E Se Alice Salvasse Emmett... - Capítulo 18: O Probleminha da Parede

Edward

Voltei para casa algumas horas depois, ainda rindo do chilique de Emmett... O motivo? Ele se parecia com alguém que eu conhecia... E dividia a casa...

Subi direto para o segundo andar, e fui para o quarto de Carlisle. Parei antes para escutar se eu não estava “interrompendo” nada.

“Ai, meu Deus... Que noite maravilhosa. Que lua!”

É, Esme estava muito feliz...

E Carlisle estava...?

“Amanhã tenho uma reunião com o Conselho de Medicina da cidade. Será que eles vão adotar mesmo a ideia da gangrena? Meu Deus, quanta crueldade. Mas... Esquece... Esme fica tão perfeita à luz do luar...”

É, Carlisle estava feliz também...

Bati na porta antes de entrar. Pigarreei.

- Carlisle, podemos conversar?

“Nossa, é Edward. O que será que aconteceu?”

“O que será que Edward aprontou? Ou seria Rosalie quem aprontou? Ou seria Alice e Emmett?! Ai meu Deus... Coitadinhos!”

- Edward – a porta se abriu, e Carlisle saiu do quarto. Lá atrás, pude ver Esme viajando nas prováveis desgraças que aconteceu a Alice e Emmett... – O que aconteceu?

- Amanhã precisamos comprar alguma coisa para tampar um buraco na parede.

- Que parede?

- A da sala da casa ao lado.

- Alice! – Esme se levantou correndo da cama, fechou a porta com nós dois para fora, e eu só ouvi uns barulhos de roupas. Poucos segundos depois, a porta se escancarou e Esme saiu em disparada porta a fora.

- Isso foi confuso, não?!

- Esme só está preocupada com o que pode ter acontecido com Alice.

- E o que aconteceu? Ouvimos um barulho abafado logo após você ter saído, mas pensamos que se fosse algum problema, você poderia se resolver rápido.

- Sim, mas não era comigo. Foi Emmett. Ele estava divagando quando perdeu o controle e bateu na parede. Aí já viu, não é... A parede está com um buraco bem no meio.

- Emmett estava bravo?

- Não, só confuso. Estava receoso de que Jasper quisesse tomar Alice para ele.

- Por quê?

- Eles pensam que Alice tem visões de Jasper por ele ter sido o responsável por sua transformação.

- Mas... Será?

“Não sei se isso é possível, apesar de que, se ele não for uma boa pessoa, pode muito bem querer Alice para si mesmo. Em toda minha vida, nunca vi algo do tipo... A maioria dos vampiros apenas transformam alguém aleatoriamente e vão embora. Até os rastreadores seguem esse comportamento. Não, não acredito que isso aconteça... Mas, será que esse é um diferente?”

- Carlisle, por favor, poderia parar? Está me deixando louco com isso...

- Ah, sim. Me desculpe!

“Me desculpe mesmo. Mas, isso é muito interessante. Será que acontece mesmo?”

- Quer saber, Carlisle, vou ver se Esme precisa de algo, ok?!

“Ai... Esme! Ah, meu Deus. Para onde ela foi mesmo?”

- Ela foi ver Alice. – “Ah, é mesmo... Alice...” ele pensou mais aliviado. – Não demoro!

Esme

Saí correndo de casa, nem percebi qual roupa coloquei ao certo. Olhei para baixo antes de bater na porta. Graças ao bom Pai, eu tinha pego as minhas roupas. Teria sido constrangedor se eu tivesse pego as roupas de Carlisle.

Bati rapidamente na porta.

Alice veio abrir a porta.

- Dona Esme – ela me atendeu contente. Tentei espiar o que houve ali atrás... Resolvi entrar na casa sem ser convidada. Alice entenderia que a casa era meia nossa também, afinal de contas, foi Carlisle quem a comprou.

- Alice, está tudo bem?

- Está sim, dona Esme. Está tudo bem.

- Não está, não! Olha só esse arrombo na parede! Olha só esse buraco negro! Meu Deus!

- Ah, me desculpe, mas é que aconteceu um pequenino... probleminha.

- Sim, mas pequenino o suficiente para que eu o ouvisse de lá de casa!

- Me desculpe, dona Esme. Me desculpe. Por favor.

Own, coitadinha. Ah, está tudo bem.

- Ah, ok... Mas... que arrombo! Dá para três pessoas andar por aí!

- Três pessoas de qual tamanho? – Emmett chegou brincando. Ah, com esse buraco, tenho certeza que só caberia dois Emmetts de lado, mas eu não estava para brincadeira. Fora ele quem tinha feito o buraco, no fim das contas...

- Emmett! Você quebrou a parede! – dei uma leve bronca nele. Ainda havia muito a sair...

- Er... – ele não esperava pela bronca. – Me desculpe.

- Desculpas? Você quebrou a parede. Olha só o buraco que você abriu na parede! Você não sabe o quanto vocês me deixaram nervosa, preocupada. Pensei nas piores coisas, pensei que vocês estavam brigando ou que alguém tinha vindo para brigar ou que algum humano veio aqui e vocês se descontrolaram ou que...

- Esme, acalme-se, por favor – era Edward todo calmo, como sempre. Mas ele não estava certo. E se eles tivessem se machucado?! Várias coisas podem acontecer, mesmo a um vampiro! – Esme, nada aconteceu a eles. Ambos estão bem.

Edward

Esme estava nervosa, não só com o que poderia ter acontecido com os dois, mas com o que houve com a casa também.

“Mas... E a parede? Olha só o estrago! Meu Deus, vai demorar uma semana para arrumarmos ela e a deixarmos como antes!”

- Sim, vai demorar, mas só se estivermos com a ajuda de humanos.

- Mas, não podemos fazer nada com o cimento. Ele demorará!

“A senhora Esme ficou chateada pela casa. Emmett não deveria ter feito isso...”

- Emmett foi o responsável pela quebra da parede, então ele ficará responsável pela parede secar.

“O quê?”

- Mas, como ele fará isso, Edward?!

- Não sei. Talvez, se ele abanar com algo, o material seque com antecedência.

“Ah, mas mesmo assim, a parede ficará tão feia. Precisaríamos pintar toda a casa de novo!”

- Esme, não precisa pintar a casa de novo – o tom da frase acabou sendo de uma bronca.

- Pintar a casa toda? Nossa, eu não pensei que ia causar tanto mal assim... – era Emmett, desolado com a sua falta de controle.

- Oh, não se preocupe, Emmett. Eu me responsabilizo pela pintura. – Alice estava disposta a pagar em nome de Emmett? Eles estavam se dando bem até demais, para minha opinião... Havia algo que eles não estavam pensando para que eu não pudesse saber... – E nós podemos dar um jeito para conseguir a tinta. Vocês já pagaram demais por nós, dona Esme!

- Ah não, não querida. A questão não é dinheiro, isso nós temos, e a tinta nós podemos pagar.

- Então Emmett e eu nos responsabilizamos pelo resto.

“E se pudermos fazer algo a mais, nós faremos.”

“Eu posso fazer o serviço duro. Alice é muito pequena e delicada, ela não leva jeito com essas coisas másculas... Cimento e pintura de parede é coisa que eu devo fazer...”

- Eu faço tudo.

Alice

Emmett estava querendo puxar a responsabilidade toda para ele. Eu não deixaria isso acontecer, afinal de contas, ele esmurrou a parede por conta de nossa conversa. Se eu não tivesse o preocupado demais, a parede estaria inteira.

Eu sabia que não deveria ter contado muito sobre Jasper a ele. Ainda bem que não contei tudo.

Percebi que Edward aprumou os ouvidos em minha direção, e então eu me lembrei que ele ouvia os nossos pensamentos. Sabe, tinha vezes que eu me esquecia deste pequenino detalhe.

Obriguei minha atenção voltar à sala. Esme tinha ficado chateada por termos estragado o presente dela. Eu também, até porque era a minha casa, a minha linda e querida casa.

- Eu faço tudo – era Emmett querendo bancar o único capaz do serviço, já que é o mais forte de todos nós.

- Nana-nina-não. Eu ajudarei! – Ele estava mesmo pensando que arcaria com todo o prejuízo?

- Nós ajudaremos. Todos ajudaremos – era Esme. Mesmo chateada com a situação, ela estava empenhada em nos ajudar. Eu era eternamente grata a Esme. Às vezes, eu sentia como se ela fosse como uma mãe para mim...

Edward revirou os olhos, mas não entendi bem o motivo.

Tanto faz. Tem coisas a respeito dele que eu não compreendo mesmo...

Edward

Quanta contradição em uma só cidade. Alice, que conhece Esme há pouco tempo, a tem como se fosse uma mãe. Rosalie, transformada por Carlisle, não a tinha como mãe até hoje no crepúsculo.

Mulheres são tão estranhas...

Carlisle é sortudo. Carlisle e Emmett. Não leem mentes, então ficam menos confusos...