E Se Alice Salvasse Emmett... - Capítulo 20: Mais Problemas

Alice

Estávamos a bater na porta de dona Esme quando ela abriu, e revelou todos prontos para a partida.

- Bom dia, queridos. Como passaram a noite? – era Esme, sempre carinhosa.

- Maravilhosamente bem, dona Esme.

- Ah, a noite demorou um pouquinho. Dava para ter arrumado a casa toda só essa noite... – era Emmett, impaciente...

Rimos um pouco com aquilo, mas então Carlisle nos cortou.

- Bem, vamos logo, antes que o céu abra e o Sol fique muito forte para nós. Temos de aproveitar enquanto o Sol não está tão forte como ao do meio-dia.

Saímos e fomos em direção à carroça – o que era desnecessário a vampiros, uma vez que não ligamos em andar por quilômetros e mais quilômetros sem nos cansar, mas para o nosso disfarce, tínhamos de ir com a carroça.



Carlisle

Todos estavam animados com as compras... Com exceção de Edward, que aparentava estar preocupado demais pensando em algo. Eu iria falar com ele mais tarde, eu tinha de saber o que lhe atormentava.

Fiquei olhando para ele, esperando por alguma resposta, mas ele apenas me encarou.

Obviamente, ele sabia o que eu pensava, mas eu não via nenhuma reação positiva ou negativa a respeito.

Qual seria o seu problema? Ele estava tão preocupado!



Edward

Carlisle queria falar comigo. Mal sabia ele dos nossos problemas... Sair à luz do dia não é bom para o nosso disfarce. As pessoas notaram que estamos juntos com Alice e Emmett, e alguns deles perceberam que somos de pele igualmente clara, e lindos...

Essa compra estava prestes a estragar todo o nosso disfarce.

Nós precisávamos chegar logo na loja, e comprar logo. O quanto antes chegarmos em casa, melhor...

Ainda bem que Rosalie não veio junto, pois se tivesse vindo, adoraria a atenção que estamos chamando.

Droga, por que essa loja está tão longe? Cada dia que se passa, ela aparenta ficar mais longe de nossa casa.

Seria isso, ou então os cavalos que estão ficando cada vez mais arredios com a nossa presença? É, mesmo com os tampões nos olhos, o sexto sentido animal era muito mais forte do que de qualquer outro ser vivo...

Estávamos com problemas... E eu precisava falar com Carlisle o quanto antes...



Esme

Chegamos em pouco tempo na loja de construção. Carlisle e Emmett desceram, enquanto Alice eu ficamos na carroça. Edward até ia junto, mas pedi mentalmente para que ele ficasse.

Nós precisávamos conversar.

- Pode dizer, Esme.

- Estou preocupada. – O que está acontecendo? Algo está te assolando, querido. Conte-me!

- Preocupada com o quê? Com a parede? – Alice me perguntou. Coitadinha, ela era tão inocente e nova nesse assunto. Algo estava para acontecer... Eu senti isso pelo Carlisle, e então percebi que ele estava assim por causa de Edward.

- Com o nosso disfarce – sussurrei. Desta forma, o nosso condutor não ouviria as conversas... Seu ouvi não capta esses sons tão baixos, quase inaudíveis, mas os ouvidos dos vampiros sim...

- Oh – ela se assustou. – Foi algo que fizemos, Esme? Será que as pessoas sabem da parede?!

- Fale baixo, por favor...

Ela concordou, e abaixou a cabeça arrependida. O senhor que estava nos conduzindo chegou a olhar para trás, mas então ficamos apenas quietos. Como se nada tivesse acontecido.

Para mim, aquela era uma cena normal...

Assim que o homem voltou aos seus pensamentos obscenos sobre sua mulher, voltamos à conversa.

- Hmm... Não, não creio que seja por conta da parede, querida. Acredito que seja algo relacionado à nossa vinda para cá.

- Então é a parede.

- Não, não é a parede, Alice. – Edward, como você foi rude com a Alice!

- Me perdoe, Esme – ele falou, e depois se virou para Alice, que estava nos encarando confusa. – E me desculpe por ter sido rude com você, Alice, mas é a verdade. Não é a parede, é a nossa vinda. As pessoas estão nos notando mais, ou então elas só repararam agora que nos virão todos juntos...



Alice

Ai, meu Deus. Edward disse que nós tínhamos causado problema. Ele não disse assim, literalmente, mas disse.

Se Emmett não tivesse quebrado a parede porque eu não tivesse lhe contado sobre Jasper, não teríamos de vir até aqui.

- Pare de se autoincriminar, Alice. Não seja tão crítica – era Edward. – Não podemos agir diferente agora. A situação já está feita. Precisamos agir normalmente, como sempre fizemos para acabar com os possíveis rumores.

Hmmm... Rumores?

Fechei os olhos e tentei me concentrar. Vi o que o futuro aguardava para todos os Cullens, e a única coisa mais desconcertante era o preço do quadro.

- Alice?

- Está tudo bem, Esme. Não é nada... demais...

Nada demais? Não, não mesmo. Só uma fortuna por um quadro. Só isso...

Edward acabou rindo. No fim das contas, a verdade era que eu não tinha me acostumado ainda com a generosidade do senhor e da senhora...

- Edward?

- Está tudo bem, Esme. Nada demais, ok?!

- Ok.



Emmett

Compramos algumas sacas de areia e cimento. Eu comecei a levantar três sacas quando Carlisle fez uma cara de bravo para mim... Ah é... Não expor o nosso segredo.

Isso era difícil...



Edward

- E então... O que faremos? – era Esme preocupada. Creio que, na essência mesmo, ela estava em pânico. Ela tinha aflição de que os humanos descobrissem o nosso segredo, e depois tivessem de pagar por isso.

Pagar, eu digo no sentido de receber uma visitinha dos Volturi.

Isso não era amigável... Essa era uma visita que nem os vampiros gostavam de receber, quanto mais os humanos...

“Será que a dona Esme vai comprar aquele com o riacho escuro? Ah, ele é tão estranho...”

Decidi relevar alguns pensamentos...

- Esperamos chegar em casa. Lá estaremos seguros... – apontei com o olhar o condutor da carroça.

“Ah, é tão chato ser forte e não poder usar sua força!”

Emmett começou a chegar com um saco de areia, e o depositou atrás da carroça. Carlisle não trouxe nada em mãos. Dois homens com uma espécie de carrinho vieram com os outros sacos de areia e cimento. Emmett os ajudou a colocar na carroça, mas foi de um a um...

E ele não gostou disso.



Carlisle

Agradeci pelos serviços, e então montamos.

- Para onde vamos agora, amor?

- Para a “Décor”.

“Décor” era a loja mais respeitada em questão de decoração interna. Esme adorava passar por lá e fazer algumas compras...

- Para a “Décor”, rapaz – ordenei ao condutor. Ele ateou as rédeas nos cavalos, e então começamos a andar.

- E rápido, de preferência – era Edward sussurrando.

- Por quê?

- Precisamos conversar.

- E é urgente, amor – Esme estava preocupada. Ela sempre pensava demais em algumas coisas, e acabava pecando por excesso, mas tinha vezes em que ela tinha razão. E essa era uma das possíveis razões para se preocupar, já que até Alice estava assustada.

Emmett era o único despreocupado ali, parecia estar no Egito enquanto estamos nos Estados Unidos...



Alice

Chegamos em pouco tempo na loja que a dona Esme pediu. Foi rapidinha essa viagem, foi só seguir mais duas ruas adiante, e virar uma vez para a esquerda e outra vez pra a direita.

A loja era grande, majestosa. Os entalhes nas paredes em dourado roubava a atenção de toda a rua.

Pobres comerciantes que tentavam viver com aquilo na mesma rua...

Mesmo assim, era uma loja muito bonita por fora. E por dentro, pelo que consegui ver da carroça, era tão linda quanto...

- Vocês vem? – Esme perguntou.

Carlisle resolveu responder pelos meninos.

- Acho melhor irmos.

Todos saíram juntos de Esme e eu. Carlisle foi à frente, e abriu a porta da loja. É, agora eu sei porque Esme é tão apaixonado pelo Carlisle... Ele é tão cavalheiro...

Alguém bufou atrás de mim. Prefiro não saber quem foi o responsável... Apesar de que o único capaz para tal era Edward.

Olhei para ele ameaçadoramente, e ele se fez de inocente. Continuei olhando, e então ouvi novamente. Tinha sido Emmett... Mas ele não sabia ler mentes, ou sabia? Ai meu Deus... Eu estava frita se ele soubesse...

Edward balançou a cabeça negando meus pensamentos, mas Emmett bufou justamente quando eu disse algo. Era impossível ele não ler mentes. Deu tão certo... Edward só poderia estar errado.

Depois disso, Edward deu de ombros e saiu vagando solitariamente pela loja.

Uma moça veio até nós.

- Bom dia. O que procuram?

- Bom dia – Carlisle respondeu. – Procuramos por um quadro.

- De qual tamanho?

- Hmm... Amor?

- Um bem grande! – Esme disse animada. Nesse sentido, ela se parecia tanto comigo!



Edward

Alice estava ficando louca. Emmett não lia pensamentos... Se o fizesse, eu já teria notado. Além do mais, todos teriam notado, afinal de contas, eu me lembro muito bem a primeira vez que escutei pensamentos...

Comecei a responder a tudo, mas que nada tivesse sido dito. Aquilo foi confuso no começo, e eu levei algum tempo até me acostumar a tudo. Para isso, tive de ser mantido longe de várias pessoas...

Quanto mais pensamentos e falas, mais eu ficava confuso.

Graças a Carlisle, com o tempo eu aprendi a lidar com meu dom...

Passei por alguns tapetes, alguns sofás e estilos de cozinhas... Foi então que eu dei graças por ter meu dom...

“Nossa, olha só a mulher do doutorzinho. Humpf... Como ela ousa usar essas roupas justas? Essas são só para jovens, não mulheres casadas!”

O quê? Qual o problema com o vestido? Ele não era justo!!!

Fiquei onde eu estava, fingi estar admirando um quadro pintado à óleo. Um quadro muito estranho, a propósito. A mulher não estava sozinha.

- Você viu a mulher do doutor? Quanta ousadia!

- Ah, Michaela, não abuse de seu sarcasmo, ok?! Ela está bonita com aquele vestido!

- Não está, não! Aquilo é vulgar!

- Michaela, por favor... Fale baixo! – “Se não todos ficarão sabendo desse ciúme bobo...”

- Humpff... – ela bufou, igualzinho o Emmett... Estava chando graça em algo, e isso não me cheirava bem... – Vai defender ela, agora?!

- Eu só acho ela muito bonita. Quem sabe se eu não perguntar a ela, ela não me diz os seus rituais de beleza? Ou os nomes dos cremes, pelo menos...

Não, será melhor se não perguntar, moça. Acredite em mim.

“Oh, sua descarada. Traindo a amiga aqui, não é? Vai pedir o que a vulgar faz? Que coisa feia!”

- Você não vai pedir nada. Que coisa feia, Claire.

- Coisa feia é o que você faz, ficar falando mal dos outros. – Ela era corajosa, pelo menos...

- Você fala como se não fizesse o mesmo. – E essa era muito mal educada.

- Ah, me pouco, Michaela! Aliás, já se decidiu com qual almofada irá ficar?

“Hmm... Amarela ou creme? Ou essa marrom? Ai, Jesus amado... Me dê uma força!”

- Procura por algo? – fui cortado por alguém. Tentei me fazer muito humano, então dei um leve pulo, como se tivesse sido pego de sobressalto.

- Não, não. Eu só estou admirando. Obrigado.

Saí de perto o quanto antes, e fui para perto de Carlisle.

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