E Se Alice Salvasse Emmett... - Capítulo 35: Acerto de Contas

Emmett

Jasper, Peter e Charlotte estavam se fazendo de inocentes. Todos sabiam que havia sido Jasper quem tinha transformado Alice, e agora ele vinha tirá-la de mim!!!

- É, eu sei que foi você!

- Me desculpe, mas não fui eu! Eu fiquei o tempo todo no México até que Peter voltou.

- Nunca saiu?!

- Sim, bem, algumas vezes, mas só quando Maria tinha em seus poderes as terras do Texas. Mas, mesmo assim, pouquíssimas vezes eu fui para lá!

Há... Eu sabia!

- Está vendo, ainda assume que foi para lá!

- Emmett, eu não sou do Texas, sou de Mississippi. Isso é uma das poucas coisas que eu sei, mas sei com toda a certeza absoluta!

- Mas Mississippi fica pertinho de Texas. Não custava nada para ele dar um pulinho lá em Mississippi, ter te transformado e fugido!

- Não, eu nunca faria algo assim!

- Lógico que faria!

- Emmett, ele não faria isso, até porque nós só tínhamos ordem de transformar as pessoas se Maria precisasse delas.

- Então! – Está explicado. Não sei porque eles insistem tanto em não acreditar na verdade universal!

- Então... Maria escolhia as pessoas que ela queria transformar!

Sei... Não brinca comigo!

- Está bem... É claro que escolhia!

- Escolhia e escolhe ainda!

- E como ela sabe?! – Ela perguntava coisas pessoais para as pessoas?!

- Ela tem o dom de ver o dom nas pessoas antes de se tornarem vampiros!

- Ah, conta outra!

- Sim, foi assim que ela me encontrou e ficou comigo! – Jasper tentou se justificar. Seeei...

- E como é que isso é possível?!

- Você é alto e forte, acredito que a força seja o seu dom! Estou errado!? – Filha da mãe, sem vergonha...

- Não.

- Você, Alice, faz algo de diferente?!

- Sim, eu vejo as coisas antes delas acontecerem.

- Vê o futuro?!

- Sim.

- Isso é excelente! Deve ser bem eficiente, às vezes!

- Sim, realmente é! – Isso, Alice, vai confraternizando com o inimigo...

- Sim, imagino!

Os dois ficaram sorrindo um para o outro. Eles agiam como se não houvesse mais ninguém presente naquela sala. Bem, me fiz notar.

- Bem, se sabe de tanto de dom, imagino de faça algo!

- Na verdade, faço sim! – Descarado, sem vergonha... Aaaai... – Eu consigo controlar as emoções das pessoas. Posso fazer a pessoa mais desgraçada do mundo se sentir a pessoa mais feliz e sortuda do planeta. Posso retirar o sorriso da face da pessoa mais contente por dias, semanas, décadas, séculos, se eu quiser. Tudo depende da minha presença!

Sei...

- Aham... Acredito em tudo o que você disse!

- Sim, eu sei que você está sendo irônico, e sei que não está acreditando em nem uma palavra da qual estou falando. Então lhe proponho um desafio.

- Ok, desafio aceito.

- Fique sério, bem sério. Não ria, não chore! Olhe apenas para a frente, para o horizonte. Sinta-se sempre firme, com a postura ereta.

- Ok.

Me posicionei. Eu não iria perder para esse magricela.



Jasper

Ele continuava desafiando meu dom. Nunca errei, nunca cometi nenhum deslize quanto ao uso de meu controle de emoções, de sentimentos...

Dessa vez, Emmett iria cair.

Literalmente.

Comecei a andar ao redor dele, pensando nos desafios com meus dons.

Vamos ver, com o que começamos?! Sim, dor. Muita dor.

Enquanto eu andava lentamente atrás dele, eu ouvia alguns gemidos. Ele estava sofrendo. Olhei para Alice, que encarava as costas de Emmett aflita.

Ok, chega.

Um pouco de animação. Riso. Felicidade. Alegria.

Emmett começou a gargalhar. Saiu da postura que eu havia proposto, a de que ele teria de contar com a postura ereta, e se curvou para ficar batendo as mãos nas pernas de tanto rir. Ele mal se aguentava.

Ok, estava na hora de algo mais dramático.

Ele já tinha perdido a postura. Para que se recompor?!

Sim, dor. Mas não qualquer dor, a dor da perda, da morte de alguém, da morte de um ente querido, da morte de sua amada... Morte, o crápula, o oposto da vida. Isso é tão triste. É tão bom ter companhia de alguém, ver alguém se movimentar ao se redor, que, quando se está sozinho, solitário, tudo parece cinza. Cinza e preto. Nada de cor. Nada animado. Nada. Nada.

Olhei para ele.

Emmett estava de joelho no chão, e Alice estava ao seu lado. Me desconcentrei, aliviei a tensão sobre Emmett. Ela se levantou irritada.

- Jasper, nunca mais faça isso!

- Peça para que ele nunca mais faça o mesmo! Nunca duvide de mim!

Emmett se levantou aos poucos.

- E agora?! Acredita em mim?!

- Sim, eu acredito... – Sim, ele realmente acreditava em mim.



Emmett

Aquele infeliz realmente me fez acreditar que ele tinha poderes, mas em uma coisa ele não me fez acreditar...

- Sim, em questão a isso, eu acredito.

- No que você não acredita?!

- O que você tem a ver com Alice?!

- Nada, é isso o que eu tenho a ver com ela. Nada!

- Duvido!

- Bem, quanto a isso eu não tenho muito como provar. A não ser que eu vá atrás de Maria e a faça falar com você, apesar de que se ela me ver novamente, ela vai querer é me matar por ter fugido!

- Não me importo se você for morto, sabia?! – Não mesmo!

- Sim, sabia... Eu sei o que você está sentindo, lembra!?

Sem graça!

- Bem, Emmett, você pode não acreditar em Jasper, mas acredita em mim, não!?

- Bem, sim... Em você eu acredito!

- Então aceite, Jasper não tem nada a ver com Alice!

- Mas, o que não entendo, Peter, é que Alice sabia que iria encontrar Jasper um dia desses! Como é que ela poderia saber?!

- Ah, vai ver era o destino deles se encontrarem, ué?! – Charlotte quebrou o silêncio. Eu gostava mais de quando ela ficava quietinha. – Alice mesmo me disse que não sabe por quem foi transformada, que apenas acordou sendo vampira. E que mal sabia que era vampira, na verdade!

- Sim, disso eu sei! – Eu ouvi toda a história dela primeiro!

- Então, pode ser que Jasper conheça quem a transformou!

Todos olharam para Jasper. Será que era isso mesmo?! Bem, era melhor acredita nisso em vez de pensar que ele irá tirar Alice de mim!

- E então, você conhece, magricela?!

- Como vou saber se o conheço?! Ele não está aqui na minha frente, está?! – Esse Jasper estava muito engraçadinho, para o meu gosto. – Você se lembra de como ele era?!

- Não, nada! – era Alice. Coitadinha, deve estar sofrendo muita pressão por conta dos assuntos girarem todos em torno de sua transformação.

- Então, sinto muito, mas não posso ajudá-los. Só sei que não fui eu!

- Sei. Ok – disse derrotado.

Às vezes, não era ele mesmo. E se fosse, mesmo assim, eu iria lutar com todas as minhas forças para proteger Alice!

- Emmett, podemos ir?!

- Sim, Alice. Vamos!

Já estávamos saindo quando Jasper foi até o lado de Alice. Argh...



Jasper

Eu sei que nunca mais a veria novamente, e se, por sorte, por encanto divido, eu a visse, já teria se passado décadas, ou quem sabe séculos...

Fui até perto de Alice. Eu teria de cumprimentar uma jovem tão encantadora como ela pela última vez!

- Foi um prazer te conhecer!

Peguei sua delicada mão e a trouxe até meus lábios. Depositei um beijinho na palma de sua mão. Se ela fosse humana, ela estaria com as bochechas coradas. E ela deveria ficar uma graça com as bochechas coradas!

- Também foi um prazer te conhecer, Jasper!

Era tão bom ouvir o meu nome soar em sua voz. Era como se sinos entoassem meu nome na mais linda e delicada música de ninar. Era perfeito. Ela era perfeita. Uma pena viver na presença de pessoas pouco merecedoras!

- O que foi que disse?!

Como? Opa, será que eu disse em voz alta?!

- Está brincando comigo, magricela?! – A raiva retornou a ele como um estouro de canhão. Ele me empurrou uma vez, dei alguns passos para trás. – Você já é muito sortudo por continuar vivo, sabia?!

Ele me empurrou outra vez.

Agora chega, ele tinha de aprender uma lição.

E seria agora!