A Infiltrada 2 - Capítulo 11: Eterna Escolha

PARTE I

“Para alguém que já passou pelas mesmas coisas que já passei,” A mulher disse enquanto ajeitava a máscara veneziana preta com dourado, que faziam traços serpenteados terminando em uma espécie de coroa na cabeça. Imaginar Cleópatra usando aquilo não era muito difícil. “Eu estou muito bem.” Admitiu, admirando-se no pequeno espelho encardido perto da cômoda do pequeno quarto que alugara.

No aposento se encontrava uma cama de solteiro, uma cômoda de madeira aos pedaços, um espelhinho com manchas escuras cuja proveniência preferia não saber, e um pequeno armário onde estavam guardadas algumas porcarias, como salgadinhos, barras de cereais e balas de menta. Uma sacola plástica estava jogada despretensiosamente perto da cama, contendo algumas peças de roupas baratas.

Um hábito de freira se encontrava por ali há poucos dias, mas a mulher que se admirava no espelho já havia o queimado na primeira oportunidade. Vínculos com o lugar e situação em que estava antes precisavam ser esquecidos e ignorados, e era o que estava fazendo.

Passando a mão pelo corpete de couro, pôde agradecer a NSA pelo menos por uma coisa: O bom corpo. Sempre tivera um ótimo para exibir a vontade sem ter vergonha, mas aquela maldita agência de segurança nacional sabia levar tudo á apoteose.

Levando a mão aos seios nem grandes nem pequenos, juntou-os mais, aprofundando o vinco entre eles, modelado ainda mais pelo decote bem pronunciado da vestimenta. Foi descendo as mãos até chegar à fina calcinha preta e branca que usava, com rendinhas fazendo o contorno. Bem, sua bunda não estava tão dura como daquele jeito ao sair da Itália. Abaixando mais o olhar, analisou as meias que subiam até o meio de suas coxas, com um laçinho charmoso no fim desta, e que descia até encontrar os sapatos altos de Bella.

Pegou o shortinho também de couro e colocou-o, escondendo a calcinha da vista dos mais audaciosos. Bem, a mostra dela era para depois.

Sentindo-se confiante, Isabella Swan pegou um sobretudo jogado ali perto e vestiu, amarrando os laços da frente enquanto ainda se encarava. A máscara era realmente muito útil, porém não poderia esconder os lábios carnudos pintados de vermelho que atraiam os olhares de dez dos dez homens presentes.

Retirando a máscara e colocando dentro do bolso, saiu do diminuto quarto alugado. O pequeno prédio em que se encontrava nem porteiro tinha, mas ela não tinha condições de conseguir um lugar em melhores condições.

Andando pela orla da praia de Newport, Rhode Island, Bella se perguntou quando fora a última vez em que se encontrara com trajes parecidos com aquele. Bem, não fora há muito tempo. Trabalhara como garçonete em uma boate na Itália, a fim de se aproximar de um magnata francês e arrancar informações valiosas para os Volturi.

Confessava até que sentira um pouco de falta quando o trabalho acabara e não mais trabalhara no ambiente em que sentia que era desejo de muitos homens; mas era preciso seguir.

Mas lá estava ela de novo. Grande mudança de freira, não é mesmo?

Desfilando com sandálias do tipo gladiador e com as mãos nos bolsos do casaco, sentiu que alguns homens que passavam ao seu lado viravam a cabeça para mais uma olhada e os que estavam em seus carros encaravam-na com bastante atenção. Com um sorrisinho discreto, continuou a andar adorando aquela sensação.

Porém, logo o sorriso foi diminuindo gradativamente quando seu olhar recaiu no mesmo banco em que sempre recaiam todas as noites, não importasse o quanto evitasse. Há um tempo que parecia muito remoto, sentara-se ali com um homem que pensava comandar o mundo, mas que, naquele breve momento que compartilharam, simplesmente tinha sido ele mesmo. Ali, haviam esquecido o mundo ao redor e somente se preocuparam em sentir a brisa do mar vindo de encontro a suas peles.
Mas não... Não poderia mais pensar naquilo. Era passado. Agora tinha um plano e seguiria em frente com ele, custasse o que custasse.

Depois de mais algum tempo de caminhada, e algumas cantadas, chegou finalmente na frente de uma grande casa noturna com um letreiro luminoso escrito “Coral Gables.”

O movimento estava curto, com alguns carros parando na frente e os motoristas saindo, enquanto manobristas uniformizados assumiam o volante e levavam os veículos para a garagem subterrânea protegida por câmeras.

Caminhando direto para a porta dos fundos, Bella entrou na casa noturna logo respirando diversas fragrâncias, sendo a maioria delas de bebidas.

“Você está atrasada!” Foi o comprimento que recebeu assim que chegara. A dona da voz carregava lindos olhos verdes que a encaravam por trás da máscara. Seus trajes eram semelhantes ao de Bella só que nas cores vermelha e preta, quando a da outra era branco e preto. “Sua sorte é que madame ainda não sentiu sua falta!”

“Tive alguns imprevistos.” A criminosa disse, não encarando Victória diretamente, não querendo que visse mais de sua cara que gostaria. Enfiou a mão no bolso do sobretudo e pegou a máscara, logo colocando no rosto. Jogou o casaco em um armário ali perto e então se virou para a outra moça que derramava uma garrafa de vodca em um copo.

“Bom, porque hoje esse lugar vai estar um verdadeiro inferno. Você nunca esteve aqui nas sextas, não? Pois se prepare, é hoje que bomba tudo!” Revirou os olhos verdes enquanto engolia parte do líquido do copo, fazendo uma careta depois. “Eu se fosse você bebia um desses também.”

“Não estou a fim.” Deu de ombros.

A outra a olhou atentamente. Victória era realmente muito bonita - característica de todas as mulheres que trabalhavam no Coral Gables, - só tinha um pequeno problema: Bebida. Bella poderia denunciá-la para madame Tiffany – quem comandava tudo por ali – dizendo que ela bebia as escondidas sem pagar por isso, mas realmente não tinha interesse na posição que obteria de Victória.

“É o que minha mãe diz.” Brincou e a outra logo a acompanhou com certo exagero provavelmente causado pelas doses que tomava desde sabe se lá que horas. “Vou indo pro meu bar, então.”

“Ah!” Victória engoliu todo o conteúdo do copo agora. “Se prepare para ver todos os homens babando! Hoje é a apresentação de Tanya.”

Bella sorriu e saiu dali caminhando um longo corredor até chegar a uma grande porta, onde um segurança mantinha guarita. Ele inclinou a cabeça quando a viu e a abriu para a Alfa-I, que agradeceu com um sorriso travesso.

Adentrando no salão, logo foi invadida pelo lugar escuro iluminado com algumas luzes coloridas. Aquela boate era de elite, uma das mais conhecidas em Newport e até em Rhode Island inteira, atraindo muitos turistas. Ali só cacife alto entrava e o lugar tinha por onde. Era todo ambientado nos anos 50, e se não fosse pelas luzes coloridas, o palco no centro e um cano de poli dancing insistindo em ser exibido, quem entrasse esperaria ouvir um show de jazz.

No meio das mesas onde homens tomavam conhaque esperando as apresentações da noite, mulheres mascaradas vestidas da mesma forma que Bella vagueavam de um lado para outro, recebendo olhares cheios de segundas intenções dos cavalheiros ali presentes.

Uma das coisas interessantes sobre a boate era que as mulheres não eram obrigadas a se prostituírem. Só iam se quisessem e podiam escolher quem bem entendessem. Pelo que ouvira somente três vezes na história daquela casa uma mulher fizera aquilo e isso atiçava ainda mais os freqüentadores. Ser escolhido era considerado uma honra, e muitos repetiam a visita muitas e muitas vezes esperando que atraíssem o interesse de alguma delas.

Caminhou até o bar, sua responsabilidade, e averiguou se todas as garrafas estavam lá ou se Victória havia surrupiado uma ou outra. Ao constatar que tudo estava no devido lugar, suspirou e apoiou os cotovelos no balcão retro observando o lugar aonde trabalhava há uma semana.

Assim que chegara à cidade, na companhia das freiras, despedira-se delas e ficara a ver navios na cidade que conhecia somente por cima. Conhecia só uma parte da praia e a lanchonete onde uma vez comera um lanche com o general, mas seu conhecimento parava bem ali. Não tendo alternativa, partira exatamente para a praia onde por horas ficara sentada na areia pensando no que fazer.

Na van, não parara de pensar um segundo sequer na conversa do cemitério e na forma como tudo havia acabado. Tentara ignorar a dor que sentia no coração toda a vez que pensava que nunca mais veria o generalíssimo por mais arrogante e idiota que fosse.

Mas entendia que fizera a escolha dela, e que agora estava por si mesma. Em algum lugar ali naquela cidade havia o esconderijo para onde o general queria que fosse, mas por mais que pensasse não conseguia imaginar que lugar seria aquele. Mas que diferença faria? Por fim, decidiu botar-se em ação.

Arrumou roupas novas com o pouco dinheiro que tinha e um pequeno quarto. E então começou a procurar por um lugar em que pudesse ganhar dinheiro enquanto bolasse o plano. Acabou que, com seu letreiro luminoso, aquela casa noturna mostrara-se sendo o lugar perfeito, ainda mais pelas mulheres serem obrigadas a ficarem mascaradas, como forma de aumentar o interesse dos homens.

Depois de algumas observações, decidiu entrar e pedir emprego. Com sorte, a madame Tiffany precisava de alguém para o bar, e logo aceitara Bella, não sem antes ver se ela passava nos pré-requisitos: beleza e bom corpo, nem se importando em ver os documentos e descobrir que se tratava de uma foragida nacional.

Começara a trabalhar no bar, recebendo cantadas de todos os tipos. Ficava ali por um tempo até ter que ir para o camarim trocar as roupas para entrar no palco com mais três meninas e fazer o show da noite.

No começo ficara desapontada por ter que dividir o show, mas percebeu que para conseguir um solo precisava de um bom tempo ali. Não que ela fosse precisar.

Fez o seu melhor na primeira apresentação, onde estava servindo de teste. Conseguiu atrair a atenção da maioria dos homens, mesmo dividindo o palco, com seu jeito inteligente e sensual, com roupas provocantes, mas não vulgares, instigando a imaginação dos homens. Todas as mulheres ali eram bonitas, mas Bella conseguiu mais atenção por saber usar de melhor forma o que tinha, fazendo os homens acreditarem que não estivesse nem aí para eles, e só estava fazendo aquilo por um fetiche qualquer seu.

Naquela primeira noite, ansiosa, foi ao encontro da madame, que observara todo o show, em busca do veredicto. Ela, fumando um cigarro enquanto observava a mulher em sua frente, por fim, disse: “Volte amanhã.”

E ela voltara. Dançando todas as noites e cada vez mais atraindo atenção e seduzindo os homens. E ganhava um bom dinheiro. Alguns tentavam colocar dinheiro em sua calcinha ou sutiã, mas ela os provocava fazendo-os entender que deixaria, quando só estendia a bota onde eram obrigados a enfiar as notas.

“Conhaque duplo, com muito gelo!” Um cara gritou tentando ser ouvido pela música alta, arrancando Bella de seus devaneios.

“É para já, meu senhor.” Disse sedutoramente enquanto com maestria preparava o drinque. Recebera uma espécie de catálogo ensinando como fazer cada um, mas sabia fazer drinques melhor do que ninguém, afinal trabalhara em uma das melhores boates de Roma.

Então, ignorando totalmente as instruções, preparou sua própria receita.

“Um Martini duplo com vodca, por favor...” Outro homem debruçara-se sobre o balcão, meia hora depois, querendo analisar Bella da cabeça aos pés. “E um cosmopolitan para a linda mulher em minha frente.”

“Não bebo em serviço, senhor.” Sorriu-lhe enquanto lhe preparava sua bebida.
Ele retribuiu e perguntou: “A responsável tem um nome?”

“O nome que o senhor desejar.” Piscou enquanto lhe entregava o copo.

Depois de algum tempo viu um homem alto vestindo um terno bem alinhado e gritando “caríssimo” entrar na boate. Bella logo se empertigou enxergando ali sua mira.

Só o vira duas vezes por ali, sempre trajando terno e parecendo refinado. Seu nome era Paul Severin e tinha uma cara que gritava “macho”. Tomara conhecimento dele uma vez, quando Jéssica, uma das dançarinas, de forma arfante trocando olhares nas direções da mesa, mandara: “Vamos garota, me dê logo um conhaque com muito gelo!”

“Está de garçonete hoje?” Bella perguntara pegando de mal grado a garrafa de conhaque.

“Lógico que não.” Revirara os olhos sem paciência. “Mas hoje o Paul está aqui!”

“Paul?”

Jéssica olhara de forma desconfiada. “Hey, nem ouse se aproximar dele, ok? Não é pro seu bico metido.”

“Eu não sei quem ele é como eu posso querer me aproximar?” Retrucara. “Além do que não estou interessada em ninguém.”

“Sei, sei...” Dera de ombros. “Sabe aquele moreno ali no meio? O de terno que eu juro por Deus que é Armani?”

Era o cara que Bella estava observando a um bom tempo.

“Ele é o tal Paul?”

“Como assim o tal Paul? Você é lesada ou o quê?” Ela suspirara e por fim sorrira, deixando algo no ar. “Ele é simplesmente Paul Severin, o cara que manda nessa cidade de merda, quem sabe em Rhode Island inteira! Dizem as más línguas que o prefeito faz tudo o que ele pede. Mas quer saber? Eu acredito.”

“Ele é tipo o quê? Produtor de petróleo? Traficante de armas?” Brincara.

“Dizem, também as más línguas, que tem conexões com a máfia.” Rira com vontade, e então olhara para ela irritada. “E onde está o conhaque, sua lerda?”

Bella terminara de colocar o gelo e estendera para ela. Arrumando o cabelo e espiando seu reflexo no espelho do bar, demorara um pouco para pegar a bebida, e nesse ínterim a criminosa observara com outros olhos o tal Paul. Bem, já achava que era um bom partido, depois daquelas informações...

“Mas sabe de uma coisa?” Jéssica pegara o copo e piscara para ela. “Não me importo com esses boatos maldosos... O que realmente importa aqui, queridinha, é que é solteiro e tem um bom olho pela Jéssica aqui.” Rira e virara-se enquanto Bella abanava a cabeça.

Depois daquela ocasião começara a analisá-lo de mais perto, sabendo que poderia ser quem precisava. A partir daí soube qual seria seu plano.

Antes de tudo precisava sair dos EUA de alguma forma. Não tinha chances de sair pelos meios lícitos, afinal, precisava de documentos, passaporte e não tinha porra nenhuma. Mas... Um jatinho particular poderia levá-la, não?

Já atraíra a atenção dele no palco, recebendo umas encaradas bem profundas e sabia que a desejava. Porém não poderia deixar de pensar no general quando o via... Lembrava tanto dele, com sua altura, imponência, braços fortes e musculosos... Porém, por mais que lembrasse, ele não tinha o que distinguiam todos os reles mortais do general: aqueles olhos verdes que encaravam até a alma. Além do que, aquele Paul era um cavalheiro e não um bruto arrogante como o generalíssimo.

Mas que merda! Por que tinha que pensar nele justo quando as coisas pareciam estar caminhando para o rumo certo?

Passando as mãos pelos longos cabelos procurou manter o foco. Já deixara aquele homem há uma semana e continuaria assim por um bom tempo! Um bom tempo!

Foi despertada de seus pensamentos ao ouvir o locutor informar da apresentação mais esperada da semana: Tanya Denalli, a rainha dos salões.

Quando a mulher entrou no palco ao som contagiante de uma batida, a criminosa teve que admitir que ela fosse bonita. Loira, com cabelos que ondulavam até o meio das costas, e vestida com um corpete branco, uma calcinha branca, meia brancas, cinta liga branca, e um véu na cabeça. Estava de noiva safadinha aquela noite.

“Nada original.” Bella pensou analisando com atenção sua apresentação. Os homens pareciam ir à loucura com aquela mulher e ela se divertiu pensando em como todos os homens eram iguais, ali ou na Itália. A apresentação da loira era boa, tinha que admitir, mas nada muito original. A criminosa tinha certeza que sabia fazer melhor, e bem, era bom descobrir se a tal tinha problemas com bebida como Victória, porque ela iria tomar o lugar daquela ali.

Quando bem tarde da noite saiu da boate, esperou em um canto que Tanya aparecesse. Depois de uns cinco minutos ela apareceu e Bella seguiu-a cautelosamente, com todo o cuidado para não ser vista.

Bem... Estava em uma situação muito tensa de vida ou morte, então, não estaria cometendo um pecado quando acidentalmente empurrara Tanya para o meio da rua na frente de um carro em alta velocidade e ela se espatifara toda não é mesmo? Afinal, sua vida estava em condições críticas e não tinha todo o tempo do mundo para esperar finalmente receber um show solo.

No dia seguinte, Bella chegou calmamente, como que não sabendo de nada, e encontrou o lugar como esperava: Um caos.

Escondendo um sorrisinho matreiro, questionou o motivo e foi Victória, tornando um copo de uísque dessa vez, que lhe respondeu:

“Tanya sofreu um acidente ontem e está no hospital. Hoje é dia de show dela, e não tem ninguém para substituir.” O tom dela era despretensioso, e Bella percebeu que ela não estava nem aí se aquela era a chance de ser escolhida para substituí-la. Menos uma, pensou.

E de fato encontrou, no camarim, Tiffany arrancando os cabelos pintados de loiro e andando de um lado para outro enquanto Jéssica seguia com um copo cheio de água e um comprimido nas mãos.

“Eu não quero água com comprimido nenhum!” Berrou ela, parando por fim. “Eu quero Tanya! Eu quero um show! Por que ela não podia ter escolhido ter esse acidente amanhã? Ou depois, merda!”

As meninas que estavam ali estavam todas ansiosas, pois sabiam que o show teria que continuar e alguém substituiria Tanya. Por fim, a madame virou-se e com as mãos na cintura analisou uma por uma.

Por fim seu olhar parou em Jéssica, que logo inflou de contentamento. “Jéssica, você vai ficar com o bar hoje.”

“O quê?” Murchou. “Mas é Claire que toma conta do bar!” Apontou para Bella. Irônico de sua parte dizer que se chamava Claire?

“Agora é ela quem vai substituir Tanya.” A madame disse.

Ouve uma série de arfadas surpresas e logo começou o pandemônio.

“Mas isso é injusto! Estamos aqui há meses, e ela está há poucos dias e já consegue?”

“Não importa. Essa é minha decisão e pronto. Se acharem ruim pegue seus casacos e vão embora!” Virou então para Bella que tentava controlar o contentamento. “Estou confiando em você para não fazer esses homens pedirem o dinheiro de volta. É bom não me decepcionar.”

“Não irei.” Sorriu.

Mais tarde no camarim, olhava as roupas que havia a disposição. A madame fumava um cigarro ali perto e ia lhe apontando o que poderia usar.

“Você pode usar o vestidinho de noiva que Tanya usou ontem. Fez sucesso.” Apontou.

“Não.” Negou. “Eu estava pensando em outra coisa...”

E então escolheu uma roupa que julgou perfeita. Vestiu-a e mostrou para a madame que sorriu aprovando.


“Soldado do Império! Perfeito! Mas eu acho que a máscara está um pouco pesada.”

“Não vou usá-la.” Bella declarou analisando no espelho o corpete branco que fazia de seus seios ainda maiores, as luvas que iam quase até os ombros, a calcinha estilo shortinho e as botas enormes. Sem contar o coldre na cintura onde colocaria uma arma de brinquedo. Mas precisava de uma máscara... Fuçou em um baú e achou a perfeita: uma máscara branca e preta combinando com a roupa.

Depois fuçou procurando alguma coisa para colocar por cima daquilo tudo. Até que achou um casaco que ia até os joelhos de plástico branco que cobria tudo.

“Mas o que você vai fazer com toda essa roupa?” A madame perguntou assombrada.

“Um strip tease, madame.” Bella sorriu fechando o casaco sobre seu corpo.

“Bem,” A mulher recostou-se de melhor forma na poltrona em que estava sentada e deu uma forte tragada no cigarro. “Pelo visto essa noite não vai ser tão fracasso assim.”

“Pode apostar.” Bella confirmou, sentindo-se cada vez mais confiante.

E agora, uma nova atração que com certeza agradará a todos! Por favor, cavalheiros, recebam Claire!”

Quando entrou no palco com as luzes apagadas foi como se estivesse andando em uma passarela, onde ela era o centro de tudo e tudo era possível. Quando as luzes se acenderam, os homens encontraram-na em uma posição provocante e logo assovios surgiram no ar. Rondando o cano de poli dancing e preparando-se para soltar lentamente os laços do casaco, fechou os olhos por um momento, e por baixo de suas pálpebras conseguiu ver uma imagem perfeita do general, lindo, forte, másculo, chamando-a de “novato.”

Foi tão breve, mas tão poderoso...

Abrindo os olhos rapidamente obrigou-se a se manter no presente e esquecer o passado. Então, sorrindo sedutoramente, foi provocando os homens revelando pequenos pedaços da roupa que usava por baixo até que retirou totalmente o casaco, o que gerou um silvo total.

Mantendo o indicador no meio dos lábios pintados de vermelho, a criminosa procurou com a outra mão a arma no coldre da fantasia. Achando-a fez com que cada homem ali pensasse mil coisas diferentes, que os levou a loucura.

Quando se apoiou no cano de poli dancing mais uma salva de aplausos foram ouvidos no ar. E então, sorrindo de forma sedutora, deixou o show rolar.

* * *

“87, 88, 89,... 120... Meu Deus general, duvido que ainda aja alguma gordura filha de um pai no seu corpo!”

“Continue a contar, Whitlock.” Rosnou o general, continuando a fazer as flexões no chão perto do ringue da sala de treinamento. O suor escorria por seus braços e seu rosto, e veias estavam bem protuberantes naqueles lugares.

Jasper Whitlock que estava ao seu lado com um cronômetro na mão continuou a contar, mas quando chegou ao número duzentos já começou a achar que o general estava pegando filhodopaimente pesado demais.

Está certo que o homem sempre fizera muitos exercícios físicos – também para manter aquele corpo filho de um pai era preciso de muito – mas ultimamente estava pegando pesado demais. Deixara de correr de madrugada e passara a treinar na sala de treinamento da NSA. Lutava boxe com uma insistência assustadora, e determinada vez dera nocaute em um subordinado no meio de um treinamento, o que assustou a todos. Era como se estivesse se preparando para uma guerra.

Mas ninguém ousava sequer perguntar o que havia acontecido, e muitos diziam pelos corredores que tudo era stress pela fuga da ex-rainha dos filhos de um pai.

Ainda não a acharam e havia a especulação que talvez o acidente que havia acontecido na capital há uma semana poderia ter envolvido ela, mas aquela hipótese estava sendo deixada de lado.

Tornara-se questão de honra que o general achasse-a e prendesse-a, porque afinal, ela o enganara durante todo o tempo em que estivera ali. Bem, a única pessoa que não pensava daquele jeito era o coronel-general McCarthy.

“General!” Um subordinado chamou entrando na sala de treinamento com rapidez.

“Que é?” Rosnou o outro.

“Há um telefonema para o senhor.”

“Não está vendo que eu estou ocupado?”

“Mas senhor... Diz que é urgente. É do orfanato de Washington.”

Edward parou na hora o que estava fazendo e olhou para o funcionário como se fosse acusado de um crime. “O que você disse?”

“Orfanato de Washington, senhor.” Repetiu o subordinado com certa hesitação pela forma como o general havia olhado.

“O que eles disseram?”

“Que era urgente.”

“Merda.” Vociferou enquanto se levantava e caminhava em direção a um banco ali perto pegando a sua toalha. Enxugou o rosto e o abdômen do suor e já foi andando pelos corredores da NSA, até chegar à porta guardada por um segurança que separava a ala inteligente do resto do prédio.

Ignorando se era ou não de bom decoro entrar na ala inteligente cheia de pessoas fardadas e engravatadas somente vestindo uma calça do exército, o homem seguiu caminho até sua sala, onde um poderoso “generalíssimo Edward Cullen” estava escrito.

Empurrando a porta com violência, dirigiu-se até o telefone na mesa e apanhou-o.

“Pode mandar a ligação, Parker.” Mandou para o telefonista da organização.

Um pequeno zumbido se ouviu e enquanto esperava, o general temeu que estivesse prestes a receber a notícia de que Mary batera as botas. Lembrou-se, então, de quando a porra daquela mulher lhe dissera do ataque cardíaco de Mary. Ele não tinha ido visitá-la e nem ligara para saber como estava, mas ao segurar o telefone com força pensou em tudo o que aquela senhora já tinha feito por ele e de tudo o que ele não fizera.

Por fim, uma voz fininha entrou na linha.

“Aqui é o general Cullen falando.”

“General, aqui é Catherine.”

“Quem diabos é Catherine?”

“Diabo nenhum, eu espero.” Brincou. “Sou noviça aqui do orfanato de Washington...”

“Aconteceu alguma coisa com Mary?” Já foi perguntando, objetivo.

“Não, não... Quer dizer, bem... Ela me pediu para ligar para o senhor e pedir para que viesse visitá-la.”

“Impossível.” Disparou logo de uma vez, de forma automática.

“Mas senhor...” Insistiu a noviça. “Ela não está nos melhores estado de saúde, e quer urgentemente vê-lo.”

“Sobre qual assunto?”

“Ela não falou, general. Desculpe.”

O general pensou um pouco e já ia negando novamente, inventando alguma desculpa qualquer, mas parou no ato de abrir a boca. “Nada é o que você vai conseguir também.”

Fechou os olhos com força e respirou fundo enquanto tentava se decidir. Merda! Odiava aquela porra! Por fim, ainda de olhos fechados, respondeu: “Irei no domingo de manhã.” E desligou.

Ao voltar o telefone no gancho, passou a toalha com força no rosto, em frustração. Por que existiam pessoas no mundo, afinal? Se somente existisse ele poderia enfim viver em paz.

Respirou fundo e suspirou depois, sentindo um pouco de dor nos músculos pela intensa malhação dos últimos dias. O seu peito subia e descia no ritmo da respiração e se fosse possível, parecia que seu abdômen estava ainda mais definido.

Sentindo-se cansado, desabou em sua cadeira fechando os olhos por alguns segundos, pensando na porra que era sua vida.

Depois de um momento somente vendo preto, finalmente abriu os olhos e com as mãos tateou a mesa em busca de seu Black Berry. Ficou encarando o celular por um bom tempo, até que suspirando foi pressionando as opções até encontrar o que queria.

Vídeo. 01/21/11”.

Pressionou o play e logo viu um vídeo que mostrava uma paisagem meio morta, com folhas secas em cima de uma grama rala, árvores sem flores por causa do clima frio e algumas sepulturas ao longe. Mas no centro do quadro estava uma pessoa vestida de hábito aninhada em volta do próprio corpo, dormindo placidamente.

Era muito bom dominar recentes tecnologias, como um chip que continha uma lente e era capaz de gravar tudo o que quisesse. Naquela noite no cemitério, não deixara a filha da mãe totalmente desprotegida: colocara o chip ali vistoriando tudo e caso houvesse alguma movimentação por perto, um aviso seria mandado ao seu celular e então poderia voltar para seu novato.

Merda! Por que estava olhando para aquela porra? Com um bufo irritado, pressionou o “stop” da tela. Ficou encarando o quadro paralisado com raiva, como que desejando que recebesse toda a raiva que sentia por ela, onde quer que esteja.

Mas então viu um pequeno botão no canto da tela, um “+” que pertencia à opção do zoom. Hesitando, por fim, pressionou aquele botão e foi aproximando a imagem até ter um quadro de seu rosto. Mesmo com alguns arranhões, continuava tão... Tão... Merda!

Uma batida na porta livrou seu celular de ser cruelmente arremessado contra a parede ou queimado no fogo. O general limitou-se a desligá-lo e jogá-lo em um canto na mesa, como se quisesse distância.

“Entra.”

“Senhor?” Um dos nerds da NSA apareceu, trajando diferentemente da maioria dos funcionários dali, um terno. “Nerds” era só a forma a que se referiam aos homens que comandavam a parte inteligente interceptando ligações, descobrindo o que os militares queriam e outras coisas a mais. E embora alguns entrassem no estereótipo do apelido, a maioria era gente comum. “Sei que o senhor não está no horário de trabalho, mas acabei de ter uma informação que vai lhe interessar no caso Swan.”

O generalíssimo poderia muito bem ter dito que nada que dizia respeito a ela lhe interessava, mas permitiu-se somente olhá-lo, esperando que aquilo fosse um convite para que prosseguisse.

O funcionário entrou na sala e logo notou que tinha vários papéis nas mãos. Entregou a maioria deles ao general, que nem sequer abaixou os olhos para conferi-los.

“O que dizem?” Perguntou objetivo.

“É o relatório da perícia do instituto de criminalística de Washington,” Apontou para os papéis. “Eles fizeram o estudo dos corpos dos dois homens carburados no carro no acidente, e descobriram que se trata de dois homens americanos e que tinham ficha na polícia.”

“Quais crimes?”

O nerd espiou em seus papéis. “Furtos, roubos, nada muito grande.”

“Algum parente?”

“Sim, senhor. Um dos homens chamado...” Espiou novamente. “Leonardo, tinha uma mulher que abandonou há muito tempo com dois filhos. Entraram em contato com a mulher e ficou claro que ela ficou aliviada pela morte do marido. Ela disse que ele batia nela e que foi preso por isso uma vez, mas fugiu e nunca mais voltou. Disse que ele se envolvia com criminosos da pesada.”

“Só isso?”

“Por enquanto só, senhor.”

“Pode se retirar.”

O nerd saiu e o general ficou pensando por um bom tempo enquanto girava a cadeira. Já suspeitava de que quem estava atrás de Bella aquele dia não era gente grande, e aquela informação só acalentou o que já sabia: Tinha gente poderosa por trás.

E ele não investigaria aquilo por aquela porra de mulher, mas sim, claro, para ver se tinha algo a ver com os Volturi e conseguir achar o paradeiro deles o mais rápido possível.

Quando tirou seu belo Rolls Royce da garagem no domingo de manhã e saiu do prédio da NSA, ajustou-se da melhor forma no assento e como hábito olhou no retrovisor. Um Ford Ka preto, um Honda Accord prata e mais outro carro estavam em sua traseira.

A capital do país não era mais de uma hora distante dali. Muitos diziam que a capital fazia parte do estado de Maryland, mas na verdade, o distrito ficava entre os estados de Maryland e Virgínia, não pertencendo a nenhum deles. Na estrada, mais uma vez o general olhou no retrovisor e percebeu que o mesmo Ford estava alguns metros atrás. Tentou distinguir de que estado pertencia à placa e pelos desenhos distinguiu ser da capital.

Até ali poderia ser uma coincidência. Alguém estava em Maryland e decidira voltar para Washington no mesmo horário? Afinal era um domingo de manhã.

Uma placa avisou que em 500m havia um posto de gasolina. Ao chegar lá, caminhou até a loja de conveniências e comprou alguns chicletes de menta. Geralmente não comprava aquele tipo de merda. Deus sabia como aquilo estragava os dentes, a mandíbula e vai lá se saber mais o quê.

Enquanto fingia analisar algumas bebidas a venda, observou, por trás dos óculos escuros, que o carro preto encostava-se à área dos banheiros públicos e um homem saía de lá.

Botando-se em ação, pagou o funcionário do caixa e enfiou um chiclete na boca enquanto caminhava de volta para o carro que estava a uns dois metros do suspeito. Foi até a bomba de gasolina e encheu o tanque, mesmo que não precisasse. E então, derrubando propositalmente alguns chicletes no chão, abaixou-se para pegá-los enquanto aproveitava e com a chave do Rolls furava o pneu traseiro do Ford.

Como suspeitara, não era blindado.

Ao levantar-se colocou um pouco mais de gasolina e então o segundo homem voltou do banheiro aparentemente sem olhar para o generalíssimo. Este, então, chamou-o:

“Ei! Acho que aconteceu alguma coisa com seu pneu traseiro!”

O homem pareceu surpreso pelo general ter falado com ele. Foi até onde ele estava e analisou o pneu murcho.

O general fez um tsc tsc com a boca e murmurou um “que falta de sorte.” “Acho que vão precisar disso.” Jogou pela janela do motorista um dos chicletes que havia comprado e então entrou no Rolls e arrancou pneus pela estrada. Pelo retrovisor, observou a agitação dos dois homens ante o pneu furado e resmungou para si mesmo:

“Continuem seguindo mesmo, filhos da puta.”

Quando estacionou o Rolls Royce na frente do orfanato se perguntou por que estava fazendo aquela porra mesmo. Nunca dera a devida atenção á Mary, embora admitisse que ela fosse à pessoa que mais merecesse. Mas ele não era obrigado a se apegar as pessoas. Não queria e não iria. E ponto. Mas mesmo assim ele estava ali, naquela porra de orfanato, atendendo seu pedido de ir vê-la.

Quando foi recebido na porta por Thereza, outra irmã, desconfiou logo que Mary estava em seu leito de morte só esperando a benção final, mas acabou encontrando-a tricotando alegremente na sala de estar.

Controlando a raiva interior, já foi disparando:

“Espero que seja algo de extrema importância.”

“Edward!” Sorriu-lhe e levantou-se para abraçá-lo, mas quando o fez uma careta surgiu em seu rosto e ela voltou a desabar na poltrona. “Bem, tudo o que é relacionado a você é de extrema importância para mim.” Sorriu-lhe marotamente.

Edward, a quem não passara despercebido a careta de Mary, estudou a senhorinha com atenção. Parecia ter envelhecido uns dez anos no mais de um mês em que não a via. Parecia cansada, embora o sorriso gentil e os olhos acolhedores ainda permanecessem.

“E então?” Apressou já querendo ir embora. Não era acostumado a olhares de afeição e amor, e então o que mais queria quando estava na mira deles, era distanciar-se.

“Bem,” A senhora colocou a lã que tricotava no colo e olhou-o fundo nos olhos. “Nem vou oferecer-lhe um cookie ou uma xícara de chá, pois sei que gosta de ir direto ao ponto.”

Ele encarou-a sem expressão.

“Eu quero saber o que aconteceu com Bella.”

O general bufou. “Não sei e tenho dó de quem saiba.”

Mary observou-o por baixo dos óculos com seus vívidos olhos azuis. “Ela saiu daqui para ir à missa de seus pais e não voltou mais. E alguns dias atrás, um homem veio me perguntar dela.”

“Que homem?” O general disparou já alarmado.

Mary, surpresa por sua reação, balbuciou: “Bem, ele não parecia americano, mas não sei de onde ele possa ter vindo. Nunca o vi. Ele é bem alto e é meio magricela.” O perseguidor que havia ido ao banheiro. Merda.

E o que você disse?”

“Falei que não conhecia ninguém com aquelas discrições e que ele estava enganado. Quando perguntei o motivo disse que era amigo dela e estava procurando-a a algum tempo.”

“Merda.” O general rosnou. Aqueles filhos da puta deveriam ser os mandantes dos outros dois da semana anterior. Descobriram que a criminosa estava com ele e agora o seguiam. E além do mais desconfiavam que Bella já estivesse ali. Com certeza haviam ligado os pontos sobre o que tinha o general a ver com Washington: O orfanato. Mas eles haviam chegado tarde demais, tanto porque ela não estava mais ali e nem com ele.

Se fossem seguir essas linhas de investigação não a achariam nunca. Idiotas.

“Edward, aquele acidente que houve na estrada... Tem alguma coisa a ver com ela?”

Ele hesitou, mas por fim assentiu. Entrara escondido no orfanato para pegar o hábito novo da criminosa, e ninguém percebera sua entrada clandestina na madrugada.

A freira encostou-se na poltrona suspirando. “É, eu sentia isso.”

“É para isso que me chamou? Por que se for...”

“De princípio sim, mas eu gostaria de conversar com você sobre algo muito importante. Minha saúde não anda uma das melhores e preciso terminar os assuntos de minha vida.”

Edward ficou desconfortável com aquelas palavras, mas em sua fachada disfarçou muito bem.

“Ela é uma mulher muito...”

“Eu não quero falar dessa mulher. Não tenho mais nada a ver com ela.” Levantou-se já pronto para ir embora, quando a senhorinha perguntou, assombrada:

“Vocês separaram-se?”

“Não tenho mais nada a ver com ela, se é o que quer saber. Não me importa mais onde esteja ou o que esteja fazendo. Problema dela.”

“Eu não acredito nisso.”

“Pois acredite.” Cortou-a rispidamente.

“E tenho certeza de que você também não. Edward, você está preocupado com essa moça. Consigo ver em seus olhos.”

“Eu. Não. Estou.” Ele rugiu, andando até a lareira e apoiando um braço lá. “Ela não significa mais nada para mim.”

“Vocês dois tem gênio muito forte, deu para perceber... E é difícil duas pessoas que não dão o braço a torcer conseguirem viver em perfeita harmonia, aliás, ninguém consegue.”

“E o que me importa isso?”

“Vocês brigaram, não foi?”

“Ela disse determinadas coisas para mim e eu também o fiz. Cada um agora segue seu rumo. Ponto. Final da história.”

“Entendi...” Mary ajustou os óculos e deu um sorrisinho. “Vocês discutiram, como duas crianças orgulhosas, e o orgulho foi tanto, no caso, a mágoa foi tanta que se separaram.”

O general bufou.

“Edward...” Começou, paulatinamente. “Eu sei que Bella não é uma das pessoas mais dentro da lei que existem. O padre Andrew andou me desconversando, temendo minha saúde, mas eu sei que ele sabe de alguma coisa. E também sei que você a estava ajudando. E é coisa grande. Perigosa. Você não pode deixar que uma discussão orgulhosa tenha os separado. Isso pode custar à vida dela. A vida de vocês dois.”

“E o que me importa?”

“Importa muito!” Elevou o tom da voz. “Pare de ser um garoto mimado, Edward! Pare de ser tão orgulhoso e egocêntrico.”

“Ótimo, eu vim aqui para escutar reprimendas como se eu fosse uma criança!” Ele disparou já se dirigindo para a porta.

“Quando você chegou aqui com ela, naquela madrugada, você me disse que era para eu cuidar dela porque ela era muito importante para você! E é assim que você está cuidando? Desistindo dela? Largando-a só por que não conseguiu suportar o que ela te disse? Edward, acorde!”

Ele voltou-se para ela com os olhos chamuscando. “Eu não me importo mais.”

“Você sabe que sim, para de se enganar.” Lágrimas até começaram a sair dos olhos da freira. “Essa mulher não é a mais perfeita do mundo, mas é a mais perfeita para você! Não consegue enxergar? Ela realmente gosta de você, Edward! E você também gosta dela! Eu ousaria dizer que vocês se amam!”

“Amar?” Disparou como se estivesse com nojo. “Você está ficando senil!”

Foi como se Mary tivesse levado um tiro no peito. Ela voltou a se sentar na poltrona, já que no momento de furor havia se levantado.

Edward percebendo o que havia feito esfregou as mãos no rosto em frustração. Se pudesse ser ainda mais, aquela mulher estava no meio de tudo novamente! Sempre atrapalhando!

“Por favor... Por favor...” Mary soluçou, não contendo as lágrimas. “Pare de ser assim, Edward. Por favor. Não deixe que seu orgulho estrague as coisas. Vá atrás dela.”

Ele ficou em silêncio, não ousando dizer mais nada, pois suspeitava que qualquer coisa que falasse poderia causar-lhe extremo mal. E não queria ser responsável pela morte de ninguém aquele dia.

“Você conseguirá achá-la, eu sei. Sempre acreditei em você, Edward, por favor, faça o que é certo.”

“O certo é o que eu estou fazendo.” Murmurou.

“Não faça o certo pelas leis dos homens... Faça pelas leis do seu coração.”

Ele travou o maxilar, enquanto a encarava com resolução. “Mas eu não tenho coração.”

E então, virou as costas e saiu do orfanato. Mary, com uma mão no peito, respirou fundo enquanto tentava se acalmar.

“Mary, está tudo bem?” Catherine perguntou preocupada enquanto a olhava.

“Está.” Suspirou pesadamente então olhou para a janela onde um carro entrava em furiosa marcha. Vendo a fumaça que se elevava no ar, assentiu para si mesma. “Eu sei que você tem um, Edward. Eu sempre soube.”

* * *



Andando em ritmo acelerado, o general Cullen caminhou por entre o gramado da NSA com o queixo erguido e os olhos fuzilando. Simplesmente não podia suportar a idéia de que qualquer pessoa, principalmente mulheres quererem tomar conta de sua vida e dizer o que era certo ou errado. Ele era militar, porra! Era generalíssimo! Deveria saber alguma coisa para chegar onde estava não?

Espiou o horário no relógio em estilo militar e constatou serem três horas da tarde. Era domingo e, portanto os novatos estavam fazendo porra nenhuma, o que achava inadmissível. Porém, havia alguma coisa nos direitos humanos que o impedia de matar pessoas de exaustão.

Mas apesar do fim de semana, a agência nunca parava. George e vários outros responsáveis estavam por ali, principalmente por causa das novas pistas que haviam encontrado do seu novato... Quer dizer, daquela filha da puta.

Porém, apesar de não estar mais com ela, ainda existiam infelizes que acreditavam nisso. Aqueles dois homens estavam o seguindo, e ele logo, logo tomaria providências drásticas para com os dois.

E isso, não era por que ele tinha coração, não era por que ele amava alguém, e nem porra de teoria nenhuma que Mary acreditava. Mary idealizava muito as coisas e gostava de ver o lado bom das mesmas. Nas histórias dela, não existiam vilões, eram somente os carinhas mal compreendidos. O que mais teria que fazer além de tudo o que já fizera aquela mulher, para entender que ele era a porra do vilão?

“General!” Alguém chamou com uma voz estridente.

Decidido a ignorar, continuou seu caminho, mas, quando se tratava de certo rei dos filhos de um pai, não havia desistência.

“General, espera seu filho de um pai!”

“Whitlock!” Rosnou parando e virando-se para um Jasper ofegante que vinha correndo em sua direção. Ele, não percebendo a tempo a parada do general, acabou esbarrando nele que com a cara fechada logo o empurrou de volta.

“Desculpe general!” Jasper endireitou-se e prostrou continência.

“Whitlock...” Edward repetiu esfregando uma palma no rosto em frustração. “Quantas vezes terei que dizer para parar de falar essa porra de filho de um pai? Que merda de militar você vai ser se não consegue falar nem um filho da puta direito?”

“Desculpe general...” Jasper disse, olhando para o chão. “Mas é que eu sinto uma necessidade filhodopaimente forte de me expressar...”

Ouvindo aquilo, o general rolou os olhos e desistiu. Girou nos calcanhares e voltou ao seu caminho, mas logo ouviu outro “general!” irritante.

“Que é?” Resmungou com a face ficando vermelha de irritação.

Whitlock voltou a se aproximar dele e respirou fundo. “Sabe o que é general... Eu tento pedir uma coisa ao senhor desde que eu comecei o ano...”

“E eu por acaso tenho cara de papai Noel?” Fechou a cara.

“Não, papai Noel tem cara de bom... Quer dizer, não que o senhor tenha cara de mau, mas...”

“Continua antes que eu te coloque na solitária.” Ameaçou.

“Bem... Tá acontecendo todo esse negócio filho de um pai com a ex-filha de um pai, né? Quero dizer, com a Claire... Aff, com a filha lá dos traidores...”

“E?”

“Eu acho que posso ajudar.”

O outro arqueou uma sobrancelha. “É? Como?”

“Um dia eu estava conversando com ela... Há muito tempo... E ela me disse que o que mais tinha vontade era de fugir e...” Respirou fundo e fez uma cara de quem sabia de algo e só ele tinha aquela informação. “Que seria um lugar com praia!”

O general suspirou. “Whitlock...”

“General é óbvio! Ela está escondida em algum lugar da costa leste!”

“Whitlock, o que mais você precisa como prova de que ela nunca foi honesta com você? Tudo o que aconteceu era um teatro, a porra de uma mentira... Ela era a porra de uma mentira. Aceite isso, porra!”

Porque ele já aceitara.

“Mas...” Jasper tentou falar, cabisbaixo, mas o militar já havia lhe dado as costas e continuado seu caminho. Parecia que qualquer lugar que se voltava algo lhe fazia lembrar-se daquela filha da puta. Parecia praga em sua vida!

Um bip tirou-o de seus resmungos interiores. Era seu Pager... Na verdade, só o bip que lembrava o Pager, mas tinha muito mais funções. Resumindo, uma das "quinquilharias" da NSA.

Pegou o aparelho no bolso interior do terno e levou aos lábios.

“Cullen, falando.”

“General, George está procurando pelo senhor na sala dele.”

“Já estou a caminho.” Resmungou e guardou o aparelho.

Caminhou direto para a sala de George que discutia com a mulher ao telefone.

“Eu sei querida... Eu sei que não passei muito tempo com você ultimamente... Não! Claro que não prefiro o país a você, mas veja bem... Há certas coisas que... Amor, não! Amor...!” Com um bufo, o diretor colocou o telefone no gancho e suspirou, levando as mãos ás têmporas.

Se perguntasse á alguém quem mais odiava um país de toda a população, a resposta seria as mulheres de militares ou quaisquer pessoas que trabalhavam com a segurança e administração de um determinado país. Não eram a toa que os índices de divórcio eram os mais elevados nesse meio.

George mal estava casado há dois meses e não tivera sossego em momento algum. Logo em sua lua de mel, ocorrera a bomba da fuga do infiltrado. Era muita “sorte” mesmo.

“Eu te avisei.” O general anunciou sua presença.

George levantou os olhos e suspirou, cansado. “Todos sempre avisam...” Respirou fundo e procurou alguma coisa nos seus papéis, logo quando achou, entregou ao outro. “Esses são os últimos relatórios da procura da ALFA-I.”

Pegou-os e analisou-os por cima. “Acharam alguma coisa?”

“Acharam um homem na margem de setenta anos que mora em uma cabana perto de uma estrada, e ele disse que um casal pediu ajuda para ele.”

O general fingiu que não sabia de nada.

“Falou algo útil?”

“Não... Uma hora falava que era um casal, depois só sabia falar que era uma mulher... Era meio gagá, mas estamos na pista. Talvez ela tenha mesmo seguido o caminho de Washington e então isso se liga com a explosão do carro há algumas semanas.”

“Provavelmente.” Respondeu indiferente.

“Mas não foi por isso que o chamei...” George procurou outros papéis. “Está lembrado que sexta feira é o dia de ir até Rhode Island?”

Edward levantou os olhos da investigação para George. “Sim.”

“Quero saber se você vai esse ano ou mandaremos outra pessoa, já que está envolvido com todos esses ‘problemas’.”

“Eu irei.”

“Ótimo.” O telefone de George voltou a tocar. “Deve ser ela pedindo desculpas...” Atendeu, mas ao notar que não era sua esposa, pediu para a outra pessoa esperar e cobriu o bucal com a mão. “Pedirei para minha secretária avisar o piloto... E Cullen?”

“Sim?”

“Obrigado por trabalhar na NSA. Sinceramente, não sei o que faríamos sem você.”

“Nem eu, George.” Ele revirou os olhos ao sair da sala, mas ao andar pelo corredor e assumir sua costumeira expressão, murmurou, novamente. “Nem eu.”

Dias depois...





O helicóptero da NSA era umas das últimas tecnologias existentes, dispostas apenas para organizações com cacife suficiente alto para obtê-las. Conseguia atingir grandes distâncias e em boa velocidade, oferecendo conforto e comodidade para seus passageiros.

Depois de três horas da saída da NSA, finalmente chegara aos arredores de Newport, Rhode Island, onde pousara no heliporto da fazenda Hammersmith.

Sem tirar os óculos escuros poderosíssimos, o generalíssimo Cullen saiu do helicóptero com sua elegância e imponência características e foi caminhando diretamente para a casa grande, onde o diretor esperava-o.

Desde que se tornara um dos mais influentes da NSA (para não dizer o mais) e mesmo quando não tinha tanto poder assim, era ele o encarregado de ir á fazenda no início de fevereiro tratar da estadia de verão. Quem fizera essa escolha fora ele mesmo, afinal tinha que tomar conta de algumas coisas na cidade e dar uma olhada em Thunder, seu cavalo de corrida.

Com um bufo irritado, percebeu que se o plano tivesse transcorrido como deveria, estaria aproveitando aquela viagem para ver como estavam as coisas com o novato em seu esconderijo... Mas como já era bem óbvio, nada ocorrera como deveria.

Passou pelos estábulos sem se preocupar em sujar o terno de origem riquíssima que substituíra a farda naquela sexta feira. Lá dentro notou a figura de uma mulher bem afeiçoada de longos cabelos ruivos escovando um potrinho. Sem notar a entrada do general, ela levou um susto quando ele passou reto ao seu lado caminhando em direção ao cercado onde Thunder ficava por ser mais violento que os outros.

“Você me assustou, general!” Ela reclamou levando as mãos ao coração. “Veio ver o papai Thunder?”


Sem responder, Edward aproximou-se de seu cavalo e murmurando um “E aí, garotão?” deu uns tapinhas no pescoço dele, recebendo uma relinchada como resposta. Talvez fosse a forma dele de cumprimentar amigavelmente seu dono.

“Como está Whisky?” Perguntou sem se virar para a ruiva que o secava de cima a baixo.

“Ela está com oito meses ainda. São onze. Mas está muito boa, tudo está indo direitinho.”

O general assentiu encarando Thunder. “Como você pôde se meter com ela, hein Thunder?” Murmurou mais para si mesmo do que para o cavalo. “Tantas éguas por aí e você foi justo nela? Tantas menos complicadas e filhas da puta, mas você foi justo nela?”

O cavalo abanou a cabeça como se concordasse.

Kate continuou a escovar o potrinho, enquanto com o canto do olho ficava admirando aquele homem alto e forte. Lembrava-se bem daqueles tempos que ia para o quarto dele e só saía altas horas da madrugada... Ou mesmo de quando ele tomava-a bem ali, naquele estábulo, junto com os cavalos.

“Na última vez que o senhor veio aqui, não me procurou...” Começou sem olhá-lo. Terminou sua tarefa e deu dois tapinhas amigáveis no animal. “Sei como você deve estar se sentindo depois de tudo que aconteceu com aquela mulherzinha na NSA...”

“Que porra é essa, Kate?” O general virou-se com o maxilar trincado.

A ruiva deu de ombros. “Só acho que deveríamos relembrar os velhos tempos...”

“Não existem velhos tempos.” Rosnou. O que ele mais odiava era aquilo! Por isso que ele gostava de ir à puteiro, pelo menos ninguém lá tinha a pretensão de achar que tinha alguma coisa com ele.

Ela ignorou e foi se aproximando até agarrar sua gravata e colar seu corpo no dele. O general olhou-a por cima, percebendo o que já vira há um bom par de anos: ela não era mulher de se jogar fora. Praticamente se jogava para cima dele toda vez que ia lá e sempre fazia bom trabalho na cama. Na última vez, quando ela o procurara, aquela infeliz maldita inventara aquela história de gonorréia, fazendo com que houvesse uma rixa entre as duas que deu até em punição para o novato. E ele não a procurara tão pouco, já que estava ocupado demais tentando se livrar da porra que era aquela infeliz para isso.

“Eu sei o que aconteceu na NSA. Arthur contou-nos. Aquela desqualificada era infiltrada da máfia italiana, e eu sempre desconfiei...”

“Então por que será que não desconfia que eu não esteja nem aí para você?” Rosnou, empurrando-a para longe. Sabia bem o jogo dela. Até um tempo atrás até fingia que não sabia para se aproveitar, mas não estava mais com saco para aquela porra.

“General!”

“Já era para ter pegado o recado muito antes, Kate.” Rosnou. “Não sou otário para acreditar nessa sua ladainha de só querer sexo. Se você quer arranjar um otário que acredite e que possa dominar, não procure na NSA.”

Encaminhou-se então para fora dos estábulos deixando uma mulher indignada para trás. Mas se alguém pensava que estava sentindo remorso ou que sofrera com alguma coisa estava bem enganado. Só o que podia era sentir raiva das mulheres.

Por que elas não enfiavam na porra da cabeça delas que, quando um homem só a procurava para sexo, dificilmente ele queira algo sério com ela? Se com isso era dificilmente, imagina se quando o dito cujo nem precisava ir atrás. Poderia existir toda aquela porra de exceção ou o raio que o parta, ele não estava a fim de ouvir histórias de prostitutas que se casaram, mas sempre as pessoas deveriam se vir como regra, e não como a exceção! Não importa o quão especial você ache que seja.

Ao chegar à sede, encontrou Arthur esperando-o na porta. Os dois homens se cumprimentaram polidamente daquela maneira enfadonha com direito a socos nas costas.

“Pensei que Kate havia lhe amarrado no cabresto!” Brincou.

“Tá pra nascer à mulher que faça isso.” Revirou os olhos. Logo atrás deles o piloto do helicóptero apareceu. Cumprimentou Arthur polidamente e o general deu-lhe licença para descansar.

“Tá certo, Cullen. Você se acha muito invencível.” O diretor disse enquanto andava pelo interior da casa grande. Edward ao olhar para aquele cenário que lhe trazia tantas memórias, fechou a cara.

“Talvez por que eu seja.” Respondeu.

Os dois homens foram até o salão onde uma mesa havia sido posta com café. Encheu uma xícara com café amargo e enfiou umas torradas na boca, enquanto conversava com Arthur sobre amenidades. Até que surgiu o assunto inevitável: a situação da NSA.

“Imagino como devem estar às coisas por lá.”

“Nada que não podemos controlar.”

“Alguma pista sobre onde ela esteja?” Antes que saísse de sua boca um “não sei e tenho raiva de quem saiba”, respondeu que estavam chegando perto e que não demoraria muito para encontrá-la.

“É tão estranho...” Disse Arthur mexendo em sua xícara com movimentos circulares. “Aquela mulher esteve aqui conosco... Participou de todas nossas atividades... Arranjou encrencas... Dormiu no mesmo quarto que você!” Edward engoliu o café lentamente enquanto ouvia aquelas coisas. “E nunca desconfiamos.”

Não respondeu nada.

“Sabe que McCarthy veio me dizer uma vez que desconfiava que estivessem juntos?”

“McCarthy é outro filho da puta.” O general rolou os olhos, lembrando-se da reunião no início do ano em que o infeliz levantara a suspeita que estivesse apaixonado por ela. Era muita sorte dele que não tivesse cruzado com seu caminho nas últimas semanas, por que do jeito que estava era bem capaz de quebrar a perna dele de novo.

E agora... Todo mundo estava achando que eles tiveram alguma coisa? Primeiro McCarthy... Depois Mary... Só faltava...

“Eu também achei por um tempo.”

Pronto. O general fechou a cara mais ainda.

“É bom mesmo que os verbos sejam conjugados no passado.” Rosnou.

“Na verdade,” Arthur continuou. “É que todos que conhecem você há muito tempo sabem o quão dedicado ao país você é e só queremos que você possa descobrir... Outras coisas da vida.”

Edward bufou, sem responder.

“Não vê George? Está com mais de quarenta anos e se casou! Mesmo ele que sempre foi muito dedicado ao trabalho.”

“E provavelmente vai se divorciar daqui duas semanas.” Edward revirou os olhos. “Mulher só serve para passar tempo, Arthur. Todos vocês, casados, parecem que se esqueceram disso e só passam a lembrar depois que assinam o maldito documento.”

Arthur riu e logo um funcionário vestindo roupas de vaqueiro apareceu, interrompendo-os. “Chefe, consegui aquelas informações que o senhor pediu.”

“Ah, perfeito!” Celebrou. “Quais são os dias da apresentação?”

“Sexta e sábado.”

“Ótimo!” Arthur ao olhar para Edward que os encarava com uma sobrancelha arqueada, logo explicou. “Lembra aquela boate que fomos uma vez... O Coral Gables?”

“Vagamente.”

“Estreou uma nova beldade lá semana passada e vem gerando maior comentário pelas redondezas.”

“O que aconteceu com aquela mulher que era como se fosse o ouro deles?”

“Tanya! Sofreu um acidente de carro e está no hospital. Mas aquela senhora esperta parece que fez uma ótima substituição.” Disse, referindo-se á madame Tiffany.

“E aí, chefe, quando vamos?”

“Vamos aproveitar a presença de Cullen e vamos hoje.” Disse virando-se para Edward aguardando a resposta.

Este arqueou uma sobrancelha. “E o que aconteceu com sua esposa?”

“Pelo amor de Deus!” Arthur levou as mãos para o céu. “Só olhar não mata. Além do que mesmo que eu quisesse alguma coisa, qual a probabilidade de uma delas me escolher?”

Edward deu de ombros e continuou a tomar seu café, pensando em como todo o mundo era uma ironia.

“Só aconteceu três vezes na história da boate!” O funcionário estava dizendo.

“E dois eram militares, não? Essas mulheres adoram gente com farda, por que você acha que eu entrei pro exército?”

Revirando os olhos, o general levantou-se.

“Bem, não sei vocês, mas eu entrei no exército para trabalhar, então vamos logo tratar dessa porra, Arthur.”

Arthur fingiu desgosto, mas logo se levantou também indo até seu escritório. Lá dentro, acertaram as questões dos dias e das atividades que seriam empregadas naquele ano para os novos novatos.

“Vamos trazer os principiantes esse ano também.” Cullen avisou.

“Pelo amor de Deus, aquele menino esquisito ainda continua na NSA?”

“Deve estar falando de Whitlock.” Revirou os olhos, lembrando-se o incidente no domingo.

“É, o garoto das galinhas. Acho que vou colocar aqui no contrato que é proibida a entrada nele nessas cercanias!”

Terminado os trâmites, Arthur recostou-se de melhor forma em sua poltrona e suspirou cansado. “Bem, está tudo feito. E o que você decidiu? Vamos ver se finalmente alguma mulher vai chamar a atenção do digníssimo general Cullen?”

Revirou os olhos. “Eu vou. Mas só para provar que eu sou imune a essas merdas.”

Na verdade, estava indo para poder tomar umas boas doses e tentar que, pelo menos por um segundo, aquela porra de mulher saísse de sua mente.

* * *


“Boa noite, senhorita.” O segurança cumprimentou-a com um sorrisinho de lado. Com um aceno em retorno, Bella arrumou o sobretudo no corpo e levou uma mão ao nariz um pouco irritado por causa do vento, enquanto pisava nos primeiros degraus que levavam até a entrada dos funcionários.

Mal chegando a dois metros da porta já ouviu os gritos ardidos de uma mulher. Desconfiando do que se tratava, rolou os olhos levando a mão até a maçaneta e abriu a porta aumentando os decibéis da gritaria.

“ISSO É INJUSTO, MADAME! NÓS ESTAMOS AQUI HÁ ANOS E ESSA AZINHA DESLEIXADA ASSUME O LUGAR QUE DEVERIA SER NOSSO?”

“Bem vinda ao show.” Victória cumprimentou-a assim que botou os pés na cozinha. A ruiva estava apoiada em uma bancada entornando um copo da primeira bebida que conseguira surrupiar naquela noite. Parecia entediada e alheia ao mundo como sempre e acompanhava vagamente os passos que Bella dava da porta até o armário de casacos.

“Muito obrigada.” Bella respondeu ironicamente retirando o sobretudo e pendurando em um cabide.

“NÓS SOMOS BEM MELHOR QUE ELA...!”

“Desde quando isso?”

“Uns vinte minutos com Jéssica falando sem parar.” Deu de ombros. “Madame está ficando estressada, se ela não se cuidar, vai acabar perdendo o emprego.”

Bella olhou para o copo na mão dela. “Quem vai acabar perdendo o emprego será você. Vai acabar se ferrando se alguém contar.”

“Relaxa gata...” Retrucou dando mais uma bebida. “Sabe, isso não traz prejuízo algum para o estabelecimento. E outra, nós não ganhamos bem o suficiente, só estou cobrando o que acho que falta no meu salário.”


Bella riu e logo seus ouvidos continuaram a ser invadidos pela gritaria no outro cômodo.

“EU TENHO TODO O DIREITO DE RECLAMAR! A SENHORA DISSE QUE QUANDO PRECISASSE, EU QUE SUBSTITUIRIA TANYA!”

“Realmente. Se as pessoas estivessem pedindo por VOCÊ naquele palco, com certeza estaria lá!” Ouviu a madame retrucar com sua voz de barítono. Já sabendo de cor toda aquela ladainha, encostou-se na bancada da pia e ficou a analisar suas próprias unhas.

“Mas...”

“Mas é a Claire que estão pedindo! Essas pessoas foram atraídas pelos boatos que ELA levantou! Estamos tendo mais lucro por causa DELA! Então o dia em que você conseguir a mesma coisa, pode ter certeza que te colocarei naquele palco!”

“Essa doeu...” Victória riu baixinho. Houve um silêncio no outro cômodo e logo passos pesados ecoaram em direção a cozinha onde se encontravam. Assim que entrou no recinto e encontrou o motivo de suas reclamações encostada despreocupadamente na pia, Jéssica estancou encarando-a com raiva. A criminosa fitou-a despretensiosamente e teve que controlar todo seu ser para não rir quando a dançarina ameaçou um clichê:

“Você vai me pagar caro por isso.”

“Ficarei aqui esperando ansiosamente.” Retrucou arqueando uma sobrancelha zombeteira. Jéssica bufou descontente. Girou nos calcanhares e logo sumiu de vista com passos pesados.

“Você é má...” Victória riu para Bella.

“Má, eu?” Riu. Endireitou-se e roubou uma maçã da fruteira. “Bem, deixa-me arrumar antes que ela bote fogo no camarim.”

“Eu não duvidaria nada disso.” Victória respondeu bebendo mais uma dose. Rolando os olhos, Bella saiu da cozinha com os passos rebolados de uma mulher confiante de salto alto. Levou a fruta aos lábios e deu uma boa mordida, dirigindo-se para onde agora era SEU camarim.

Na última sexta feira tivera certeza que fora a melhor dançarina que aquela boate jamais havia visto. Os homens ficaram doidos com ela e madame nem teve dúvidas ao dizer para continuar no lugar de Tanya enquanto esta estivesse no hospital. Embora duvidasse que mesmo se Tanya voltasse, ela continuaria em algum lugar de destaque.

Mas bem... Tanya não perderia o emprego já que dentre pouco tempo partiria daquela boate, da cidade, estado, país e até continente! Mal via a hora para que fosse embora daquele lugar que só lembrava-a de seu passado. Passado esse que queria esquecer mais que tudo.

Seu objetivo era ficar ali até o máximo um mês, pois sabia que mesmo dançando mascarada, não poderia correr tantos riscos. Pelo o que ouvira de alguns comentários das meninas, alguns militares freqüentavam ali de vez em quando e também naquele dia começara a ouvir barulho de helicóptero ali.

Tiffany lhe contara que sua apresentação dera grandes comentários pela cidade e que várias pessoas ligaram pedindo pelos dias de sua apresentação. Mas apesar daquilo fazer bem para seu ego, ela não se interessava muito, afinal, sua mira era em Paul Severin. O que claro, faria com que Jéssica a odiasse ainda mais. A outra não a perdoava por ter “roubado seu lugar de direito” e outras dançarinas também ficaram descontentes, mas só Jéssica que vivia reclamando e reclamando como se pressentisse o que a criminosa planejava.

Bem... Não tinha culpa de ser mais bonita e poderosa do que a outra. Algumas coisas eram inatas. Não tinha nada a ver com os genes que Jéssica recebera de seus pais.

Ao chegar ao camarim sentiu o perfume de algum tipo de flor que parecia dominar o “backstage” inteiro da boate. Observou novamente a poltrona de couro branco em um canto; o divã; a mesinha com algumas bebidas; a porta que levava a um armário com as roupas e a mesa de maquiar com grandes espelhos para se ver de todos os ângulos.

Deixou a maça pela metade em cima da mesinha e foi direto para o armário ver se tinha algo interessante para aquela noite. Ou melhor, para Paul naquela noite.

Mais uma vez se deparando com fantasias como noiva safada, empregada safada, diaba safada, enfermeira safada, professora safada, colegial safada, Rapunzel safada e mais mil e outras coisas no quesito “safada” fez com que torcesse o nariz e cresse cada vez mais na falta de originalidade do povo.

“Mas que porra é...” Murmurou se deparando com uma fantasia de Pikachu safado.

“Ninguém nunca usou.” Sobressaltou-se com a voz da madame que acabava de entrar no camarim, junto com o perfume que lembrava muito bem o que imperava aqueles arredores.

“Não me surpreende.” Murmurou jogando as anteninhas para o lado.

“Você pode usar aquela roupa do soldado do império do Star Wars novamente. Fez sucesso.” Comentou acomodando-se na poltrona de couro e acendendo um cigarro.

“Quero algo diferente.” Torceu o nariz, pensando, mas nenhuma idéia lhe vinha na mente. O que caras como Paul gostavam? “Tem outro lugar onde posso encontrar esse tipo de roupa?”

“Tem um baú velho e poeirento no depósito. Deve ter alguma coisa.” Pegou seu celular e discou dois números. Logo um segurança de dois metros apareceu e madame pediu o tal baú. Dentro de três minutos, o dito cujo voltava com o objeto e depositava-o no chão. “Obrigada, John.” Ele assentiu e foi embora tão silenciosamente como havia chegado.

“Fique a vontade. Se você achar algo aí... És sortuda.” Comentou dando uma tragada enquanto ficava a observar a mulher que se sentava perto do baú e começava a mexer em todo seu conteúdo. Bella tinha um rosto bonito, mas não pelas características convencionais... Sim, ela tinha bons traços, mas o que fazia com que os homens a reparassem a segunda vez era a áurea de confiança que exalava dela.

Aquela mulher tinha um ego surpreendentemente alto e acreditava muito no próprio taco e isso se tornava um atrativo. Sem contar o corpo que era todo no lugar, torneado.

Investia no tipo de Tanya, pois era bem louvada pelos homens que gostavam do tipo “florzinha”, “meiguinha”, “inocente”, mas que fazia coisas sensuais. Agora Bella não... Nunca que alguém a compararia com uma “flor”, mas sim com um vulcão e daqueles em extremo estado de erupção e madame descobrira que aquele tipo era bem mais lucrativo.

Levando a ponta do cigarro ao isqueiro, perguntou:

“Achou alguma coisa?”

“Ainda não.” Ao mesmo tempo em que dizia isso, sua mão acabou esbarrando no que parecia ser uma sacola plástica. Intrigada, puxou-a bagunçando todas as outras por cima e tirou o conteúdo de dentro dela. E ao ver do que se tratava só pôde rir com a extrema ironia da situação.

Tiffany ergueu os olhos e ao ver também, pareceu surpresa. “Não sabia que tínhamos essa roupa...”

“É perfeita!” Bella riu tirando cada peça e esticando no chão. “Simplesmente perfeita!”

“Tem certeza, Claire?”

“Absoluta!” Respondeu com toda a certeza.

“Você quem sabe...” Rolou os olhos apagando por fim o cigarro e se levantando. Ao ver isso, Bella chamou-a.

“Madame!”

“Sim?” Voltou-se para ela.

Escolheu bem as palavras. “O que acontece se eu me interesso por algum homem da platéia?”

“Está interessada em algum?” Arqueou uma sobrancelha.

“Não, é só curiosidade.”

“Bem...” Suspirou. “Se você se interessar por algum homem, você o escolhe. Mas isso tem que ser na frente de todos os outros, por isso geralmente é feito durante as apresentações.”

“E... Não corre nenhum risco de eu escolher e ele não quiser?”

Madame riu envergando a cabeça para trás. “Absolutamente não! Todos os homens que vem aqui sabem que podem, mesmo muito não provavelmente, serem escolhidos. Se eles freqüentam, é porque querem!”

“Ah... Obrigada. Era só para saber...” Desconversou.

Madame olhou-a divertida. “Bem, mesmo sendo “só para saber” para sua informação a chave do quarto fica naquele armário verde perto do palco.” Piscou e logo saiu do camarim.

Bella sorriu e logo observou as roupas em sua frente. Quando falava que o mundo era uma ironia, ninguém acreditava. Mas o que mais poderia ser?

Respirou fundo sabendo que se permanecesse ali pensando e suspirando logo acabaria desanimando e aquilo era tudo o que menos precisava no momento. Levantou-se, determinada, e logo vestiu as roupas da noite.

Assim que terminou, instalou-se defronte ao espelho e começou a se maquiar. Não tinha que fazer muita coisa já que usava máscara, por isso caprichou bastante no batom vermelho escarlate.

Colocou a máscara que combinava com seus trajes e observou seu reflexo no espelho. De freira... A show girl. Realmente o mundo era uma ironia.

Se olhando daquela maneira, lembrou-se de poucas semanas antes (que mais pareciam meses) em que esteve na companhia daquele bruto de homem... Quando estivera nos braços dele naquele cemitério achando que tudo daria certo porque ele estava do lado dela.

Fechou os olhos lembrando-se dele acariciando seu cabelo e falando nada com nada simplesmente para não ficarem em silêncio... Dele prometendo que toda aquela história teria um bom fim...

Por mais que tentasse se enganar, se antes estivesse sentindo todo o peso de sua identidade sobre seus ombros, ali naquela hora não era diferente, se não pior. Nunca pensara em como era importante ter alguém em que podia confiar, sem usar máscaras e escolher cada sílaba, por mais arrogante que fosse esse alguém.

Nos últimos tempos se via pensando nele constantemente, lembrando-se de todos os momentos... Especialmente aqueles vividos naquele estado e na conversa com Mary em que ela dizia que estava apaixonada por ele.

Era ridícula aquela idéia... Mas então, porque pensava tanto nela?

Abriu os olhos e suspirou olhando-se. Tinha que se lembrar que aquele mesmo homem que naquele momento pensava, transformara sua vida no último ano em um verdadeiro inferno. Fora o mesmo homem que dissera aquelas coisas no cemitério... O mesmo que batera nela naqueles primeiros meses. O mesmo que dissera que não chegaria a lugar nenhum sem ele.

Pois então... Estava ali agora não estava? Com dezenas de homens querendo e desejando-a. Não precisava dele, assim como havia dito. E prosseguiria sem ele, assim como havia prometido.

Endireitou os ombros e olhou dentro de seus próprios olhos que traziam uma determinação sem limites. Não importava o que Mary falava; o que ELE falava ou o que sua própria mente lhe dizia.

Levantou-se determinada e encaminhou-se até o armário verde perto do palco. Pegou uma chave e guardou-a no sutiã, respirando fundo e erguendo o queixo mostrando para quem estivesse vendo que era uma mulher decidida, que pouco se ligava com seu passado e com as pessoas que pertenceram a ele.

Ouviu o locutor anunciando seu show e olhou-se em um espelho de corpo inteiro ao seu lado. Estava perfeita. E assim seria. E mesmo que certa imagem de um militar não saísse de sua mente, escolheria Paul Severin aquela noite e não haveria ninguém que a impedisse de alcançar seu objetivo.


* * *



“Oh meu Deus... Victória!” Jéssica “sussurrou” para a colega que estava agachada atrás do balcão bebendo licor. Se alguém fosse fazer uma caricatura da bela ruiva de olhos azuis, com certeza um copo estaria em sua mão. Se alguém a visse sem aquele acessório básico por perto, era porque madame estava nas redondezas.

“Que foi? É madame?” Já foi escondendo o copo embaixo de um compartimento.

“Não, meu Deus, você precisa ver isso!”

Levantou e espiou o que Jéssica tanto admirava. “O que foi?”

“Olha aqueles dois homens que acabaram de entrar aqui, meu Deus! Olha aquele mais alto!”

“Hm... Parecem militares.”

“Será que são daquela fazenda lá... Hammer... Hammer... Alguma coisa...”

“Não sei, mas os militares costumam vir aqui no verão, lembra? Quando tem a temporada daquele outro lugar lá que vem um monte de gente de Washington...”

“Bem, não importa. Mas ele é totalmente lindo!”

“Se bem que o quarentão ainda dá pro gasto, hein...”

“Vai, Victória! Eles sentaram-se à mesa... Vai servi-los!”

A ruiva ajeitou os cabelos e estufou o peito. “Deseja-me sorte, gata.”

Na mesa em que acabavam de se sentar, Arthur olhava ao redor e comentava: “Essa mulher deve ser um espetáculo! O lugar está lotado e ela só apresentou-se uma vez!”

“É só porque é novidade.” O general rolou os olhos, irritado. Não sabia por que concordara em ir até aquela porra de boate aquela noite com Arthur. Tinha tantas coisas para fazer, como cuidar de sua vida, e estava ali... Vendo mulheres que não se valorizavam dançar em cima da porra de um palco. Está certo que quando dizia isso algum infeliz falava que o Coral Gables era diferente... Era único e toda aquela merda que pessoas diziam... Mas era tudo a mesma porra, tendo gente engravatada como cliente ou não.

Ajustou-se em sua cadeira e afrouxou um pouco o nó de sua gravata. Percebeu um olhar cravado em si, mas nem se deu ao trabalho de checar já que estava recebendo vários do mesmo tipo.

“Posso servir aos senhores?” Uma ruiva apareceu com o uniforme do dia das funcionárias: vestidos e meias alemãs. A máscara era uma cor de creme cheia de plumas que balançava conforme ia se movimentando.

Enquanto Arthur pediu uísque o general pediu conhaque, mal olhando para a dançarina. Com uma carranca no rosto, Victória voltou para o bar e bufou:

“O mais bonito nem olhou pra minha cara e o outro tinha uma aliança enorme no dedo!”

Jéssica espiou-os ao mesmo tempo em que preparava os drinques. “Será que eles estão aqui por causa da piranha?” Disse, referindo-se a Bella.

A outra revirou os olhos. “Não sei, mas pelo menos ele poderia ter olhado para minha cara, não?” Resmungou. Jéssica então teve uma idéia.

“Faz assim então... Eu vou lá com as bebidas agora e você fica aqui tomando conta do bar.”

“Como quiser.” A ruiva deu de ombros. Jéssica estufou o peito, ajeitou os cabelos e pegou a bandeja com os drinques se dirigindo a mesa dos militares.

Ao lá chegar, falou com a voz mais sedutora que podia: “Aqui estão às bebidas que os senhores pediram.”

“Muito obrigado.” Arthur piscou pegando seu uísque. Edward, novamente nem olhando na direção da servente, pegou seu copo e entornou metade do conteúdo de uma única vez.

A dançarina ficou encarando-o ansiosa, esperando que ele levantasse os olhos e olhasse-a com interesse. Como o tempo foi passando, Arthur olhou para a moça e logo depois para Edward, e este, finalmente percebendo, levantou os olhos para Jéssica.

“Não tem mais nenhuma porra de mesa para atender, não?” Rosnou.

Magoada, Jéssica engoliu a raiva e virou-se de volta para o bar onde começou a xingar o homem com todos os palavrões do mundo.

“Não fica assim, Jéssica. Ele também nem olhou para mim.” Victória a animou.

“É! Quer saber?” Virou-se para o espelho e ajeitou o decote. “Eu acho que ele é gay!”

Na mesa, Arthur ria.

“Você magoou os sentimentos da moça, Cullen. Isso não se faz.” Brincou.

“Quero distância de mulheres essa noite.” Rosnou. “Só estou a fim de beber essa porra.” E esquecer... Completou em sua mente.

O outro riu. “Sabe qual é minha opinião? Todos os homens devem beber pelo menos uma vez por semana...” Voltou o copo na mesa e acrescentou. “Principalmente nós, militares.”

“A maioria viraria um bando de alcoólatras filhos da puta.” Salientou, fazendo menção á vida árdua naquele meio.

“Isso é verdade.” Riu. “Principalmente agora que uma mulher vem enganando todos os grandes homens ‘nsanianos’.”

Edward fechou a cara. “Não quero falar da porra dessa mulher hoje, Arthur.”

“Você está realmente puto com essa situação, não?”

“Só fico puto com as coisas que não consigo controlar. Ou seja, nada.” Defendeu bebendo mais um pouco do conteúdo.

Arthur deu de ombros enquanto Edward começou a prestar atenção nas dançarinas que rodopiavam pelo palco. Não era hipócrita a ponto de dizer que as mulheres que ali trabalhavam eram feias, porque não o eram. Mas nenhuma o interessava. E não só ali na boate, em todos os outros lugares.

Nunca olhara para uma mulher e dissera “é ela” ou mesmo ficado boquiaberto com uma beleza mais acentuada. Aquele sexo para ele era justamente só para aquilo... Sexo. Nada mais.

Mais aquilo era bom... Muito bom. Significava que nunca se prenderia a coisas tolas e fracas como casamento e paixão. Era um homem de objetivos fortes e vigorosos... E estava muito firme em sua convicção de que mulher só atrapalhava a vida de um homem. E a sua já estava tão na merda que não precisava de mais nada para atrapalhar.

Enquanto observava uma das dançarinas mascaradas, de repente uma delas, a morena, desatou um lenço que trazia amarrado no pulso e deixou-o cair a seus pés. Aquilo fez com que instantaneamente se lembrasse de seu novato deixando a toalha cair naquele banheiro da NSA, perguntando a ele se via algum homem ali... Conseguiu lembrar-se perfeitamente daquele momento, de como olhara para todo aquele corpo e sentira toda aquela merda...

E aquela lembrança foi puxando outra... E mais outra... Até que sua mente virou um filme lembrando cada momento ao lado daquela mulher... Seus olhos ficaram vidrados encarando o palco, e sua mente ficou longe... Relembrando...

E quando finalmente se deu conta do que estava fazendo, ajeitou-se na cadeira e se amaldiçoou mil vezes por estar pensando naquela porra de mulher justo naquele momento. Parecia que quando finalmente poderia ter sua mente só para si, ela aparecia novamente enchendo-lhe o saco.

Irritado, terminou o resto da bebida e logo providenciou mais um copo nem percebendo que as dançarinas começaram a sair do palco para preparar a próxima apresentação.

Arthur, que estava se divertindo com o ambiente ao redor, ao olhar para o general Cullen logo inquiriu, preocupado:

“Aconteceu alguma coisa, Edward?”

“Não.” Rosnou bebendo mais um pouco querendo que aquela porra de líquido fizesse o que ele não conseguira: Tirar aquela maldita de seu sistema.

“Você parece estressado...” O que não era bem uma novidade, já que ele sempre estava ligado no modo “estresse”.

“Impressão.” Respondeu secamente olhando o palco na penumbra.

“Ei, olha quem está aqui.” Arthur exclamou olhando alguém atrás do general. “Esse homem não morre mesmo. Sabe Paul Severin?”

O general bufou. “Aquele infeliz que tentou comprar a fazenda e quando foi negado foi procurar o prefeito de Newport?”

“Esse mesmo.” Assentiu. “Esse cara está envolvido com coisa bem barra pesada, mas não deixa rastros. Não temos uma única prova capaz de incriminá-lo.”

“Enquanto não entrar em nosso caminho, deixa o filho da puta se achar o rei da situação.” Disse, dando de ombros. Estava pouco se lixando para “reis” regionais. Em todo canto daquele país tinha aqueles envolvidos com coisas ilícitas que eram quem na verdade administravam as cidades e estados... A NSA estava ciente disso, assim como todo o governo americano, mas a política era justamente essa: Enquanto não entrar no caminho...

Acabou por dar uma olhada para o tal homem que estava a duas mesas deles, bebendo e conversando com mais dois companheiros. Como que pressentindo que alguém o observava, olhou na direção do general e aqueles olhos pretos como carvão encontrou os verdes esmeralda. Edward não desviou a encarada logo de cara, mas ficou a observá-lo por tempo suficiente para mostrar que não estava nem aí para o que ele poderia significar.

“ATENÇÃO, SENHORAS E SENHORES! CHEGOU O MOMENTO QUE TODOS ESPERAVAM! RECEBAM NOSSA MAIS NOVA DANÇARINA... CLAAAAAIRE!”

Bufando, o general levou o copo aos lábios ao mesmo tempo em que uma música com batida sensual começava a tocar. Fez uma careta tanto para a ardência em sua garganta tanto para a merda que sabia ser aquela apresentação.

Uma série de aplausos surgiu, junto com assovios e exclamações e ele simplesmente rolou os olhos pensando que qualquer menina recém saída da puberdade vestida de colegial estava se apresentando.

“Meu Deus... Cullen...” Ouviu Arthur murmurar.

Bufando descontente, o general entornou o resto de seu copo e virou-se com olhos entediados para o que deveria ser a noite mais chata de sua vida...

PARTE II

Assim que seus olhos encontraram o que os aguardava, suas pupilas dilataram para se acostumar com o estado de semi-escuridão que o palco e todo o ambiente passou a se encontrar. Gelo seco fazia companhia a semi-luz, se esgueirando por entre os espaços e, como mãos fantasmagóricas estendendo suas garras, envolvendo a figura esguia e sensual que se apoiava no cano de poli dancing.

Embevecidos por aquela visão misteriosa, os homens nos minutos que se seguiram, não conseguiam fazer nada a não ser seguir com os olhos a perna da dançarina se esticando no ar lenta e sensualmente, logo com a companhia do braço e do tronco que foram se arqueando para trás.

Seguindo o ritmo da música sensual, porém calma, a figura apoiou um pé logo após o outro no chão e logo, como uma cascata, um manto caiu a seus pés. A vestimenta cobria-a dos pés a cabeça, como se fosse às roupas de um coveiro, não revelando nem mesmo boa parte de seu rosto.

Duas mãos escaparam da vestimenta para escorregarem no cano, fazendo com que ela se agachasse e o manto se estendesse no chão. Suas pernas adornadas por uma poderosa bota de couro escaparam do tecido e se estenderam no ar, fazendo com que cada olhar fosse da ponta de seus pés até o fim desta, perto dos joelhos, o máximo que conseguiam ver.

Sentindo somente sua própria respiração, o general sorveu mais um pouco de seu drink enquanto encarava a dançarina, que usando aquelas roupas e com aquela luz, parecia mais um espectro. Assim que botara os olhos nela, começara a sentir uma sensação estranha... Parecia que aquela figura misteriosa era uma espécie de imã e seus olhos o metal que era atraído por ele, portanto por mais que tentasse, não conseguia despregar os olhos dela, como todos os outros reles mortais presentes ali naquele recinto.

Então, ela levantou, insinuando-se levemente contra o cano. Por dentro do capuz, seus lábios pintados de vermelho passaram a ser vistos, lábios esses que carregavam um sorrisinho sacana, que, vendo em todo o conjunto, parecia um vampiro se preparando para a caça. E estava.

Começou a seguir com as próprias mãos as curvas de seu corpo coberto pela vestimenta. Fazia aquilo tão lentamente, passando a mão tão rente, que parecia que se deleitava com o verdadeiro circuito de fórmula um que lhe pertencia. Quando Arthur – e mais alguns homens – fitaram com os olhos atentos a passagem demorada delas sobre seus seios, ajustou-se melhor na cadeira e murmurou um implorante: “Meu pai...”

O general deu um sorrisinho de lado, parabenizando-a. Ela sabia o que estava fazendo. Provavelmente era uma daquelas putas bem rodadas naquele meio, que viviam daquilo e morreriam fazendo aquilo. Pelo menos aquela noite não estaria perdendo tempo com novatas... Porque de novatas, ainda mais as novatas filhas da puta e criminosas, já estava cheio.

Bella fechou os olhos por um segundo, sorrindo. Adorava aquela sensação de estar em cima de um palco com todos desejando-a. Se sentia poderosa, viva... Alguém. Abrindo os incríveis orbes castanhos, afastou-se do cano e, como combinado com o DJ, a música parou.

Podia quase apalpar a ansiedade e expectativa do ambiente tamanha a intensidade. Um sorriso maior pintou-lhe nos lábios, lembrando-se da NSA procurando-a em todo o país, e ela ali, dançando para quem quisesse ver, fazendo os homens ficarem loucos. Divertiu-se com a idéia de que se um dia fosse presa, aqueles homens poderiam fazer um protesto a seu favor, defendendo que a pena da ALFA-I seria dançar para sempre para eles.

E aquela noite não lhe importava o seu passado. Não importava quem era. Não importava quem deixara para trás. Naquele palco, finalmente era Isabella Swan, não mais Claire Evans.

Respirou fundo uma única vez antes de uma nova música começar. Agora sim, o verdadeiro show começaria. Com a batida forte, penetrante e extremamente sensual, os holofotes se acenderam, iluminando todo o palco. E assim que isso aconteceu, levou as mãos até a parte da frente do manto e arrancou-o de uma única vez, revelando-se perfeita naquela luz.

E, quando isso aconteceu, vários homens assoviaram e aplaudiram, mil comentários como “LINDA!” e “GOSTOSA!” foram ouvidos, mas tudo o que o generalíssimo Cullen conseguiu fazer foi quase cuspir todo o conteúdo que já tinha bebido tamanho o choque que levou; olhá-la dos pés a cabeça e murmurar um aturdido:

“Po... rra.”

Arthur, ao seu lado, trazia a mesma reação, mal podendo fechar a boca.

Geralmente o generalíssimo não era pego de surpresa, mas naquele caso mal podia acreditar no que via. Com os quentes olhos verdes, secou-a inteirinha, começando pela bota de cano alto que ia até os joelhos e terminava em uma meia arrastão. Esta, por sua vez, desembocava em um short microscópico que mal cobria o que moças recatadas geralmente cobririam. Um cinto de couro circundava o quadril e logo acima sua barriga lisinha e perfeita se exibia com orgulho, terminando em uma blusinha mínima que mal cobria os seios e luvas que iam até os cotovelos.

Aqueles trajes poderiam ser considerados normais na maior parte das boates, mas não quando o acessório na cabeça era um quepe, na blusinha havia insígnias e toda a roupa era camuflada. Ela estava... Estava... Fardada!

Antes mesmo que pudesse pensar em alguma coisa, seu corpo já havia reagido. Se os homens normais já ficavam excitados com aquilo, imagina um militar ao ver uma mulher vestida de militar. Na NSA era comum mulheres para todos os lados, mas aquela farda era mais feia que o inferno... Não se tratava daquele short... Ou aquela bota... Ou merda!

“Cullen... Do... Céu...” Ouviu Arthur murmurar ao seu lado, refletindo sua própria reação.

O general, como resposta, quando uma garçonete passou com uma bandeja de uísque, nem pensou duas vezes antes de pegar um copo e entornar metade, sem deixar de encarar a mulher que se agachara e pegara um cassetete que começara a bater na outra mão como se fosse a porra de uma policial.

A criminosa trabalhara em uma das melhores casas noturnas de Roma. Aprendera com as melhores na área como fazer um bom show e sabia exatamente o que fazer com aquele mínimo espaço do palco e o cano. Mexia os quadris de um lado para o outro, aproveitava das torneadas pernas... Da barriga perfeita... Do bastão... Fazia com que nenhum homem tivesse a coragem de desviar o olhar do dela.

Arthur, lambendo os lábios, deu uma olhadinha de esguelha para o general e perguntou brincalhão:

“O que você tem a me dizer agora, Cullen?”

Ele deu de ombros enquanto secava-a dos pés a cabeça. “Até que dá pro gasto.”

Mas seus olhos não desgrudavam dela... Seu corpo reagia excitado ante aquela visão... O corpo da mulher era perfeito, tudo no devido lugar... E ainda mais salientados pela farda que... Puta merda.

Ela tinha um jeito de mexer que tragava todos os olhares... Era impossível desviar. Os olhos verdes, sempre tão quentes, estreitaram-se com precisão militar ao analisá-la, mas então... Começou a sentir que algo estava estranho.

Quanto mais olhava para ela, mais achava que tinha algo extremamente familiar ali... Mais se lembrava de uma infeliz filha da puta que conhecera...

Ao perceber que estava lembrando-se daquela maldita novamente, levou o copo aos lábios e se amaldiçoou. Mas nem todas as pragas que pudesse jogar contra si poderiam tirar o caroço que se formara em seu cérebro.

O generalíssimo franziu ainda mais a testa e deu uma sorvida no drinque, sentindo que estava suando em algumas partes do corpo. Inclinou a cabeça ligeiramente para o lado, observando-a dançando e provocando todos os homens ali presentes com aquele bastão. Aquele corpo... Aquela pele...

Ela brincava com o instrumento por todo o corpo... Fazendo com que cada homem pensasse que fosse aquele maldito cassetete. Enquanto batia com ele na outra mão, lembrava-se perfeitamente do general desfilando pelos corredores da NSA com o seu na mão. O mesmo que uma vez batera nela.

Ao lembrar-se de como o mundo dava voltas, formou um sorriso sacana nos lábios imaginando o que ele faria se a visse ali, praticamente zombando de sua farda e toda a merda de sua hierarquia. E foram aqueles lábios que chamaram a atenção do general... Conheci-os. Também conhecia aquela porra de sorriso sacana... Sorriso de mulher que sabia o que queria... Sorriso de mulher que estava adorando aquela porra...

Endireitou a cabeça e estreitou os olhos, tentando ser coerente. Sua mente começou a trabalhar em uma velocidade surpreendente até mesmo para seus altos padrões. Seu sangue começou a velejar rapidamente em suas veias; o pomo de adão saltar descontroladamente á medida que olhava novamente aquele sorriso e aquele corpo.

Não era possível... Não era possível que fosse... Não era...

Alheia a presença dele, Bella passou a mão por todo o corpo, mordendo os lábios e espiando-os através da máscara também camuflada que usava.

Mexendo um quadril de um lado para outro, levou as mãos até o cinto e lentamente tirou-o, jogando em algum canto do palco, sem parar de dançar ao ritmo da música contagiante. Virou-se de costas e começou a brincar com o cós do short, ora abaixando-o ora subindo-o, mas o suficiente para que todos vissem a fitinha mínima da calcinha que usava por baixo.

Desfilou até o cano e voltou a brincar com ele. Girou e prendeu as pernas, deixando as mãos livres para brincar com o cassetete ao longo do corpo. Depois, apoiou as duas mãos no chão e virou a cabeça em direção ao público, sorrindo maliciosamente. Procurou por Paul e achou-o em sua costumeira mesa bebendo conhaque. Encarava-a com os olhos desejosos e um sorrisinho discreto nos lábios, o qual foi retribuído com uma piscada maliciosa da parte dela.

O general, por sua vez, ajustou-se desconfortável na cadeira e, sem tirar os olhos do palco, procurou pelo copo de uísque e levou aos lábios, tentando raciocinar. Uma única imagem sua mente lhe dava... Mas recusava-se a acreditar naquilo... Recusava-se.

Sua mente deveria estar lhe pregando uma peça, fazendo-o ver coisas... Deveria ser a bebida ou alguma porra assim, porque era impossível que... Que... Mal conseguia pensar naquela possibilidade.

Poderia ser qualquer uma... QUALQUER uma... Poderia se tratar de um corpo semelhante... Poderia ser alguém com o mesmo sorriso...

Fitou-a novamente, sentindo todo seu corpo fazer uma intensa revolução dentro de seu ser. Observou seu rosto coberto pela máscara, os fios castanhos que escapavam do quepe... Os olhos cor de chocolate que tantas vezes já encarara...

Piscou os olhos relembrando tudo o que fora dito naquele cemitério... Não era possível que ela... Não era... Estava em Rhode Island, porra!

Bella acabou por descer do cano e rapidamente deu uma olhada para trás das coxias e encontrou madame olhando-a com um sorriso. A senhora fez um jóia com a mão e a criminosa deu de ombros como se fosse modesta ao fato de estar deixando os homens loucos aquela noite. Ainda com um pequeno sorriso, virou-se de volta para o público, mas, dessa vez, seus olhos foram levados diretamente para os verdes do dele.

Nenhuma bomba atômica do mundo seria capaz de se igualar a intensidade da explosão que ocorreu entre os dois ao se encararem. Choque e surpresa tomaram conta de Bella e seu sorriso murchou na hora ao vê-lo ali, e qualquer dúvida que o general ainda poderia sentir foi totalmente extirpada quando encontrou aqueles orbes castanhos que conhecia mais do que nenhum outro no mundo.

Ar faltou em seu pulmão, até que sua respiração voltou e começou a aumentar cada vez mais, acompanhando o sinal de negação que sua cabeça fazia... Ele não podia acreditar naquilo. Não podia, porra! Segurou no tampo da mesa buscando por apoio... Ainda negando. Não podia acreditar... Não podia acreditar que a porra daquela mulher, a porra daquela criminosa dos infernos era quem estava DANÇANDO EM CIMA DA PORRA DAQUELE CANO!

Foi como se tivesse levado um choque que foi vagando por todo seu organismo pela corrente sanguínea, impregnando tudo quanto é poro com raiva... Seu rosto ficou vermelho, sua temperatura subiu uns bons graus, praticamente latejando. O maxilar travara, o pomo de adão saltara e veias saltitavam por todo canto de sua testa.

Seus olhos encaravam-na com tanto ódio que, a criminosa de onde estava quase conseguia apalpar aquele sentimento que emanava do corpo dele. Quase conseguia ouvir os pensamentos furiosos e os xingamentos que só ele conseguia dizer rebarbando pelo local.

Engoliu em seco ao vê-lo ali depois de tanto tempo... O homem que era tantas coisas na vida dela... O homem que... Não. O homem que não era mais nada na vida dela. Pertencia a seu passado.

Recuperou-se rápido, endireitando os ombros e erguendo o queixo conforme sua mente ia rebobinando tudo o que ele já fizera de mal para ela, encerrando com chave de ouro o dia do cemitério. O que para eles pareceram horas, para o resto do mundo foram só meros segundos. Não importava como ele estava ali, como a achara ou o que estava fazendo... Ela estava fazendo o seu show. E se o general estava ali, iria assisti-lo.

E, talvez por ser uma das mulheres mais provocadoras do universo, ou mesmo por gostar de atormentar e deixar o general fora de controle, criou um sorriso sardônico nos lábios. E com o mesmo, fechou a mão direita e prostrou uma continência de forma irônica, em sinal de reconhecimento.

Ao ver isso, o general rosnou de ódio.

“Ela não é espetacular, Cullen?” Arthur suspirou ao seu lado, mal percebendo a troca de olhares e o cumprimento da criminosa. O diretor da fazenda não reconhecera e nem reconheceria quem era a dançarina, porque não tivera muito contato com a criminosa e nem era perito em cada detalhe dela como o generalíssimo o era.

“Não, porra. Não é!” Retrucou irritado.

“Mas você disse minutos atrás que ela...”

“Não disse nada, porra!” Rosnou, fitando aquela infeliz com olhos que poderiam muito bem queimar quem estivesse em sua mira.

Mordendo os lábios sem deixar de encará-lo, Bella lentamente desatou os laços da blusinha revelando os seios mais procurados do mundo guardados por um sutiã bem... Ousado. O olhar do general foi para lá por um momento, só para voltarem novamente para seu rosto, praticamente soltando faíscas.

Rindo internamente, a criminosa arrancou as insígnias da blusinha e jogou-as no chão. Sem deixar de encará-lo, levou as botas de cano alto até elas e sem dó nem piedade, estraçalhou-as.

“Filha da puta...” O general rosnou sentindo, se possível, ainda mais raiva. Mas mal sabia ele que a criminosa ainda não havia terminado de provocá-lo.

“Você a conhece, Cullen?” Arthur perguntou, finalmente percebendo alguma coisa.

“Não.” Rosnou, sufocando a própria voz com um copo inteiro de uísque. “Não conheço essa porra.”

Bella voltou a dançar só que muito mais provocante do que antes e todos perceberam, inclusive o general que mal podia se controlar em seu canto, ainda mais quando ela retirou as luvas dos braços com a boca e jogou em sua direção.

Ela se esfregou toda naquele cano, rebolou, desceu até o chão, provocou-o de todas as maneiras possíveis e impossíveis.

Vários filhos da puta circundavam o palco com notas na mão, e ela, mais filha da puta ainda, os provocava... Apoiando as mãos no cano e empinando aquela bunda... Que... Merda! Será que não aprendera nada naquele maldito orfanato de FREIRAS?

Ela, então, voltou a brincar com o cós do short, até retirá-lo completamente ficando somente com a porra da calcinha naquele palco.

Aí o general quase teve um aneurisma, ainda mais quando Arthur assoviou e outro infeliz gritou um “GOSTOSA!” quando ela inclinou-se de costas para o público passeando a mão pelas próprias pernas.

“SAI DAÍ AGORA!” Ele sibilou de forma “gritada” quando ela olhou em sua direção. Ela só deu um sorrisinho e deu um tapa em sua bunda, irritando-o ainda mais.

Então, voltou a pegar o cassetete e a brincar por todas as partes de seu corpo. Enlaçou uma única perna no cano e adentrou o bastão na calcinha, fazendo com que cada homem ali imaginasse que fosse aquele maldito cassetete.

O general entornou mais um copo de qualquer bebida que passara por ali nos últimos minutos, odiando o mundo. Poderia ter jurado... JURADO que ela voltaria chorando e implorando seu perdão, querendo novamente sua ajuda e até chegara a conjecturar como faria com que ela se ajoelhasse a seus pés e a esnobaria jogando tudo na cara dela... Poderia ter JURADO que ela não agüentaria uma semana sem ele... Poderia ter jurado que ela nem saía de Washington!

Mas lá estava ela... Em Rhode Island! DANÇANDO EM CIMA DA PORRA DE UM CANO!

Aquela infeliz filha da puta estava fazendo toda aquela porra só para provocá-lo! Mas ele não faria parte do joguinho dela... Estava pouco se lixando para a porra que ela era, estava mesmo! Ela que ficasse pelada naquele palco que ele não estava nem aí... E nem importava se ele próprio não conseguisse parar de olhá-la e desejá-la e imaginar ser ele o homem que a tomaria aquela noite...

Porra! Quando aquela mulher sairia de sua vida? Quando finalmente se veria livre dela? Se, um ano antes, soubesse no que causaria aquela maldita aproximação, teria evitado tudo... Tudo mesmo. Mesmo que significasse perder a causa dos Volturi, teria mantido distância... Teria ficado longe... Pelo bem de sua própria sanidade.

“Ah não...” Ouviu Arthur murmurar ao seu lado enquanto olhava para o seu celular. “Cullen, terei que ir embora. Minha mulher está atrás de mim e foi até na fazenda, tenho que voltar logo. Você vai comigo?”

“Não. Vou ficar aqui.” Resmungou soltando adagas pelos olhos.

O outro deu de ombros e terminou sua bebida, logo se esgueirou para a porta de saída da boate, de volta para a mulher.

Enquanto isso a mulher do outro parecia estar possuída por algum demônio da sedução e provocação. Sorrindo, satisfeita por ver que o general estava pegando fogo por dentro... Olhou para Paul e viu-o olhando do mesmo jeito... Desejando-a.

Não há nada mais perigoso que uma mulher amargurada, ainda mais uma amargurada com raiva. Junte o fato de que ela tem um gênio meio forte e que a situação era-lhe totalmente favorável, pronto, estava feito a merda.

Dando mais um de seus sorrisinhos maliciosos, sentou-se na beirada do cano com as pernas ligeiramente abertas e desceu.

As dançarinas eram muito respeitadas no Coral Gables, portanto, assim que pisou o pé no chão, os homens se distanciaram criando um corredor humano por onde ela passava. Mas isso não impedia que eles mexessem ou olhassem.

Provocando-os, ela olhava mais atenta para alguns, brincava com algum outro e todos ficavam naquela expectativa da escolha.

“Escolhe-me, linda! Dou-te casa, comida e tudo o que você quiser!” Um prometeu. Bella sorriu-lhe e piscou.

“Fica pra próxima.”

Ela andou por todo o ambiente, dançando e recebendo cantadas, até que, sem medo de morrer como ela só, começou a caminhar na direção do general Cullen só com aquela porra de sutiã, a calcinha, o quepe e o maldito cassetete.

À medida que ela ia se aproximando, o general descia o olhar raivoso por todo aquele maldito corpo, mas logo parou quando percebeu que a infeliz estava adorando aquela porra.

Ela parou a dois passos dele e ficaram se encarando por alguns segundos. Ele, sério e raivoso; ela com um sorriso sacana nos lábios. Até que ela quebrou a distância que havia entre os dois e foi caminhando para frente de sua cadeira, com sua mão passeando por suas costas, causando arrepios no homem.

Quando ela parou bem em sua frente, aproximou seu rosto tão próximo do seu que a respiração dos dois chegou a se encontrar. “Boa noite, general.” Cumprimentou, maliciosamente.

O general rosnou baixinho, mas só o que recebeu em troca foi um sorriso, à medida que as mãos de Bella iam descendo de seus ombros, abrindo caminho por baixo de seu paletó, apalpando todo seu peito.

Então, ela começou a dançar.

Virou de costas para ele e começou a rebolar, descendo, subindo, se esfregando, sem nunca tirar a cara de satisfação. Ao ver aquilo, o general ajustou-se na cadeira, desconfortável, sem conseguir tirar os olhos daquele corpo.

Até que ela voltou-se de novo para ele, apoiou as duas mãos em seus ombros e sentou-se em seu colo. A respiração dele sumiu por um momento e seus olhos já nem lembravam mais o verde, tão escuros já estavam.

Bella não deixou de encará-lo conforme ia se movimentando no colo dele, algumas vezes inclinando-se mais perto fazendo com que ele quase enfiasse a cara em seus seios.

Rosnando baixinho, o general segurou os lados da cadeira buscando por controle já que seu corpo nem mais o pertencia, o que Bella percebeu muito bem conforme sentia certo volume em suas calças.

“Será que ela vai escolher ele?” Victória indagava no bar ao lado de Jéssica e madame Tiffany.

“Justo o mais bonito!” Jéssica bufou.

“Não sei...” Murmurou Tiffany, coçando o queixo. “Se ela fosse escolher, já era para ter feito.”

“Você acha que...” Victória começou, olhando para o homem, desconfiada. “Que ele é... O brinquedo?” ‘Brinquedo’ era o termo que rolava entre as dançarinas do Coral Gables. Era todo aquele homem que já as magoara ou fizera-as sofrer de alguma forma e então, quando eles iam até a boate, elas o provocavam fazendo-os achar que iria escolhê-los, mas no fim a mulher não o escolhia e ia atrás de outro. Aquilo era considerado muita humilhação para um homem e o sonho de toda a dançarina era um dia ter aquela oportunidade.

“Não sei.” Madame murmurou.

“Mas ela nem o conhece... É a primeira vez que ele vem aqui... Não tem como ela...”

“Não sei Victória. Não sei. Mas não acho que ela vá escolher esse homem essa noite.”

“Filha da put...” O general rosnou baixinho, mas Bella só sorriu. Ela levou as mãos até o quepe e soltou os cabelos, balançando-os esvoaçante em suas costas. Inclinou a cabeça para um lado, fazendo com que seus fios criassem uma cortina entre o público e ele.

Quando isso aconteceu, aproximou seus lábios de sua orelha e murmurou, com a voz rouca e sedutora: “Quem disse que eu não conseguiria sem você... Gege?” Provocou.

Ele rosnou, irritado, ao mesmo tempo em que o locutor gritava do microfone:

“PARECE QUE CLAIRE ESCOLHEU UM HOMEM ESSA NOITE...”

Os dois se encararam por apenas alguns segundos, mas a intensidade daquele olhar foi muito grande. Bella, apenas por um segundo, ficou séria sem o sorriso zombeteiro, lembrando de tudo o que aquele homem significava. Por um momento, seu coração falhou uma batida ante a perspectiva de nunca mais vê-lo depois dali, mas mesmo com tudo isso, ela passou por cima e prosseguiu. O sorriso voltou ao rosto e ela murmurou:

“Eu acho que não.”

Levantou-se com tudo e fez um gesto de negação ao público. Não gostara daquele homem.

“Mas que biscate!” Jéssica esperneou no bar cheia de raiva, chegando a roubar o copo da mão de Victória. “O homem lindo lá e ela ignora ele? Humilha ele? Quem ela pensa que é para achar que merece mais coisa?”

“Ela tem o taco bem forte.” A ruiva comentou, rindo. “Não é qualquer uma que se garante e fala que um homem daquele não serve para ela.”

“SENHORAS E SENHORES. AQUELE SENHOR NÃO FOI O ESCOLHIDO DA NOITE!”

O general podia matar um aquela noite. Olhou raivoso o maldito locutor e a maldita mulher que fizera toda aquela merda de propósito, visando humilhá-lo. Se antes estava sentindo raiva, a partir daquele momento então nem se fala.

Bella sorriu satisfeita pelo resultado e antes de voltar a andar pelo público, virou a cabeça por cima do ombro e piscou para ele. Dessa vez, foi direto na direção de Paul Severin. Assim que chegou perto dele, sorriu e logo o gesto foi retribuído.

O homem encarava-a com os olhos pretos como carvão bem interessados e praticamente devorava-a com o olhar. O general até a ajudara vindo ali aquela noite, pois escolher um homem após rejeitar outro, era ainda mais status do que escolhê-lo diretamente.

Aproximou seu rosto do dele e sussurrou:

“Eu te escolho essa noite... Paul.”

O outro olhou bem para os seios que estavam à mostra na frente dele e sem pensar duas vezes assentiu. Sorrindo, Bella levou as mãos até sua gravata, enrolando os dedos nela e levantou-se, não sem antes dar uma olhadinha para o general, mostrando que não estava nem aí para ele.

Aquele era o sinal.

“Senhoras e senhores, agora sim nossa Claire escolheu um homem essa noite! Palmas para o senhor Paul Severin! O ESCOLHIDO!”

Um dos funcionários do bar foi até o general e perguntou:

“Senhor, pode me fornecer o seu nome para contar nos registros como um dos rejeitados?”

“Vai se fuder!” O general rosnou, empurrando-o para longe e formando uma carranca ainda maior quando os aplausos começaram a ecoar porque aquela filha da puta escolhera aquele infeliz.

A criminosa sorriu olhando bem nos olhos de Paul. Este passou um braço em torno de sua cintura, fazendo com que sentisse um arrepio por todo o corpo. Mas não era um arrepio bom... Era o mesmo que se sente quando algo desagradável está por perto. Era como se seu corpo estivesse repudiando-o.

Ignorando isso, aumentou ainda mais o sorriso como se esse fato acabasse por fazer com que as coisas melhorassem. Paul então levou uma mão para sua nuca e foi aproximando seu rosto do dela, para beijá-la, selando a escolha.

Ao ver aquela cena, a raiva que o general antes estava sentindo se tornou fichinha perto do sentimento que o assomou ao ver aquele filho da puta com as mãos na porra de SEU novato. Sentiu algo tão intenso, tão arrebatador que parecia que sua própria alma tivesse deixado seu corpo ao não mais suportar tamanho ódio que corria por suas veias.

E então, um monstro incontrolável surgia dentro dele fazendo com que seus olhos injetassem em sangue e passasse a não enxergar um palmo em sua frente... O homem controlado e cheios de estratégias militares passou a se portar como aqueles que sempre criticara... Porque já não conseguia pensar em mais nada... Não conseguia se lembrar quem ele era, quem ela era, ou a porra do lugar em que estavam... Só o que via era aquele filho da puta com as mãos na porra da mulher dele!

“Senhor, o seu nome!” O funcionário insistiu novamente ao lado dele, mal percebendo a cara que parecia a personificação do ódio que ele ostentava. Mas o homem de dois metros não ouvia e nem via mais ninguém, só via aquele filho da puta prensando-a mais contra ele e ela fechando os olhos, pronta para receber o beijo. E então, não teria treinamento militar no mundo capaz de freá-lo. Levantou-se com tudo, derrubando a cadeira que sentava com violência e aproximou-se dos dois, com sangue nos olhos.

“SENHOR!” Alguém gritou, ao perceber sua intenção. Mas já era tarde demais. Ele já havia se interposto no meio do casal. A criminosa, desnorteada, conseguiu abrir os olhos só a tempo de ver Paul caindo de encontro à mesa de bar logo após receber um belo soco de direita do generalíssimo.

“Ninguém toca no que é meu, seu filho da puta!” O general bradou furioso. A voz que controlava exércitos apresentando muito mais autoridade do que em guerras. A voz que conseguia dizer tantas coisas em tantas intensidades, naquele momento só agindo pelo ciúme.

E então, repentinamente, todos os aplausos cessaram e a atenção de todos estava naquele canto da boate. Bella, de boca aberta, mal conseguia acreditar no que estava acontecendo. Ficou um bom tempo sem respirar, com o corpo gelado, somente olhando o general arfante, com o paletó levemente arqueado devido ao soco que dera e Paul, desnorteado, se recuperando do choque. Um filete de sangue escorria de sua boca e os olhos pretos como carvão cravaram-se no homem de dois metros, que parecia estar fora de si.

A criminosa levou as mãos à boca, ao finalmente cair à ficha de que aquilo REALMENTE estava acontecendo. Oh meu Deus... Não... Não... Aquilo deveria ser mentira! Não! Merda! NÃO! NÃO! NÃO! QUE PORRA O GENERAL HAVIA FEITO?

Quando foi perceber, estava tremendo, pois sabia que aquilo traria merda. Porra! Ela era uma foragida federal!

“Pelo amor de Deus... Sai daqui...” Sussurrou ao general temerosa que aquilo ficasse pior, mas já era tarde demais. Paul conseguiu levantar e olhando rapidamente para seu próprio sangue que se encontrava em suas mãos, encarou o general com fúria e vociferou:

“Quem você pensa que é?”

“Tenho certeza que você e seus negócios não irão querer saber quem eu sou.” Retrucou o general, aluindo aos negócios ilícitos de Paul.

“O que você quis dizer com isso?” Ele estreitou os olhos, a face ficando vermelha de raiva.

“Entenda como quiser. Vamos novato.” O general virou-se e pegou Bella pelos braços e começou a puxá-la. Antes que Bella pudesse sequer perceber o que estava acontecendo, Paul gritou atrás dele:

“Você não pode interferir em uma escolha, seu idiota! Ela te rejeitou e ME escolheu!”

“Que se dane se ela o escolheu!” O general rosnou, mas o outro foi atrás dele e puxou pelos ombros para trás. Assim que fez isso, Bella conseguiu se desvencilhar, mas o general, raivoso, empurrou o outro com força, ameaçando:

“Não ouse mexer comigo filho da puta.”

“Eu já estou mexendo.” Respondeu o outro e aquilo foi à sentença. Edward partiu pra cima dele, e Bella começou a berrar:

“SEGURANÇAS! MEU DEUS! SOCORRO! SEGURANÇAS! Solta ele!!” Só que ela não sabia se gritava isso para Paul ou para o general.

“O que diabos está acontecendo aqui?!” Madame apareceu berrando, lívida por ver seu show interrompido. “Pelo amor de Deus, alguém os segure!”

Paul foi tentar dar um soco no general, mas o tal não sabia que o generalíssimo era campeão de boxe e conseqüentemente em todas as artes envolvidas. Esquivou-se da tentativa de soco com facilidade e ainda aproveitou para pegar o braço do outro e torcer para trás.

Um grito de dor se seguiu, mas o infeliz se desvencilhou e conseguiu dar um soco no militar, que pegou de raspão. Este partiu para cima dele, enquanto as pessoas ao redor gritavam horrores. Bella, além de gritar, tentava separar os dois querendo se interpor no meio, mas madame retirou-a gritando um “você é louca? Acha que é lutadora de boxe?”

Logo os seguranças se aproximaram. Eram três monstros truculentos do tamanho de armários que pareciam nada humanos. Um agarrou Paul e os outros dois se ocuparam do generalíssimo.

“EU VOU TE MATAR SEU FILHO DA PUTA!” O general berrou.

“O que vocês acham que estão fazendo no meu estabelecimento?!” Madame gritou estrondosamente.

“Esse homem está interferindo em uma escolha, Tiffany!” Paul gritou com parte de seu cabelo incidindo sobre seus olhos e um canto de seu lábio sangrando. “Ela ME escolheu!”

“Essa mulher só vai à porra de algum lugar COMIGO!” O general rosnou.

“Pelo amor de Deus, cavalheiros,” Tiffany suspirou procurando ter calma. Sabia que ali na frente dois homens poderosos se encontravam... Um, porque sabia; o outro, bem, estava na cara. “Vamos resolver isso de forma civilizada.”

“Eu não tenho culpa que ele foi o rejeitado e eu o escolhido! Exijo que ele seja expulso daqui.” Paul bradou.

“E você fica quieto seu merda!”

“Não é assim que se resolvem as coisas, cavalheiros. Mas realmente o senhor Paul está certo...”

“Eu quero que ela escolha novamente.” O general rosnou, já olhando para Bella com um olhar atroz. “Quero que novamente ela faça a porra dessa escolha, olhando na porra dos meus olhos.”

Bella lançou um olhar mortal para ele, sabendo o que ele pretendia. Achava que não tinha coragem de escolher Paul de novo? Merda, mas com toda aquela atenção... As coisas realmente mudavam de figura.

Tiffany suspirou, não sabendo se haveria alguma diferença ali. Olhou bem para o homem alto, que lhe parecia vagamente familiar, mas as luzes impediam-no de ver com clareza. Será que tudo aquilo era por que fora rejeitado? Provavelmente ele já conhecia a dançarina, porque mesmo com toda aquela luz desfavorável, conseguia ver como seus olhos brilhavam em ódio na direção dela. E já vira casos de mais para saber que quando um homem encarava uma mulher daquela forma...

“ELA JÁ ME ESCOLHEU!” Paul berrou.

“Cavalheiros, por favor...” Tiffany respirou fundo. “Esse é um ambiente civilizado e como nosso país, democrático. Para evitar dúvidas e confusões, acho justo o pedido do cavalheiro.” Passou a mão pela testa e virou-se para Bella. “Então, Claire, desses dois homens, quem você escolhe?”

E de repente, todos os olhares foram para a criminosa.

Ah não... Não. Não. Por que aquilo estava acontecendo com ela? Não fora boa para Deus? Não doara dinheiro aos pobres? Não doara metade de seu armário para a ONG das crianças perdidas? É... Não. Merda. Sabia que deveria ter feito aquilo.

Tentou pensar. Oh céus... Como sairia daquela? Como sairia daquela?

Sentindo seu corpo todo gelado, pensou por um momento que a melhor alternativa seria desmaiar. Isso! Perfeito! Desmaiar e fingir-se de morta, a melhor solução! Mas logo murchou... O general a acordaria em dois tempos, com os jeitos que só ele conhecia de detectar quando alguém estava fingindo.

O que deveria fazer senhor?

Ergueu os olhos e se assustou simplesmente por que a boate inteira, as dançarinas, os clientes, TODOS estavam olhando para ela esperando sua resposta. Engoliu em seco e olhou para Paul... O certo seria escolhê-lo... Ele significava seu futuro... Seu escape para fora do país e toda aquela merda que estivera fugindo nas últimas semanas... Seria o que estivera planejando sempre... Seria... O certo.

Se tiver uma coisa que era regra número um de todo manual do fugitivo era que tinha que evitar atenções exacerbadas. No palco estava disfarçada, mas ali... Com toda aquela atenção, se sentia cada vez mais vulnerável. Seria questão de dois tempos até a NSA descobrir daquele incidente... Seria questão de dois tempos até ser presa depois de todas aquelas tentativas de se esconder...

Olhou para a porta da boate e já foi distinguindo mais seguranças vindo de encontro a eles... Conseguiu imaginar a NSA vindo atrás dela... Prendendo-a... Conseguiu ver seu próprio julgamento, a condenação e os Volturi rindo em algum lugar...

Não... Não poderia deixar aquilo acontecer.

Então, olhou para o general. Sempre tão bruto, tão violento, tão dominador... Sempre tão... Ele. Olhando aqueles olhos verdes, soube que naquele momento, Edward seria capaz de tudo até mesmo de contar quem verdadeiramente era. Sabia disso. Como o ar que respirava. Escolhê-lo seria jogar toda a oportunidade que tivera até ali fora... Seria... Merda.

Mas também... O general mexera MAIS UMA VEZ com a porra de seu orgulho. Se ainda possível, sentia mais raiva dele do que antes. Mas não tinha escolha... Merda, não tinha nenhuma outra escolha!

“Olhe pra mim!” O general rosnou com ferocidade e Bella encarou-o, mostrando tanta raiva, ódio, amargura, ressentimento que se o general não fosse à prova de sentimentos negativos, já teria caído durinho no chão.

“Eu te odeio.” Sibilou, de forma que só ele pôde distinguir.

“Vamos garota, escolha e acabe logo com isso!” Tiffany pressionou.

Sentindo que estava traindo a si mesma, odiando o mundo, mas, sobretudo odiando-a, murmurou entre dentes, enquanto olhava o general: “Eu escolho... Ele.”

Madame ficou por um segundo surpresa pela mudança repentina. “Você tem... Certeza?”

Bella engoliu em seco, dizendo que não, não tinha a porra de nenhuma certeza, mas era a única alternativa. Se não escolhesse o general, ele faria alguma coisa e mesmo se não fizesse, toda aquela situação daria em merda. Sabendo que sua vida era uma bosta, murmurou um “Sim” entre dentes. Madame ficou a olhá-la por alguns segundos até murmurar um “Ótimo” em alívio. Então, sinalizou para os seguranças soltarem Paul. “Está feito, senhor Severin, me desculpe, mas são regras do estabelecimento. Ela escolheu esse senhor.”

Com um safanão Paul se afastou do segurança encarando o general com raiva. “Você ainda vai pagar caro por isso.”

“Quer mesmo pagar para ver, filho da puta?” Ameaçou.

O mais baixo engoliu em seco. Com um bufo de raiva, pegou o copo de conhaque em sua mesa, bebeu em um gole e com um careta disse: “Nunca mais volto nessa espelunca. Tem muita ralé por aqui.” Dizendo essas palavras olhando para a criminosa, virou-se para ir embora.

“Espere Sr. Severin! Espere!” Tiffany tentou detê-lo, mas ele já havia atravessado as grossas portas douradas. Com uma expressão enfurecida, virou-se para Bella. “Ele era um dos nossos mais importantes clientes, e se o perdemos por sua culpa...” Fechou os olhos e respirou fundo. Voltou-se para o general, aparentemente recuperada. “O senhor ganhou. Foi o escolhido da noite. Parabéns.” Sinalizou para o locutor que olhava tudo de boca aberta e este, como acordando de um transe, pegou o microfone e gritou:

“É MEUS CAROS AMIGOS, ISSO QUE É SER DESEJADA PELOS HOMENS! O REJEITADO VIRA O ESCOLHIDO! PALMAS PARA O SENHOR DE DOIS METROS ALI!”

Aplausos receosos foram se elevando ao ar, até que todo o ambiente foi tomado por eles. O DJ voltou a colocar a música, que tinha retirado no momento da briga, e os dois ficaram se encarando por vários segundos, praticamente soltando faíscas.

Mal agüentando a si mesma, Bella tentou voltar para seu camarim e dar o fora dali o quanto antes, mas o general impediu-a, pegando-a pelo braço.

“Me solta...” Murmurou entre dentes.

“Não estrague essa porra, Swan.” Ele retrucou.

“Você já estragou tudo o que tinha para ser estragado.” Disse, furando-o com o olhar.

“Claire!” Madame lívida aproximou-se dos dois. “A merda do quarto é por ali! Dá para fazer o favor de ir até lá?”

Bella engoliu em seco, sabendo não ter escapatória. Teria que ficar mais tempo com aquele homem que mais queria distância. Sentindo como se pudesse matar meio mundo, virou as costas e encaminhou-se até as grossas portas douradas, entrando em um longo corredor que dava para vários quartos. Com os passos pesados e os punhos fechados, foi até a última porta do corredor, abriu-a e entrou em um ostentoso quarto, parecendo cinco estrelas. No centro havia uma cama majestosa, king size, coberta por lençóis em tons vermelhos e pastéis. Havia um balde cheio de gelo com duas garrafas de champanhe dentro e outra porta em um canto que dava para o banheiro da suíte.

Furiosa, arrancou a máscara com tudo, pegou uma garrafa de champanhe e sem aviso nenhum, virou-se com tudo e tacou no general gritando um furioso “SEU IDIOTA! DESGRAÇADO! DEVERIA TER TE MATADO QUANDO TIVE A OPORTUNIDADE!”. A sorte foi que o general desviara bem a tempo e logo o chão estava tomado de cacos de vidro e o líquido desperdiçado que foi se espalhando pelo tapete.

“Me matar para ir com aquele filho da puta?” Ele rosnou indo até ela e agarrando seus braços, impedindo-a de tacar mais coisas. “É isso, porra? Você quer ir com aquele filho da puta?!”

“Se você não tivesse me atrapalhado eu teria ido MESMO! Mas você estragou tudo, como você faz com tudo o que você toca! Você não pode ver ninguém se saindo bem, porque logo você vem atrapalhar, inferno!”

“Você queria ir com ele?” Ele rosnou, apertando-a ainda mais firme.

Bella olhou bem naqueles olhos verdes, sentindo uma raiva intensa. “E se eu quiser? O que você tem a ver com isso?”

Ele rosnou. “Quantas porras de vezes terei que repetir que quem só tem a porra do direito de fazer alguma coisa com você sou EU?”

“E quem você pensa que é? Tudo o que tinha entre a gente morreu e foi sepultado naquele maldito cemitério! Você não é nada meu, e eu não sou nada sua, general. NADA!”

“Você é minha, novato. MINHA!” E antes mesmo que Bella pudesse ficar aturdida com aquelas palavras, a boca do general já estava esmagando a sua.

A ALFA-I dos EUA assustou-se tamanha a urgência demonstrada nos braços e boca do general que praticamente a devoravam. Com os joelhos trôpegos, cambaleou para trás, fazendo com que batesse na cama e acabasse caindo, com o homem sobre ela.

Passado o primeiro choque, fechou as mãos em punhos e tentou afastá-lo de si, lutando para separar-se enquanto sua boca murmurava protestos que eram repreendidos impetuosamente pela dele.

Mil e um pensamentos enervaram-se dentro de si, todos se misturando e tornando-se uma verdadeira confusão em sua mente. Porém quando a língua dele brigou por espaço em sua boca, a razão e que vinha movendo-a nas ultimas semanas foi-se, dando lugar para um sentimento louco que a dominou.

Como sempre acontecia quando estava perto dele, se via coagida por algo além de seu controle. Aquele homem tinha um jeito de mexer com ela que nenhum outro do mundo tinha. Sem domínio sobre si mesma, enlaçou a nuca dele e aprofundou o beijo com ferocidade, despejando toda o ódio que nutria ali.

Dominado por algum espírito maligno, o generalíssimo espalmou as duas mãos no quadril da criminosa e trouxe-as diretamente para seu membro palpitante, com brutalidade, fazendo com que a criminosa soltasse um pequeno gemido que logo foi engolfado pela boca do general.

Sentindo seu coração pulsar em um ritmo frenético, apertou com força os cabelos do homem e só então percebeu como sentira falta deles... Na verdade, como sentira falta dele todo. Todinho.

A única coisa que conseguia pensar naquele momento era “merda”, mas não mais no sentido que vinha pensando nos últimos tempos. Estava sentindo um desejo tão grande, uma luxúria tão forte, que sentia que poderia explodir a qualquer momento, ainda mais quando o general espalmou uma mão em seu seio e apertou-o com força, fazendo com que envergasse a cabeça para trás.

Abriu os olhos e ficou encarando o teto debilmente, sentindo aquelas ondas de prazer passarem por seu corpo. Oh céus, como sentira falta daquilo!

Apertou as pernas procurando pela fricção que precisavam, mas uma mão do general a impediu. Ele começou a massagear seu clitóris por cima da calcinha ao mesmo tempo em que com a outra mão abaixava o sutiã revelando seus seios intumescidos, grandes e pontudos, pedindo por atenção.

O general abocanhou o direito, lambendo o bico com voracidade, fazendo com que a criminosa sentisse aquela sensação estranha, porém... Gostosa.

Oh merda, estava perdida.

Era para estar ali com Paul! E se o general não tivesse interrompido, quem estaria em cima dela naquele exato momento era outro homem e não...

Merda!

Esse último fora no sentido que geralmente era proferido. O que fizera?! O que estava fazendo?! Aquele homem em cima dela era a porra do GENERAL! Aquele bruto de homem que falara todas aquelas coisas sobre seus pais, que só queria mandar nela e ser seu dono! Não era ELE quem a ajudaria a prosseguir, mas PAUL! Fora ELE que atrapalhara seus planos e agora ela estava ali, nos braços dele?

Mas que merda!

“Não! Não! Para! Me solta!” Berrou tentando empurrá-lo. Mas o homem era forte, isso ela já sabia. Só depois de várias tentativas que finalmente conseguiu uma brecha pela qual surrupiou para fora da cama, arfante.

Querendo fugir da tentação em pessoa, disparou para o outro lado do quarto, passando as mãos furiosas pelos cabelos revoltos. Pegou um roupão e enrolou ao redor do corpo, ao mesmo tempo em que acabou achando uma mesinha no canto onde algumas garrafas estavam para fazer drinques. Aproveitando o máximo da situação e achando-se uma dependente alcoólica, pegou um copo e encheu de Martini. Com uma única entornada, foi todo o conteúdo.

Enchendo novamente o copo e bebendo mais uma vez, não se sentiu melhor como ansiava. Passou as mãos trêmulas pelos cabelos mais uma vez, tentando acalmar seu próprio corpo. Que inferno de homem era aquele! Que sina! Como que ela deixara aquilo acontecer? Como que permitira ficar nos braços dele... Daquele jeito?

Com uma careta, voltou-se para o general e, apontando a mão com o copo começou a cuspir as palavras demonstrando claramente a raiva, descontrole e todo tipo de sensações que haviam se misturado em seu interior naquela situação.

“Eu te odeio, general!” Urrou sentindo lágrimas de raiva molhando seus olhos, mas logo as enxugou com as costas da mão. “Depois de todo esse tempo, depois de tudo o que você fez comigo... Além de estragar tudo, você vem e me agarra desse jeito? QUEM VOCÊ PENSA QUE É? Não foi suficiente tudo o que eu te disse naquele cemitério? Você ainda quer mais algum detalhe, como o fato, de que nesse momento, você é o cara mais escroto... Imbecil... E INFELIZ que eu já tive o desprazer de conhecer?”

O militar, por sua vez, estava estatelado na cama, sentindo desejo ainda em seu corpo. Mas era como fogo que de repente se apaga, sem aviso, como se um vento glacial tivesse decido soprar toda sua potência de uma vez. A lucidez começou a voltar e quando aconteceu ele só se limitou a fechar os olhos com força.

O que ele havia feito? Tornara-se um selvagem? Um novato de merda que não se sabe se controlar? Quando viu aquela mulher dançar naquele palco daquela maneira já se sentiu fervendo por dentro... E quando ela provocou-o daquele jeito indo com outro homem, um sentimento muito estranho apossou-se em seu ser.

Agora via como tinha sido irracional. Poderia ser reconhecido, como explicaria aquilo depois? Mas na hora, não pensara em nada. O que mais queria era matar aquele filho da puta que tocara seu novato! Aquele filho da puta que praticamente subia nas paredes por causa dela! Na verdade, todos os infelizes que estavam naquele recinto olhando-a e imaginando-a com eles na cama, fazendo sabe-se lá o quê.

Tinha até se esquecido de como perdia o controle perto daquela mulher... Mas daquela vez ele suspeitava que houvesse sido diferente...

Ele ficara com ciúmes.

“Porra.” Murmurou para si mesmo se dando conta de tudo o que acontecera. Sentia raiva de si e do mundo por não ser capaz de se controlar... Não fora treinado por anos para fazer justamente aquilo? Mas havia uma falha no treinamento... Militares eram treinados a manterem controle nas mais diversas situações dramáticas, trágicas e perigosas... Mas não eram treinados a manter o controle perto de uma mulher. Ainda mais uma como aquela.

Levantou-se, e sem olhar para o objeto de todos seus fracassos, foi em direção a janela que dava para o oceano que se derramava lá... Escuro, límpido, calmo, como que zombando do resto do mundo que se espalhava no caos.

Apoiando as mãos no parapeito procurou retomar o controle e a calma. Atrás dele, Bella continuava maldizendo Deus e o mundo.

“Eu tinha um plano, e eu tinha certeza que ele iria dar certo! Mas você, você vem aqui e simplesmente estraga tudo! Agora Paul nunca mais vai querer olhar na minha cara, e será um tremendo milagre se eu ainda tiver um emprego ao sair daqui! E tudo por SUA causa!”

Fechando as mãos em punho, fechou os olhos por um momento, lembrando da forma irracional que a agarrara ali mesmo instantes antes querendo mostrar que ele era o único que podia fazer aquilo com ela. Se ela não tivesse saído de perto, que porra ele teria feito? Que merda, Edward!

Engolindo em seco, reprovando a prévia atitude de adolescente, virou-se e culpando-a, resmungou:

“Nada disso teria acontecido se você não tivesse feito aquilo.”

“Eu estava seguindo meu plano!” Ela berrou. “E você não tinha nada que ter interferido nele, nada!”

“Então era esse o plano? Dormir com todos os homens do mundo para conseguir o que quiser deles? Quem mais você pensava em dormir, o presidente dos EUA?”

“Não, não seria todos os homens do mundo, porque me recusaria a dormir com você!”

“Nenhum homem vai te dar o que você precisa aqui nessa merda!”

“Aé? E quem vai me dar o que eu preciso?”

“Você sabe quem.”

“Você?” Retrucou com escárnio. “Por acaso seria você? Que piada! E mesmo se fosse...” Encarou-o profundamente. “Eu não preciso de você, já deixei isso bem claro.”

“Claro que não precisa. Dá para ver quão longe chegou sem mim!”

“Se você não tivesse atrapalhado eu poderei ter conseguido!” Berrou. “E mesmo que sim, não devo mais nada a você!” Apontou o dedo pra cara dele. “Estragou tudo vindo aqui essa noite general, e eu te odeio imensamente por isso!”

Ele agarrou o dedo que lhe era apontado e encarou-a profundamente. “Odeia mesmo?”

“Odeio!”

“Então por que me escolheu?”

Bella titubeou, umedecendo os lábios, desconfortável. “Por que eu te escolhi? Você ainda pergunta? E eu lá tinha alternativa a não ser te escolher?”

“Você tinha.” Ele rosnou. “De qualquer forma você acabaria comigo, porque se você tivesse o escolhido eu te pegaria pelos ombros e te levaria para longe como um saco de batatas. Mas mesmo assim você podia ter o escolhido.”

Ela rugiu raivosa. “Isso não importa mais agora! Afinal, como você me achou aqui?” Perguntou desviando o assunto.

“Não importa.”

“Como você me achou aqui, cacete?” Rosnou extremamente furiosa. Era uma bela cena de ser ver... Pelo menos do ponto de vista do general. Mulheres furiosas ficavam lindas, e bem... Até ele conseguiu ver certo fascínio ali.

“Não que me interessasse saber a porra do lugar em que você estava. Mas qualquer filho da puta que viesse a essa boate te reconheceria.”

“Você veio...” Ela olhou-o demoradamente. “Na boate sem saber que eu estava aqui?”

Ele não respondeu.

“E ainda se acha no direito de falar alguma merda!” Levantou as mãos ao alto em frustração. “Você pode vir aqui assistir as dançarinas se esfregando no palco, mas EU não posso fazer o meu show!”

“Que porra de show? Que porra é essa que você fica pelada na frente da cidade inteira? Se portando como uma puta?!”

“Se eu estou me portando como uma puta ou não, o problema é MEU! Você não tinha NADA que ter se intrometido! Se não fosse você, eu estaria nesse exato momento na cama com outro homem!”

Ao ouvir isso, o general aproximou-se dela e pegou em seus braços com força. Os olhos verdes bem assustadores.

“Você não vai à porra de cama nenhuma com ninguém. Não foi. E nem vai... Está entendido?”

Bella desvencilhou-se dele com força. “E quem você pensa que é? Acha que manda em mim?”

“Você é a porra do MEU novato.”

“Mas você não é a porra de ninguém para mim.” Respondeu, olhando-o firme nos olhos. “Só você que ainda não percebeu isso, general.”

Uma veia começou a saltar furiosamente em sua testa e Bella afastou-se dele o quanto pôde.

“Bem, o que passou, passou. Por que a merda que você fez, não poderá ser remediada. Você conseguiu mais uma vez estragar minha vida... Você conseguiu sua quarta estrela de filha da puta. Agora vá embora porque não quero nunca mais olhar na sua cara.” Disparou, tentando sair do quarto, mas o general foi atrás dela e puxou-a pelo braço, novamente.

“Eu não saio daqui sem você comigo.” Disse peremptório. Decidira aquilo no exato momento em que a criminosa dançara em seu colo e o provocara daquele jeito. Porque se aquela filha da puta era perigosa com ele, sem ele era praticamente mortal.

“O... Que?” Bella murmurou, chocada, arregalando os olhos. Esperava tudo do general, menos que ele quisesse... Levá-la consigo. “Você só pode estar de brincadeira comigo. Depois de tudo o que aconteceu, você ainda tem coragem...?”

“Eu não vou botar meus planos a perder por sua causa.” Rosnou, apertando-a firme.

“E o que te leva a crer que eu vá com você?”

“Se você for tão esperta como você diz, você vem.” Disse prepotente. “Não é só a NSA que você tem que temer novato. E não é só você que tem que se preocupar com as coisas por aqui. Muita mais coisa está em jogo. Não é só entre você e eu. Ou entre você e sua família.”

“Que bom que colocou minha família no meio! Pensei que acreditasse que eu pouco me importasse com eles!” Desvencilhou-se dele mais uma vez e foi até o bar, enchendo um copo para si e bebendo tudo de uma vez.

“Não importa a porra de seus motivos,” Cortou-a, rispidamente. “Os objetivos são os mesmos. Se você espera que eu diga que estou arrependido ou não sei o que deu em mim, vá tirando sua ovelha da chuva, porque isso é coisa de gente fraca. E pare de beber essa porra!” Arrancou dela o copo e tacou longe.

Bella olhou o vidro se estraçalhando com incredulidade.

“Você precisa vir comigo se ainda quiser chegar naqueles filhos da puta. O cerco está se fechando, novato.”

“Você vem aqui, depois de tudo... Querendo que eu simplesmente...” Resmungou. “Eu não sei você, general,” Voltou a olhar para ele com dureza. “Mas eu não vou esquecer tão cedo o que me disse.”

“Pouco importa porra!” Disparou, rispidamente. “Você precisa vir comigo, agora, logo! Antes de tudo exploda em merda e você nem tenha tempo para esquecer alguma coisa!”

Bella olhou-o firmemente, querendo poder enxergar na alma dele também, já que parecia que ele enxergava a dela. O que deveria fazer? O que era o certo?

Aquele homem a magoara... E fora aquela mágoa que a impulsionara a estar ali naquele dia, fazendo o que estava fazendo... E agora, jogaria tudo para o alto e voltaria com ele?

“Eu não vou deixar que você faça o que quiser comigo, general. Não mesmo.”

O homem respirou fundo e esfregou a palma das mãos no rosto em frustração.

“Poupe-me de seus papos feministas. Pelo menos por agora. A questão é muito mais complicada...”

“Eu não vejo complicação alguma aqui.” Olhou-o com determinação. A bebida ainda trabalhava em seu corpo, mas alguma lucidez ainda estava por perto. “Eu estava indo bem e você me atrapalhou, ótimo, não é fim do mundo, eu posso seguir em frente. E naquele cemitério você deixou bem claro que não precisava de mim para chegar aos Volturi... E eu cheguei à conclusão que seguirei melhor sem uma coleira no pescoço! As complicações vão surgir de novo se eu mais uma vez for BURRA o bastante de aceitar me submeter a alguém que acha que manda em tudo! E eu posso fazer tudo, menos o tipo SUBMISSA!”

Falou, com franqueza. Estava tudo tão claro quanto água. Não dava certo seguir com o general, não mesmo. Não era o fato de ele ter ido ali depois de duas semanas e tentar buscá-la que mudaria o que antes estava acontecendo, certo?

Ao olhá-lo sentiu uma dorzinha no coração, pois afinal... Ele era tão... Merda! Sentira falta daqueles olhos verdes... Sentira falta dele chamando-a de “novato”.

Sentira falta dele inteiro.

Mas Bella nunca fora do tipo que largava tudo por homem. Ela tinha objetivos e se valorizava, embora algumas vezes não demonstrasse muito isso. Sua vida e seus ideais lhe eram mais importantes do que qualquer outra coisa.

Olhando para ele o que achou ser a última vez, virou-se para sair do quarto. Apesar da dor que sentia, de todas aquelas coisas estranhas que começaram em seu interior, reuniu toda a coragem que ainda tinha e fez o que acreditava que era o certo.


Trilha Sonora:


Making Love All - Air Supply


O general ao vê-la se dirigir para aquela porta que se abriria só para depois se fechar entre eles, ao ver seu novato indo para longe dele a porra de mais uma vez, sentiu algo muito estranho se apoderar de si. Percebeu que se não fizesse nada, perderia seu novato para sempre. E se em duas semanas ele se tornara a porra de um merda sem ela, nem poderia imaginar o que seria... Para sempre.

Ele fora treinado para um sem número de situações em sua vida, mas nada o preparara para aquilo que estava prestes a fazer. Se ninguém tivesse passado por aquilo, não saberia o que era. Quando você vê uma pessoa partir, sabendo que pode ser a última vez em que a vê e você se importa com isso, todas as barreiras e obstáculos que existem internamente caem por terra. O orgulho do general, todas as feridas e mágoas que trazia praticamente saíram rolando pelo chão.

Por isso que fechou os olhos com força, e antes mesmo que a criminosa tivesse tempo de rodar a maçaneta, a voz dele surgiu, como um sussurro longínquo.

“É por mim.”

“O que?” Ela murmurou, virando o rosto com a mão ainda segurando a maçaneta. Não foi o que ele falou que a fez parar, mas sim o tom de sua voz.

“É por mim, porra.” Repetiu, com uma careta no rosto. “Você não entendeu, não é, novato?” Um sorriso de escárnio surgiu em sua face e então, se afastou e caminhou em direção a janela que dava para o mar. Aturdida, a criminosa assistiu-o se inclinar com as mãos apoiadas no parapeito, os músculos das costas tensos e as mãos apertadas.

“Entendeu o que?”

“Eu não estou querendo que você vá comigo por causa de porra de plano nenhum!” Disparou com a voz cortante e poderosa. “Eu posso sim continuar o que venho fazendo desde que me entendo por gente... Posso chegar aos Volturi sem você... Posso mesmo.”

“Está querendo me convencer...” Disse com sarcasmo. “Que o motivo não é os Volturi?”

“QUE SE EXPLODAM OS VOLTURI, PORRA!” Ele berrou, virando-se para ela e a criminosa se assustou tamanha intensidade que viu naqueles orbes verdes. Recuou alguns passos e se viu prensada na porta, porque nunca vira aquele homem daquele jeito. “É por mim toda essa porra, porque eu posso tudo, novato. Posso mentir e dissimular, fazendo com que as pessoas creiam e sigam aquilo que digo. Posso fazê-las me respeitarem, me temerem... Posso comandar tropas e exércitos... Posso lutar em guerras e resolvê-las... Posso ser gentil, posso ser a porra de um monstro. Posso conseguir as mulheres que eu quiser... Posso matar e ainda não sentir culpa por isso, posso mandar tudo para o alto em nome daquilo que eu acredito...” Virou o rosto parecendo com nojo de si mesmo. “Posso ignorar as pessoas que se importam comigo, posso trair a porra do meu próprio país. Posso fazer muitas coisas, novato, e sei como fazê-las! Mas não SEI como tirar você da minha vida, porra!”

Ele passou a encará-la como se estivesse com raiva dela. Bella, aturdida, somente o olhava. “Você acha que não sei que seria melhor eu seguir minha vida e deixar você apodrecendo nessa merda de lugar, te deixar a própria sorte? Acha que não sei que seria melhor me livrar de todos os vínculos que tenho com você, e fazer a coisa certa pelo menos alguma vez na vida e defender a porra do meu país? Acha que não sei que isso só vai me fuder por completo e cada vez mais vou ficar mais preso e não conseguirei mais sair dessa PORRA? Acha que não sei?” Berrou e então levou as mãos aos cabelos em frustração.

“General...” Começou, aturdida, mas foi interrompida.

“Eu sei de tudo isso, mas mesmo assim eu estou aqui. Nas últimas duas semanas minha vida ficou um inferno e eu tentei convencer a mim mesmo que era só raiva que eu sentia por você e que passaria todo essa porra. Mas quando te vi hoje...” Ele respirou fundo. “Eu entendi que toda essa merda é porque não POSSO e não SEI como deixar você, porra!”

Algumas vezes na nossa vida ouvimos e vemos determinadas coisas que nos paralisam por completo. Talvez seja porque nunca nem em nossos sonhos mais loucos poderíamos imaginar aquilo, talvez porque não estávamos preparados para nenhuma reação.

O aturdimento de Bella foi tanto que somente encarava o general. Tentou balbuciar alguma coisa, mas a simples visão daqueles olhos verdes que a encaravam daquela forma... Com aquela intensidade... Tirava toda coerência que ainda poderia ter.

Era como se estivesse em uma estufa, onde só seu coração e sua respiração poderiam ser ouvidos. Sentiu algo tão estranho, mas tão estranho... Tremendo, forte... Era como... Não, não sabia explicar. Em um momento tinha vontade de chorar, outro de gritar de felicidade... Mas tudo o que fez foi retribuir aquele olhar que agora a encarava com uma espécie de abandono, raiva, e mil outras coisas...

O generalíssimo mantivera aquelas coisas tão dentro dele por tanto tempo, que quando teve que dizê-las, para não perder seu novato, a avalanche foi tão forte que o abalou profundamente. Frustrado por ter finalmente admitido suas fraquezas – algo que ele há um bom tempo estava negando até para si mesmo – bagunçou os cabelos e murmurando um “porra” foi de novo até a janela, onde se inclinou novamente sob o parapeito e fechou os olhos com força.

Tinha trinta anos, e já achava que estava pronto para tudo. Menos... Menos aquilo, merda! O que ela era? Uma mulher problemática e orgulhosa que entrara em sua vida que poderia ajudá-lo a achar os Volturi com facilidade! E só! Livrara-se de pessoas que teoricamente significava mais para ele, como McCarthy... Mary...

Bufando, se odiou por ter dito aquelas últimas palavras. Determinadas coisas deveriam ficar dentro de nós, e não serem proclamadas aos quatro ventos para que todos conhecessem sua fraqueza. Não duvidava que aquela porra de novato colocasse um banner em cada esquina da porra o país detonando-o e dizendo o quanto era fraco e gay.

“Mas que merda você faz comigo, porra!” Socou a parede com força, a face contorcida. “Se alguém aqui tem motivos para odiar alguém, esse alguém sou EU!” Rosnou até respirar fundo e novamente mexer nos cabelos em frustração. Um longo silêncio surgiu até que ele respirou fundo e disparou: “Quer saber?” Virou-se de repente. “Esqueça isso tudo e imagine que foi a porra de uma alucinação.”

“Eu...” A criminosa começou, engolindo em seco. Sua mente tentava ainda absorver todas aquelas informações, mas seu coração há muito já havia feito aquele trabalho. De repente todas as barreiras que viera construindo nas últimas semanas tentando afastar o militar de sua vida e seus pensamentos, caíram por terra. E ali, só sobrou pura e simplesmente Bella, uma mulher como outra qualquer, mesmo com suas características singulares, sentindo o coração bater mais acelerado ao ouvir um homem dizer que não podia mais ficar sem ela. E porra, não era qualquer homem!

“Eu...” Recomeçou, mal sabendo o que dizer. Sentiu seus olhos ficando marejados e se fosse a outras situações, teria se odiado por isso. Mas não ali. Oh merda, lembrou-se da fuga deles da NSA em que o general a olhara de uma forma indescritível quando dissera que confiava nele. E agora se sentia da mesma maneira. Pela primeira vez na vida alguém falava aquilo para Bella, e ela não sabia o que fazer. Só sentia algo estranho dentro de si... Perturbador. “Não posso esquecer.” Murmurou, por fim.

O general suspirou pesadamente e olhou-a por um longo momento. Sentia algo muito estranho dentro dele e não sabia se era bom ou ruim... A verdade era que odiava aquela porra... Odiava enfrentar o desconhecido, porque aí não tinha chances de preparar estratégias para detê-lo. Achava plenamente que lutar com um bando de árabes filhos da puta seria mais fácil do que lutar com tudo o que se passava em seu interior.

“Claire! Abra essa porta, pelo amor de Deus! É madame Tiffany!”

A ALFA-I nem se deu conta da voz que vinha do lado de fora, já que estava totalmente enervada, só conseguindo olhar para o general, sem fala.

“Eu sei o que você está fazendo aí dentro, mas é preciso que vocês dois saiam logo daí!”

Como que acordado, o general caminhou em direção a porta e abriu-a de supetão, fazendo com que a senhora loira do outro lado recuasse alguns passos. Ela parecia surpresa ao ver o homem totalmente vestido.

“O que foi?” Perguntou ele, a voz grossa e autoritária, como se nada tivesse acontecido minutos antes.

“Parece que Paul chamou os homens dele para vir aqui e dar um jeito em você. Vocês precisam ir embora, pelo amor de Deus! Não quero brigas no meu estabelecimento!”

O general praguejou baixinho e virou-se para Bella. Os olhos verdes falando muito mais do que palavras. Era a hora da escolha. Se a criminosa quisesse ir com ele, teria que ir naquele momento.

Mil coisas se passaram pela mente dela como um redemoinho, e relembrou, em sua própria cabeça, aqueles mesmos olhos encarando-a com desprezo e raiva.

“A menininha Swan, a desprezada e mal amada, a rejeitada por todos. Você pouco se importa se eles mataram seus pais, a única coisa que quer é se vingar por você!"

E então...

“Posso fazer muitas coisas, novato, e sei como fazê-las! Mas eu não POSSO e não SEI como deixar você, porra!”

Engolindo em seco, perguntou-se se aquelas duas citações pertenciam ao mesmo homem. Por mais estranho que parecesse, pertenciam.

Do primeiro queria distância, mas do segundo... Ah céus!

Sem dizer uma palavra, foi até o bar e o encheu outro copo inteiro com Martini. Se bebida resolvesse alguma coisa, Bella já teria toda a vida resolvida. Sentindo a ardência na garganta, procurou se acalmar. Fechou os olhos com força e tentou se decidir, mas percebeu que a única coisa que conseguia pensar com clareza era no general dizendo que poderia fazer tudo... Menos... Deixá-la.

Oh céus... Novamente a porra da teoria do caos imperava em sua vida. Pequenas escolhas, por menor que sejam, podem acarretar em grandes conseqüências no futuro. A decisão de ir embora naquele cemitério a levara até ali... E novamente para os braços daquele homem. Tentou ouvir seu coração, mas como sempre, ele só fazia seu barulho característico e não falava porra nenhuma. Estava sozinha... Ela e sua mente que só fazia escolhas erradas.

Voltar com o general voltaria tudo como era antes, não era? Se ela voltasse... Ela iria embora de novo?

Abriu os olhos e olhou para o general, que a encarava com os seus verdes profundos. Mergulhou neles e sentiu um calafrio percorrer por todo seu corpo, porque aqueles orbes prometiam que as coisas seriam diferentes... Prometiam que ela estaria segura.

Engoliu em seco e procurando manter a voz mais firme o possível, perguntou: “Se eu for...” Limpou a garganta, já que sua voz falhara um segundo. “Se eu for... Você promete que as coisas serão diferentes do que eram antes?”

O general respirou fundo, sabendo exatamente do que ela se referia. Vários foram os motivos da briga deles no cemitério, dentre eles o fato de que ele tratava-a como se fosse um cachorro, que não contava nada do plano e não a tratava como um ser com inteligência considerável.

Sua personalidade autoritária e militar praticamente urrava dentro dele, achando aquilo tudo um absurdo e se fosse em outras situações, como o dia do cemitério, teria revirado os olhos e a mandado para o inferno por querer alguma coisa diferente do que ele oferecia.

Mas não estava mais em condições de exigir ou impor alguma coisa. Com aquela porra de mulher, deixara de ser um general há muito tempo.

“Prometo.” Garantiu.

Bella olhou-o por mais um longo tempo e então assentiu, aceitando sua palavra. Amarrou melhor o roupão ao redor do corpo, abaixou-se para pegar a máscara e voltou a cobrir o rosto, com as mãos ficando mais tempo sobre sua pele.

E talvez um dia ela se arrependesse... Talvez se o seu orgulho não tivesse quebrado no momento em que ele abriu seu coração, talvez ela ficasse ali e continuasse sua vida... Mas só talvez... Por que ela respirou fundo e foi.

Andou na direção do general, mais uma vez em sua vida, e naquele curto espaço de tempo e lugar, quase conseguiu ver o seu destino se desenhando na frente de seus olhos. Destino esse que se mostrava na forma de um único homem.

Ao vê-la se aproximando, o militar soltou a respiração que só naquele momento percebeu que estivera prendendo e sentiu um imenso alívio irromper dentro de si. Ela fora.

Bella parou bem em sua frente, os olhos castanhos mirando todo seu rosto, lembrando-se de toda a face máscula, de cada detalhe. Por fim, respirando fundo, ergueu o queixo e murmurou um prepotente “vamos antes que eu me arrependa.”

E aquela frase fez quase com que o general sorrisse.

Tomou pouco conhecimento da conversa de Tiffany com ele. Alguém havia avisado antes dos planos de um Paul enfurecido e o general murmurara alguma coisa como “além de tudo é covarde, aquele filho da puta.” A madame encaminhou-os para uma saída lateral, sem precisar passar pelo salão, que dava direto para o estacionamento subterrâneo da boate.

“Claire, depois de hoje não poderei mais aceitar que trabalhe aqui.” Dissera. “Venha depois para pegar seu pagamento.”

“Ela não vai precisar disso.” O general disse bruto. “Lembre-se, senhora, você não viu ninguém aqui essa noite...” Ao dizer essas palavras, molhou a mão da mulher com um grande maço de notas.

Esta arregalou os olhos diante da quantia. “Meu silêncio não está à venda...”

O general bufou e colocou mais notas no montinho. “Bem, agora eu posso pensar.”

“Vamos embora logo.” O general rosnou. Foi guiando Bella com a mão em suas costas, e ela se sentiu extremamente estranha com aquilo. Respirando fundo, procurou manter a calma... Era só parar de pensar naquelas palavras do general, era só parar de tentar arranjar um significado ou fazer interpretações... Era só agir com normalidade.

“Não sei onde eu estou com a cabeça.” Resmungou andando a passos pesados. “Agora nem emprego mais tenho! E ainda estou de roupão!” Também estava descalça.

“Você sabe que até senti falta dessa suas reclamações infantis, novato?” Disse com um sorrisinho e sem aviso agachou-se e pegou-a no colo.

“Me solta, general! Que merda!” Resmungou. “Pois saiba você que não senti falta nenhuma sua!” Não sentiu mesmo... Não sentiu mesmo... Não sentiu, merda!

“Mente que eu gosto, novato.”

“Não me chame mais de novato!” A verdade era que adorava quando ele a chamava de novato. Era quase... Carinhoso. O motivo por não querer era justamente aquele. Seu corpo já estava reagindo de maneira que não queria por estar sendo segurada pelos braços dele, não precisava de mais nada...

Ao longe ouviram o som de vários carros brecando com tudo. O general apertou o passo enquanto revirava os olhos. “Era esse tipinho que você tinha em mira? Covarde filho da puta foi chamar os amiguinhos para resolver o assunto dele.”

“Ele era rico, pelo menos!”

“Isso é uma prova que riqueza não compra tudo.” Rosnou. Então ouviram vários passos atrás deles e logo perceberam que os filhos da puta estavam entrando na garagem.

O general resmungou alguma coisa ininteligível e correu até chegar a um carro popular – que poderia ser facilmente confundido nas ruas – e praticamente jogou Bella no banco traseiro.

Bateu a porta do motorista com tudo quando entrou e logo enfiou a chave na ignição. Pisando firme no acelerador, resmungou:

“Hoje eu estava a fim mesmo de atropelar uns filhos da puta.”

Os pneus cantaram levantando fumaça e logo o carro ia à alta velocidade para cima dos infelizes que haviam acabado de aparecer no início da garagem. Alguns manobristas e seguranças tentavam segurar aqueles homens, mas todos se afastaram quando o general partiu para cima deles, não se importando se iria atropelar alguém ou não.

Os vidros totalmente escuros do veículo impediam que vissem quem dirigia e mesmo na boate, não poderiam fazer um retrato falado do general, pois as luzes não estavam muito favoráveis.

“Seu filho da puta!” Alguém berrou quando o general passou por cima do pé de alguém.

“Odeio amadores.” Resmungou o poderoso girando o volante e caindo com tudo na rua, onde acelerou ainda mais. Dirigiu pela orla da praia em alta velocidade, até ir diminuindo quando percebeu que ninguém os seguia e também para evitar que alguma fiscalização os pegasse.

“Se você queria discrição, pode ter certeza que você não conseguiu.” Resmungou a criminosa pulando para o banco da frente. O roupão preto que usava ia até o meio das coxas e ao pular para frente acabou revelando a calcinha da fantasia.

“Onde você ficou esse tempo todo?” O general perguntou.

Bella suspirou tirando alguns fios grudados na testa. “Eu aluguei um quarto há umas dez quadras daqui. Na Rua Benjamin Franklin.”

O general deu um giro com tudo no carro indo em direção a tal rua. “Pelo amor de Deus!” Resmungou a criminosa. “Isso aqui é não é um carro esporte! Não estou a fim de parar para trocar pneu não!”

“Pare de reclamar.” Ele resmungou, não realmente se importando. Depois de alguns segundos, chegaram à frente do prédio encardido que Bella morava nas últimas duas semanas. “Antes de ficar em um mesmo lugar que eu trate de tomar banho, porque essa espelunca encarde até a alma.”

“Como você é engraçado.” Resmungou ela dirigindo a mão até a porta do carro para abri-la. Nem se deu ao trabalho de esperar que abrisse para ela, afinal, era conhecimento de todos que de gentlemen aquele homem não tinha nada.

O pequeno saguão estava vazio. Logo os dois correram pelas escadas até chegar ao segundo andar, onde Bella tirou uma chave do bolso e empurrou a porta, já que estava emperrada.

Ao entrar, ele torceu o nariz, mas não disse nada dessa vez. Bella pegou todas as pouquíssimas roupas que tinha emprestado da boate e algumas coisas de higiene pessoal como pasta de dente, escova e xampu.

“Como você se registrou aqui?”

“Qualquer nome por aí. O cara estava meio dormindo quando cheguei e nem pediu documentos. Só queria saber do adiantamento.” Revirou os olhos.

Limparam todas as evidências da presença dela e Bella limpou suas impressões digitais nos lugares mais óbvios. Logo os dois saíram do quarto mequetrefe, voltaram a descer as escadas e o carro.

Quando pararam bem ao lado do veículo, estagnaram.

“Não acredito nisso!” Bella sussurrou revoltada. “Eu avisei! Olha a merda que aconteceu!”

O general resmungou algo e se dirigiu para o porta-malas. Simplesmente o pneu traseiro havia furado! Merda!

O homem já estava pegando o estepe e o macaco guardados e ia voltando em direção ali.

“Isso na verdade é tudo culpa sua, com esse pessimismo de merda.”

“A culpa é sempre das mulheres.” Revirou os olhos. O general tirou o pneu murcho e Bella teve que pegar e colocar no porta-malas do carro. Ao voltar, quase perdeu o ar ao ver que o general havia retirado o paletó, arregaçado as mangas e começara a trocar o pneu.

Bella sempre tivera certo fetiche por mecânicos, todos sujos de graxa, musculosos, sexies... Mas o general era o cúmulo. Podia ver claramente cada músculo de seu braço se contraindo enquanto trabalhava. Músculos esse que pareciam ainda mais definidos do que da última vez que os vira.

Ao terminar, o general chutou tudo no porta-malas e já foi se dirigindo ao banco do motorista novamente. “Vamos embora logo.”

Dentro do carro voltou a dar partida. Bella respirou fundo se recompondo da visão anterior, até perguntar:

“Não estamos indo para a fazenda não né?”

“Só se fosse fantasiada de vaca.” Revirou os olhos. “Claro que não. Seria a mesma coisa de te entregar para a NSA.”

“Bem, é bom você ir me dizendo para onde estamos indo, senão irei abrir a porta desse carro, pular e pedir emprego em outra boate de merda.”

O general suspirou visivelmente lutando contra seu lado autoritário e militar: o lado líder da coisa que queria controle de tudo e se recusava a trabalhar com os outros. Mas sabia que não tinha alternativa. Por fim, resmungou, claramente não gostando de revelar antes da hora: “Para minha casa.”

“Sua casa?” Bella berrou. Afundou no assento, surpreendida. Estava esperando qualquer coisa... Menos a casa dele. Espera... O general tinha uma casa?

“Sempre foi a intenção.” Revelou ainda contrariado. “Quando saiu da NSA naquele dia, não poderia te trazer até aqui por isso que te deixei no orfanato. Era para ter te levado para lá semana passada, mas aconteceu toda aquela merda.” Revirou os olhos.

“Mas é arriscado!” Protestou. “Uma casa? Ainda mais no seu nome? Ainda mais se estão desconfiando de você.”

“Não está no meu nome.” Foi à única coisa que respondeu.

O general fez um caminho bem torto, claramente querendo despistar qualquer infeliz que estivesse seguindo-os. Chegaram a um lugar onde tiveram que deixar o carro – e o general tomou as providências necessárias para não atrair suspeitas – e tiveram que seguir a pé.

Para onde estava indo?

A região onde estavam não parecia que pertencia mais a cidade. O oceano se derramava ali perto, calmo na noite de inverno, mas as casas e construções há muito tempo haviam desaparecido. Ao longe havia uma região daqueles montes de pedras, que lembravam montanhas, característicos de algumas praias.

“Se você pegou o helicóptero da NSA para vir até aqui, eles vão desconfiar, não?”

“Todo ano eu tenho que vir aqui acertar a estadia da NSA na fazenda no verão.” Respondeu, simplesmente.

Bella respirou a maresia e depois soltou um suspiro. Quem poderia adivinhar que depois de tudo no cemitério voltaria a encontrar o general e estaria nesse momento se encaminhando para a casa dele, que pelo visto, deveria ser submersa, porque não via nada parecido com uma casa por ali.

Jurara para si mesma que nunca voltaria a seguir aquele homem, mas quem poderia imaginar tudo o que acontecera aquela noite? Mas tomara uma decisão pelo bem de sua sanidade mental.

Ela e o general eram cúmplices, não era? Pelo menos essa poderia ser a definição entre eles. Cúmplices não tinham conversas francas apontando o defeito dos outros, nem aquele tipo de brigas, conseqüentemente, não saiam feridos e poderiam seguir o plano com objetividade.

A partir daquele momento deixaria tudo àquilo para trás e seguiria em frente. Não deixando que algo que aquele bruto dissesse fizesse diferença em sua vida. Estava decidida a ser totalmente profissional com ele, mas já estava sendo uma tarefa difícil. Aquele beijo que o general lhe dera no quarto... A forma como ele parecera louco de ciúmes por causa de Paul e, o pior de tudo... O que ele falara! Oh céus, sabia eternamente se lembraria daquelas frases!

E claro, como se esquecer do que ele dissera antes de grudar a boca na sua? “Você é minha.” Meu pai! Uma mulher não podia ouvir uma coisa daquelas sem desmaiar!

Respirando fundo deu uma olhada de esguelha para o homem ao seu lado, que parecia submerso nos mais diversos macabros pensamentos. O paletó de seu terno estava jogado sobre seus ombros e ele dobrara a calça para não sujar com a areia. Parecia mais Poseidon voltando para casa.

Depois do que pareceram vários minutos andando na areia, o general parou e virou-se para ela. Bella repetiu segurando com firmeza o roupão no corpo, já que o vento insistia em levá-lo longe. Mas mesmo com seus maiores esforços, a parte de baixo do roupão insistia em ficar esvoaçando com o vento, junto com seus cabelos.

O homem pareceu analisá-la por alguns minutos, até dizer: “Todas aquelas porras que aconteceram no cemitério não podem atrapalhar mais daqui para frente, novato. Isso tudo não é só entre mim e você ou qualquer merda que seja.”

Ela não disse nada. Eles ficaram lá se entreolhando por algum tempo, o general pensando nas coisas que Mary dissera e na sua falta de controle de antes, e Bella pensando naquele maldito beijo novamente. Mas que praga!

Foi o general que cortou o silêncio, somente rompido antes pelo barulho das ondas quebrando na areia e o barulho do vento. “Olhe para o lado, novato.”

Bella obedeceu e ficou confusa por alguns segundos. Via só aquele monte de pedra do tamanho de montanhas, então, começou a prestar mais atenção e quando o fez, sua boca se abriu em surpresa e incredulidade.

“Oh meu Deus” foi tudo o que conseguiu dizer.




Nota da Autora: Olááá, gente! Nem demorei tanto dessa vez para postar, não? Graças a Deus consegui postar essa parte rápido! Bem, é o seguinte, esse é o capítulo mais tenso da fic então fiquem preparados!


Agradeço imensamente as reviews de vocês, apesar de não conseguir responder a todos, eu leio, pq o que realmente me interessa é saber como vcs estão vendo a história :D

Uma coisa que eu queria salientar hoje é: Pedir posts, querer saber quando vai ter atualizações é uma coisa, agora partir para a ignorância e ficar me xingando achando que eu não posto pq não quero, aí é demais. Para essas pessoas eu tenho um recado (se vc não é uma delas, nem leia): AI vai virar livro. E o certo seria eu parar de postar na internet e falar pra vcs que a continuação só comprandos os livros. eu deveria estar fazendo isso, mas nao estou, então, por favor, não partam para ignorância quanto a demora de posts, pq não é pq eu quero!!

Pronto, rs

so, enjoy!

- NAT.

120 comentários:

Nikita disse...

caraaaaaaaaaaaa
até q fim!!!!!!!!!!!!!

Gabrielly disse...

que legall adoreiii um livro pode ter certeza que eu vou compra assim que sair
e porfavor tente não demorar para postar a segunda parte. ATE MAIS

Bellaads disse...

OBRIGADA mesmo por ter postado
a fic espero ansiosa pelo proximo cap.......

Viihs disse...

Pow Natalia... assim vc me mata... Pq fazer isso comigo??

BiiaMont disse...

Finalmente consegui terminar a 1 temporada...
Ansiosa pelo proximo capitulo hahaha

Nikita disse...

eu só acho q o video deve ser dia 21-01-11!!!
cara eu sou fã da mary!!!
o velhinha ...danada!!!
serio eu A-DO-REI A VIC COMO BEBUM!!!UAHUAHAUHAUH ri muiito com ela , o jaz...cara eu amooo o filho de um pai ..estava morrendo de saudades dele!!!


QUANDOOOO VAI SERRRRR PUBLICADO??????????????????
JESUSSSSSSSSSSS, MARIA E JOSE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
EU QUEROOOOOOOOOOOOOOO
QUANDO VAI ESTA NA LIVRARIA??????????????????
CARAAAAAAAAAAAAAAAAA
SUPER , IMPER, MEGA BOMMMMMM!!!!UHAUAHAUHAUH

AGOAR EU CONFESSO... EU SOU CHATA A PACAS... MAS NUNCA EU DEIXO A NATY!!!!
TA NATYZINHA...SE VC QUE AJUDINHA A GENTE PENSA COM VC TBM1!!
E A GENTE TBM SABE Q ESSA COISAS DEMORA...SE REALMENTE VC QR ALGO BOM/!!!
MAIS SERIO...A GENTE FICA ANSIOSA NENH???


PO NATY...PO MUUUUITO FEZ POR VC TER POSTADO!!!!
CARA....
FIQUEI Q NEM UMA DOIDA QUIQUANDO AKI!!!!!MINHA MÃE ME CHAMOU DE LOUCA ..UHAUHAUHAUAHAU
MAIS E MUITO BOMM OS SEUS FICS SERIO!!!

CARA, NATY ...SERIO...QUANDO VAI ESTA NAS LOJAS???EU PRECISO Q VC FALE PELO MENOS ISSO!!!POR FAVOS!!!!

Nikita disse...

CARA... EU PO MUUUUUUITO ANCIOSA PARA SABER O Q O GEGE(CARA QND TEMPO EU NÃO ESCREVO ISSO)VAI PENSAR QNDO VER A ALFA I!!!
SERIO ...JA FALEI Q AMO O LOUCO DO JAZZ???
ELE E ESPERTO MAIS NINGUEM VAI NA DELE...TADINHO DO FILHO DEUMPAIMENTE!!!!

Inhamarcon disse...

sem palavras , dddeeemmmmaaaiiiisssssssss , adorei , mesmo q eu queira ñ consigo deixar de ler por causa da demora , por favor continue . AH ! O livro eu qqqqquueeeeeerrrrrrrrooooooooooooooo !!!!!!!!!! PARABENS !! NAT VC É DEMAIS !!!!!!!!!

Mariana Trindade disse...

Cara vc sabe que sou fiel a suas fic e fico muito feliz que vai virar livro pode contar comigopara conprar este livro
bjs estou anciosa pela cont. da fic e o livro

Mariana Migani disse...

falou q na parte 2 o gege vai se declarar para a Bella.

AliceLuttz disse...

Só tenho uma coisa a dizer: Eu vou comprar esse livro....

Renatabdemelo disse...

Oie!!Eu adorei a primeira parte do 11° capítulo e é demais que ''A Infiltrada'' vai virar livro!Mas por favor tente não demorar para escrever a outra parte,ok?Estou ansiosa para saber o final dessa história!

Noeme ♥ disse...

aaai kiii que emoção! a Infiltrada vai virar livroooo! Eu vou comprar!Aaah a Naty tá de parabéns!Oooh fic maravilhosa!Adoroooo!

Ayllaiana disse...

aaaaaaa vai virar livro vo morrer *-------*
o proximo cap vai ser demais
ooo naty demoramuito não eu tava quase morrendo mais nunca vo abandonar essa fic filhadeumpaimenteotima *.*

Naty_14 disse...

naum brinka Nat, com certeza q eu vo compra a Infiltrada. sempre na melhor parte vc para, mimimi. mais ta otimaaaaaa. bjus.

Geise Kelly disse...

Esse capítulo é demais, não é? Só uma pergunta a autora, eu li em um outro site que o "Gege" vai se declarar ao "Novato" no próximo capítulo é verdade?
Tem uma menina (que eu não me lembro o nome) que posta os capítulos mais rápido em outro site, ela disse também que o "General" vai ficar meio que sem chão, quando ver a Bella dançando, pelo que eu sei o próximo capítulo vai ser demais.
Ah... e antes que eu me esqueça... eu gostei que a fanic vai virar livro, acredite eu vou ser a primeira a comprar, mas você sabia que vai ter que ler e reler tudo e consertar todos os nomes e errinhos por mais minúsculos que sejam, mas de qualquer jeito a fanfic é demais!!!

Jani castro disse...

simplesmente adorei... valeu muito apena espera.

e com certeza eu vou compra o livro, diz uma data que eu corro para as livrarias... ansiosa pelo próximo capitulo.

P.S.: sabe qual fic deferia virar um livro tbm???? DE REPENTE... RELIGIOSA.

*só falando sabe... sem compromisso... só uma ideia. nada de mais. mas, contudo, entretanto, todavia pense bem nessa hipótese.

** e nunca vamos abandonar ou esquecer... vc nao vai se livrar tao fácil assim da gente nao... ok .

Laurinha disse...

Vai virar livro?! como???!!!
até que enfim, eu tava esperando mto por esse cap.!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quero só ver a cara do 'gege cullen'
Deixou um gostinho de quero +........

Rainbow Buttefly Fanfics disse...

kkkkkkkkkkkkkk
só pq eu flei q tinha achado, néah???
kkkk

Rainbow Buttefly Fanfics disse...

virar livro???? como????

Luisa Liima disse...

OMG ... Concerteza eu compro esse livro , e digo com absoluta certeza ... Vai ficar perfeito ... Anciosíssima para a Parte II =]

Rainbow Buttefly Fanfics disse...

Você conversou com o pessoal sobre os direitos autorais ou vai mudar os personagens, Naty?

AliceLuttz disse...

AMIGA QUE SAUDADES....
Faz tempo que não brigamos.... Mais vai postar aqui seu fic Rai?

Nikita disse...

eu acho que ela vai mudar o Rainbow!!!
SÓ TEM UMA COISA ...AVISA ANTES QUAL VAI SER OS NOMES DOS PERSONAGENS ,HEN NATY!!!!
MAIS POR MIM SE MUDAR NÃO TEM PROBLEMA NÃO , CONTANDO Q A HISTORIA SEJA A MESMA !!!OU SEJA O-TI-MA!!!(q todos nós sabemos q é)

Rainbow Buttefly Fanfics disse...

xuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
bestuda, tbm tva com saudades =D Pois é, parece q o general preferiu ficar comigo mesmo... kk Ei, minha amiga falou que era a namorada dele. E eu falei: A única namorada que ele já teve fui eu, antes de a gnt se casar. Viu que folga?! Ela vai apanhar, isso sim!!!
Então, minha fic. Ela vai ser postada siiiim (ufa!) Mandei até o cap 15 pra A. Volturi já, pq é o q eu tenho de pronto. Vou ter o período de provas na escola, então vou ficar um tempo até sem entrar aqui. Mas vocês não vão ficar sem coisa pra ler, eu prometo!!!
bjus

Jani castro disse...

concordo... a ordem do produto nao altera o fator! ( sem q esta errado , mas isso prova o é escrito ) nao importa qual seja o nome dos personagens, contando que a historia seja a mesma, eu e suas queridissimas leitoras ( acho que posso falar por todas) nao ligamos... bjos



** MUITO ANSIOSA PARA A PARTE 2 ... !!!!!

Lucele disse...

olha é o meu primeiro comentário dessa fanfc mais é que não sabia como fazer TENSO mais ai
ela é a fanfc que eu mais gostei kkk'
ela esta ótima e realmente merece virar livro eu compro kkkk '
mais ai acho que vc tem que por um pouco mais de aventuras e romances na parte que esta por vim acho que vc esta demorando muito para um declarar para o outro e eles tem logo que ficarem ''juntos''
vou adorar saber os detalies de quando isso acontecer
e que os dois mesmo em um momento intimo um não pare de dominar o outro
mais mesmo assim os dois sendo dominado pela paixão
por favor conta isso logo não vou ligar se vc demorar para postar pois são uma leitora que ja é uma fã dessa fanfic
mais que quando vc postar quero um me deiche-me realmente sem ar
bjs

Lucele disse...

AMEIIIIIIIIIIIIIII ESSE CAPITULO
FILHO DO PAIII

GabiClara disse...

Eu vou COMPRAR!

Taline_bella disse...

to loka pra ler o resto da ficks...^^

Maria Eduarda disse...

ai meu deus, sei que eu pedir n vai adiantar muito mas eu gostaria que a bella fosse pro quarto com o edward
pensa nisso pf
bjs

Alice Volturi disse...

Ela vai mudar o nome dos personagens sim - irá lançar o livro como uma história original! ;)

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! PARA! LIVRO?! INFILTRADA VAI VIRAR LIVRO?!?! A-D-O-R-O!!!
MAL POSSO ESPERAR PELA CONTINUAÇÃO DO CAP!
IMAGINA A CARA DO GEGE! KKKKKKKKKKKKKKKKK AAAAAAA!!! MUITO BOM!
TENHO Q LER!!!
SERÁ Q ELA VAI CHAMAR O PAUL???
AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII O QUE SERÁ Q ELA VAI FAZER QUANDO VER O GEGE?
SERÁ Q ELE VAI RECONHECER ELA???
SERÁ Q ELA VAI CHAMAR ELE PRO QUARTO???
MEU DEUS EU P-R-E-C-I-S-O LER O PRÓXIMO CAP.!
VOU TER UM COLAPSO SE NÃO LER!

NATALIA,VOCE NÃO VAI PERDER SEUS LEITORES,SOMOS MUITO FIÉIS A ESSA FIC,NÃO VAMOS ABANDONA-LA!
É UMA DAS MELHORES FICS QUE JÁ LI,SE NÃO A MELHOR!
EU SEMPRE DISSE QUE INFIL TINHA QUE VIRAR LIVRO!
PARABÉNS,VC MERECE MUITO PORQUE SUA FIC É I-N-C-R-I-V-EL!!!
ANSIOSA PELO PRÓXIMO POST.
;)

Dikazinha disse...

Natt,ainda vai continuar postando aqui néa?

debora simoes disse...

eu adorei cada capitulo,e fico cada vez mais anciosa,pois é muito intenso e tbm interessante.Fico na maoir adrenalina,não vejo ahora para ver os proxímos.mil bjs.

Camila disse...

Alice Volturi, queria te perguntar uma coisa, a autora vai lançar o livro mas vai terminar a fic por aqui? Ela postou o capítulo já tem um tempinho e disse q ainda não tinha o restante, por acaso vc sabe alguma novidade?

Natália, a sua fic é ótima e eu mesma já tinha pensado que seria um bom livro pq a história é mt boa, mesmo q nao fosse com Ed e Bella. Só uma curiosidade, eles vão adotar o Tony aqui tb né, igual na De Repente Religiosa?rsrsr

Bjs pras duas e aguardo anciosamente a continuação...

Dikazinha disse...

Ei,por favor,continue as postagens aqui .

Alice Volturi disse...

As postagens vão continuar aqui sim, assim que a autora escrever novos capítulos, os postaremos! ;)

Camila disse...

Obrigada! Bjs

Marialuiza Xaxa disse...

quando vai postar mais ? estou muito curiosa
e muito bom mesmo!!!!

Bellaads disse...

quando são os dias de postagem pq eu me perdi
minha mae me colocou de castigo sem net
durante 2 SeMaNASSs
e quando +ou- sai o prox..cap?

Alice Volturi disse...

Não há previsão! ;)

Andraya lautner disse...

Mais que Fanfic Filha de um Pai

sueli disse...

AMEEEEEEEEIIIIIII, DEMAIS , ESTOU MORRENDO DE CURRISODADE PARA VER O FINAL.
PORVAFOR NÃO DEMORA.

Mariana_migani disse...

Posta logo essa cap,ta demorando muito!!!!

Geise disse...

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!! É hoje que sai capítulo novo de a Infiltrada no site que eu leio e vai ser simplesmente D-E-M-A-I-S, eu já gritei, já pulei, já corri pela casa toda, enfim já dei o meu chilique, agora é só esperar o capítulo sair, ah só uma dica quem quiser ler o capítulo antes, o link tá ai embaixo:
http://www.fanfiction.com.br/viewstory.php?sid=54884

Maria luiza disse...

esto e mavadeza !!!!!
posta logoooo...
que raiva!!!
to muito curiosa !!!
posta logo

cris disse...

a curiosidade ta matando gente......
por amor de deus ....
apressem-se.

Jani castro disse...

NAT vou te mandar a conta da minha manicure, por que ela esta reclamando que eu nao tenho mais unhas... e vc sabe de quem é a culpa?

poxa isso que vc esta fazendo com agente é maldade viu!!!!!

muito ansiosa pela parte dois e quem sofre sao minhas queridas unhinhas...

por favor, nos de uma luz. quando sera o proximo capitulo????

Lebelchiordias disse...

AAhhhhh po já vai fazer dois meses e vc ainda nao postou o segundo capitulo, ki saco, po esse site ta recaindo muito, o pessoal demora pra postar os capitulos. eu só vou ficar esperando pq eu kero muito terminar de ler isso.

LETICIALEALSANTIAGO disse...

AI MEU DEUS! TO MORRENDO AKI!!! AI MEU DEUS ME ACUDA!!!!!!!! QUANDO VAI SAIR O LIVRO???????????????????????????????????????????????? PORFAVOR ME DIZ QUANDO VAI SAIR O LIVROOOOOOOOOOOOOO

Marcela disse...

OMG!
*.*
Vai virar livro...?! comanssiim'
qe máximo'

Niki lautner disse...

AAAAAAAAAA
ameiii *-*

Mariana trindade disse...

ai 1ª a comentar a 2ª parte
cara simplismente valeu muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito esperar esse tempo todo
cara é por isso que eu sou fã nº1 desta fic(modestia parte)
cara eu tenho 21 anos ,uma filha de 2 anos ,um emprego me esperando amanhã cedo + nada disso me faz perder uma so atualização.
cara parabens mesmo nat e quando sai o livro acredite que comprarei na 1ª oportunidade
parabens e ate o prox cap.

Alice Luttz disse...

Morri e volto quando Cedrix vim me salvar *--*
E bem feito pras que creticam ela ja via cad coisa que da ate medo.

Bellaads disse...

ate qe em fim
EU AMO ESSA FICK FILHA DE UM PAI
KKKKKKKK
E PQ TO SUPER FELIZ..........

cristiani disse...

Perfeito, valeu a pena esperar....
E, qto ao livro.... mesmo lendo aki, eu vou comprar...
parabéns e como tu já tem a fã número 1 da fic e fico com o 2...
bjs

Camila disse...

Simplesmente maravilhoso o general tendo q declarar como se sente, esse capítulo foi ótimo.

Jéssica disse...

Cara ameiii,
muito mesmo.
Por favor, por favor ñ demora muito sim,
Muitooo obrigada to gostando muito. Beijooo.

Inhamarcon disse...

OH meu DEUS !!!!!!!!!! Perai q eu vou ali morrer e ja volto.........
Nat , mais uma vez parabéns sua fic é linda , fiquei s/ ar ao ler esse cap.
Estarei aguardando desesperadamente o proximo cap. Ah ! E o livro tb é claro
Que DEUS te abençoe e permita q vc use cada vez mais esse talento q ELE te deu .

debora simoes disse...

nossaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!esse capitulo foi,é tudo,não sei o que dizer.ESTOU louca para saber qdo ela estiver na casa dele,kkkkk.mil bjsssssssssss!

Gabi disse...

Amei!
Como q o Gege foi fofo!
Ñ demora mto pro proximo cap, anciosa!
EU VOU COMPRAR O LIVRO....
Naty vc é d+, parabéns e ñ ligue para as ignorantes!
Agente espera, mas é torturante!
bjo

Maria Eduarda disse...

uai se vc vai parar de postar os capitulos por causa de alguns comentarios que colocamos quando estamos nervosos vai ser injusto com as outrar pessoas que n fizeram nda.
n acho que seja ignorancia querer que voce post mais rapido, sei que n é pq vc quer, mas a demora irrita muito

Viihs disse...

Maaaaannnoooooo.... se eu ver a Nat na rua eu vou socar ela.... como ela acaba um capitulo d um jeito q deixa a gente mais curioso do q tudo??? Ela tem q postar o cap 12 logo!!!

Alice Luttz disse...

Maria Edward eu te falo que se fosse só por causa da demora vai... Chegava a e falava que estava demorando, mas os ignorantes xingam ela o site fala cada coisa que acho que nem o Gege faz isso (mentira) mais e muito agressivos... Ela tem uma vida e eles querem que ela fiquei sentada escrevendo pra eles. Acho muito injusto. Vai que alguns post demora mais vem um capitulo enorme e sem erro de portugues concordancia e muito bom se viesse qualquer coisa ate que ia mais não vem.

Jani castro disse...

alguem por favor PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER....! como assim...? eu nunca, nem em um milhao de anos iria imaginar, o "Gege" falando algo desse tipo... ahhhhh, meu Deus. linda, nao é do Rio nao, né ? por que se for eu iria ai na sua casa para de dar os parabéns pessoalmente, nossa quanta imaginação em uma pessoa só.

P.S.: e eu quero saber se o livro sai ainda esse ano ou só no ano que vem????


MUITO MUITO MUITO MUITO, ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPITULO...

P.S.²: nao fica chateada nao, tem pessoas que exageram nos comentários msm... sei que muito dificil, mas ignora eles. bjos. janine =D

Alice Luttz disse...

Jane posso falar que amei voce....
Tipo super animada e dando força a autora...
Eu gosto de gente assim e se a Natalia morasse aqui em Goiania eu ia tambem na casa dela dar os parabens...
Ela tem muita imaginação e escreve muito bem, acho que quem curte mesmo o fic não acaba com ela e sim elogia... Mais serio gostei de voce.
Beijos Ali ♥

BiiaMont disse...

Nat linda obg por estar postando na internet, mas fique sabendo que mesmo assim eu vou comprar o livro ahhaha
Vc é demais<3

Rainbow Butterfly disse...

A-L-E-L-U-I-AAAAA Vou montar um coro de igreja, quem se junta???? tá, não precisa responder.

Ebaaa, a Naty liberou o cap completo pra gente!!! Ler ler ler ler ler. Eu sempre arranjo um tempo pra ler AI, mesmo quanto eu realmente não tenho nenhum...

Mas eu ainda não entendi a questão do livro. Ela conversou com alguém sobre os direitos autorais ou ela vai usar outros nomes??? Boiando aki. Talvez ela tenha conseguido contato com a titia Steph e não contou pra gente.
Aaaah, Naty, faz mais de ano que eu toh tentando ligar pra ela, mas ela num atende. Me fla seu método? uhsaus

vou ler agr.... d vdd.

Aaaa, beijos!!!! =*

Rainbow Butterfly disse...

AAAAH, lembrei.

ALICE LUTTZ, O GEGÊ AINDA É MEU, TÁ?!?!
uhsauhs arranja outro, esse já está algemado a mim, sei q vc me entende... =D saudades xuxu

Naty, se você morar aqui em Bauru-SP (eeh, é na pqp essa cidade msm), me dá seu endereço pra eu te mandar uma carta de agradecimento??? É q eu num quero ser tipo uma perseguidora de ficar plantada na porta da sua casa e gritar que nem uma louca histérica quando penso que vejo você através da cortina da janela da sala (não, eu não sabia que a sua janela tem cortina, foi só um palpite...ou não =D).
Deeeixa? Eu prometo num contá pra ngm.

Ah, e nós vamos receber os livros em casa quando eles saírem? Pq, obviamente, nós somos suas maiores fãs e merecemos essa posição privilegiada.

É VERDADE ISSO, NÃO É, GENTE????
Se alguém me responder eu vou ficar imensamente feliz =D

Mas mais feliz eu vou ficar se eu souber q ela ao menos leu meu coment , não precisa nem responder, tá?!

Rainbow Butterfly disse...

Fiquei tão feliz com o cap que nem me despedi direito. Axo q foi de esquerda msm.... tá, num tve graça, mesmo se vc entendeu (se diabos alguém se presta a ler meus comentários).

Estou enfrentando um enorme bloqueio criativo agora. Espero que a A.Volturi não me pressione pra mandar o cap.15 de TTGG...

Td bem... TCHAU NATY, TCHAU GENTE QUERIDA AMADA MINHAAA!!!

Gegêbeijos (menos pra Lice=/) <3

cristiani disse...

oie, pelo q eu li nos outros comentarios ela ia trocar os nomes dos personagens...
vc tb escreve fic...
abraço

Helena disse...

Nossa esse capitulo foi demais.Eu nunca pensei q o gege pudesse falar essas coisas tao lindas.
Fiquei mto feliz q a nati postou o cap, eu estava mto ansiosa.

Nati nao se incomode com esses comentario ruins. Vc tem a sua vida pra resolver e vc nao fica o dia todo no pc escrevendo ,todas nos endendemos.

beijos

Ps: mas por favor nao demora mto pra postar o proximo cap.ta?
Ps2: Eu tbm vou comprar o livro .Porque essa foi a melhor fic que eu ja li!!!!

Alice Luttz disse...

Nossa ontem eu fui pegar um coraçaozinho e li nossos comentis e fiquei muito triste de voce ter sumido... Mais Por que eu fico sem beijo.... Ah pode deixar o Gege terminou de sussurrar no meu ouvido que se voce não da ele dá.... Ahhhhhhhhhhhh Muleque. Mais saudades dos seus comentis e das nossas implicncias e pra dizer quem ama a Infiltrada não vai comprar o livro ja que vai ter novos nomes e vai mudar algumas coisinhas.... OHHHHHHHHHHHHH. Deixa eu ir ja que o Gege esta me chamando.

Luisa Liima disse...

Naat , eu ameei sua fic , a maaaaaaais perfeita que eu já li ' vooç não demorou nn pra postar , é sério mesmo '
tipo assim , eu espero o tempo qe for necessário pra ler o capítulo 12 ...
até porque, pra mim, você escreve os capítulos rápido deemais ' porque os capítulos são enoormes , demorei quase 1 hora pra ler , só a parte 2 do cap. 11 ... acho até que você abre mão de algumas coisas só pra estar escrevendo essa fic fantástica ' não vou nem falar dessas pessoas idiootas que ficam falando apenas merda xingando vooç , até porque não são elas que estão dando seu melhor pra fazer essa fic ' Aos ignorantes o meu silêncio :|
O livro concerteza eu compro ♥
Vou amar reler de novo esse livro :)

de sua Fã ' Luísa Lima ... Team NATÁLIA :)

Elizabeth disse...

Otimo...mas não demora...
fico muito ansiosa para ler os proximo cap.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

ESTOU SEM PALAVRAS.
EU JÁ DISSE QUE A NATÁLIA É INCRIVEL?
JÁ? ENTÃO REPITO: NATÁLIA VC É A MELHOR ESCRITORA QUE EU JÁ VI!
SUA HISTÓRIA É D+!
VC É D+!
NOSSA! ESSE CAP.FOI SUPER TENSO!
O GEGE FOI UM MONTRO,UM PRINCIPE,UM...UM.....AI!!
UM EDWARD!
EU NÃO TENHO + PALAVRAS PARA DESCREVER O QUE EU ACHO DA FIC,
ELA É SIMPLESMENTE SENSACIONAL E PONTO!
EU CONSERTEZA VOU COMPRAR ESSE LIVRO!
AGORA,EU ESBABACADA COM ESSE CAP. (COMO SEMPRE)
VO INDO!
BEIJOS
XOXO.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

EI! DEXA MEU CEDRIX FORA DESSA!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

EI,EU SEI DE ONDE VC TIROU ESPIRAÇÃO PRA ESCREVER ESSE COMET IRADO :SO EU!!!
MEUS COMENTS SÃO CHEIOS DE FRASES DE EFEITO!
HAHA...SO D+!
SABE,EU CONCORDO COM VC,NATI,NÃO FICA CHATEADA COM ESSES INGRATOS!
VC VAI SEMPRE TER NÓS,SUAS LEAIS E PACIENTES FÃNS!
:D

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

HA,EU IA ACAMPAR NA FRENTE DA CASA DA NATI,FAZER CARTAZ,ESCREVER MÚSICAS,GRITAR!
A VAI....VCS FARIAM O MESMO!
HELLOOOOO....É A NATALIA!
A MELHOR ESCRITORA DE FICS QUE JÁ VI!
(ISSO SE ELA NÃO FOR A IA STHEP...)

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

LEBELCHIORDIAS......SE MATA ENTÃO PORRA!!!
SAI DA FIC NÃO VAI FAZER FALTA!
A! NÃO VÊ Q HISTÓRIA BOA NÃO VEM DA NOITE PARA O DIA?!?!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

HAHA,MTO BOM JANE,VC É D+!
KKKKKKKKKKKKKKK

Alice Luttz disse...

Ora eu e a Leticia combinamos e hoje sou eu amanha ela e assim vai....
E CEDRIX SEMPRE DENTRO...
ARG ficou improprio mais não era pra ficar assim. E cara meu jeito errado de falar o nome dele pegou... Todas usam.

Alice Luttz disse...

Sim... Faria muita coisa pra ver ela e a melhor escritora de fic... Sou louca pela a infiltrada que se infiltrou no seu ser e não quer mais sair. Infiltrou-se no meu corpo e mente e não tiro mais esse fic da cabeça.

Alice Luttz disse...

Joyce somos duas que defende a Natalia como se fosse a Tia Steph... Ja uqe tenhos as minhas duvidas. Sou super fã da Natalia.

Alice Luttz disse...

E o seguinte não gosto de encrenca, mas e o seguinte...
Alem de falar do site que e o que eu mais gosto esta falando da Natalia que e uma otima escritora e tem vida fora da cadeira na frente do PC queria ver se ela fosse uma pessoa do mal e não postasse mais o que voce iria fazer. Ah ja sei comprar um livro e saber o final depois por que pela a logica não sai nem a pau esse ano a segunda temporada então não fala mal pois ela faz o possivel... Se esta sem ideia não e culpa dela não... A cabeça as vezes pesa e não vem nada e se fica meses sem postar pelo menos quando postar a algo que presta não qualquer porcaria que acho que talvez voce presta... Então o seguinte NÃO GOSTA CALA A BOCA E NÃO LEIA POR QUE VOCE NÃO FAZ FALTA ACHO QUE PRA MIM E PRA MINHAS AMIGAS E PRA QUEM GOSTA DESSE FIC. POR QUE QUEM GOSTA APOIA E NÃO DETONA COMO VOCE ESTA FAZENDO ENTÃO SE OFOGE NO SEU VENENO E FAÇA UMA VISITINHA PARA O.... VOCE NÃO MERECE. SE MERECE-SE PODE TER CERTEZA QUE TE XINGARIA MAIS SE FIZER ISSO A ALICE PODE ME BLOQUEAR E COMO AMO NÃO SÓ LER MAIS COMENTAR NÃO ESTRAGAREI O QUE TENHO POR CUSA DE UMA NADA. ODEIO BRIGA MAIS NÃO FLE MAL DO QUE EU GOSTO QUE VIRO UM CÃ.

Alice Luttz disse...

Não falei que essa garota e legal e ainda tem uns ideias legal...

Sarahcturibio disse...

Genteeeee, por favor, pelo menos uma previsão do proximo....
Tô morrendo de curiosidade....
Ah, já ia me esquecendo, essa é uma das melhores fics q já li, ou melhor dizendo a MELHOR!!!!!!!

Sarah Taylor disse...

Nat, virei sua fã...
Pode ter certeza q seu livro vai ser um sucesso!!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

errado fica bonitinho uai!
e ele é MEU!
tira o olho!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

OWL LICE,MEDO DE VOCE.....
TENSO
É ISSO MESMO!
APOIO TOTAL:SE TA ENCOMODADA METE O PÉ!
TI GARANTO QUE NÃO VAI FAZER FALTA PRO BLOG OU PARA FIC SUA MAL-AMADA!
:P

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

ISSO AE LICE!
AI,POR ISSO TI ADORO!
(L)

Alice Luttz disse...

Tambem te adoro, amiga *--*

Alice Luttz disse...

Mais todas pegou minha mania e ELE tambem e MEU *--*

Alice Luttz disse...

Essa mal-amada que procura outra coisa ja que não tem paciencia....
Cara eu pirei quando vi a Natalia...
Ela e mais nova que eu deve ter no maximo 14 anos e escreve tudo isso... Imagina quando crescer mais.

amanda disse...

demorou mas valeu apena, amei o capitulo. To super ansiosa pelo pressimo. Há quando plivre sair euvo comprar omeu consertesa. por favor natalia não de mora pra postar o prossimo ta.

Leticia Rathbone disse...

Lebelchiordias
Não consegui responder la em cima então aqui vai:
RALA PEITO! SOME! TCHAU! ADEUS! ATE NUNCA MAISSS!!!!!!!!!!!!!
NÃO VEM FALAR MAL DA NATALIA NÃO MUITO MENOS DO SITE QUE É OTIMOOOOOO E A NATALIA É MARAVILHOSA!
vOCÊ NÃO SABE O DUROQ UE É ESCREVER UMA FIC DESENTE NÃO FAZ A MINIMA IDEIA PQ SE FIZESSE NÃO IA FALAR ISSO. A NATALIA TEM UMA VIDA E NÃO TREM QUE FICAR DIAS E NOITES ESCREVENDO SÓ PQ VC QUER QUE ELA POST OS CAPITULO MAIS RAPITO!!!!
DEPOIS QUE VOCÊ DESCOBRIR COMO É DURO ESCREVER UMA FIC PRINCIPALMENTE NO NIVEL DAS FICS DA NATAIA VC VEM FALAR ALGUMA MERDA SE É QUE VAI TE ALGUMA MARDA PRA VC FALAR PQ DEPOIS QUE DESCOBRIR VC VAI É CALAR A BOCA!!!!
SE NÃO GOSTA TCHAU NÃO VAI FAZER DIFERENÇA NÃO GURIA!!! NEM PRA NATALIA NEM PRO SITE MUITO MENOS PRA GENTE QUE LE A FIC POIS TENHO CERTEZA QUE NÃO SOU A UNICA QUE NÃO GOSTOU DO QUE VC DISSE!!!!!

Alice Luttz disse...

Esrou com a Leticia...
Ja falei lá encima mais tive que me segurar pois perdi a cabeça, mas quando eu não escrevi eu ate achava ruim a demora e não critica mais no dia que começei a escrever eu vi o tanto que e dificil, se acha que e facil pra ela aparecer com o capitulo da noite pro dia escreva meio Word e me fala acho que a cada paragrafo que um escritora faz e um alivio e tão prazeroso enquanto nos não sentimos nada por esse paragrafo que ela lutou e fez de tudo pra escrever.... A cada letra e ideia nova e uma coisa tão legal e ver as pessoas falando que seu fic e bom e melhor ainda agora imagina voce que passou horas escrevendo pega e le que o fic ate que e legal mais deveria andar rapido que não vale a pena a demora? Te digo que vale sim, tres meses vale a pena se o capitulo for como o da Natalia... Ela sim e uma escritora nata. E fica a dica não fala mal não pois magoa as palavras não só a escritora mais quem le e respeita o trabalho dos outros.... Então RESPEITE O TRABALHO DOS OUTROS.

Leticia Rathbone disse...

Isso aew Alice escrever não é nada facil! Tem dias que a criatividade da do seu lado e seus dias que ela nem ta as caracas, e isso deixa nos que escrevemos ao mesmo tempo triste e desesperadas para conseguir escrever algo só que mtas vezes não adianta que a criatividade não vem!!! Sem falar que você tem uma vida estuda! trabalha! As vezes aparecen problemas na familia e tudo mais!

É maravilhoso quando vc ve um comentario falando super bem de você e que compreendem a demora. Agora quando escrevem que ta demorando mto e que não vale a pena como alice disse é horrivel!!! Porque você tenta MESMO mais quase sempre não ta pra você escrever por causa de problemas!!!
Então se não sabe o duro que é escrever principalmente da forma que a Natalia escreve não fala nada! Porque é o mlehor que você faz!!!
E Naty não ligue pro que falam não deixe se apalar sei que é triste ouvir as pessoas falando assim! Mais é que essas pessoas que criticam e falam mal não sabem o duroq ue vc da pra fazer uma fic tão perfeita como Infiltrada e varias outras!!! Parabens Natalia você é Exelente e não se deixe abalar por essas pessoas pois elas não sabem de NADA!!!

Leticia Rathbone disse...

Ah esqueci de falar uma coisa a demora da natalia agora é mais do que aceitavel!!!
Pois, a fic vai virar LIVRO e agora ela tem que reler a fic inteira mudar os nomes dos personagens e farias outras coisas pois quando se vai publicar um livro ela passa por uma serie de coisas o pessaol da autidopra le ele dis oq eu acha oq ue tem que melhorar e tudo masi e a Natalia com certeza vai der que melhor algumas coisas apesar de eu achar que o fic esta otimo do jeito que esta!!! Mesmo assim ela tem muito trabalho pela frente então não falem mal ou a julgem poor causa da demora!!!!

Alice Luttz disse...

Se uma pessoa não sabe valorisar o trabalho do outro não precisa falar mal e só criticar o que acha e não deixar um comentario evasivo nao e todas que gostam da mesma coisa... Como há Tema Jacob e as Team Edward... Mesmo criticando e brigando com elas eu sempre respéitei a decisão delas de não gostar do Edward mais elas nunca falaram mal ou criticaram a Tia Steph por ter criado o Edward...

Alice Luttz disse...

Nossa antes do livro estrear eu ja estou fazendo propaganda...
As garotas da minha sala estão locas pra conhecer o Gege e sua pegada e arrogancia....
Deixei todas agoniadas pra lerem. Principalmente quem gosta de crepusculo...
Mais agora vai demorar mesmo, imagina vai ter que inventar nome sobrenome pros personagens... Mais não me importo...

Leticia Rathbone disse...

Sim Alice estamos vasendo propaganda!!!
Afinal é A Ilfiltrada npe tipo é um super livro super historia e é da Nataliaaa!!!!

Leticia Rathbone disse...

Isso aew Alice! Temq ue reapeitar o trabalho dos outros se não gosto tudo bem mais tbm não precisa falar mal do trabalho muito menos de quem o faz!!!!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

O.M.G!
ME PASSA O EMAIL DELA LICE!

Alice Luttz disse...

Nossa quando o livro sair tenho certeza que pelo menos as Girls da minha sala vai comprar. Tudo pela a AI.

Alice Luttz disse...

E respeita o site. A Alice não ganha nada postando e vem brigar... Defento todas as Alice's.

Alice Luttz disse...

Agora voce viu como ela é...
Eu fiquei chocada esperava encontrar uma mulher de no minimo 25 anos e não encontro uma garota de no maximo 14.

Jani castro disse...

alguem sabe onde ela mora????

voces tem certeza q nao é no RIO nao... olha em Agosto eu vou para SP, ela mora lá???

por que eu faria igual a Joyce, cartaz, escrever musicas e gritar o quanto ela é talentosa ... e o livro alguma noticia dele...

ele já saio, mas alguem tem alguma ideia de quando ele vai voltar????

Jani castro disse...

apoiado! como todas as letras...

Jani castro disse...

pow eu tbm vou comprar o livro, mais só para disser para todo mundo...

" EU LI ESSE LIVRO, MARAVILHOSO, ANTES DE VOCES =P, EU SEI O FINAL E VOCES NAO..." RSS

e por que coisa boa deve ser reconhecida, principalmente pelos fãs.

Lucele disse...

Amei a fanfic e espero que realmente a historia vire livro
pois e muito boa!!!
mais eu queria pedir para a escritora para não para de postar os capítulos por causa de leitoras que partem para a ignorância para a demorara da postagem da historia mais as leitoras que não é desse jeito intendii.!mais continua escrevendo pois a sua fanfic é a melhor que eu ja li
e em alguns site ele é dado no top 10 da net das melhores fanfics
escritora que eu tanto adoroo
gostaria que vc não demora-se muito para postar a historia
pois a curiosidade fala mais alto e a demora cansa as vezes mais não estou reclamando pois quando os capítulos são postados valem a pena...
[aa]coloquem um pouco mais de romance entre a Bella e o Edward
bjs da fanc da fanfic A INFILTRADA.

Lucele disse...

amiiiiiiiiiiiii

Lucele disse...

amei esse capitulo
espero que essa historia vire realmente livro e queria que você não para-se de postar na net pois e muito bom saber como vai acontecer
escritora queria que você liga-se pra essas leitoras que partem para a ignorância
para a demorar da postagem do capitulo
continue assim pois esta muito boa kkk bjs

Rainbow Butterfly disse...

EU QUERO MAIS CAPÍTULOOOOOS
Ó eu akie d novo! Agr q eu percebi. Tá, não consigo ficar longe desse site. Odeio entrar em abstinência!!!
Aaaand mais um poko e eu estribucho aki no chão. Naty, pf amiga.
Não que eu esteja te apressando a escrever, nunca faria isso (eu mais do q ngm sei o q é ter um bloqueio - acabei de sair de um agr), mas pelo menos acenda uma luz no fim do túnel (MENOS A DO TREM CHAMADO GEGÊ QUE VEM VINDO EM NOSSA DIREÇÃO, DEIXA ESSE FAZER SURPRESA!!!).
Um spoiler. É só o que eu te peço.
Um? Só um? Pekenininho? Uma frase? Uma palavraaaa...?
Num deu.
Então aguente a minha choradeira. Vou inundar esse site com minhas lágrimas àlá Alice no País da Maravilhas T.T buááááá...
Nossa, quem é essa garota desequilibrada ali em cima??
SOU EU?
O.o
Acho melhor eu canalizar essa maluquice para minha escrita. Vai fazer melhor para a saúde das minhas leitoras =D
bejo bejo bejo
fuuui

Rainbow Butterfly disse...

Ô.Ô
Tipo, morri.
Tava lendo os coments das outras meninas ali em baixo e a Lice Luttz verdadeiramente jogou um balde de água fria em cima de mim.
COMO ASSIM, A NATY TEM 14 ANOS???????
Cara, num pode ser. Com esse jeito q ela escreve, eu achei q ela tinha... sei lá... saca maior de 18??
Nossa, tô traumatizada agora. Ainda não me convenci.
Tipo, EU tenho 14 anos.
Não q agm queira saber... MAS MEU NIVER É DIA 24 (tipo, esquece a parte do dia, se entenderam. usauhsuhash), e... Tá, eh só isso mesmo.
Minha escrita ainda eh mto infante, e eu atribuo isso à minha idade. E agr to me sentindo mais infante ainda por causa dessa descoberta 8[
O pior é q eu fico aqui, falando sozinha, q nem uma malucona (ñ q eu ñ seja uma malucona, mas deixa quieto)...
Tá... Júh, calma. RESPIRAAAA (barulho da minha respiração profunda). Ok. Acho q eu posso conviver com isso.
Pq, qnd eu quero só faze uma observação, o comentário fica enorme? Nem Freud explica essa, acredito eu.
Ah, axo q é só isso memo.
outros beijos =*

Rainbow Butterfly disse...

Entrando na da Luísa: TEAM NATÁLIA!!!!
ushauhsau <3

suely disse...

que bom você colocou mais um capitulo, esta maravilhoso!

por favor n demora de postar mais.

Natália Marques disse...

Oiii!! Eu sou a Natália Marques, autora da fanfic e vim aqui avisar que eu estou lendo sempre os comentários de vocês aqui do fiks de forks!! E tenho 16 anos! rs
Obrigada por todos os comentários e podem deixar que não deixarei de postar a fanfic, mas até o próximo capítulo talvez demore um pouco, pq estou preparando o livro que vai ser publicado ainda esse ano!!
Bom, vim aqui falar com a Alice Volturi, que acho que é quem toma conta daqui! Por favor, Alice, eu preciso tirar toda a primeira temporada do ar, de todos os sites que tem AI! Por favor, tem como tirar a primeira temporada daqui? É questão de contrato, então o negócio é sério, rs
É isso,
BJS!

ThaísLemos =) disse...

quase morri com esse capitulo ! ta muito mais que perfeito *-----*

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