Damon Visita... - Capítulo 30: Uma Visita Para Sam Uley

- Espera aí! – eu o parei. – Mas como assim causado problema? Eu apenas estava conversando com ela, oras... – Será que ele cairia nessa?

- Não banque o palhaço! – ele foi em passos largos na minha direção. Ok, ele não parecia ser um cara muito amigável, ainda mais comigo dando em cima da mulher dele.

- Espere! – eu dei um jeitinho de conseguir tempo.

- O que é agora? – ele estava pertinho de mim.

- Você disse que é um lobo, né?

- Sim... – ele pareceu confuso.

- Por que eu tenho que acreditar nesse lance de lobo mesmo?

- Pouco me importa se você acredita ou não! – É, ele estava bravo... Mas eu ainda tenho de ganhar tempo, se não vai ter corvinho à milanesa na janta.

- Ok! Eu irei pedir desculpas agora, à sua noiva.

- Acho bom.

Me virei e fui para perto de Emily, que estava perto da pia. Ir até ela já era uma desculpa muito boa para ficar longe do tal Sam aí...

- Oi.

- Você já me disse oi antes, mas... Oi.

- Sempre ouvi dizer que os cachorros são os melhores amigos do homem, isso não se aplica as mulheres, né? Afinal, olha só o que cara fez na sua cara. Você tem problemas em continuar com ele, né!? Você tem problemas... Todos eles!

Ele rosnou, Emily ficou sem saber o que dizer. Resolveu abaixar a cabeça e dar um risinho, então se virou para mim toda corajosa.

- Vai pedir desculpa ou não?!

- Uh... Mulher Maravilha no comando. – Ela continuou com a mesma cara. – Ok, ok. Então, sabe como é, né... Foi mal. Não sei nem o que fiz errado, para falar a verdade, mas... – o cara começou a rosnar. Credo, daqui a pouco o cara ia começar a babar. – Hei, hei... Eu disse “Mas...”

Ele inspirou fundo, olhou para Emily e então assentiu. Cachorrinho bobo. Aff...

- Então, voltando a quem realmente importa, me desculpe Emily se eu fui um tolo, estúpido, garanhão, pervertido... Sabe, essas coisas que todos os homens tem seus momentos. Por favor, me desculpe, ok?!

Ela apenas ficou me encarando. Olhei para o Sam e ele me olhava da mesma forma. Ok, acho que fui sincero demais.

- Então, já pedi desculpas. Tudo na paz agora, cara?

- Ah... Eu... Pode ser.

- Oh, que bom, porque eu já estou ficando com fome. Emily, tem algo para comer?

- Mas... Ah...

- Estava tudo na paz, cara, não na gozação e aproveitamento. Cai fora!

- Mas, se está tudo na paz, eu deveria ser tratado como qualquer visita. É o que diz o livro de bons modos e educação, sabe?!

Ele inspirou novamente. Cara, ele era muito louco. Fica só respirando e inspirando profundamente. Será que ele é doente? Bom, deve ser, porque a Leah disse que eles são lobisomens. Ha. Até parece.

- Hei cara, é verdade que vocês são lobos mesmo?

Um respiro profundo novamente.

- É sério, porque se é verdade mesmo, você tem problemas. Não só pelo fato de ser lobo, mas por ficar respirando fundo aí. Sabe, eu não aconselho a essas coisas, porque você fede um pouquinho, sabe?! – esse era eu minimizando a situação, porque o cara fedia muito mesmo.

Ele me olhou perdido e tentou esboçar reação. Será que fui sincero demais para ele de novo? Cara, será que se eu falar que a Chapeuzinho Vermelho existe de verdade, ele vai acreditar?

- Você é um pouco...

- Sincero, ok, eu sei... – eu o cortei.

- Me deixe terminar! – ui. O lobinho se alterando.

- Ah, ok, Sr. Confete!

- Hãn?

- Sério, cara. Você vive em qual século?

- Hãn?!

- Aff... Vai, fala logo o que você quer...

- Ok. – Ele se ajeitou em seu canto. – Eu acho que você deveria ir embora.

- Todo esse drama para isso?

- Olha só quem fala... – ele sibilou. Tolinho, mal sabe que eu ainda o ouço.

- Sim, sou eu quem falo! – lhe respondi com um sorrisinho, ele ficou sem reação. – E não adianta vir com essa cara de cão arrependido, para mim não cola! Aliás, foi mau, se você é lobo mesmo, não tem como fazer outra cara que não seja de cão. Que indelicadeza a minha, não?!

Ele rosnou alto e correu em minha direção. Eu corria até a porta e ele ficou parado no mesmo lugar, estava atônico. Emily também ficou paralisada, sem sabe se deveria se mover.

Ele era um lobo bem burro, como não tinha percebido que eu era vampiro ainda, hein?!

- O que foi, perdeu a vontade de correr atrás?

- Você... Por acaso... Você é um...

- Um...? Poderia ser mais especifico? Não gosto de quando há lacuna em minhas qualidades...

- Você é um deles, não?

- Ah, acho que sim. Não sei. Depende de quem são “eles”.

- Os Cullens!

- Ah sim, eu gosto dos Cullens. Ou melhor, das Cullens.

- Ah, então é você quem xavecou todas as mulheres Cullens – a Emily ficou mais chocada ainda. Me lembrou as minhas ex quando eu as largava por aí sem mais nem menos por outra mulher.

- Nossa, como o povo daqui é fofoqueiro, hein?!

- O Jake me contou sobre você!

- Hmm... Contou da parte que eu sou irresistível?!

- Aha. Se fosse, Leah e Emily estariam com você, não contra, o abandonando – o Sam ficou dando risada. – Você é apenas um coitado, no final das contas.

- Ah vá. Sou um coitado pegador. Tenho certeza absoluta de que a Emily aí gostou de me ter aqui. – Um rosnado. – E a Leah é gostosa, muito, muito boa... Pena que é uma loba e fede! – Outro rosnado, só que mais forte.

- Ah, então quer dizer que fedemos, certo?!

- Sim. Claro!

O cara começou a respirar de forma bem desconexa, ele estava hiperventilando Eu podia ouvir o seu coração bater rápido, parecia que ele iria ter algum tipo de sobrecarrego em seu coração e cair ao lado mortinho da Silva. Mas então, o cara meio que se abaixou e eu vi o horror.

Credo.

Sua pele meio que rasgou e deu lugar à uma pele escura, cheia de pelos longos, só que em partes os pelos eram maiores e em outras os pelos eram menores. Seus olhos, no entanto, eram os mesmos.

Ainda assim, senti meu corpo querer estremecer. Ele quis, mas não iria. Pelo amor de Deus, eu não podia tremer desse jeito na frente de um urso desse tamanho. Aliás, era para ele ser um lobo, um lobo, meu Deus. O que é isso? Uma aberração da natureza? Deus estava de mau humor quando criou isso!

Acho que vou vomitar.

- Cara, por que você fica tão bravo? Se eu jogar um graveto, isso vai te deixar feliz? Vai balançar o rabo?

Ele não demonstrou achar graça, como o resto das coisas que eu disse. Bem, eu estava dando em cima da mulher dele, acho que ele não ficaria muito feliz mesmo.

Ainda assim, ele me dava arrepios. Se os Lockewood já me preocupavam, creio que com esses... esses... sei lá o que são, lobos do tamanho de ursos... Sei lá, mal consigo formular uma frase conexa.

Não, eu não podia demonstrar fraqueza. O jeito é blefar, da melhor forma que eu já fiz em toda a minha vida. Até Klaus se sentiria orgulhoso de mim hoje!

- Ufa – eu provoquei, – que sorte a minha nunca ter tido medo de bichos que se autodenominam lobos, mas, na verdade, são ursos!

Ele pareceu latir algo, mas não entendi nada. Era apenas um latido.

Decidi correr floresta adentro, ele estava ao meu encalço. Infelizmente, outros lobos do tamanho de ursos apareceram, a “matilha” toda estava reunida. Percebi isso porque logo que saí, o cheiro de esgoto tomou conta do ar.

- Credo! Vocês fedem demais! Quem sabe eu não leve vocês para a cidade e compre algum sabonetinho, shampoo, perfuminho... – Um dos lobos saiu do mato. – Ha! Estava no matinho, é? Lavou as mãos?

Fiquei rindo sozinho enquanto eu sentia a terra tremer embaixo de meus pés. Havia cinco supostos lobos do tamanho de ursos correndo atrás de mim, ninguém ria, apenas dava alguns suspiros, que entregavam que eles não estavam felizes comigo.

Percebi que eles estavam chegando perto, eu não estava sendo tão rápido como eu costumo ser. Deus, eu não estava muito bem antes mesmo. Agora, o que posso fazer?!

Ah... É numa hora dessas que eu agradeço por ser um pássaro! Penas, para quê te quero!