida com aquele papel intensamente preto e conseguia ver bem seu reflexo. Analisou-se de vários ângulos e ficou satisfeita.

“É, Bella. É hora do show.” Murmurou para si mesma, mas antes de sair seu olhar repousou em algo pregado na parede.

Um cinturão.

Demorou um bom tempo para reconhecer que era realmente seu cinturão. Aquele que dera – ou melhor, depositara sobre o general Cullen na cama da enfermaria. Nunca soubera o que o homem fizera com a relíquia, mas sentiu algo estranho ao ver que estava ali... O tempo todo. Como a porra de um prêmio valoroso, algo que merecia orgulho e respeito.

Acariciou a textura e sentiu uma nostalgia apoderar-se de si. Aqueles tempos foram bons... E não voltariam mais.

Com um ar de determinação saiu da sala e rezou para qualquer santo que protegesse os criminosos fugitivos.

No mesmo momento em que saía da ala inteligente, o sargento Croix e mais alguns subordinados encontravam a sala de controle marítimo e mandavam impedir a entrada e saída de qualquer pessoa na ala. Mas era tarde demais, já saíra.

A terceira complicação aconteceu logo após o breve encontro com o general Cullen.

Antes mesmo que pudesse chegar ao campo encontrou um subordinado mal encarado andando em sua direção ditando ordens. Nunca gostara dele... Ele que dava aulas de História americana e militar mundial. Ele tinha a fama de se achar o “chefe”, e pagava de um quando não havia superiores por perto. Morria de medo do general Cullen.

Não foi de se surpreender que quando chegou perto de Bella tratou de ditar ordens e broncas, mas sabendo que ele não seria tão potente na arte de palavras se oferecesse resistência e como não gostava mesmo dele, ergueu o queixo e adotando uma voz grossa e autoritária revidou:

“Pelo jeito você não sabe com quem está falando, rapaz.”

O homem arqueou uma sobrancelha e olhou-a de cima abaixo concluindo que alguém dez centímetros menor não poderia ser um superior. Ah qual é! Só por que o generalíssimo tinha quase dois metros? Altura é sinônimo de poder agora?

“E com quem estou falando?”

Bella crispou os lábios em uma atitude que lhe lembrava muito o general Cullen. Tratou de pensar como ele agiria e logo tratou de imitar. “Pelo visto a NSA precisa melhorar o modo como os subordinados,” Frisou bem a palavra. “Devem se comportar em frente a superiores e claramente precisam entender um pouco de hierarquia. Afinal, vocês precisam realmente olhar mais para cima e reconhecer quem está lá, rapaz. O que parece que você ignora... É a primeira regra para ser um bom belicoso.”

O homem foi abrir a boca, mas Bella ergueu a mão impedindo que ele continuasse. Percebeu a burrice ao saber que suas mãos eram notoriamente femininas (não extremamente femininas, afinal ela estivera um ano em treinamento militar!), e logo as recolheu.

“Fico muito contente em ter sido convidado a comparecer na formatura desse ano, pois saberei o que melhorar no ano que vem em que assumirei o comando por aqui.” Deu uma olhada ao redor com um tom de ‘aliás’ e voltou seu olhar penetrante para o homem que apesar de dez centímetros mais que ela, parecia agora mentalmente a seus pés. “Que com certeza começará no modo como os subordinados são treinados... E pelo visto teremos que liquidar com a política de não descarte de funcionários. Estou sendo claro, ou preciso falar mais pausadamente?”

O homem engoliu em seco. “Claríssimo.”

“Ótimo.” Bella então colocou as mãos atrás das costas como vira tantas vezes o general fazer e girou nos calcanhares, mas então voltou de novo e avisou-lhe. “Guardei seu nome, rapaz.”

E então voltou a se virar. Enquanto se afastava um sorrisinho foi surgindo em seus lábios. O que palavras sem sentido e um bom enrolamento de um cérebro não poderiam conseguir?

Então por fim chegou ao campo central. Respirou fundo e notou o movimento agitado ao seu redor. Parentes se agrupavam e conversavam. Pelo o que Bella conseguiu distinguir em algumas conversas uns estavam excitados, outros irritados, e tinha até aqueles que achavam divertido o suposto “ataque”. Mas todos concordavam em uma coisa: Na dúvida se era simulação ou real.

Bella escondeu um sorriso ao saber que provocara tudo aquilo e alguma parte doentia e vaidosa de seu ser se exultaram pela façanha. Na Itália trataria de expor seus ganhos a todos, nem que fosse claro que estava se tornando impertinente como um Jasper da vida ao repetir as coisas milhares de vezes, mas a situação mudara.

Se havia uma coisa certa também era que estava a porra de um frio desgraçado, Bella bem percebeu isso quando uma rajada de vento irrompeu seu rosto e ela achava que se fossem alguns quilos mais magra poderia ter saído voando como um monte de feno de faroeste.

“Posso saber por que você não está na linha?”

Bella pensou que não era com ela. Porra, quem iria querer afinal tratar uma conversa com alguém que não existia? Mas percebeu que era sim com ela, ou melhor, com algum membro da “guarda.”

Voltou-se e quase caiu dura no chão ao ficar frente a frente com o general McCarthy.

Lembrara-se bem do primeiro dia em que o viu. Bem ao lado do general Cullen no palanque na hora do discurso em sua cadeira de rodas, fazendo o papel de sério, mas com aquele ar brincalhão que garantia que um sorriso malicioso poderia surgir a qualquer momento. Ao lado do general Cullen sempre fizera o papel de policial bom, enquanto o policial mau nem era preciso dizer quem era.

Bella sempre gostara dele e ficara realmente feliz ao saber que sairia da cadeira de rodas e que depois de uns meses finalmente poderia andar normal. Notou como era alto e realmente muito musculoso... Na cadeira de rodas perdera um pouco do tônus muscular, mas com os exercícios lentamente foi voltando a ser o que era.

Ele era o único amigo do general Cullen, mas Bella tinha certeza de que não era mais. Não quando viu o lampejo de ódio nos olhos verdes.

Sentia-se particularmente culpada por aquilo... Não que se importasse à mínima para as amizades do generalíssimo, mas porra, ele não tinha ninguém e ainda por cima perdia um amigo?

Até que entendia o lado de McCarthy. Ao perceber que o seu “chefe” não estava fazendo de tudo para proteger o país tentou salvar e lutar por aquilo que acreditava.

Mas ele estava fudendo com a vida de Bella também então não estava nas melhores caras com ela.

Bella olhou-o e rezou internamente para que ele não a reconhecesse. Ele franziu o cenho, mas não fez nada contra ela. Voltou a perguntar em voz autoritária:

“Eu mandei todos os guardas permanecerem na linha de defesa ao redor do prédio.”

“Desculpe senhor.” Bella fez uma voz grossa e prostrou continência. “Estou indo agora mesmo.”

McCarthy estreitou os olhos talvez se perguntando por que havia algo errado com aquele homem. Ele tinha uma ótima habilidade de cheirar coisas foras do normal e o cheiro que vinha a ele não era um dos melhores.

Bella então lhe virou as costas e começou a se encaminhar rigidamente rezando para que conseguisse sair dali o quanto antes.

“EI!” Ouvi-o chamar.

Oh merda!

Apressou o passo tentando ignorar ou fingir que não ouvira o que era bem impossível notando que ele quase gritara. O coração batia acelerado em seu peito e tudo o que podia pensar era no general que estaria em algum lugar esperando por ela... Esperando que fosse forte e esperta o suficiente para conseguir fazer sua parte do plano.

O general estava ajudando-a, era verdade, mas quem tinha que ser capaz de realizar a manobra era ela. Ele não poderia fazer muito sem levantar suspeitas, e ela não queria de maneira alguma se mostrar fraca e falhar. Aquele sentimento de conseguir se mostrar forte e capaz para aquele homem estava lá de novo, forte, como ele.

“Pare onde você está!”

E então soube.

Era o fim.

Fechou os olhos com força sentindo o vento no rosto e virou-se lentamente pronta para esticar as mãos e receber as algemas. Nem de perto era o que imaginara ser... Nunca pensara na forma como fosse morrer ou ser presa – hipoteticamente falando – mas acreditava que seria algo bem foda e honroso, algo que os maiores criminosos do mundo sentiriam inveja.

Não era bem o que estava acontecendo.

Mas ao virar-se não viu o general McCarthy olhando para si, mas sim virando um subordinado com raiva e disparando impropérios. Este começou a gesticular furiosamente para o coronel-general e tudo o que ela pôde fazer foi respirar de alívio.

Aproveitando a distração seu olhar vagueou pelo mar de pessoas. Encontrou Jasper, a mãe dele, Alice, Derek, todos aqueles que foram personagens de sua história naquele ano, todos aqueles que de algum modo foram importantes para ela.

Olhou aquele campo, aquelas paredes, cenário de suas aventuras e de seus desconcertos... Da reviravolta que era sua vida.

E naquele friorento dezesseis de dezembro viu um belo cenário. Ninguém olhava para o militar parado no meio do pátio com o vento movimentando suas roupas e ameaçando arrancar as costeletas... E isso era um bom prelúdio do que estava por vir. Sozinha. Em um lugar desconhecido.

De repente ela sentiu uma enorme tristeza... Como se deixasse algo de si para trás, como se parte de seu ser tivesse sido retirada e jogada no meio daquele cenário. Uma parte que ela não poderia recuperar e que estaria sempre perdida.

Não seria melhor fazer o certo?

O certo não seria se entregar e deixar que a lei tomasse conta de tudo? Viver o resto de seus dias em uma prisão poeirenta esperando pelo dia do julgamento que seria inevitável? Já sabia até a sentença: “Isabella Swan, culpada por todos seus crimes. Receberá a pena de morte.”

Pelo menos, pensou com amargura, as formas de pena haviam mudado para algo mais indolor e menos inumano do que dantes. Não teria que ser enforcada, ou sentar em uma cadeira elétrica. Havia injeções...

“Não desista.”

Quase podia ouvir a voz do general sussurrando em seu ouvido. E pensou que realmente estava do seu lado, tão forte e tão poderosa aquela pequena frase lhe soou.

Não desista novato.

Ela respirou fundo e cerrou os punhos. “Não vou desistir.”

Mas no meio daquelas pessoas havia alguém que estava reparando no militar solitário em meio a tantos grupos. Era o sargento Croix que depois de buscas infrutíferas na ala inteligente resolvera inspecionar o campo central. Ele não era da NSA, mas como estava na cidade aceitara a oferta de McCarthy para cuidar da segurança da agência naquele dia.

Seus olhos repousaram vagamente pelas pessoas, e passaram por um rápido momento na figura do militar parado, mas quando as costeletas começaram a se mexer com o vento como se tivessem descolando... Aí sim prestou atenção.

Cerrou os olhos tentando ver com mais clareza. Poderia ser produto de sua imaginação, afinal estava bem sobrecarregado tanto física quanto mentalmente. Chegou a dar alguns passos para ir até McCarthy e contar-lhe suas suspeitas quando viu dois homens carregando um ser nauseante pelos braços.

Bella também o viu. Era Jacob, mongol nos braços de dois militares que, não vendo o chefe de controle marítimo, resolveram procurá-lo em seus aposentos. Ao encontrá-lo quase sem roupas e jogado na cama inerte resolveram acordá-lo de todos os meios que conheciam inclusive alguns usados em campos de batalhas. O resultado foi um Jacob sonolento e perdido, mas ele estava conseguindo dizer algumas palavras.

E quando a criminosa viu McCarthy ficar cada vez mais tenso e perguntar cada vez mais coisas para Jacob, soube que era hora de partir.

Girou nos calcanhares e seu olhar repousou na figura de Steven que estava parado em uma balaustrada olhando ao redor com os olhos de águia. Bella sentiu um calafrio. Ele era professor dos novatos e tinha boas provas de que ele era capaz de acertar um alvo a metros de distância com os olhos vendados.

Imaginou como seria ser perfurada com aquela arma poderosa que ele tinha nas mãos... Céus!

Só a precaução impediu-a de sair correndo. Algumas pessoas a olhavam e tinham até aquelas que paravam pedindo informações. Ela negava com a cabeça e simulava pressa sentindo um desespero crescer em seu peito. Era um sentimento crescente... De pressão, de medo... Um que lhe dizia que deveria correr o mais rápido que pudesse.

Quando os pequenos grupos foram se distanciando viu ao longe alguns homens andando com uma escopeta nos ombros. Era a segurança de elite, e notou que sua farda era idêntica a deles. A diferença era que quem a preenchia era uma mulher.

Aproximou-se tentando demonstrar confiança e preparando um belo discurso nos lábios. Autoridade, autoridade, autoridade. Confiança, confiança, confiança...

E céus, aquele frio estava horrível!

“Qual é o problema?” Um dos homens lhe perguntou vendo que se aproximava. Bella olhou para a pequena armação de metal em seu peito que indicava o seu nome e status. Precisava chegar ao chefe deles... Mas como descobrir quem era sem perguntar? Se perguntasse, eles desconfiariam.

Vendo que era um simples cabo, perguntou-lhe com o queixo altivo e um tom que deveria mostrar impaciência.

“Trago notícias ao chefe.”

O homem estreitou os olhos. “Ele não está nessa linha.”

Bella fingiu exasperação e irritação. “Então trate de encontrá-lo e trago-o aqui, urgentemente. Tenho ordens de McCarthy.”

“O que está acontecendo aqui?” Outro homem apareceu atrás deles.

Bella olhou seu nome e cargo. Supôs que ele era o chefe, mas não poderia arriscar. Antes que cometesse alguma gafe o primeiro homem disse:

“Quer falar com o senhor, capitão.”

“Qual é o problema? E... Não o reconheço.”

“Fui informado pela minha agência que precisavam de reforços na agência.” Bella respondeu, improvisando. Mas logo notou a burrada, pois estava com o uniforme deles... Não teria que ser deles também? “Emprestaram-me uma farda na ala, já que por ocasião da viagem não tenho o suficiente.”

“Não pedimos reforços.”

Bella franziu o cenho e começou a hiper ventilar.

“Estava na cidade para ocasião do casamento do diretor, George.”

“Ah...” O olhar do chefe se iluminou e compreensão. “Entendido.”

“McCarthy acredita que o infiltrado está ainda dentro da agência.” Informou suando, e tentando que um milagre acontecesse e eles não conseguissem ver. “E peço permissão para vistoriar a área da floresta.”

“O nosso cerco se estabelece no perímetro.”

“Acredito que uma olhada não fará mal.” Dessa vez foi o primeiro homem quem disse. “Dizem que esse infiltrado está dando maus bocados lá dentro. Há marcas dele para trás, mas ninguém nunca o vê. Estão chamando-o de fantasma da NSA.”

“Está certo, está certo. Mas fiquem de prontidão.” O capitão disse e virou as costas. “Vá com ele, cabo.”

O primeiro homem assentiu e os dois foram sumindo na floresta. Ela sentiu um calafrio ao ver que quase todos os olhares daqueles homens profissionais estavam em si. Era como se soubessem quem ela era... Era como se desconfiassem...

“Cadê sua arma?” O cabo perguntou depois que eles se embrenharam vários metros da floresta.

Bella umedeceu os lábios. “Não preciso de uma.”

Ainda conseguia ver uma luz provinda da NSA e alguns sons distantes, acompanhado do cricrilar de alguns grilos, o barulho de algumas corujas e o som distante de uivos.

O primeiro homem soltou um som abafado, o que parecia ser irônico.

“Conheço pessoas como você. Acreditam ser autossuficientes. Acham que a força inteira está no músculo.” Então deu um pequeno olhar para o homem baixo ao seu lado. “E você não tem muita.”

Bella sorriu para o homem e parou de andar. Só depois de algum tempo que o homem percebeu que ela parara e se voltou.

“Notou algo?”

“Sim,” Ela ainda sorria. “Como homens são idiotas.”

Franziu o cenho e depois soltou uma forte gargalhada. “Você é engraçado.”

“Estranho, pois a parte engraçada só começa agora.” E antes que sequer o infeliz pudesse perceber, já estava recebendo um forte soco na nuca. O bicho era resistente, ela tinha que admitir. Deu-lhe um belo de um trabalho, mas por fim caiu nas folhas secas fazendo pequenos barulhos e Bela foi rápida em tirar a arma dele e ver o quanto de balas ainda havia lá dentro.

Um bom número. Poderia fazer um belo de um estrago.

Olhou o homem desacordado e chutou-o para o lado fazendo com que ele enterrasse o rosto no chão. “Sua sorte é que hoje estou boazinha. Quando acordar, avise aos guardas que fantasmas existem sim, e sabem dar belos socos de direita.”

E dizendo essas palavras virou-lhe as costas e saiu.

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“Deus!” Croix murmurou olhando para o Jacob moribundo.

Claire Evans... Claire Evans era a culpada de tudo. Ela era quem eles estavam procurando.

E ele a deixara escapar!

Ele a vira na ala inteligente, nervosa e furiosa... Com pressa. Pressa de fugir!

E ele idiotamente estava flertando com ela.

Sua vontade era de dar um tiro na própria cabeça pela estupidez. Como fora idiota!

Os homens que ouviram o murmúrio do sargento acharam que era devido à cena que viam com Jacob, vendo o ponto em que a mulher chegara e como ela andara enganando-os o tempo todo. Ninguém a vira... E ela se tornava quase como que um fantasma que deixava suas marcas por onde passava, mas nunca ninguém a via em ação.

“McCarthy.” Ele murmurou depois de um tempo com choque e então tudo começou a fazer um maldito sentido em sua mente quando ele ia lembrando o militar que nunca vira com as costeletas saindo...

BURRO!

“O que você está fazendo, Croix?” Ouviu alguém gritar atrás dele.

Ele somente gritou de volta, enquanto corria: “Ela está fugindo! Ela está fugindo!”

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Bella olhou ao redor. Estreitou os olhos tentando codificar os barulhos que vinham até ela e lembrou-se de ter cautela. Militares poderiam ser bem silenciosos quando queriam... Ela bem sabia, fora treinada durante um ano para isso.

Não pôde deixar de soltar um bufo irônico ao lembrar-se do que o cabo falara. Estavam dizendo que ela era como um fantasma... Ninguém a via, só as marcas.

“É, eles estão assistindo filmes demais.” Resmungou. Arrumou a arma nas mãos e se a ocasião fosse outra sentaria, colocaria a arma no colo e a olharia como se fosse uma obra de arte. Era uma verdadeira beleza e receber um tiro daquilo...

Abanou a cabeça e se concentrou. Ela precisava ir até o depósito de lixo da NSA. Só que não sabia onde estava... Era mato, mato, árvores, árvores... A luz da NSA já havia há um tempo se extinguido e o som era mero assovio ao longe.

Só falta isso, inferno!

Então ouviu.

Foi um assovio.

Reconheceu. Era para imitar um animal qualquer, mas na verdade era emitido por um humano. Se não tivesse passado um ano no treinamento nunca saberia a diferença, mas sabia agora.

E ó céus, estava perto!

Pressionou mais a arma contra o peito e começou a se mover mais depressa tentando ser a mais silenciosa o possível, até que a incerteza se tornou certeza. Tinha alguém a seguindo, e não era um. Não era dois.

Eram vários.

Então viu que só tinha uma alternativa. Embrenhou-se mais na floresta e escalou uma árvore com galhos fortes e cheias de folhas que serviriam como camuflagem.

“Merda.” Resmungou quando sentiu algo furado sua pele, então se acomodou em um galho em uma posição meio deitada, meio sentada somente observando a paisagem.

Alguns minutos se passaram até que ouviu dois homens fardados passando por ali.

“Para onde disse que ela veio?” Um homem perguntou baixinho.

“Acham que é o norte.”

Distanciaram e Bella respirou de alívio, mas sabia que existia mais gente. Provavelmente divididos em grupos, mas aquilo foi o bastante para saber que sabiam dela. Não só de um infiltrado, mas que era uma mulher.

Desceu da árvore quando achou seguro e caiu em um baque surdo no chão. Ajustou as roupas e correu em direção ao sul onde sabia ser o depósito... Mas por mais que conhecesse a floresta, devido às corridas matinais e outros treinamentos, não conseguia saber onde estava. Aquela porra de escuridão não ajudava também.

Levou um pequeno susto ao ver uma cobra perto de si. Não era venenosa, mas qualquer coisa que se mexia poderia ser um perigo em potencial mesmo não tendo medo da maioria dos animais, porque convivera a vida inteira com os mais estranhos na companhia de Caius.

Maldito Caius!

Então ouviu.

O farfalhar de folhas secas e galhos no chão. Seu coração parou por um momento. Estava pronta para correr ou acabar com o infeliz quando sentiu dois braços a pegando por trás e antes mesmo que pudesse gritar uma mão tampou-lhe a boca.

Seu coração bateu acelerado e tentou se libertar, mas a pessoa que a segurava era extremamente forte e o corpo estava colado no dela de uma forma que não a deixava escapar.

Então sentiu o cheiro másculo característico do general Cullen e relaxou. Fora como aplicar uma dose de calmante extremamente forte.

“Será que quer um megafone também? Ele talvez seja mais útil quando quiser chamar a atenção de todo mundo pra cá.” Rosnou em seu ouvido.

Livrou-a de seu aperto e ela respirou fundo. Virou-se para o general e este estava encoberto pelas sombras, mas conseguia ver claramente seus olhos, que lembravam muito os de gato naqueles momentos.

“Cheguei até aqui e agora?”

“Na verdade você chegou a dois terços do caminho.”

Bella revirou os olhos. “Eles me descobriram, estão me seguindo.”

“Eu sei.” O general rosnou e embora estivesse escuro, Bella poderia muito bem saber que seu maxilar estava travado e um olhar assassino estava em seus olhos. Ele então a segurou pelos ombros e fez com que ficasse exatamente de frente a ele. “Ouça novato, pois só vou dizer uma vez. Essa noite McCarthy quis fazer uma emboscada para você nas margens da organização... Cada maldito perímetro da NSA está sendo vigiado, e isso explica porque eles não invadiram a área inteligente. Um plano muito idiota considerando que eles soaram o alarma.” Ele bufou e então continuou com o tom lacônico de um militar. “Ele espera que você fuja e eu vou dar a ele a razão para pensar que você já o fez. E o maldito Black já contou tudo então sabe quem é que está procurando.”

Houve sons cada vez mais próximos e o general continuou falando com urgência:

“A floresta está cercada por radares e o satélite da NSA pode facilmente inspecionar o local o que vai acontecer dentro de alguns minutos. E só há um único lugar que está livre disso.”

Explicou o resto rapidamente e ela assentiu. Estava cada vez mais temerosa de que aquilo daria certo, mas confiaria naquele homem. E se ele achava que era o que deveria ser feito, faria.

Pediu as roupas dela de volta, para despistar. Ela ficou apenas com uma regata e as calças da organização. O frio estava horrível, mas teria que agüentar. E de repente o general parou o que estava fazendo e olhou-a de uma forma estranha.

Como se perguntasse a si mesmo se deveria continuar com aquilo...

Bella sentiu um tremor violento ao ver seus olhos verdes e a confusão e a incerteza ali estampados. Estava cometendo um crime acobertando-a, sendo seu cúmplice, ajudando-a a fugir. Se o descobrissem... Poderia receber uma pena pior que a dela, se é que existia algo pior que a morte.

Mas ela sabia que existiam coisas piores que a morte.

Assim também o general.

E mais uma vez ele se perguntava por que estava fazendo aquilo... Por que arriscava tudo por ela... Porque queria protegê-la e mantê-la contra si. Mandar toda a porra do resto do mundo ir se explodir enquanto lhe provocava chamando-a de “novato” e “prepotente.”

De repente a melhor coisa do mundo era provocá-la, e somente o maldito pensamento de perder aquilo o deixava perturbado. Não tinha a porra do controle sobre aquilo, e realmente... Realmente odiava.

Mas seja o que quer que decidira tudo o que fez foi puxá-la para si com intensa força e antes mesmo que Bella pudesse saber o que estava acontecendo, os lábios do homem estavam esmagados contra os dela.

Não fora realmente um beijo. Os lábios permaneceram pressionados com aquela intensidade característica deles e nem de longe era perto de alguns beijos já trocados, mas do mesmo modo deixou-a sem ar.

Ele soltou-a tão bruscamente quanto a pegara e seus olhos verdes se conectaram com os dela, com aquela profundidade e violência enlouquecedoras:

“Corra novato... Corra sem olhar para trás, mesmo se o diabo chamar você corra.”

Ela assentiu, mas no meio de toda aquela agitação tudo pareceu ficar em câmera lenta.

De repente eles não estavam mais sozinhos.

Havia mais alguém.

Outro homem.

E ela nem teve tempo de sequer piscar ou respirar quando sentiu dois braços a apertando no pescoço dando-lhe uma chave de braço e quase a sufocando. Ela engasgou e começou a se debater ao mesmo tempo em que por entre as árvores surgia outro militar.

Ele estava com a postura de “pronto para ataque” e a arma estava na altura dos olhos apontada diretamente para Bella. Só depois de alguns segundos que ela notou – horrorizada – que quem lhe dava uma chave de braço era o generalíssimo.

O aperto foi se afrouxando na garganta dela, mas só o suficiente para respirar, pois continuava apertado. Não sabia por que o general Cullen estava fazendo aquilo... Será que... Será que ele estava enganando-a? Será que sempre fora uma armadilha?

“Abaixe a arma, Tom. Já a peguei.” O general rosnou em uma voz extremamente seca e furiosa, encarando o recém chegado. Até Bella estremeceu ante aquele tom, nunca o ouvira no homem.

O outro militar, no entanto não aquiesceu.

“Ela é perigosa, capitão. Ardilosa como o diabo, precisamos de reforços quanto a ela.”

“Você acha que ela tem condições de lutar contra nós?” O general devolveu aumentando ainda mais a pressão ao redor em seu pescoço. Bella engasgou e lançou um olhar afogado para o militar que devolveu com um com tanta raiva e desprezo que ela se surpreendeu por ter permanecido viva.

“Vou chamar os outros, para reforços. Estão procurando ela por todo o canto.”

“Não preciso, tenho tudo sobre controle. Vamos levá-la.”

“Não!” Ela soltou um som engasgado. O general a enganara! O tempo todo! E ela acreditara nele... Colocara sua vida nas mãos dele...

A arma estava presa em sua cintura... Era só pegar... Começou a tatear a procura dela, mas sentiu uma mão do general impedindo, discretamente, mas com firmeza.

Ela tentou se mover, mas o homem a prendeu de um modo que não poderia fazer nada a não ser disparar raios lasers, o que logicamente não poderia realizar.

“Preciso avisá-los, capitão. São ordens do coronel-general.”

“Que se exploda, McCarthy. Quem manda aqui é eu.”

O militar piscou confuso. Sabia que o generalíssimo era a autoridade máxima por ali e estava dividido. E parecia ter tanto controle sobre a mulher... E era óbvio que não conseguiria escapar dele, nem homens com o dobro de seu tamanho conseguiam.

Então Bella sentiu o corpo do general enrijecer ainda mais e uma mão dele estava tateando seu corpo. Ei! Ela teve vontade de gritar... Por que ele estava apalpando-a? Será que queria tirar casquinha antes que ela se tornasse “indisponível”?

“Mas pensando melhor... Pode avisá-los, é capaz de algum infeliz se perder na floresta.” Bella arregalou os olhos em descrença. Que cachorro! Filho da puta! Escroto! E ela dizendo que acreditava nele, ele dizendo que a ajudaria!

BURRA!

O militar assentiu e sem nunca desviar o cano da pistola de Bella pegou algo no bolso e ela sentiu que o general por fim alcançava alguma coisa. A arma.

Confusa tentou clarear a mente, mas tudo ocorreu muito rápido, novamente. Sentia que se piscassem os olhos uma única vez perderia toda a ação e o sangue.

Uma hora o militar estava apertando alguma coisa no comunicador, na outra ela estava girando e caindo em algum lugar, ao mesmo tempo em que o general derrubava o outro no chão da floresta.

O homem protestou confuso e desnorteado. Sua arma e o comunicador voaram longe e tentou levantar-se achando que a mulher que fizera aquilo de algum modo, mas parou no ato ao notar que quem apontava uma arma para ele era na verdade o generalíssimo Edward Cullen, seu chefe.

“General... O que está fazendo...?”

“Hora errada, lugar errado.”

E então tarde demais Bella percebeu o que ele iria fazer. Tarde demais gritou o “NÃO!”, tarde demais tentou impedir que o general estreitasse os olhos com perícia e apertasse o gatilho.

Os olhos do militar se arregalaram em choque enquanto olhava do general para Bella e a compreensão começava a aparecer por todo seu rosto. Depois, lentamente e como se não pudesse acreditar em seus próprios olhos, viu a farda que estava transbordando sangue... Sangue... Muito... Muito...

A arma tinha silenciador e o único barulho que se ouviu na floresta foi o último gemido de vida do militar que morrera sabendo o segredo do novato e do general.

Bella encarou o corpo inerte com os olhos arregalados e apavorados. Estava aturdida... Não que nunca vira algo assim... Não que nunca fizera aquilo, mas ver o general fazendo... Era estranho, perturbador.

Matara o homem, pois não tinha como conseguir fugir com ele sabendo que o general estava com ela. Não importasse o que acontecesse, saberia ligar os pontos e descobrir a verdade. De um modo ou de outro precisava morrer... Se Bella quisesse fugir e o general se manter oculto.

Mas havia algo errado em ver o general matando... Á sangue frio.

Por ela. Para protegê-la... Um militar, alguém que era seu colega de profissão, que treinara durante anos, que batalhara podendo ter uma família, amigos, alguém a quem voltar no fim do dia.

Mas tudo se tornou um novelo de confusão e choque, porque embora a arma tivesse silenciador, algum som deveria ter atraído os outros grupos para lá. Próximos... Cada vez mais próximos.

“Corra novato!” Foi tudo o que ouviu o general dizer em meio à onda nauseante que virara seu cérebro. Tudo estava tão confuso, tão preto, tão irreal.

Aquele sangue sendo derramado... Aquele gatilho sendo pressionado... Um assassinato, por ela.

Mas estavam chegando... Estavam se aproximando...

Então se ergueu cambaleante e correu.

Correu com toda a força que possuía, com todo o ardor e coragem. Percebeu que todo aquele ano de treinamento com o general Cullen estava servindo justamente para concluir uma missão e fugir.

Os galhos e folhas iam passando por ela, rasgando-a, machucando-a, mas ela continuava. Lágrimas serpenteavam por seus olhos e soluçava, mas não poderia parar.

Não, nunca.

Havia gente atrás dela, e ouvia gritos e vozes ao longe. Suas pernas ardiam, seu pulmão entrava em espasmos e seu coração parecia trabalhar com extrema força. O frio não ajudava... Aquelas rajadas de vento gelado cortavam-lhe a face, castigava todo seu corpo e ela corria... Corria...

Existia uma grande diferença entre correr para se exercitar e correr para fugir de alguém ou para se salvar. No caso, os dois últimos. Quando você corre como uma atividade física todos seus limites estão lá e por mais que queira continuar, você pára. Mas não quando você corre para salvar sua vida. Os instintos, à vontade, o ardor fazem com que todos os limites se explodam e se expandam em níveis máximos que um ser humano pode agüentar. É como se seu corpo soubesse que se você parar, você está em perigo... Então é melhor se machucar, gritar, chorar, morrer atrás de uma chance do que morrer sem tentar.

O general Cullen em seu lugar na floresta gritava ordens e pedia para que alguém levasse o homem já morto para dentro. Militares vinham de todos os lados e o general tentava manter a calma e se mostrar o líder que verdadeiramente era.

Não poderia lançar suspeitas sobre si então mandou pessoas correrem atrás da mulher, em vários sentidos, sem dizer exatamente algum. Nunca foi homem de rezar ou pedir algo ao plano superior, mas naquele momento pediu para que Bella conseguisse chegar ao seu destino.

Na hora em que percebera que alguém estava próximo tratara de fingir que conseguira pegar a criminosa... Mas sabia que não havia mais escapatória. Conhecia aquele subordinado, ele era um bom militar e realmente seguia as ordens em rígido, por isso se mostrara um pouco relutante em desobedecer ao general McCarthy.

Mas Edward sabia o que precisava ser feito e um sentimento tão estranho apoderou-se de si e só um pensamento surgiu em sua mente. Protege-a.

E sem pensar nas conseqüências, atirara.

“Corra novato.” Murmurou para si mesmo enquanto olhava por entre as árvores por onde ela havia desaparecido. “Corra.”

-

-

“DIREITA! DIREITA!” Alguém berrou e reconheceu o tom militar.

“Merda!” Praguejou controlando o impulso de dar um soco em uma árvore. Não que não fosse párea para um bando de militares enormes e formados que estavam atrás dela, mas aquilo realmente atrasaria seu tempo e impediria que chegasse a seu caminho com a paz que – idiotamente – esperava.

Sua sorte era que conhecia aquela floresta muito bem. Durante meses correra todas as manhãs com o general Cullen e houve ocasiões que se embrenhara cada vez mais fundo em algumas tarefas específicas. Saber onde pisava era uma boa, mas nada garantia que fosse à única que dominava aquele conhecimento.

Não soube por quanto tempo correu ou quantos quilômetros foram percorridos, mas houve momentos em que achou que não poderia continuar, mas continuara. Momentos em que havia gente tão próximas a ela que podia ouvir o barulho de suas respirações. Fugira de muitos tiros e seu coração poderia estar muito bem batendo a quinhentos por segundo. Reprimiu-se por não ter mais a arma que pegara do militar que desacordara, poderia ter sido muito útil.

E por fim teve que usar do que tinha de melhor: Sua força. O general teria ficado orgulhoso em ver os belos golpes que dava e a comissão do campeonato preocupada se ela usasse-os nas lutas. E silenciosamente agradeceu aquele homem que fora seu treinador, afinal, ele nunca pegara leve com ela. Usara toda sua força de seus dois metros e anos de experiência, nunca tendo dó, piedade ou dando-lhe tempo para descansar ou beber água quando ela quase implorava por isso. Agora, ela não podia pedir tempo para descanso, não podia arranjar e nem pedir água... E com certeza, ninguém pegaria leve com ela.

Achou-se uma macaca quando teve que subir em uma árvore e despistou alguns homens. Sentiu-se um moleque roubando frutas do vizinho ao descer da mesma árvore e ralar o joelho no chão. Acreditou-se o super homem quando correu com uma velocidade anormal por entre a floresta – sem lances psíquicos de super poderes, só a boa e velha adrenalina e senso de sobrevivência. Sentiu-se a ganhadora da São Silvestre quando por fim percebeu que despistara os homens. E céus, aquilo não fora fácil. Estava extremamente cansada... Seu corpo inteiro ardia como se estivesse queimando e tinha aquela sensação que a morte não deveria ser pior do que aquilo. Sentia que poderia desmaiar a qualquer momento e o teria feito se não fosse o maldito mantra em sua mente: “Não desista novato.”

Mas o momento em que realmente se viu uma criminosa foi quando se aproximou de uma região mal iluminada e com um bufo de exasperação se deparou com o depósito de lixo da NSA. Nunca fora mulher de frescuras, mas para tudo havia um limite!

Então mais uma vez se lembrou de sua situação nada favorável e engolindo em seco, tentando controlar o asco, a bile, e aquele cheiro insuportável entrou em um latão de lixo três por três. Havia de tudo... Desde restos de comida, até pedaços de papel e outras coisas que nem queria dizer o nome para tornar “menos ruim.” Sabia que um prédio como a NSA produziria bastante lixo, mas nunca ficou tão consciente do problema ambiental do planeta como ali.

Encostou-se na parede de latão e jogou a cabeça para trás respirando fundo. Mesmo com todos aqueles odores chatos adorou a sensação do oxigênio entrando com dificuldade e abundância por seu pulmão. Despistara os homens e deveriam estar perdidos em algum lugar na floresta ainda perseguindo-a; não estava a salvo, sabia. Inferno! Nunca mais estaria a salvo em sua vida!

E o pior era que estava frio – tinha perdido a conta de quantas vezes já reclamara do clima. Na Itália os invernos eram rigorosos, mas no Nordeste dos EUA era o fim. E isso por que nem chegara oficialmente o inverno ainda! – e teve que se embrenhar mais e se acolher em meio aqueles sacos fedorentos.

O general dissera que às oito horas da noite todos os dias um caminhão de lixo passava por ali e teria que dar um jeito de seguir com ele. Era o único jeito de sair... O único método. Agora era rezar para o santo patrono dos criminosos dos fugitivos que a protegesse e fizesse um milagre.

E de repente um fleche passou por sua mente. O homem caindo no chão, o sangue se espalhando por toda sua farda. O general com a expressão fria e indiferente matando-o. Fechou os olhos com força e se recriminou: Por que estava se perturbando tanto com isso?

Mas então começou a ouvir passos... Passos no mato e logo se embrenhando no piso de cimento onde ficava o depósito.

Diabos! Pensou ficando na defensiva e sabendo que fugir de lá seria impossível. Havia ainda alguém no encalço dela! Será que eles não tinham mais nada para fazer não?

O sargento Croix olhou ao redor em meio a tantas latas de lixo e colocou uma mão no quadril enquanto outra enxugava o suor que se acumulara em sua testa. Uma fumaçinha branca saía de sua boca a cada respiração e esquadrinhou o local na procura do indivíduo que vira correndo pela floresta.

Tentou pensar como alguém que se escondia. Lixo... Lixo... Latões. É claro que se esconderia nos latões!

Então levou a mão até o quadril de onde retirou a arma. Ergueu-a com as duas mãos na altura do pescoço em uma atitude defensiva de policial. Deu um giro lento de 360º e sentiu a brisa e o leve som noturno, cenário da noite.

“Eu sei que você está aqui.” Afirmou em uma voz clara e confiante. “Vamos, saia de onde está escondida e venha me encarar. Não seja covarde.”

Limpou com a manga da blusa o leve suor que crescia na região superior dos lábios e com uma mão procurou pelo comunicador.

“Não seja covarde... Você derrotou tantas pessoas durante tanto tempo, um a mais ou a menos não é nada, não é? Vamos, saia! Encara-me!”

Olhou ao redor e parou perguntando se realmente havia alguém ali ou se enganara. Depois de alguns segundos achou que o caso era chamar reforços, procurar dentro dos latões e aos arredores onde poderia achar um lugar para se esconder.

Sentiu a presença quase ao mesmo tempo de ver a sombra projetada no chão a sua frente. Gelou e virou-se rapidamente com a arma pronta nas mãos a tempo de encontrar uma mulher encarando-o com um sorriso malicioso nos lábios.

“Foi você quem pediu.”

Soltou um grito – que era talvez para ser um de guerra – enquanto tentava puxar o gatilho, mas a mulher era rápida. Muito rápida.

Nem notara que carregava um pedaço de pau nas mãos e que este o acertou em cheio na fronte. Cambaleou e levou a mão até a testa em um gesto automático, e antes mesmo que pudesse se recuperar recebeu outro golpe no estômago que fez com que se contraísse.

O comunicador que acionara minutos antes estava ligado e vozes saíam de lá.

“Croix! Croix! Croix! Você está aí? O que está acontecendo?”

Ele gritou. “SOCORRO!”

Mas depois não disse mais nada, pois desacordou quando seu corpo foi derrubado no chão e bateu a cabeça com força no piso.

Bella rosnou e jogou o pedaço de pau o mais longe que pôde na floresta – de onde se encontrava – e pegou o rádio nas mãos. Abriu o maquinário, retirou os fios e chips e para completar pisou em cima deles. Pegou os restantes e jogou na lata de lixo.

Poderia ter alertado alguma coisa, mas ninguém saberia onde se encontrava, a não ser que estivessem perto o bastante para ouvir seu grito que nem fora tão alto assim, já que estava quase sem força.

Bella pegou o corpo do homem pelos braços e começou a arrastá-lo para uma área sombreada atrás de alguns latões. Enxugou o suor da testa e odiou toda a porra daquela situação. A coisa estava ficando mais difícil a cada momento. Pegou a arma do homem e guardou no próprio casaco para fins futuros.

“Crianças não podem andar com isso.” Rosnou para o homem desacordado enquanto voltava a entrar em seu esconderijo. A floresta voltara a ficar estranhamente silenciosa e suspirou com cansaço. Aquela noite estava bem longe de acabar, sabia...

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Havia uma agitação enorme na NSA, e o general Cullen caminhava a passos rígidos em direção ao outro fardado. Sua maxilar estava trancado e sua face demonstrava toda a ira que sentia naquele momento. As pessoas que estavam ainda mantidas no pátio estavam distantes o suficiente para não os ouvirem ou verem e aquilo era fundamental.

“McCarthy!”

O homem virou-se demonstrando toda a fadiga que sentia. Realmente não estava com paz nem com Deus e nem com os homens. Antes mesmo que pudesse abrir a boca recebeu diversas frases do generalíssimo:

“Você realmente achou que poderia ter algum maldito sucesso com isso? Eu te avisei porra, para deixar tudo em meu comando!”

Edward fechou os punhos controlando a ira bem contida em desferir uma direita bem dada no rosto do coronel-general. McCarthy que o tempo todo esteve se sentindo com o orgulho ferido e levemente ultrajado, recebeu um olhar frio do seu ex-amigo, pois tudo o que o generalíssimo podia ver naquele momento era um traidor, sujo e vil. Permitira que Emmett fosse mais perto dele do que outras pessoas ao longo dos anos conseguiram e, no entanto se achara no direito de ultrajá-lo passando por cima de sua autoridade e trair-lhe a confiança.

“Não é hora para isso, Cullen. Estamos próximos de pegá-lo.”

“Próximos é uma ova!” Berrou de volta o generalíssimo. “Seus homens acabaram de perder o infiltrado na floresta, e conseguiu escapar.”

“Não, como? É impossível!”

“Impossível?” O general retrucou arqueando uma sobrancelha. Atrás dele surgiram alguns homens carregando o corpo do militar e parecendo fatigados.

Um deles, disse:

“Alguns ainda estão procurando-a, mas ela parece realmente um fantasma.”

McCarthy parecia a ponto de ter um ataque cardíaco.

“Corram atrás delas, seus incompetentes! O que estão esperando? Ela é uma mulher, essa floresta é enorme, não pode estar muito longe!”

“Não adianta!” Cullen revidou cuspindo as palavras. “Acione os satélites e vistorie toda a floresta, mas duvido que ache alguma coisa.”

“Não tinha como o plano desse errado...”

Edward cruzou os braços de encontro ao peito e arqueou uma sobrancelha. “Você nunca foi um bom estrategista, McCarthy. Não é a toa que EU sou o responsável por isso na NSA.” Se havia uma coisa que o general fazia muito bem era humilhar e dar belos foras nas pessoas. Era como uma arte cuja perícia sempre aumentava. “Uma pessoa que conseguiu enganar a NSA durante um ano não conseguirá sair de uma guarda aos arredores?”

O general não pôde deixar de sentir uma espécie de orgulho ao dizer aquelas palavras. Era totalmente estranho, sabia, mas também era seu novato que enganara a NSA durante um ano. Fizera um bom trabalho, claro, mas nunca contra ele.

“Iremos pegá-lo. Não pode estar muito longe.” McCarthy disse nervoso.

“Tente.” O general disse dando de ombros. “Eu pessoalmente cuidarei do carregamento de narcóticos que por algum milagre ainda temos, porque acho que se colocar as mãos nisso é capaz de perdê-lo também.”

Virou-se pronto para sair, mas logo voltou.

“Agora vê se livra dessa bagunça antes que você se torna uma e alguém se livre de você. Dê um jeito de convencer essas pessoas de que foi a maldição de um teste ou os faça assinar um protocolo de silêncio.”

“E por que você não ajuda nisso também, Cullen?”

Então o general Cullen com um ar irônico, disse com a voz calma e baixa, o que era ainda mais atemorizante do que seus gritos:

“Nunca aprendeu que colhemos o que plantamos?” Arqueou uma sobrancelha. “Eu não pedi para você criar um circo, mas já que você é o palhaço dele, trate de fechá-lo.”

E lançando mais um olhar furioso deu-lhe as costas talvez encerrando algum tipo de amizade que aqueles dois generais um dia já tiveram.

∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞

Na lata de lixo, Bella ouvia toda uma agitação do lado de fora. Os sons ora eram próximos, ora distantes misturados com outros ruídos que não conseguia identificar. Não houve mais incidentes e duvidava secretamente que o general tinha alguma a coisa a ver com isso. Não sabia como conseguira, mas ainda tinha um pouco de fé e respeito pela NSA para saber que eles poderiam fazer mais, muito mais. Toda grande organização, só é grande organização por causa dos grandes homens e mulheres que há por trás dela. O grande homem por trás da NSA era o general Edward Cullen.

Se o generalíssimo realmente quisesse achá-la, conseguiria. Mesmo se estivesse no inferno, a acharia, não duvidava. Agora, se ele queria que ninguém a achasse... Bem, deveria ser mais fácil.

Pareceu uma eternidade o tempo em que permaneceu amarrotada em meio a tanto lixo, mas finalmente ouviu um barulho diferente.

O caminhão.

Deu graças aos céus ao ver que o automóvel eram daqueles que tinham uma espécie de guincho, levantavam o latão e jogavam o conteúdo dentro da caçamba. Bendito EUA mecanizado! Porque realmente passaria uns maus bocados batendo em alguns lixeiros se estes fossem recolher o lixo com as mãos. E Deus sabia como suas mãos doíam horrivelmente assim como seu corpo e se pudesse ainda mais piorar a situação não estava cheirando nenhum mar de rosas. Alguns sacos amorteceram a jogada e xingou mil demônios quando uma casca de banana instalou-se no alto de sua cabeça.

A viagem pareceu interminável e se recusava a sequer espiar por alguma fresta por onde andava. Não sabia se estava na NSA ou no Cazaquistão. Então o caminhão parou de repente e ouviu alguém conversando. Provavelmente o motorista com alguém.

Do lado de fora nos portões secundários da NSA um guarda com uma espingarda nas mãos pediu para o caminhão parar.

“Tudo bem Willian?” Perguntou o uniformizado assim que o vidro abaixou. Um vento gelado entrou no automóvel e o tal Willian estremeceu.

“Tudo, exceto esse frio horrível. Parece que o inverno vai ser bem rigoroso esse ano.”

“Mas as minhas crianças adoram.” O guarda respondeu enquanto dava uma inspecionada no local automaticamente. “Estou torcendo para nevar no Natal para que parem de me encher o saco, elas estão literalmente me deixando doido.”

“Ei, eu vi uma movimentação aí... Aconteceu algo?”

“Hoje houve a graduação dos novatos do ano. Vieram os pais, a pompa e o orgulho todo, você sabe.” Desconversou. O guarda sabia dos procedimentos internos e então umedecendo os lábios apontou com o queixo para a caçamba do veículo. “Importa-se?”

“À vontade.” O lixeiro deu de ombros. “Você é o chefe.”

O guarda então caminhou com a espingarda pelo perímetro do caminhão e assoviou para que outro guarda tomasse conta do portão. Bella sabia que além dos dois guardas que ficavam na terra, havia os da balaustrada, da torre, além dos inumeráveis meios tecnológicos. Parecia uma verdadeira prisão na qual sairia como se fosse outro novato qualquer voltando para a casa se não fosse o general McCarthy.

Gelou ao ouvir os passos se aproximando. Encolheu-se ainda mais e houve um leve remexer dos sacos de lixo. De repente eles viraram seus melhores amigos e se acomodou melhor a eles sem fazer nenhum barulho. Fechou os olhos e apertou-os com força tentando que assim de algum modo pudesse desaparecer.

Mas logo percebeu o absurdo daquilo e abriu-os bem pronta para, se por ventura fosse encontrada, que fosse de cabeça erguida e no melhor estilo Isabella Swan. Porra! Não era mulher de ser encontrada tremenda em cantos!

O homem pegou a lanterna e torceu ao nariz ante ao que iria fazer. Teria que revirar o lixo inteiro! Maldito trabalho! Internamente se perguntava por que tinha aquela função na agência de segurança nacional, céus, não poderia estar com os nerds da ala inteligente?

Iluminou o amontoado de sacos e observou-os com o olhar atroz... Aparentemente tudo normal. Tinha um estranho pressentimento naquela noite e sentiu um calafrio passar pelo seu corpo, efeito que jogou a culpa no frio desgraçado dos últimos dias. Assoviou para o outro guarda e pediu para que se aproximasse. Se faria aquilo, não faria sozinho. Além do que sabia dos procedimentos de segurança da noite e poderia ter um perigo em potencial ali.

O outro se aproximou e um verdadeiro esquema silencioso de segurança se formou. Havia seis homens formando um hexágono ao redor daquela área em particular e se realmente houvesse algum perigo, ninguém hesitaria em atirar ou atacar. Infiltrado do mundo algum poderia ser páreo para isso.

“Eu vou iluminando e você vai retirando, também fico na retaguarda caso aconteça algo.” Informou em voz baixa.

O outro assentiu e se precipitou para a caçamba. O motorista percebendo que era algo importante fechou a janela do vidro e se encolheu lá dentro do frio e de qualquer tentativa de perigo que pudesse ter.

“Acontece uma festa e eu não tenho conhecimento, senhores?” Uma voz profunda surgiu no meio da noite. Os homens se viraram e se depararam com a figura imponente do chefe militar.

Prostraram continência e silenciosamente indicaram o que fariam. O general se mostrou imperturbável e lentamente se aproximou do caminhão batendo de leve em suas paredes metálicas em um baque forte o que o chocalhou um pouco e lá dentro fez com que Bella enrijecesse e mordesse os lábios.

“Eu faço.” O general informou com a voz impassível.

Os homens primeiro ficaram confusos, logo protestaram.

“Se realmente haver alguém lá dentro, senhor, pode ser um risco de vida...”

“Eu com certeza já escapei de maior número de mortes do que você, e, portanto não preciso de ninguém querendo proteger minha vida.” Retrucou.

O homem engoliu em seco e desculpando-se, afastou-se.

O general se aproximou e fez um tsc tsc com a boca. “Se o infeliz se embrenhasse aí dentro seria um completo imbecil.”

O militar então, imparcial, começou a vistoriar o lixo com o rosto impassível. Alguns homens ficaram mais a reta guarda olhando-o, estranhando que alguém de tão alto cargo se sujeitaria a isso, mas concluindo que o perigo do infiltrado realmente era intenso, já que o chefe se mostrava realmente preocupado em sair do prédio onde as coisas emocionantes aconteciam para vistoriar o caminhão de entulhos.

Bella ainda estava rígida e não se atrevia a mexer-se. Por algumas vezes notou o general perto de mais, a mão dele quase a tocando... Até que de fato a tocou, foi rápido, mas poderia jurar que ele apertara-a ligeiramente como forma de mostrar que a reconhecera.

Depois de alguns segundos virou-se com um ar severo, pegou a espingarda de um dos militares e se aproximou de novo dos sacos. Os homens prenderam a respiração e se prepararam para atacar se fosse necessário. O ar ficou até mais tenso e pesado com aquilo.

Até que então o general se voltou e havia alguma coisa presa na ponta da espingarda.

“Está limpo e se o infiltrado passou por aqui, ele realmente deve ter sofrido.” Disse em tom sério, mas que fez com que os militares gargalhassem ao ver que na ponta da espingarda havia uma camisinha usada, mas de um tamanho bem... Avantajado.

Eles logo relaxaram e não contestaram a decisão do general sobre o caminhão. Até mesmo o motorista abriu o vidro e brincou sobre os usos do plástico. E nem sequer desconfiaram do generalíssimo que fez com que rissem, sendo que sempre se esforçava – ou talvez fosse algo natural – em fazê-los temer.

O caminhão foi liberado depois de alguns segundos e lentamente o portão da NSA foi se fechando atrás dele e logo percorria as estradas que levavam a cidade. Os militares ficaram para trás... Aqueles prédios ostentosos para trás... Aquele ano inteiro para trás... Até que sumiu inteiramente de vista.

E então Bella se viu... Livre... Longe da NSA e seus portões... O que ela rezava internamente que fosse para sempre.

Mas estar livre da NSA, não significava estar livre de momentos ruins. A situação ficou ainda pior quando mais lixo entrou na caçamba e quase perdeu o ar naquela piscina fedorenta, mas a sensação de liberdade e alívio era tão demasiada que suplantava todo o restante.

Andou não soube por quantas horas até o caminhão ir diminuindo a velocidade. Bella tremeu de frio quando a porta se abriu e todo o lixo foi despejado em um montante de outro, no que reconheceu ser o depósito de entulho da cidade.

O caminhão foi se distanciando e se viu ali, parada, jogada no meio de um monte de sacos de lixo, em um frio dos infernos, sem casaco, sem nenhuma proteção.

É... Que fuga espetacular!

Mas estava livre da NSA! Não sabia quantos malditos quilômetros, mas estava! Seu corpo todo doía, sua respiração estava ruim e queria desesperadamente um bom copo de uísque e uma cama quentinha, mas sabia que ainda tinha um bom caminho a percorrer.

Com certo desconforto se levantou e xingou horrores ao sentir uma pontada nas costas. “Maldita idade!” Bufou. Equilibrou-se e fez uma careta para o lugar em que se encontrava... O vento mexia com seus cabelos fazendo-os ficar irritantemente na frente dos olhos. Para resolver, levou a mão até a testa formando uma espécie de aba para conseguir ver melhor e impedir o cabelo de atrapalhá-la. Com isso conseguiu um bom olfato sobre sua pele, que cheirava pior do que todos os lixos reunidos.

“Mas era só o que me faltava, ainda fico cheirando carniça!”

Odiou muito sua vida naquele momento, e começou a observar o local. Se havia também uma coisa que havia aprendido no treinamento militar era o reconhecimento de terreno, e olhando para todo aquele lixo indagou como que a porra de uma cidade pequena conseguia produzir a porra de tanto entulho?

Olhando no céu supôs ser entre uma e duas horas da manhã. Não era mais dezesseis de dezembro, era um novo dia... Um novo tempo. O infeliz de um ano novo antecipado. Deveria começar a cantar músicas animadoras de como o próximo ano vai ser melhor?

“Hoje eu declaro ser primeiro de janeiro.” Rosnou e riu consigo mesma, pois sua irritação fazia com que seu humor negro e idiota se exaltasse. Mas era tudo tão absurdo, pelo menos para si. Quando imaginou que tudo aquilo aconteceria? Nem em seus mais delirantes sonhos poderia ter imaginado algo assim, no entanto lá estava... Sendo a realidade.

Colocou a mão na cintura e suspirando tentou notar algum sinal do restante do plano... E se o general não tivesse conseguido sair da NSA? E se, de algum modo, fora descoberto pelos oficiais? Não sabia o que poderia acontecer com ele... Com certeza seria algo bem difícil levando-se em conta sua alta posição. Ele era quem julgava e comandava as coisas por ali, o que aconteceria quando o juiz se tornasse o réu?

Não estava preocupada com aquele bárbaro, longe disso, mas de novo as imagens da floresta ressoaram por sua mente. Ele olhando-a daquela forma instigante... Perguntando-se se era certo... Se deveria continuar... Daria tudo – do pouco que lhe restava – para saber quais foram seus pensamentos naquele momento... Seus olhos assumiram um sentimento que ela nunca havia visto antes, e não conseguira reconhecer tampouco. E o beijo... Céus, como que um homem conseguia fazer seu coração bater idiotamente mais rápido só com um olhar, um toque, uma porra de uma ordem ou o irritante “novato”?

Sabia que estava ficando louca... Aquele frio era extremamente irritante e tudo o que ela mais queria era poder fechar os olhos e acordar daquele pesadelo. Então foi quando viu... Um farol descendo pelas estradas curvilíneas que levavam ao depósito.

Era ele.

Ele conseguira chegar e todas suas suspeitas eram infundadas. Foi com um sorriso aliviado que concluiu que nada nem ninguém poderiam derrotá-lo. Seu coração começou a bater mais rápido, naquela mistura de ansiedade e temor que lhe perseguiam nos últimos tempos, e lentamente se endireitou e quis parecer o melhor possível.

Idiotamente queria parecer forte e acenar uma bandeirinha e dizer “Ei, general, consegui. Sou forte... Não vê?”, e fazê-lo de algum modo se sentir orgulhoso... Mas que inferno! O que estava acontecendo com ela e com o mundo?

Ouviu um barulho estranho e olhou para trás assustada. Naquela escuridão não conseguiu ver nada. Olhou melhor e nada... Quando desistiu, ouviu de novo e voltou-se rapidamente. Levou às mãos a arma que estava em sua cintura e preparou o gatilho.

Ninguém.

Ouviu o barulho do motor do carro entrando no depósito e foi andando de costas ainda observando o local. Sabia que se chegasse ao carro, estaria a salvo. Ninguém era páreo para o generalíssimo; ele conseguiria espantar o demônio se tivesse vindo buscá-la.

Não ouviu mais nada, mas não ousou guardar a arma nem descarregá-la ao mesmo tempo em que o carro parava e dava duas buzinas secas.

Como o combinado.

Quis correr naquela direção o mais rápido que pôde, mas a precaução lhe impediu. E se não fosse ele? E se fosse uma armadilha? E se... E se...

Muitas perguntas ressoaram-lhe na mente até que concluiu que mesmo sendo seu inimigo declarado – definitivamente não gostava dele – mesmo com tudo o que havia acontecido entre ambos, sabia que ele nunca, nem mesmo sob tortura, abriria a boca para dizer algo sobre ela. Ele era assim... Sabia. Aquele sentimento estranho de confiança brotou em seu ser mais uma vez e concluiu, de novo, que era uma idiota por confiar em seu inimigo.

Então ouviu uma nova vez o barulho e virou-se dessa vez encontrando sim algo na escuridão. Um par de olhos vermelhos.

Puta merda! Parecia cena de filme de décima categoria cujos atores nunca pisaram em uma premiação nem para fazer parte da platéia leiga ao fundo. Havia um pequeno poste velho e encardido iluminando o local e à medida que foi se aproximando dessa região, conseguiu distinguir os contornos de um cachorro. Mas não era qualquer cachorro, era o infeliz de um enorme cachorro cujas patas pareciam ser do tamanho de sua cabeça fora-da-lei.

Seus dentes amarelos estavam arreganhados e era um típico desses que você poderia encontrar em depósitos de lixo, e talvez, agora... Ou estivesse lutando por seu território, ou extremamente faminto.

“Oh... Merda.” Foi levantar a arma, com movimentos suaves enquanto dava pequenos passos para trás. “Cachorrinho, lindo da tia Bella... Sabe quem eu sou? É... Acabei de fugir, sou do mau... É melhor não mexer comigo, tá?”

Continuou dando pequenos passos para trás, enquanto rezava que o general não saísse do carro e estivesse com o pé no acelerador. “Ei, porque tão sério?” Fez uma piadinha sem graça. Era só realmente aquilo que lhe faltava... Uma agência não conseguira pegá-la, mas um cachorro do mato conseguiria? Realmente... Realmente não era a fuga espetacular que ansiara.

O cachorro rosnou e deu um passo em sua direção. Céus, aquela coisa definitivamente era enorme!

Quando por fim conseguiu manejar a arma e estava pronta para dar o gatilho, teve a infelicidade de esbarrar em um montante de lixo e cair com a falta de equilíbrio. Acabou apertando o gatilho e um tiro ecoou ensurdecedor no ar.

Aquilo foi o que o de quatro patos esperava. Rosnando e arreganhando os dentes começou a correr em direção a ela. Bella grunhiu e disparou a arma acertando em raspão na orelha. Geralmente não erraria um tiro, mas ainda estava sofrendo as conseqüências do desiquilíbrio. O cachorro ficou ainda mais raivoso e ela conseguiu se levantar enquanto gritando e xingando horrores começou a comer em direção ao farol. Não sabia de onde tirara forças para correr com toda a força de suas pernas, mas acreditava piamente que se não eram torneadas antes, eram agora.

O carro parecia filhopaimente longe demais e o quatro patas perto demais. Mirou a arma por cima do ombro, mas acabou acertando um latão qualquer que atrapalhou um pouco o caminho do cachorro, mas não o impediu de continuar atrás dela.

O general Cullen estava nervoso. Olhava por entre o depósito preocupado se alguma coisa havia acontecido com a mulher para fazer com que não chegasse ali. Não queria admitir, mas se sentia a porra de um desgraçado preocupado em relação a ela.

Estava pronto para procurá-la onde quer que fosse por aquela cidade quando viu algo que fez com que primeiro estreitasse os olhos em incredulidade e depois concluísse que aquela mulher nunca se veria livre de perigos, inclusive ele mesmo.

“Mas que porra é...” Começou ao ver um pontinho escuro correndo em sua direção, descendo uma pequena elevação do terreno enquanto atrás surgia um ponto menor. Tirou o cinto e foi abrir o carro, mas a figura começou a agitar as mãos freneticamente e dali a pouco gritava “Acelera, acelera!”

Ele rolou os olhos e levando as mãos ao volante fez uma curva que levantou poeira para todo lado. Ajustou o carro de modo que a janela do passageiro ficasse em sua direção e abriu o vidro permitindo a entrada de um vento impiedoso. Bella unindo toda a força e coragem dentro de si, ao chegar perto o suficiente do carro pulou para dentro da janela.

“Vai, vai!” Gritou ao mesmo tempo em que o cachorro chegava e dava uma batida no carro que já acelerava para fora do depósito levantando ainda mais poeira. Bella ainda estava com parte do corpo para fora do carro e lentamente foi se ajustando, notando pela primeira vez a posição constrangedora em que ficara: Com a cabeça bem no colo do generalíssimo.

“Pelo amor de Deus, eu estava esperando a porra de uma criminosa e não um montante de lixo!” Ele rosnou ao sentir o cheiro que vinha dela.

Bella rolou os olhos e sentiu o carro parando do lado de fora dos portões. O cachorro ficara para trás e ela ajustou a arma e deixou-a em um lugar seguro, ao mesmo tempo em que sentia os braços firmes e musculosos do general a apoiando e ajudando-a a se ajustar.

O generalíssimo não pôde deixar de se sentir aliviado ao vê-la viva e apesar das circunstâncias, bem. Agora longe de tudo, teve o ímpeto de rolar os olhos ao lembrar-se da cena em que a encontrara, descendo um pequeno morro fugindo de um cachorro faminto.

Ignorando o cheiro e ignorando até mesmo a porra de seu orgulho, com seus braços fez com que ficasse o mais próxima possível dele mesmo, quase em seu colo. O câmbio do carro atrapalhou um pouco, mas Bella não se importou. Primeiramente ficou confusa com as ações do general, mas depois se permitindo fazer o que queria há algum tempo, enfiou o rosto em seu largo peito e abraçou-o.

Sentiu um misto de confiança e alegria ao sentir que aqueles braços fortes a envolviam também em um abraço apertado e que uma mão do general mexia em seus cabelos quase que carinhosamente. Depois de tudo o que passara, finalmente estava se libertando de suas máscaras e barreiras, deixando-se sentir a quão fraca e impotente estava. Sentia-se vulnerável e pequena, uma pessoa que precisava de alguém para apoiá-la e simplesmente mantê-la em seus braços.

E estranhamente quando pensava em confiança, segurança e alguém que mesmo xingando-a e dizendo palavras que não pertenciam à língua culta a fazia se sentir segura, a única imagem que lhe vinha cabeça era daquele homem fardado. E o general... Sentindo a vulnerabilidade da mulher e a entrega dela naquele momento, sentiu a porra daquele sentimento de proteção... Como se ela precisasse dele, e ele desesperadamente queria isso.

“Porra novato, será que nem dos cachorros você consegue se livrar?”

Ela soltou um som engasgado ainda pressionada contra seu peito e respirou o cheiro másculo que ele irradiava. Notou que não estava fardado, mas com roupas totalmente pretas, o que ela não pôde deixar de achar graça. Era algum tipo de missão secreta ou algo assim?

Afastou-se e olhou-o sentindo todo o cansaço de repente irromper seu corpo.

“Consegui?”

O homem sentiu algo como um nó no coração ao notar seu rosto atentamente. Estava todo arranhado, além de demonstrar toda a fatiga e castigo que sofrera nas últimas horas. Seu cabelo estava todo desgrenhado e seu corpo machucado em várias partes. Estava cansada... Destruída... Exausta... Mas seus olhos castanhos brilhavam com algo diferente e ele lentamente assentiu e com um misto de orgulho, respondeu-lhe:

“Sim. Você conseguiu novato.”

81 comentários:

Alice Volturi disse...

Durante essa semana, os posts ocorrerão na quarta e na sexta, e a partir de domingo teremos uma nova programação - talvez posts domingo, terça e sexta, pois quarta não será mais um dia tão bom para eu atualizar o blog... ;)

Hermione disse...

Alice Volturi, como ficarão as postagens dessa história agora? Domingo, quartas e sextas após as 20h, como era antes das férias? E De Repente Religiosa? Nos mesmos dias dessa ou em outros?

Hermione disse...

1º- Amei a capa: Armada e perigosa!!!! Adorei o detalhe do anel com o V de Volturi, é meio que "matá-los pelas mãos deles mesmos", afinal eles a fizeram quem ela é hoje... muito louco. O feitiço vira contra o feiticeiro! Há! Mas esse capítulo para mim tem um senão muito sério... Edward assassinar alguém, mesmo que por amor... não achei legal! Entendo que ele seja um cara meio perturbado e tals... mas daí a cometer um homicídio a sangue frio, retira-lhe toda humanidade! Lamentei...

Alice Luttz disse...

Nossa pra que lembrar de coisas triste. Tenho do do FILHO DO PAIMENTE do Jazz. E a Aly. Nossa meu muito triste. Imagina. o Derek mesmo sxendo o idiota contruiu uma amizade com ela.

Leticia disse...

Mione tbm ameia a capa perfeita, vc ja disse tudo sobre ela... ;D

Leticia disse...

AAA Lice passo pra loda da Natalia assim não vale sua malvada eu to morrendo de curiosidade aqui, e vc vem e fala isso... Tão querendo me mata so pode mesmo =/

Alice Luttz disse...

Agora eu posso falar!!!
Primeiramente.... Natalia o Edward - do livro - nunca mataria alguem a sangue frio. Foi cruel e desumano. Me deu arrepio ler esse capitulo. E Caracas meu o Gege salvando o novato foi massa. Só um ajudinha. No começo ela ja esta andando com a farda ou não? Eu achei que sim e foi contando por partes alguns acontecimentos. E quem adivinha pra onde ela vai levar ela. Dica: Ela descubrira muitas coisas novas dele lá. E lá ajudar a colocar um coração no Gege. E ate vai fazer um coisa unusitada. Que desde o começo ela tanto quis. E ai alguem vai deixar seu palpite.

PS: Hermi nunca trocarei voces. Acho que não preciso escrever um texto para descrever isso. Esse site e perfeito enquanto os outros não. Só que aqui ja li tudo que me interressa. Ja cansei de fics onde e a continuação de crepusculo. Leio mais agora estou lendo mais os fics de adolecentes fora de serie. Nunca trocarei este site e voces e se o Jake e seu o Ed e MEU. Meninas MEU. M.E.U. Aqui o Alice. Ah e só meu.

Alice Volturi disse...

Quarta-feira! ;)

Noeme disse...

nossaaaaaaaaaaa
tá tudo rodando aqui....foi muita informação nesse capitulo!!! Adoreiiiiiiiiiii
Louca pelo proximo capitulooo
Natalia vc é d++++

Deise disse...

Quando sai o 2º? shauhsuahuhsuahsa

Leticia disse...

Nossaaaaaaaaaa para o mundoq ue eu quero descer... Natalia se a fic ja começou assim imagina daqui pra frente vc é otmimaaa muito muito msm!
Cara eu fiquei muito embasbacada como diri a Mione, meow o G.C matanto o outro suportinado foi tipo ao msm tempo emocionante e do mal, tipo ele matou assim a sangue frio pela bella... Foi tipo muito bomm esse cap. olha que é so o primeiro.
Ahhh eu ri com a Bella corendo do cachorro pra quem escabou da NSA inteira, correr por causa de um cachorro, essa não deve como não rir...
Gente confessoq ue to tristee por causa da Bella e agora ela vai de que viver se escondendo, e as amizades que ela fez na NSA por masi que ela não "considere" uma amizade foi algoq ue ela costruiu, msm ela estanto como Claire Evans ele era a Bella do ms geito, o geito de ser ta Claire com eles era o msm geito de ser da Isabella, Jazz, Ali, Derek gostarão dessa pessoa como sera que ai ser pra ela sera que ela simplesmente vai esquecer? Sera que eles ficaram sabendo que ela era a infiltrada? quanda curiosidade...

GabiClara disse...

Pós escrito: Esse Edward é o unico -- comparado o do livro e das outras ficks -- Que eu gosto. Alias, esse Edward eu amo!!! Os outros são chatos e nunca tomam atitudes de verdade

Só o do livro que abandonou Bella, Mas ele é um idiota! A decisão, mais ERRADA que eu já vi!

GabiClara disse...

U-A-U-!

Um minutinho pra respirar por favor....
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Olha, eu comecei a ler esse capitulo com medo, pq geralmente quando há segunda temporada nas ficks... a segunda temporada numca se compara a primeira, e a terceira nem chega aos pés da segunda...

MAS NATALIA, MINHA IDULA! Você é Otima, tudo, demais, super, maravilhosa... Nossa, sua segunda temporada já começou arrazando! Se terminei a primeira temporada chorando, comecei a segunda sorrindo.

Julian disse...

Céus!!! toh sem folego... ufa! é muita adrelina... amei...

Alice Luttz disse...

Tambem. Esse capitulo eu chorei. Não tinha motivos mais chorei. Matar a sangue frio foi cruel. E escrevi que esta capa e bonita e chique mais não fdoi aqui.

Alice Luttz disse...

Não amiga!!!
A Hermi não e boa então vai lá Hermi. E voce não tem um palpite. Imagine um lugar onde pode transforma ambos e que vai faze-la enxergar melhor a vida mesmo com a vingança. Pensa um pouco. Olha pra o Gege e tente desifrar. Qual o lugar que ele pode leva-la. Um lugar só dele (em partes por que não e dele mais e um lugar especial) um lugar onde guarda boas lembranças e más tambem mais as más e pelo o fato da morte dos pais. Vamos pense. Se eu der mais uma dica vou dar a respsta. Lembre pode tar meio destorcida mais e isso ai. Não vou dizer que e da infancia dele. Ops.

Alice Luttz disse...

Mione voce sabe só falta pensar um pouco. Esse e pra voce Natalia desfarçada.

Hermione disse...

Não tô conseguindo responder, então vou responder aqui! LICE... eu já havia imaginado um lugar, mas acabei esquecendo de comentar... também não sei se sobrou alguma coisa... depois do incêndio... talvez se sobrou, mesmo que uns escombrozinhos... a casa que ele morou com os pais... um bom esconderijo acima de qualquer suspeita! Mas deixa eu esclarecer uma coisa... NÃO SOU A NATÁLIA!!!! kkkkkkkk Tenho uma teoria para ser boa no lance das adivinhações mas... só conto depois que lerem a minha fic! E Lice... é continuação de Amanhecer... vou ficar muito p*** se vc não ler!

Viihs disse...

OMG! A Natalia ainda vai me matar... Muito d++! Rachei com a Bella fugindo dos cachorros e achei o Edward mtoo fofo protegendo a Bella. Isso é tão... ele!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

esse cap. ta incrivel! a capa esta linda!quase tive um ataque cardiáco de tanta ansiedade.essa fic é d+,mesmo a NATALIA sendo muito má,ela tem muito talento,me arrepieil quando o general matou o cara,MEU EDWARD nunca faria isso! e MIONE to com vc,MASCUS vai se juntar aos dois pra se vingar dos vulturi.

Joyce_florzinha disse...

qual o nome da sua fic MIONE???

Alice Luttz disse...

Mione logico que vou ler mais por pouco voce não acertou. Fica perto e ela visita. Mais e um local de infancia mais não o local onde ele foi feliz e sim o que 'não foi feliz' olha as aspas. Quais foram os locais de sua infancia. São tres. Um e a casa nos escombros. A escola. E o local pra onde ela vai. Amiga e facil mais fica meio dificil mesmo. Outra dica. O local onde ele decidiu que ia ser poderoso.local onde ele decidiu que ia

Alice Luttz disse...

Estou com voces mesmo ate a parte onde eu li não falar nada do Marcus.

Alice Luttz disse...

AMIGAHHHHHHHHHHH!!!! VOCE DEVERIA ESTA NA ESCOLA UMA HORA DESSA. FALTANDO AULA.

Leticia disse...

Meninas tbm não consigo responde então vou responder aquii ta bomm Mionee fala qual é o nome da sua fic Gata agora estou curiosissima.
AAAAAAAhhhh Lice gatinhaa acho que ja sei onde que é os unicos lugares ta infancia dele foi a escola a casa dele e no ORFANATO e pelo que sei ele so não foi feliz no orfanado e lá é um lugar bem provavel pra colocar a bella pode ser como voluntaria dela ou alguma coisa do tipo... ele pode conseguir isso sem falar que a bella pode descobrir como foi pra ele ta la e desventar farias coisas sobre ele. É o Orfanato so pode ser laa!

Leticia disse...

Na verdade não tenho tanta certeza mais esse é um dos palpites que masi fes sentido pra mim pelomenos o unico que consigo ver... La ele deve acho que tanto momentos ruins quando momentos bons... Alice Lutz malvada vc ta me deichando louca aquiiii

Alice Luttz disse...

NÃO TO CONSEGUINDO RESPONDER!

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Pensei que voces iam descubrir só amanha. Parabens e o orfanato mais de que ela vai estar mesmo? Ah dica: ela não vai poder ter nada com o Gege pois estara desfarçada de um das pessoas que não pode ter vida amorosa. Pensa um pouco.

PS: Estou amando esse jogo de adivinha. E Natalia desfarçada voce não adivinhou.

Alice Luttz disse...

Vamos. Vamos. Outra dica esse e a mais importante. Ah mais vou olcutar um pouco se não entrego de bandeja. A Natalia (sem ser a disfarçada) ela gosta muito dessa "profissão". Não e profissão mais e.... Como posso dizer... E como uma vocação. Tem em muitos lugares e na maior partes dos orfanatos e colegio enterno tem. Se encontrar outra dica eu falo. E acho que essa e a ultima charada. Não tenho mais nem uma. Não tenho uma. Depois que voces adivinharem eu faço e essa e mais facil.

Alice Luttz disse...

Quem acerta a proxima eu dou uma cueca do Gege.... Não e qualquer cueca... Vai ser aquela preta que ela viu ele vestido no quarto dele. E pra Lety que acertou essa dou meus parabens. Eu ja roubei a cueca. Vamos acerte essa pra mim colocar a proxima.

Alice Luttz disse...

Ah deixando claro e um prafissão pra nos MELHERES. Sim os homem nbãoparticipa diretamente mais alguns tambem tem a VOCAÇÃO.

Leticia disse...

Não consego responde então aqui vai Lice ela vai ta de Freiraaa \O/ Essa foi facil de masi so a primeira dica ja dava pra saber \O/ Vou canhar a cuecaa do Gegee owwwwwwww
kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Alice Luttz disse...

Não conseguindo responder. Leticia.

E isso ai. Essa não e facil. E essa ainda e mais facil e esta valendo a farda do Gege. A que ele usou no programa de tv. Essa e pra fãs. Dica: A Bella ate que tentou e conseguiu mais foi muito fraco. O Gege não e muito disso mais em uma noite acaba acontecendo. A Bella quis por tudo isso e o Gege fica ainda mais gostoso com isso. Vamos! Vamos! Adivinhem. (Lety mesmo sendo só voce aqui. Vai lá tente adivinha e a mais facil de todas. Cora e consiga a farda.)

PS: AHHH! Mande seus dados para mim mandar a cueca. Ah ja ia me esquecendo. Tenho duas. Uma suja (que e a da fazenda) e a outra lavada (a do quarto na Nsa) . Deixo voce escolher.

KKKKKKKKKKK'

Veh_atd disse...

muito legal eu amei
posta mais posta mais posta maaaaaaaaaaaaaaaaais

Joye_florzinha disse...

ela vai se disfarçar de freira!

Joyce_florzinha disse...

ah,não vi q vc tinha respondido! :D

Alice Luttz disse...

Passa pra proxima. Dica nova: desde o p´rimeiro estante era o que a Bella mais queria. Vou botar dicas por todos os cantos. Vamos lá. E o que todas que e Team Edward mais gosta dele. Ah po sempre dou dica facil.

Alice Luttz disse...

Nossa um boa parte dos comentarios são meus. Uau. estou bestificada.
Agora parei. Vou ao assunto.
HERMIONE (Mione) Qual e o nome desse fic? Quer fazer suspense é? Ta bom que voce não e a Natalia Marques mais ja esta alcansando. E ja tem data de estreia. E tambem me lembro que a garota que fez Bada romances ia estreiar um aqui tambem. E amiga eu me lembro que nas ferias voce comentou (ferias só se for pra Alice Volturi que a Alice aqui ja estava suando na escola) mais não disse nada a não ser que voce ia ter um fic. Estou louca para lewr amiga. Logico que eu ia ler. Tambem vai fazer tempo que não leio nada de vampiro e hoje pela a quarta vez estou lendo Amanhecer. Então estreia logo o seu ai.

PS: A Nessie fica gravida? Ela se apaixona por outro a não ser o jake? Acho que sim ja que a senhorita e apaixonada por ele e não vai quere outra com ele. Mione não faça isso. ele esta predistinado a Nessie. Troca seu nick ai voce vira a Nessie. Foi sem graça eu sei. Mais a Bella e o ed vão aparecer muito no seu fic. Voce vai responder minhas pérguntas? Logico que não precisa mais ficaria grata de respondesse se o Ed vai parecer muito, sabe como e né.

Alice Luttz disse...

Nossa que Bad Romance. Vai pra escola estudar mais um pouco tapada.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk vc é muito loka!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

ALICE,VC LE AS FICS DE RE-LANE-CULLEN?

Retedesco disse...

Viu... eu também erro! Pra provar que não sou a Natália! kkkkkkkk

Hermione disse...

Praticamente falou vai... essa ficou fácil demais Lice... é FREIRA claro!

Hermione disse...

Ahhhhhhhh! O orfanato!!!! Errei! Leti... ganhou a cueca!!!!kkkkkkkkk
PS: O nome da fic que escrevi é "Maré Vermelha". E aí o que acha?

Alice Luttz disse...

Não mais vou proucuara.

Alice Luttz disse...

Ah folgada. Mais vamos lá tenta o outro e mais facil ainda. Deixa me ver outra dica: todos fazem mais o Gege não. Ah ja dei ate a resposta. Ah sou boazinha demais. Eu sei que essa voces naõ acerta por isso que estou FELIZ.

PS: Hoje estou louca. Grilada com o pé todo arrebentado e ainda feliz. E voce Hermi não vai dizer mesmo comno e o nome do seu Fic.

Alice Luttz disse...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Amei quando vai ser postado?

Alice Luttz disse...

Ou desculpa pela a gafe não vi la em cima. Belo nome. E bom?
KKKKKKKKKKKK'

Alice Luttz disse...

Desculpa pela a demora mais Gata que foto linda amei o olho o meu e igual. Morra de inveja.

Ah ta o nome dela e Re Lane Cullen? Ainda não proucurei. Mais só pra saber.

Hermione disse...

Oi Lice, o nome da fic é "Maré Vermelha" preciso combinar com a Alice Volturi quando ela pode postar. Mas eu não vou ficar falando um monte de Spoiler da minha própria fic senão vc não lê depois porque já sabe de tudo!!! Posso dizer apenas que o protagonista é o Jake claro, né !!! Mas o Edward e a Bella são personagens importantes na trama, há capítulos que eles protagonizam! Ahhh! Isso eu digo também.... a Nessie NÃO engravida!

Alice Luttz disse...

Não amiga. Nada. Certeza que o nome dela e assim.

Alice Luttz disse...

Um Bico emorme para voce.
Ela tinha que ter gemeos. Por um descuido dele.
Não estou criticando mais e sempre assim. Entende por que ja estou cansando. Ja sabemos quase tudo que vai acontecer antes mesmo de acontecer. Gostei de saber que ela não vai ficar gravida.

Bianca-corrae disse...

Eu achei encrivel ta muito boa so Natalia Marques pra fazer a segunda temporada incrivel que nem a primeira. Ate agora numca ela me desepsiono
Ps:Os erros de portugues eu percebi mais to com muita pressa para ageitar.
Ps2: Ja faz um tempão que eu não comento então la vai
Eu amei a primeira temporada e vou amar a segunda mais ainda(eu acho) não sei o que me espera pra ler a final ainda não li.
Meninas eu estou com vcs mais não da pra postar coment todos os dias mais to lendo todos os capitulos.
Volto em breve
Beijinhos

Alice Luttz disse...

Bebetty procura "Somente: eu mesma" esta desse jeito e esta no começo.

Leticia disse...

Lice essa ta meio dificinhoo ta mais tica aii vai ta tudomo confusso pq não ta pra responde quais são as ticas dessa novo jogo de adivinha?

PS: quero a cueca do quardo, tem como me passa seu e-mail ai te mando por laa...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Leticia disse...

O que aconteceu com seu pé Licee ???

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

re-lane-cullen-fanfiction.net foi la q eu li uns caps. de a infiltrada

Alice Luttz disse...

Olha machuquei aqui no portão de casa e ele esta roxo.

Hanna-pabline disse...

O que esta acontecendo que não consigo responder?
Ah agora vamos lá. Lety adiciona meu msn. E hot mail tá.
Ou aqui e a ALICE Lice pras mais intimas.
KKKKKKKK'
E Bebetty se me acha louca e por que não conversou comigo pessoalmente. Falo sem parar coisas sem nexo.

Hanna-pabline disse...

Ah vamos de novo. Não estou conseguindo. Msn. tá.
Ai em cima e meu M.S.N. separado pois ja escrevi umas duas vezes.
Aqui e a Alice ta. Voce pediu Lety então me adiciona.

Ariely disse...

meninas eu tenho que me confesar com vcs
eu li os proximos cap no outro site
e estou estremamente arrempedinda
a historia esta simplismente facinante
esteou tendo quase um ataque cardiaco aqui , ela esta melhor que a outra temporada vcs vao se impressionar com os acontecimentos
tomara que a autora nao demore muito pra postar de novo pq pelos comentarios demora ate 3 mese.
eu adoro ficks de forks nao existe site mais perfeito
bjs adoro vcs

Hanna-pabline disse...

Hoje os comentarios esta horrivel. Mais para a Ariely eu tambem li e esta mesmo e amo o fiks de forks não por ter sido o primeiro sitee sim pela a rapidez e por um site bonito e organizado. Esta lindo Alice. Amei colocar tudo arrumadinho. Sou eu a Lice e Lety me adiciona que nado a cueca.

Hanna-pabline disse...

Eu tentei colocar como meu nome mais não foi.
Vai ai. Msn. Hanna-pabline@hotmail.com

Hanna-pabline disse...

Eu tentei mais vai.
Hanna-pabline
tenta me adicionar.

Hanna-pabline disse...

Estou esperando seu convite no msn. La a gente resolve como vai ser a entrega da cueca.

Hanna-pabline disse...

o Que esta acontecendo? Mudei meu nick mais ele não muda. Vou tentar de novo. E Lety esse e meu msn.

Hanna-pabline disse...

UHHHHHHHHHHHHHH!
Ai esse comenataris esta tirando a minha paciencia.
Hoje a noite eu vou colocar aqui a charada que voces não descubriram As dicas esta melhor. Só que alguem me da luz aqui. Meu nick ontem não mudou. Se agora mudar me adiciona Lety.

Hanna-pabline disse...

Olha ai. Estou tentando mudar mais não muda.
Arg.

Hanna-pabline disse...

Olha esta dificil.
Primeiro meu nome não muda. Segundo TEM ALGUMA COISA ERRADA meu nome não muda de jeito nem um. Nick eu sei mais não quero escrever assim. E meu e eu colocar essa palavra que esta de tras pra frente NSM o comentario não vai. La embaixo tem o começo do meu NSM (le se de tras pra frente) e me adiciona. Lá resolvemos a historia da cuaca. Esta só esperando ir pra dona.

Leticia disse...

é Anna-pabline e o restooo Gata ?

Hanna-pabline disse...

Hanna-pabline@hotmail.com
Não vai eu sei. Ja tentei de tudo.

Hanna-pabline disse...

Ah agora foi. E meu msn. Agora não vai.

Hanna-pabline disse...

Olha ja estou grilada. Eu coloco e some. Vamos colocar por partes.
Primeiro e hotmail e é Hanna-pabline@.....
Esse e meu e-mail. lá me manda seu msn que te adiciono. Ai espero que fique.

Hanna-pabline disse...

Olha ja estou grilada. Eu coloco e some. Vamos colocar por partes.
Primeiro e hotmail e é Hanna-pabline@.....
Esse e meu e-mail.

Hanna-pabline disse...

Olha ja estou grilada. Eu coloco e some. Vamos colocar por partes.
Primeiro e é Hanna-pabline@.....
E e hot mail.
Esse e meu e-mail. lá me manda seu msn que te adiciono. Ai espero que fique.

Hanna-pabline disse...

LETICIA manda voce que eu te adiciono.
Meu esta dificil. Ja estou perdendo a cabeça.

Leticia_minipiquena disse...

tbm não sei se ta mudando o meu mais vou tenta ver ai se mudouu

Leticia_minipiquena disse...

liCe parece que o meu nome tbm nãoq ue mudarr :S então ai vai Leticia_minipiquena@hot... add la!

Leticia disse...

o meu tbm não ta mudando lice ja tentei mudar pra mandar pra vc mai não ta :S:S:S

millena disse...

amei esse fic
amei mei amei

Mari Cullen disse...

ei esse amei amei amei é meu

Millypop disse...

muita mesmo...

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