PE. Edward
O sol ia caindo cada vez mais ao horizonte, e eu aspirei profundamente o cheiro que me lembrava o de uma campina no Central Park.
Não sabia quanto tempo estava sentado no baquinho, com os cotovelos apoiados nos joelhos, e a cabeça apoiada nas mãos.
Só sei que eu fechei meus olhos e um enorme flashback de minha vida havia se passado por minha mente.
Primeiro, aos treze anos... Eu começando a sair com o grupinho de Alice, e a garota, Victória, namorando comigo somente para fazer ciúmes para o ex-namorado que ela praticamente venerava.
Depois, minha decisão de ida ao seminário, e minha vocação fundamentada em laços familiares.
Arthur chegando junto comigo no seminário, carregando apenas uma mala, e um olhar sonhador para a piscina enorme do campo.
Irina, a cozinheira do seminário, passou por nós, e deu um sorriso, e logo atrás dela apareceram Katie e Tanya, como dois bichinhos acanhados e surpresos.
"Oh, isso vai ser interessante..." Eu me lembrava até hoje da fala de Arthur.
Depois, eu encobrindo Arthur com Katie, e Tanya vindo ao meu quarto, e nossas conversas.
Nosso envolvimento, a notícia que estava grávida, e eu fugindo com ela.
Depois, quando ela me dissera que fora tudo um plano para golpe do baú planejado por sua mãe, eu voltei para o seminário, e do Dom Daniel me recebeu de braços abertos.
Todas as minhas energias se canalizaram na música. Eu, o violão e o luar das estrelas, e eu compondo músicas religiosas, que logo depois seriam descobertas pelo responsável pelo seminário, e começariam a investir em minha carreira.
A minha missa de ordenação, e a notícia que eu seria pároco da Catedral da Cidade de NYC.
Os shows, a fama,... Uma boda de prata, e Bella.
Bella fora tão diferente de tudo o que eu já tinha experimentado na vida, e eu chegara até a cometer o erro de imaginá-la igual ás outras mulheres que participaram de minha vida, porém eu acertara isso, ou pelo menos tentava acertar agora.
Olhei no relógio novamente, e um filete de suor caiu de minha testa.
Já eram quatro horas da tarde, e Bella ainda não chegara.
Será que ela não vira o bilhete?
Minha cabeça fazia divagações intermináveis.
Mas por que também eu não falei sobre o encontro para ela?
Ah claro, porque eu sou um padre bipolar, cabeça-dura, condenado, louco, apaixonado, e vai lá se saber mais itens dessa lista.
Meu celular estava fora de área, portando ela não poderia ligar para mim nem se quisesse.
E se ela não viesse?
O que seria de nós?
O que eu faria?
Como que eu poderia tentar viver, depois de ter experimentado a vida com Bella?
Céus!
Estiquei meus braços, e mudei minha posição no banco. Eu esperaria por Bella, nem que para isso eu ficasse ali a noite inteira.
Bella
Eu sentia um vazio... Algo extremamente inexplicável percorria por mim. Eu não sabia onde eu estava com quem eu estava ou como eu estava somente que eu queria estar em qualquer outro lugar, em qualquer outra situação que não fosse aquela.
Meus olhos pesavam em minhas pálpebras, e meu corpo estava com uma estranha sensação de torpor.
Tinha eu morrido outra vez?
Digo outra, devido a minha experiência quase morte que me levara a conhecer os Azarados Anônimos Celestial, e a legião de mestres dos magos e tudo o mais.
Um barulho insistente zumbia no meu ouvido, e eu queria afastar a mosca filha da mãe que estava fazendo aquilo.
Eu não poderia nem morrer em paz agora?
Eu sabia que havia algo que eu tinha que fazer, eu tentava mandar meu corpo o fazer, mas não o conseguia.
De repente imagens desconexas inundaram minha mente, e como um lampejo de consciência, eu percebi que eu estava em um hospital, que a mosca na verdade era o aparelho que auferia meu coração, e que algo grave havia me acontecido.
No meu sonho, eu vira minha mãe antes de cair, e eu estava indo... Indo...
Sim, eu estava indo encontrar Edward. Mas por que eu estava indo encontrá-lo?
Não, eu não poderia estar indo encontrar Edward, as imagens de quando eu contara que eu estava grávida ainda estavam vivas em minha mente, e aquilo me magoara profundamente.
Se eu fosse encontrá-lo, seria para mandá-lo para o quinto dos infernos, se é que padres iam para lá.
Mesmo padres que namoram, e cometem pecados, enfim... Todo mundo peca.
Está certo que existem pecados maiores do que outros, mas enfim...
Mais uma palavra estalou em minha mente:
"Grávida?" Ouvi uma voz conhecida ao meu redor.
Grávida... Meu bebê... Aquele pedaço de células que eu nem conhecia, porém já amava...
"Ela está chorando?"
"Está..."
Senti que falavam de mim e que as grossas lágrimas salgadas saiam de mim.
Por que eu chorava?
De repente, eu tentei abrir meus olhos, e com certo esforço, consegui.
Depois da repentina visão turva, eu vi minha mãe em um canto encostada pensativa na parede, e Alice sentada em um banquinho xingando o celular.
"Ele não atende..." Ela reclamou, segundos antes de ver que eu acordara. "BELLA!"
Ela veio correndo em minha direção e minha mãe também, porém eu tratei de ignorá-la.
"Alice..." Murmurei. "Água..." Minha garganta estava extremamente seca, e o que eu mais queria era ter uma visão de uma cachoeira no meio do deserto do Saara. Ok, não precisa ser no Saara, pode ser no meu quintal mesmo.
Ok. Se eu tivesse um quintal MEU, pelo menos...
Céus! Minha cabeça rodava.
Alice logo providenciou a água, e chamou a enfermeira, que fez uma série de procedimentos em mim.
Eu tentei levantar e sair andando para algum lugar que eu tinha que ir, porém a enfermeira me ameaçou com uma agulha do tamanho do Empire State, e eu fiquei ali quietinha, preferindo estar em algum lugar além do arco-íris.
"O que aconteceu...?" Murmurei minutos depois que a enfermeira saiu, e eu sequei todo o copo que me ofereceram.
"Bella," Alice segurou minhas mãos, me olhando hesitante. "Você tem que ser forte."
"Alice, pelo amor de Deus... Já me basta os problemas dessa história, se eu não fosse forte, você acha que eu agüentaria? Pelo menos a autora me fez forte, ela não vai querer que a protagonista morra no meio da história né?" Não acrescentei que talvez no final ela me deixasse morrer, mas aí já era outra história.
Alice não revirou os olhos como eu imaginei que faria, somente ficou mais hesitante.
"Bella," Minha mãe me chamou, e eu fingi que não ouvira. "Bella." Ela repetiu de novo.
"Alice, você está ouvindo alguma mosca ex-mãe zombando no meu ouvido?"
Pelo canto do olho vi a cara de Renne despencar e ela recuar até a parede novamente, enquanto Alice mordia os lábios em um grande sinal de nervosismo.
"Pode me dizer o que aconteceu...?" Perguntei hesitante, mas antes mesmo de terminar a frase as imagens já vinham novamente em minha mente.
Renne me olhando apavorada, eu revirar meus olhos e ver uma enorme mancha de sangue que só tendia a aumentar em minha calça, logo o cheiro de ferrugem me invadir, e eu cair na inconsciência.
Se eu não estivesse grávida, eu teria dito simplesmente que eu me esquecera de colocar o preservativo, porém...
OHMEUDEUS! Minha boca se abriu e fechou como um perfeito peixinho, e eu tentava evitar pensar no que minha mente me obrigava á.
"Alice..." Agarrei-a pelos ombros, com os olhos suplicando por uma rápida resposta. "O que aconteceu com meu bebê?"
Ela fechou os olhos e depois os abriu, mordendo os lábios mais uma vez, ela disse, suavemente:
"Você sofreu um aborto espontâneo. Você perdeu o bebê, Bella."
Depois disso, não me lembro de mais nada.
Quando eu voltei a acordar, eu não queria falar com ninguém. Eu não queria ver ninguém.
Médicos e enfermeiras iam e vinham, mas eu não os queria ali.
Alice estava tentando falar com Edward, porém eu pedi para que ela não avisasse.
Somente Esme, Carlisle, Alice e Renne sabiam do aborto.
"Por que isso Bella?" Alice me perguntou, com os lábios franzindo.
"Acho melhor assim." Respondi. Na verdade, eu não queria vê-lo acreditando que eu realmente mentira para ele.
Ele não acreditaria mais ainda em mim.
Eu poderia até o ver falando: "Seria muito propício perder o bebê, não é? Disse que engravidara, e depois disse que perdeu... Mas tudo foi uma mentira. E isso para me deixar com remorso, blá blá blá..."
Eu simplesmente não queria sofrer de novo pelas palavras como adagas rompendo em minha pele.
Deixa como estar, e de qualquer jeito, eu já havia chegado à conclusão que amor sacerdotal não dava certo.
O tempo se passou e eu continuava parada olhando para um ponto fixo do quarto, não me importando se pessoas queriam ficar comigo ou não.
Eu só conseguia chegar á uma conclusão.
Eu já havia perdido tudo em minha vida, até meu filho... Não seria a melhor solução me perder também? Talvez a morte fosse uma solução boa afinal de contas.
Já era de noite, quando minha mãe irrompeu no quarto e me olhou decisivamente, eu simplesmente ignorei e olhei para outro lado, porém ela se prostrou em minha frente.
"Agora você terá que em ouvir, Bella."
Eu não dei ouvidos, como uma criança mimada que não fala com a mãe. No caso, ex-mãe.
"Você pode não querer olhar para mim, ou fingir que não me vê, mas você terá que me ouvir." Ela continuou e sentou ao meu lado cama.
Folgada não?
Será que ela não poderia respeitar o meu espaço vital? Era muito difícil essa enorme façanha?
"Bella, eu sei que você acha que fui eu que coloquei a notícia no jornal, eu sei que você me culpa pelos seus problemas e por tentar interferir em sua vida... Eu tentei de contar desde sempre, mas você nunca me deu abertura... Mas não fui eu que coloquei aquela noticia no jornal."
Eu não acreditei nas palavras dela, mas mesmo assim eu conseguia ver que ela não estava mentindo. Quer dizer, uma parcela bem mínima da minha mente.
As lágrimas começaram a voltar aos meus olhos, mas por pensar no bebê que eu já amava antes mesmo de conhecer, e que fora tirado bruscamente de mim.
"Bella, eu quero voltar a ser sua mãe. Na verdade, eu nunca deixei de o ser, porém você não me considera, e é como se eu não fosse mesmo..." Ela falou parecendo confusa por um momento.
Meu sangue já começava a saltar dentro de mim, eu queria que ela fosse embora, e que eu pudesse desligar todos os aparelhos ao meu redor, e visse se assim eu pudesse praticar eutanásia, ou mesmo se não resolvesse, tinha a cortina da janela que serviria muito bem como corda.
Se eu havia perdido a única coisa que eu me obrigara a viver por, porque eu viveria agora?
Eu tinha uma teoria... Ou você vive BEM, ou você não vive. Eu não daria uma de hipócrita agora não é?
"Bella... Há cerca de dois meses, eu vim aqui para NYC para te visitar... Eu havia te dito no Ano Novo quando te liguei que o faria... Era para ser uma visita surpresa, porém assim que eu cheguei ao aeroporto, um homem me chamou e disse que dom Daniel queria me ver... Eu não sei como ele descobriu que eu estaria indo, ou por que ele queria falar comigo... Mas eu fui! Afinal, era o bispo!"
Eu bufei. Ela sempre com essas coisas de igreja... Respeitar igreja... Igreja aqui, igreja ali... Igreja acima dos filhos... Sempre assim.
Renne suspirou e olhou para suas mãos, enquanto as torcia.
"Eu fui, e ele me disse que você e Edward ainda se encontravam, e que estavam... Se envolvendo fortemente no relacionamento..."
O bispo procurara minha mãe para dizer que eu e Edward estávamos juntos?
Então quer dizer que aquele filho da mãe havia traído Edward, se duvidar nem havia mandado á carta para Roma!
"Eu disse que não acreditava, pois VOCÊ havia me dito por telefone que não tinha mais nada com ele, que você não era mais apaixonada por ele, e eu acreditei... Juro que sim... Mas o bispo disse que era mentira, e eu disse que só acreditava vendo..." Ela suspirou.
"Então... Usando a chave que eu tinha do seu apartamento, eu entrei naquela noite..." A voz dela começou a ficar mais fraca à medida que ia falando. "Primeiro de tudo eu não via ninguém, não ouvia ninguém... Mas depois comecei a ouvir... Sons... Estranhos..." Ela fechou os olhos com força, e com o rabo do olho eu olhei seu rosto parecendo velho e cansado.
Não pude deixar de ver minha mãe ali, a que apesar de tudo eu amava, porém eu logo desviei meus olhos, assim que ela os abriu e continuou a falar.
"Eu vi vocês... Se relacionando... E... algo extremamente horrível passou por mim, eu só conseguia pensar que aquilo era um enorme pecado, e que tudo era culpa minha, porque eu não cuidei bem de você, eu te fiz querer se vingar da igreja, e assim você se relacionar com um padre..."
Vi grossas lágrimas caírem de seus olhos.
"Eu já havia chegado à conclusão que você só se relacionara com ele devido á vingança e ódio que você sentia pela igreja, por minha causa... Mas ali... Foi demais... Sexo? Foi demais para mim... E eu perdi o controle e discutimos..." O olhar dela se perdeu como se ela tivesse relembrando claramente a cena toda.
E eu também... Eu dera um tapa nela, falara mal, e dissera coisas horríveis. Fora uma coisa que eu nunca queria fazer novamente, nem muito menos me lembrar.
"Eu voltei a falar com o bispo novamente, e eu disse o que tinha visto..." Ela voltou seu olhar para mim, agora eu já a encarava abertamente, e vendo, com clareza, que ela falava a verdade. Mas o que tinha de relevante ali para mim?
Eu já sabia da teoria idiota dela, e também que eu iria para o inferno, o que ela pretendia com aquilo afinal?
"Depois de um mês saiu à notícia no jornal... E você veio no apartamento me culpando que eu colocara... Primeiro de tudo Bella, eu aluguei o apartamento com a esperança que você pudesse voltar para ele depois, ou mesmo que Wars desse uma exceção... Mas você não me deixou falar... Mas Bella, eu sou culpada de muitas coisas, inclusive de ter sido uma péssima mãe, mas não fui eu que coloquei a notícia no jornal." Ela pegou minhas mãos e olhou insistentemente nos meus olhos.
Ficamos nos encarando, e eu simplesmente não disse nada.
"Você acredita em mim...?"
"Não." O rosto dela caiu de choque, e ela fechou os olhos por um segundo, somente para abri-los no segundo depois.
"Bella? Não consegue ver que eu estou sendo sincera?"
"O bispo queria que você separasse Edward e eu, então o que você fez para isso? A notícia e provavelmente a gravação idiota no celular!"
"Que gravação?" Ela perguntou confusa.
"Não se faça de cínica!"
"Bella, o bispo me pediu uma coisa totalmente diferente naquela noite..."
"O quê? Trancar-me em um cativeiro e não me deixar mais me encontrar com Edward?" Perguntei com escárnio.
Ela suspirou e limpou as lágrimas dos olhos. Ela evitou meu olhar por vários segundos, e único barulho que se ouvia era o da máquina que auferia meu coração.
Observei sua expressão, e esperei uma nova desculpa, ou uma nova traição.
Demorou alguns minutos até Renne me encarar novamente, e com um suspiro, dizer:
"Ele me pediu simplesmente para ser sua mãe."
"Como?" Perguntei piscando furiosamente, confusa.
"Bella," Ela soluçou. "O bispo concordou comigo que você só se envolveu com o padre pela vingança da igreja! Que você queria desviar um padre COM vocação, talentoso, famoso, somente por minha causa e da minha abstinência de atenção á você. Ele me pediu para ser a mãe que eu nunca fui... Que eu desse a atenção, o carinho, o amor que eu te neguei durante todo esse tempo... Pensamos que talvez, assim, você parasse com essa vingança doentia, e visse o que você estava fazendo com um homem como Edward. Só que você me evitava, e eu não consegui fazer isso."
Eu fiquei boba por vários minutos. Ela queria dizer que EU usava Edward?
Jesus!
Sem nem ao menos perceber, eu vi mais lágrimas caírem de meus olhos.
Céus! Eu ficaria desidratada em poucas horas, e bem... Isso seria uma boa forma de morrer.
Qualquer coisa, eu morreria como uma heroína, e colocava a culpa no hospital, e aí quem sabe... Poderia melhorar o tratamento que as pessoas recebiam aqui.
Durante vários minutos não falei nada, somente pensei, e o pior, acreditei nas palavras de minha mãe.
Então, ela não colocara a notícia no jornal... Somente queria livrar o meu 'psicológico' traumatizado infantil.
Céus! Minha cabeça rodava que nem uma perfeita ciranda cirandinha.
"Bella, fala alguma coisa..." Renne pediu.
Eu a encarei profundamente em seus olhos azuis, e perguntei o que estava me matando por dentro.
"E quem foi à pessoa que colocou a notícia no jornal?"
Renne piscou várias vezes, e desceu os olhos para as mãos.
"Isso envolve outras pessoas, e eu não acho que tenha o direito de..."
"E como você pretende que eu acredite em você se eu não sei quem é o culpado? Diabos! Eu preciso saber! É MINHA VIDA!" Esperneei e agradeci que nenhuma enfermeira, ou médico tenha ouvido.
"Bella, a pessoa que colocou a notícia no jornal..." Ela começou hesitante.
"Fui eu, Bella." E de repente a porta se abriu, e por ela entrou a pessoa que seria a última de minha lista como possíveis culpados.
Meu queixo caiu, e meus olhos se arregalaram. O sentimento de traição fluía mais uma vez dentro de mim, enquanto eu encarava a figura impotente e elegante de Esme, a mãe de Edward, em minha frente.
PE. Edward
Ela não vinha... Ela não vinha... Ela não vinha...
Por quê?
Oh deus, por que você fez isso Bella?
Observei o sol caindo no horizonte, escurecendo a paisagem ao meu redor, inclusive meu coração, minha alma, meu ser, meus sentimentos...
Eu me sentia mais condenado do que nunca.
Se ela não havia vindo era por minha culpa idiota, e estava bem claro que ela não me perdoaria mais, e tudo o que ela dissera na boate fora definitivamente à resposta final.
Com a falta de Bella ali, ela me deu a pior resposta que eu poderia receber.
Que nós não voltaríamos que eu não a merecia... Eu não a merecia e nem ao nosso filho.
Deus sabe o quanto me custou acreditar realmente na história, mas era Bella e não Tanya.
E agora, eu havia perdido os dois... Para sempre?
Será que existia a palavra 'para sempre', tanto para o amor tanto para o sofrimento?
Abanei minha cabeça e me levantei do banco, me sentindo um pouco enferrujado, de tanto ficar ali esperando por ela.
Onde ela estava? O que ela estava pensando?
Céus!
Saí do Central Park, a passos decididos... O sol caia dando um clima diferente para todo o lugar, as plantas iam assumindo um tom dégradé, e meu coração ia se apertando.
Se algo houvesse acontecido com ela, alguém me avisaria, não?
UGH! Pára Edward, não existem desculpas á se arranjar, ela não veio e pronto.
Pelo único e simples motivo de não me querer mais. É... Parecia que eu teria que aceitar isso afinal...
Ao mesmo tempo em que eu aceitava ser o padre bipolar, condenado, louco, apaixonado, cabeça-dura e agora desgraçado que eu me tornara.
Bella
"Esme?" Perguntei de boa aberta. "Ohmeudeus... Por quê?"
Ela me encarou altiva por um minuto, mas logo seus ombros caíram e sua sempre linda expressão ficou cansada, e amargurada.
"Perdoa-me, Bella..." Pelo canto do olho vi Renne sair de fininho, e sair do quarto, enquanto Esme ficava incerta se aproximava de mim ou não.
Ei! Espera! Por favor, cadê o botão que aciona a parte do meu cérebro Einstein?
Eu não estava entendendo bulhufas, e era agora que o lance do patrocínio começava e meu cérebro ficava entusiasmado com o incentivo, e começaria a ligar os fatos?
Jesus! Eu tinha uma explicação plausível, meu caro Watson, para qualquer pessoa, até mesmo Sky, que não era exatamente uma pessoa, mas enfim... Mas Esme?
A mulher que me acolheu como filha? Que me deu casa, pensão, comida lavada, espera... Comida e roupa lavada? Jesus, meu cérebro misturava tudo, e eu quase pedi uma ajudinha para a mestra dos magos celestial.
Por que afinal... Acho que quem mais eu esperava, era a pessoa que mais atrapalhava, mas Esme?
Jesus! Agora eu entendo a frase 'a inimiga mora ao lado', ou sob o mesmo teto. Tanto faz.
"Mas Esme..." Perguntei com a voz fraca. "Por que você fez isso?"
Ela pareceu tomar a decisão de ser corajosa e me enfrentar, por isso se aproximou da minha cama, e me encarou nos olhos.
"Foi por Edward, Bella."
"Seu filho, eu sei..."
"Mas eu me arrependi." Uma careta perpassou seu rosto. E eu me encolhi.
SENHOR!
Existiam muitos cúmulos na vida, por exemplo:
Qual é o cúmulo da pobreza?
Vender uma camisa para ter dinheiro para comprar sabão em pó para poder lavá-la!
HAHA, ok... Parei.
Mas Esme ser a culpada era o pior de todos.
"Mas quem... Contou-te sobre nós?"
"Bella," Ela assumiu uma expressão quase desesperada. "Eu sempre soube, desde o momento em que você foi jantar em nossa casa, pois Edward tinha levado, eu vi a ligação de vocês, embora percebesse que nem vocês mesmo entendiam isso..."
"Eu tive medo... Medo que você fosse como Tanya, porque eu sabia o quanto o meu filho havia sofrido quando descobriu que tudo era um plano de golpe do baú... Porém, eu achei que ele não fosse cometer o mesmo erro, que ele estaria preparado para futuras... Impostoras..."
Ok, agora o nome da história é "A impostora", mudou o nome, ok?
Avise aí seus familiares e amigos.
"Mas eu vi vocês ficarem cada vez mais próximos, e percebi que vocês estavam juntos..." Ela abaixou os olhos. "Eu não vi vocês juntos, nem nada... Mas eu senti dentro de mim, no coração de mãe..." Ela apertou as mãos. "então eu conversei com Carlisle, e ele estava tão preocupado quanto eu, e resolvemos que a melhor maneira de colocar um controle na situação era ter você ao nosso lado... Como se fosse aquela frase 'mantenha seus inimigos mais perto do que seus amigos... '" Ela suspirou.
Mentira! Agora o nome da história é "A inimiga."
Avise seus...
"Não que eu a visse como uma inimiga..." Ela logo consertou. "Mas eu pensava saber o que era melhor para o meu filho, e acreditava que você fosse um instrumento do demônio ou coisa do tipo, que pela segunda vez iria querer tirar meu filho do caminho certo, que fora trilhado para ele..." Ela abaixou a cabeça.
"Então aquele dia de manhã... No sábado, eu sabia que Edward estava com você em seu apartamento, eu quase fui até lá de madrugada para tentar impedi-los de algo, porém Carlisle me impediu, então fomos bem de manhã, e Edward estava lá, e nós sabíamos o que tinham feito..."
"Eu e Carlisle combinamos de parecer o mais 'sem noção', como vocês dizem o possível, a fim de não levantar suspeitas nem em você e nem em Edward... Por isso fomos lá e fizemos a proposta, e foi até bom o fato de você estar sendo expulsa... Isso foi quase como um presságio..."
"Então, eu soube que sua mãe era contra vocês, e a procurei, procurando saber o que nós poderíamos fazer para separar vocês... Pois tanto eu acreditava que o meu Edward estava indo pro caminho errado, tanto ela que você estava somente se vingando por traumas passados e indo para o inferno..."
"Porém, ela disse que sabia o que tinha que fazer que ela tinha que ter feito á muito tempo, então eu tentei de todas as formas fazer algo..."
"Eu contratei uma pessoa para segui-los, tanto você quanto Edward... Eu queria saber se vocês se encontravam, já que agora você morava na nossa casa... E um dia, o detetive chegou com fotos de você, Alice e Edward na Times Square."
Ela deu um riso nervoso, depois continuou:
"Eu fiquei extremamente brava com Alice, mas vi que eu poderia usar aquela foto... Escute Bella, eu não pretendia acabar com a carreira de Edward, por isso, eu mandei a notícia com a foto, dizendo que Alice era outra mulher com quem ele se encontrava e você outra, e tudo... E também mandei para uma revista de pouca credibilidade, que já tinha algum histórico de notícias falsas..."
"A minha intenção não era prejudicar vocês aos olhos dos outros, mas sim fazer com que Edward visse pela notícia o que ele estaria perdendo, o que ele estava NOVAMENTE fazendo, eu queria que ele enxergasse que ele não era seminarista mais, que poderia largar quando quiser, mas já um padre ordenado!"
"Talvez também, fazê-lo acreditar que você colocara a notícia no jornal, ou coisa do tipo... Bella, eu estava desesperada... Qualquer coisa eu faria para ver meu filho continuar no caminho do sacerdócio, que eu imaginei ser o melhor para ele..."
"Porém, eu nunca pensei que poderia começar a gostar de você... Eu pensei que era falsidade, coisa do tipo, porque as imagens de Tanya ainda estavam vivas em minha mente, mas eu comecei a ver o bem que você fazia para o meu filho, e também que você tinha princípios, tinha caráter..."
"Eu demorei quase um mês para mandar a notícia, mas por fim, eu o fiz... Mas me arrependi no momento em que você no jardim da nossa casa defendeu o amor, e disse aquelas palavras... Que emocionaram não só os repórteres que ali estavam, mas também eu."
"Eu vi que você não era Tanya, e que você realmente amava meu filho, e eu não tinha duvidas que ele te amava também... Então eu me arrependi, mas aí, ainda bem que a notícia não deu em nada demais."
"Então, você ficou grávida... E eu vi Tanya de novo em você, porém Carlisle era médico, e confirmou... Você não poderia estar blefando... Eu sabia que o período que você ficou dentro do banheiro, foi devido à notícia que estava grávida de um padre..."
"Eu tive esperanças, não nego de que o filho fosse de Jake... Bella, eu queria que você se casasse com Jake, para deixar Edward seguir com a vida dele... Mas não deu..." Ela suspirou.
"É isso, Bella... Agora eu sei que você e ele se amam, e me arrependo por ter tentado atrapalhar... Embora um enorme caroço se forme no meu peito e garganta toda vez que eu penso no assunto, e nas conseqüências..." ela fungou. "Bem, eu tenho que aceitar não é mesmo?" Ela forçou um sorriso.
"Esme... Eu..."
"E fiquei muito triste com a perda do bebê... De verdade... Eu já o considerava meu neto, quer dizer... Era meu neto..." Ela limpou as lágrimas rapidamente e se levantou. "Eu espero que você perdoe uma mãe desesperada, Bella... Eu só queria o melhor... Para meu filho..."
"Eu... Entendo..."
Entendia?
Inferno! Acho que minha experiência 'quase-mãe' havia me feito ver as coisas de outro modo, e... Bem, me feito mais maternal, se isso era possível.
Ela tentou sorrir, antes de sair, se virou lentamente para mim.
"Posso te pedir uma coisa ainda, Bella?"
"Pode..." Falei incerta.
"Perdoe sua mãe... Eu sei o quanto é difícil ver um filho lhe virar as costas..." Ela forçou um novo sorriso, e saiu lentamente do quarto, enquanto eu ficava submersa em meus pensamentos.
Então Esme mandara a notícia ao jornal sabendo que não daria em nada, somente serviria de 'luz' para Edward, ou mesmo de alguma possível briga entre a gente?
E mais uma pessoa que me via como Tanya...
Céus! Por que todo mundo achava que eu era ela? E que faria as mesmas coisas que ela?
Eu era Bella Swan, obrigada... Não era Tanya, e nem nunca seria.
De repente a própria Tanya irrompeu no quarto, junto com Jake, e eles calmamente me consolaram.
Quando eles estavam indo embora, eu falei calmamente:
"Jake, faz um favor para mim?"
"Claro, Bella."
Eu suspirei e ajustei minha coluna no travesseiro. "Chame minha mãe aqui."
Eu fiquei mais três dias no hospital, na terça feira de manhã o médico me deu alta, e tudo o mais que eu teria que tomar cuidado, prevenir, tomar, entre várias coisas.
Quase me senti uma farmácia ambulante. Pensei seriamente em comprar toda a drogaria de uma vez, porque compensaria mais do que comprar somente os remédios.
E aí... Eu teria um emprego.
Poxa, parabéns Bella.
Agora você não tem nada.
Eu não soubera mais nada de Edward... Eu pedi para ninguém, exatamente ninguém falar nada á ele, embora houvesse vários protestos, eles entenderam, e eu esperava que ele nunca soubesse disso.
Todas as pessoas tentavam nos separar, todas achavam que era errado, e até eu estava achando mesmo...
Se namorar com um padre já era difícil, imagina um bipolar, condenado, idiota, filho da mãe...
Eu não voltei á casa dos Cullens, somente peguei minhas coisas e fiquei no apartamento de Rose, até achar outro lugar.
Eu não me sentiria bem morando com Esme e Carlisle, e também um lugar em que Edward poderia facilmente aparecer, e eles pareciam entender isso.
Rose agora sabia de tudo... Pois eu não contara da gravidez, e nem da perda, porém agora ela sabia.
Um dia... Rose e Alice estavam comigo no quarto, e eu estava pensando na vida. Alice iria para o convento amanhã, e estávamos nos despedindo mais uma vez.
Eu havia perdido tudo...
Edward, meu emprego, minha casa, meu bebê...
O que mais eu tinha para perder?
O que eu faria em minha vida agora?
Nada...
Céus! Eu tinha que começar uma vida diferente em outro lugar... Talvez for para a Tailândia ou á Califórnia estimular o meu cérebro genial.
Ai, eu talvez pudesse esquecer minha vida passada, e começar uma nova... Melhor! Obrigada.
"Garotas... Vou sentir muita falta de vocês..." Alice disse nos abraçando.
"Está ok que esse é a décima despedida em alguns meses apenas..." Rose brincou retribuindo o abraço. Alice bateu no ombro dela, e as duas riram.
"Olha se comportem hein... Rose, você e Emmet tratem de ter juízo..."
"Juízo?" Rose brincou. "É o que eu MAIS tenho!"
"Mas só uma dose de juízo não adianta..."
"E Emmet onde fica?"
"E essa daí tem juízo por acaso?"
Elas riram e eu acompanhei.
Alice se voltou para mim.
"Promete que vai se cuidar Bella? Se comportar direitinho... Não fazer nada irresponsável, como se jogar do alto do Empire State?"
Rolei meus olhos, e de repente a luz se fez.
POR QUE EU NÃO PENSARA NAQUILO ANTES?
Quer dizer, não a parte do Empire State...
Cara, eu sabia que era o meu cérebro Einstein trabalhando novamente!
De repente um largo sorriso se formou em minha boca e eu comecei a prever um futuro que estava por vir.
Qual era o melhor lugar para se mudar de vida e esquecer os problemas?
O que eu quase fora a seis meses em meus momentos loucos?
E se tudo fosse... Se tudo tivesse acontecido justamente para eu conseguir enxergar minha vocação? Para enxergar o caminho que eu precisava em minha vida?
CLARO! Isso explicaria o movimento cascata que só acontecia comigo, algo como uma viso em NEÓN, ou melhor, em 'DESGRAÇAON', que eu não estava no caminho certo.
"Meu Deus, que cara demoníaca é essa no rosto de Bella?" Rose perguntou assustada.
"Tchau Rose." Falei, sorrindo.
"Tchau?" Ela arqueou uma sobrancelha. "É para Alice que você tem que falar isso..."
Alice me encarava confusa, e de repente a expressão dela mudou totalmente.
"Oh não..." Alice e essa mania de conseguir captar as coisas antes de todos.
Eu sorri vitoriosa para ela.
"Não, é tchau para você mesmo Rose... Por que eu diria para Alice se eu vou ver ela todos os dias agora?"
"Como assim vê-la todos os dias? Ela vai para um convento e... OHMEUDEUS!" Finalmente a senhorita loira platinada pareceu entender, e começou a me chocalhar para ver se o que me possuía saía rapidamente dali.
"Eu não estou possuída, Rose. Eu acabei de ver a luz, eu saí das trevas! Eu encontrei uma explicação para todos os meus problemas! Eu descobri o porquê tudo quanto é desgraça acontece só comigo!"
"Por que você tem uma lei só para você Bella! Lembra a LEI DE BELLA?"
"Não..." Sorri, e dei um abraço rápido em Rose, enquanto pegava uma mala e embolava tudo lá dentro.
Vamos ver... Vestidinho decotado tope sainha, short... Havaianas, e claro...
Do fundo do baú eu tirei a roupa de beata que eu usara tantos meses antes.
"Bella, não me diga que você vai mesmo fazer isso?" Alice perguntou.
Eu sorri, enquanto piscava para a cruz que estava pendurada no quarto.
"Sim, Alice, Rose... Eu vou entrar para o convento."
11 comentários:
Não li mais amo uma briginha.
PRIMEIRA A COMENTAR!!!!!!! TOMEM PAPUDAS.
Poxa................
Deu tudo errado!
Chorei de vdd nesse final........):
Deixa eu ver se entendi;
A IDIOTA TOSCA BURRA LESADA QUADRADA CAPENGA SONSA ESTA ENTREANDO PRO COVENTO E DEIXANDO E ED E O JAKE? BURRICE PEGA SE PEGAR MATE ESSA QUE PODE PASSRA ATE A LONGA DISTANCIA.
UAU!!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIII MEUUUUUUUUUUU DEUSSSSSSSSSSSS!!!! eu naum acreditei q foi a esme q colocou as fotos no jornal.e o q q a BELLA tem na cabeça? Vento, só pode. eu nunk q deixaria um EDWARD e um JAKE da vida assim, por mais q elis me fizeram sofrer, qntas mulheres morreriam pra te um deles e ela tem os dois e dexa elis assim? me desculpe, mais a bella naum tem nada msm na cabeçaaaaaa dela, eu achu q ateh a sky pensa mais q ela. momento surto parte 2 da Naty- um é bom dois é dmais!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!
Pow... a Bella é burra ou o que? Entrar no convento? Mesmo? Ela está completamente drogada!
Gente eu tô fikando maluca e tive uma alucinação ou isso aconteceu mesmo??
Pera,pera,pera.... Não foi alucinação! isso aconteceu mesmo!
A Bella é completamente doida! E eu tô até agora tentando acreditar q foi a Esme q colocou as fotos no jornal!!
ah meu Deus! A Natalia Marques vai me deixar maluca com as fics dela!
+ confesso q amoooo muitoooo!Dá um pouco de sofrimento,+ é otimo!
adorando a fic!
Vc já sintiam, ou melhor, deixaram de sentir o chão abaixo de seus pés? Aquela sensação tipo o coiote(do desenho do papa-leguas)
Derrepente vc olha para baixo e cade o chão? Então você começa a cair... e procurar ar pra respirar, mas não acha.
Gabi que que isso gata. Perde o chão vou usar essa. Mais e verdade que a burra vai deixar tudo por uma besteira. Ceberus (cão do inferno) vem buscar a tosca que ela esta precisando.
Meu Deus.!!!!A Bella é idiota.???Siiiiiiiimmmm.!
Essa garota é maluka.!Como assim ela deixa o Ed e o Jake pra entrar num convento.??Alguem enterna elaaaaaaaa.!
foi issso q seeeentir tammbem quando teminei de ler !!!!
ela so porde ter minhocas na cabeçaaaa!
so por dia ser a beellla mesmo!!!!
O.M.E!!!
BELLA É MUITO LOUCA MESMO!
CONVENTO?!
AIAI,O Q SERÁ Q VAI ROLAR?
PROVAVELMENTE,ELA VAI SER EXPULSA DE LA!
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