E Se Alice Salvasse Emmett... - Capítulo 13: Lar, Doce Lar

Alice

Emmett parecia tão sincero...

Ele me pegou no colo. Por um instante, eu me senti realmente segura. Eu queria acreditar no que ele me dizia, mas era quase que impossível acreditar que algo pudesse dar certo em minha vida depois de tantos anos...

Ele me levou de volta para casa, eu não resistiria, não sairia correndo, nem nada parecido. Eu não via, por enquanto, nenhum motivo para fugir. Não havia nenhuma decisão tomada que me fizesse mal.

A decisão mais gritante de todas era a de Emmett, ele realmente havia decidido me proteger. Eu não sabia mais o que era ter alguém cuidado de mim há um bom tempo. A senhora Esme e o Dr. Carlisle foram tão bons comigo, Edward estava sendo muito legal em me ajudar com Emmett. E Emmett, bem, ele estava sendo tão protetor comigo.

Eu estava emocionada. Aquilo era mais do que eu merecia...

Edward

Pelo caminho todo eu analisei os pensamentos de Alice. Por tudo o que passava por sua mente, pude constatar que ela deveria ter passado por muita coisa até nos encontrar.

Lembrei de como a tratei de primeira... Eu a enforquei, queria parti-la ao meio e jogá-la no fogo... Aquilo foi cruel.

Eu queria defender a minha família a todo custo, mas Carlisle estava certo em achar que ela não nos faria mal.

Já haviam feito muito mal à ela e ela estava em fuga... Não sei dizer por quanto tempo, ela não pensa nisso exatamente.

Confesso que achava que Alice era recém criada, por sua pouca experiência, mas depois do que vi, começo a me questionar...

Ela disse que tinha “medo de vampiros” em seus pensamentos, mas ela não achava que era uma vampira até pouco tempo atrás.

Alice estava se tornando uma incógnita: ela tinha um grande poder, um poder que a deixava longe de quem ela acreditava que pudesse fazê-la mal, como o tal Jasper. Mesmo assim, arriscou pedir ajuda para salvar Emmett.

Se realmente soubesse ser uma vampira, ela nunca faria isso...

Emmett a trazia no colo quando chegamos à cidade.

- Eu acho melhor que Alice siga a pé... – eu disse.

Emmett pareceu não gostar nada daquilo.

- Não quero que ela fuja...

- Eu sei, mas é que você estava “de cama”, lembra? Se o virem carregando ela, será, no mínimo, contra censo...

Emmett olhou para os olhos de Alice.

- Eu prometo não fugir.

Ele a colocou no chão incerto e pegou sua mão.

- Obrigada... – ela agradeceu enquanto encarava o chão.

- Não precisa ter medo Alice, tudo vai melhorar daqui pra frente.

Eu me sentia mal perto dos dois...

- Podemos seguir em frente?

Eles pareceram me notar novamente, e recomeçamos a caminhada na rua.

- Nunca corram quando estiverem perto da civilização, ou poderão entregar nosso disfarce – eu sussurrei.

Eles apenas concordaram e nada disseram.

Não demorou para que chegássemos em frente a casa deles.

- Bem, eu irei, qualquer coisa... Sabem onde nos achar.

Segui para a casa ao lado.

Alice

Chegamos a nossa casa, a linda casa que o senhor e a senhora Cullen haviam comprado para nós. Ela era linda e a cada instante que eu olhava para ela me encantava mais e mais.

Edward seguiu para a casa onde morava com seus pais.

- Vamos entrar? – Emmett perguntou.

- Sim.

Ele abriu a porta para mim, como um verdadeiro cavalheiro. Eu me perguntava por que às vezes tinha medo dele, mas era mais forte do que eu...

Dentro da casa, eu não sabia o que dizer.

Ele se sentou em um sofá e ficou encarando a lareira apagada.

- Acho que não precisamos mais nos preocupar em acender a lareira, não é?

- É... Bem, eu não sinto frio, e você? – respondi enquanto sentava no outro sofá.

- Também não...

Eu também comecei a olhar para a lareira.

Emmett

Chegamos na casa que havíamos ganho dos pais de Edward.

Alice parecia incerta quanto a entrar com um desconhecido lá. Eu a conduzi para dentro. Eu imaginava que talvez ela também tivesse medo de mim...

Bem, minha mãe dizia que eu assustava as moças por ser grandão...e Alice, bem ela era bem pequenininha.

Ela ainda não parecia nada confortável. Fui até o sofá e me sentei, mesmo que não estivesse cansado, era comum eu fazer isso quando era humano então... era meio que automático...

Me peguei olhando para a lareira apagada da casa. Talvez Alice a quisesse acessa. Ou não?!

- Acho que não precisamos mais nos preocupar em acender a lareira, não é? – tentei puxar papo.

- É... Bem, eu não sinto frio, e você? – ela se sentou no outro sofá enquanto respondia.

- Também não...

Eu queria puxar papo com ela e tentar saber mais detalhes desse tal cara que a apavorava. Eu o seguiria até o inferno se isso a fizesse parar de sofrer.

Bem, eu tinha medo de tocar nesse assunto tão rapidamente, ela era tão delicada e ficaria com medo. As mulheres, normalmente, abominam a violência, mas certos homens merecem um soco bem dado queixo pra parar de amedrontar donzelas.

Veio-me em mente que Alice podia ver o futuro... Decidi começar por isso. Já que não havíamos conversado tanto sobre isso antes e... Bem, esse assunto poderia me levar ao que eu queria saber.

- Alice, você pode me falar mais do seu poder extra?

Ela pareceu se animar um pouco.

- O que quer saber?

- Bem – o que eu queria saber não dava pra perguntar de repente, então... – como funciona? Você consegue adivinhar as coisas?

- Não – ela riu, – na verdade, eu consigo ver as decisões que cada pessoa toma. Por exemplo, se eu decidir sair por aquela porta, eu saberei o que acontecerá.

Eu não consegui me segurar. Só de ela mencionar “sair por aquela porta”, eu já estava ao lado dela.

- Não vá... Por favor – eu a olhava fundo em seus olhos vermelhos, abaixado ao seu lado.

Alice

Emmett estava tentando ser educado, ele estava puxando papo comigo para deixar aquela situação o quanto menos constrangedora.

- Bem, como funciona? Você consegue adivinhar as coisas?

Eu ri. Foi fofo o modo como ele tocou no assunto. Eu havia percebido que Emmett gostava muito das coisas que os vampiros podiam fazer e os humanos não.

- Não, na verdade, eu consigo ver as decisões que cada pessoa toma. - Aquilo era meio abstrato, então dei o primeiro exemplo que me veio em mente – Por exemplo, se eu decidir sair por aquela porta, eu saberei o que acontecerá.

Ele se assustou, se levantou em um salto e veio para perto de mim. Se abaixou e olhou nos meus olhos.

- Não vá... Por favor.

- Eu não irei – eu baixei o olhar. Era tão fofo ele pedindo para eu ficar. Aquilo foi só um exemplo.

Ele sorriu.

- Você sabia que eu estava com aquele urso?

- Na verdade, não... Eu ouvi o urso e... Geralmente, os animais tem medo de nós... Você sabe, do que somos. Eu estava tentando ver um urso de perto.

Emmett

A cada pergunta que eu fazia, Alice parecia se lamentar por ser quem era... Quando perguntei sobre o urso ela pareceu voltar a esse estado de tristeza, mas eu tentei animá-la.

- Sorte a minha! Se não fosse por você – eu peguei sua mão, já que eu estava no chão ajoelhado ao seu lado, – eu não estaria aqui agora.

Ela pareceu se assustar e soltou minha mão enquanto levantava.

- Ou estaria! Lembra, eu te assustei. Você estava ganhando!

Alice

Ele pegou minha mão, era tão fofo que ele se preocupasse comigo.

Eu olhei em seus olhos, ele parecia tão sincero e era tão...

Não Alice! Acorde!!!

Eu levantei em um salto e soltei sua mão, ele estava... perto demais!

- Ou estaria! Lembra, eu te assustei. Você estava ganhando!

Ele levantou meio sem graça.

- É verdade...

Ele olhou para um dos quadros da casa. Eu devia tê-lo chateado.

- Me desculpa, eu não quis...

- Sem problemas. Calma Alice, eu não estou bravo com você.

Eu sorri, ele era paciente até demais com minhas mudanças de humor.

- Emmett?

Ele olhou para mim como se esperasse uma resposta.

- Obrigada por não me odiar.

Ele chegou perto de mim me abraçou e depois bagunçou meu cabelo.

- Às ordens baixinha!

Baixinha?! Eu não gostei disso... Ok, mas só sorri em retorno. Eu não ia brigar com alguém tão grande e forte.