Damon Visita... - Capítulo 31: Uma Visita Para Os Quileutes

Eu estava voando. Ah, como eu me sentia bem com isso. Era tão bom, eu me sentia tão livre, leve, era como se nada nem ninguém pudesse me atingir. Nem mesmo os lobos que continuavam a me seguir desviando das árvores.

E outro ponto a meu favor era de que aqui não fedia, o cheiro era bom. O ar cheirava apenas a ar mesmo, nada fedido ou com sinal de que animais morreram e estavam em decomposição há alguns dias.

Resolvi subir, eu estava cansado de ser perseguido, mesmo que eu estivesse no céu e os demais no chão. Fui além das nuvens mais baixas, e continuei com a minha rota. Fiquei alguns minutos admirando o nada. Nada com nada, e branco com branco. Um pouquinho de azul, se eu olhasse mais para cima.

Cansei da brincadeira. Já se passou alguns minutos nesse branco total, nesse vazio total, nesse monte de nuvem. Resolvi descer.

Eu não quis arriscar, então parei em galho limpo de folhinhas irritantes em uma árvore. Aliás, a árvore era cheirosa. Devia ser algum tipo de pinheiro que era usado para a produção de produtos de limpeza. Alias, o cheiro me lembrou daqueles produtos que se joga na privada.

Bem, quem plantou essas árvores, plantou estrategicamente, certo? Devia ser algum vampiro, só pode.

Voei por entre algumas árvores, vi alguns passarinhos até que felizes cantando e tomando banho por ali. Inclusive, uma corvinha até que gostosinha. Só que duvido que ela seja uma vampira, assim como eu. A última ave pela qual me apaixonei, era uma águia, era uma predadora. E foi isso o que ela fez comigo, me pegou, me usou. Maldita Katherine.

Ok, ok. Respira. Esquece ela. Ela não é importante para você, Damon.

Procurei pelos ursos, que diziam ser lobos, mas não os vi por perto. Voei mais um pouco à procura, mas não achei nada. O cheiro continuava insuportável, mas devia ser porque eles tinham passado antes por aqui.

Desci ao chão e voltei à minha forma humana.

Permaneci parado por alguns instantes, minha percepção de vampiro era muito mais aguçada do que a de um corvo. Havia um passarinho ou outro cantando, eu pude ouvir alguns raminhos serem arrancados e melhor posicionados nos ninhos, pude ouvir dois esquilos “conversando” entre si à procura de alimento, ouvi o leve movimento das árvores. Ventava pouco ali embaixo. Enfim, no todo, havia muito silêncio, e a minha história de vida já me ensinou que, quando havia muito silêncio, aí sim eu estava em uma enrascada.

Será?

Bom, essa minha história de vida já esteve errada antes, mas... E agora? Como saio daqui? Voando de novo? Hmm... Já voltei à minha forma humana novamente, se eu me transformasse em corvo, poderia dar a entender de que eu estava sendo covarde.

Na verdade, eu não estava sendo covarde, só estava preocupado com o que iria me acontecer.

Foi então que aquele cheiro nojento de esgoto tornou forte. Não de uma vez, aos poucos. Aquilo foi confuso, mas... Nossa, que cheiro! Urgh.

E o cheiro foi ficando pior até que eu me concentrei para escutar as coisas. Havia pássaros, esquilos, alguns bichinhos subindo as árvores, as folhas, o vento e alguma coisa bem pesada andando. Aliás, aos poucos essas coisas pesadas aumentavam em quantidade. Aposto 50 dólares que são os ursos que se dizem lobos!

Resolvi aguardar. Em segundos, eles apareceram. Eles estavam da mesma forma que antes, parecendo lobos gigantescos, o que era assustador.

- Sabe, olhando agora para vocês, me lembrei de que vocês parecem Frankesteins. Parecem ser experiências que não deram certo. – O lobo mais alto e de pelo escuro rosnou, era o Sam. – Não? Mas, cara, é a verdade. Vocês foram pagos por isso, pelo menos, né?!

Mais um rosnadinho, soou mais como um sibilo. Nesse momento, um olhou para o outro com cara... Não, com focinho de quem sabia o que o outro pensava. Bem no estilo Stefan e eu, quando ele olha me repreendendo, sabe?!

- Nossa, vocês são aberrações da natureza de muito mau humor, sabiam?!

Eles olharam de volta para mim como se estivessem bolando um plano. Plano. Meu Deus. Isso não era bom. Se eles tem um plano, eu tenho que ter algum também. E o meu plano mais eficiente é o plano mais antigo de toda a história da humanidade.

Corre!!!

Me virei e saí em disparada, corri mais do que minhas pernas jamais correram em toda a minha vida.

Eles estavam logo atrás de mim. Eu já estava cogitando a ideia em me transformar em corvo novamente. Pulei um rio e continuei correndo.

Mas então percebi que eu não ouvia mais o barulho das patas, não sentia o chão tremer. O que aconteceu? Seria uma emboscada? Com certeza, era o plano deles...

Olhei para trás, e eles estavam do outro lado do rio.

- Ué, o que foi, cachorrada? Por que não vieram me pegar?

O Sam rosnou, fez uma careta até que engraçada para um lobo, e então desapareceu. No lugar de onde estava o lobo, voltou a pele humana. Sam era apenas Sam novamente, graças a Deus!

- Mas quem diabos é você?! – ele disse meio que surpreso, mas ainda arrogante. Estúpido sem educação com visitantes.

- Sou Damon Salvatore. E quem são vocês? As aberrações gêmeas do Frankestein?

- Olha, isso não tem graça!

- Tem sim, depende da perspectiva. Olha só, vocês são caras que se transformam em lobos do tamanho de ursos, ou sabe-se lá que coisas até maiores que ursos!

- Hmm... Está com medo?

- Não, eu só...

- Sei – ele me cortou.

- Olha, talvez eu esteja, até porque a mordida de um lobisomem é fatal para pessoas como eu.

- Para um vampiro!

- Sim.

- Mas, não é fatal, a não ser que nós consigamos te estraçalhar.

Sinto que cheguei a conclusão de que Sam era uma pessoa super educada, delicada, carinhosa. Um sonho de homem.

E sim, eu estou sendo, totalmente, completamente, irônico!

- Delicadezas à parte, vocês tem medo de água corrente? Sabe, se esse era o plano de vocês, me encurralar, não dá certo, porque eu já aprendi a ultrapassar.

- O quê? Está louco?

- Não, você é que está. Até mesmo porque vocês meio que me empurraram para cá, para a água, mas eu simplesmente atravessei, então vocês perderam essa, amiguinhos! – disse totalmente confiante.

- Mas que história é essa de água? Não tem nada a ver com isso! – E a minha confiança foi embora junto com o rio. – Você saiu simplesmente correndo sem direção, não te encaminhos a lugar algum.

- Ah, ok, ok... Orgulhosos demais para admitir que perderam.

- É sério.

- Ok, suponhamos que eu acredite que vocês realmente não tinham um plano de me trazer até a água. Por que você ainda não vem para cá me pegar com seus bichinhos de estimação?

- Nós respeitamos o tratado.

- Qual tratado, o de Tordesilhas? Sabe, aquele não foi muito bacana, o rei de Portugal enganando o rei da Espanha. Mas ainda assim, a Espanha ficou com boa parte do “Novo Mundo”!

- Não, não me interessa esse tratado aí, nem sei sobre o que você esta falando. O tratado que eu falo é sobre as nossas terras.

- Hmm... A terra da Espanha é de quem? Sabe, as espanholas são mulheres muito agradáveis! – Sim, e como!

- Essa é a terra limite do nosso tratado.

- Quem estabeleceu esse tratado? A rainha da Inglaterra? É a única rainha de que me lembro.

- Não, nossos antepassados decidiram que este é o limite de nossas terras, e que haveria um tratado. Nós, lobos, não entraríamos nas terras dos sanguessugas, e vice versa.

- Sanguessugas? Éca, isso seria “vampiros”?

- Sim.

- Ah... – Sem educação, definitivamente, é o que ele é. – E de quais vampiros é a outra parte das terras?

- Dos Cullens, ué? – Ah, jura?! Que ótimo saber disso! – Vai me dizer que você não sabia disso?!

- Ah, sim, eu sabia, lógico! – Eu amo os tratados, eu amo os Cullens! Uhul! – Mas, quem é Portugal e a Espanha?

- Aff... – ele bufou. Sinto que estou o deixando sem paciência. – Você decide.

- Hmm... Considerando a parte “boa” da Espanha, considero que os Cullens são a Espanha!

E, pensando bem, eu poderia fazer uma visitinha à Madrid, certo? Bem, desde que aquele... É, como chama mesmo? Edward, sim. Desde que Edward não esteja por perto, acho que sou bem vindo.

Posso tentar, pelo menos.

- Ok, amiguinhos de quatro patas, acho que já vou. Quero dar uma voltinha por “Madrid”, se é que vocês me entendem.

Já fui me virando, tendo a certeza de que eles realmente não iriam atravessar o rio.

- Ok, vai, mas antes você precisa prometer que não vai voltar a se intrometer conosco.

- Estou ouvindo – disse já caminhando.

- E precisa prometer que não vai se alimentar de ninguém desse lado da terra.

Aff, como se eu quisesse comer lavagem, né? Não sou a melhor pessoa do mundo, mas sei distinguir a diferença de whisky para refrigerante.

- E precisa prometer também que não irá voltar para a nossa terra. Ela é uma terra apenas para lobos, se quiser passear, que fique no lado dos Cullens.

- Eu sei, a Espanha é bem melhor do que Portugal, lembra?!

Comecei a correr, sem querer saber o que mais o tal do Sam e os cachorrinhos dele iriam fazer em seguida.

Eu já estava na frente da casa dos Cullens, na beira de uma estrada, quando vi uma moto muito irada. Era uma Harley? Enfim, era uma moto bacana. Ela brilhava, era linda!

Então um cara subiu na moto, ia sair sem mais nem menos, sem sequer me ver. E quando o vi, lembrei. O carinha era o mesmo que atendeu a porta na primeira vez que vim na casa dos Cullens, na vez que eu fui ignorado pela Rosalie, apesar de eu já ter a perdoado há muito tempo atrás.

E ele fedia. Que inferno. Todos são lobisomens por aqui?

- Hei, espera um minutinho, moleque!

- Hei, oi, e aí? Beleza?

- Ah, beleza. Estão todos em casa?

- Sim.

- Hmm... – fiquei olhando para a moto, ela brilhava mesmo. – Lembrei, a Espanha tem reis sim, porque tem príncipes vivos até hoje... Que merda!

- O quê? – o cara ficou confuso.

- Nada não, esquece!

4 comentários:

Gabii disse...

Eo Damon vai se dar mal d novo, como sempre mas eu espero que no fim dessa fic ele possa ter um final feliz, pq ele merece depois d sofrer tanto...

Esme Cullen disse...

Sim, o final irá surpreender.
Achamos alguém para o Damon, alguém que deixará todo mundo feliz :)
Uma dica: é outra causadora de encrencas! :)

tete disse...

Uau!!quem será????

Anônimo disse...

Kkkkkkk, tratado de Tordesilhas, kkkk!!!
Mas pelo que eu me lembro, essa tratado se foi logo naquela época em que a Bella ficou grávida.... e depois foi desfeito por causa de Renesmee e Jacob...
Mas tudo bem... bom... vamos ao próximo capítulo...

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