Meus pés roçavam o chão, mal o tocando, e em segundos eu estava nas bordas da cidade. A primeira coisa que me atingiu foi o cheiro. Milhões de cheiros encontraram minhas narinas em menos de um segundo; Lixo humano, animais, cadáveres podres e sangue. Sangue humano.
Eu inspirei o aroma, mais delicioso que qualquer coisa que eu já havia cheirado antes. E tão perto.
Eu corri dentro da cidade, olhando pelas ruas desertas, tentando encontrar de onde a melhor refeição viria. Nem cem quadras depois estava uma pequena casa de dois andares. Eu caminhei em sua direção devagar – para mim de qualquer forma – e parei do lado de fora da porta da frente. Havia a janela de um quarto bem acima da entrada e eu podia ouvir a respiração estável de um humano. Eu podia ouvir e cheirar seu sangue, pulsando por seu corpo. Quente, espesso e sedutor sangue.
Eu senti o veneno fluindo em minha boca enquanto olhava pela janela com bordas de madeira. Me perguntei se eu poderia pular e repentinamente eu estava no parapeito, olhando para um pequeno quarto branco, seus únixos ocupantes sendo uma penteadeira, um baú, uma cama e um corpo.
Tentativamente eu abri a janela. Já estava levemente entreaberta por causa do clima quente, e abriu sem nenhum ruído. Eu pulei no aposento e rapidamente andei até a cama. Era um homem de cerca de trinta anos, seu pijama desgastado. Movimentei minha mão, pairando-a por sua cabeça, sua mandíbula, sua garganta. Eu podia ver o sangue correndo por baixo de sua pele, quente e fluindo. Eu toquei seu pescoço, minha pequena e branca mão afagando a linha de sua mandíbula.
Sem aviso ele falou, ainda meio dormindo.
“Maria?”
Eu dedilhei seu pescoço.
“Não. ” Eu respondi.
Seus olhos abriram, repentinamente cheios de medo e alarme.
“Quem-quem é você? Ele demandou.
“Isso realmente importa?” Eu respondi me inclinando para seu pescoço.
“S-s-saia de perto!” ele gritou debilmente.
Eu deslizei meus lábios por sua garganta, sentindo seu cheiro.
“Há! Como se você pudesse me impedir. ”
E com isso eu afundei meus dentes em sua carne.
Seu sangue foi a coisa mais maravilhosa que eu já havia provado. Fluiu leve, quente e doce por minha língua. Eu bebi pesadamente, assistindo o homem ficar fraco e então flácido, passando para branco por falta de sangue. Em menos de um minuto eu o sequei, levantei observando minha vitima com um olhar satisfeito. Ele tinha cabelos curtos e bagunçados e em seu dedo esquerdo um anel.
“Mmmmm. ” Eu meditei. “Casado?”
Me virei e voei pela janela, pulando sem hesitar dessa vez e aterrissando silenciosamente em meus pés. Eu fiquei parada por um momento e novamente cheirei o ar.
Tinha um vento do norte soprando, trazendo o cheiro de centenas de humanos. Eu me senti correndo de novo, voando pela cidade.
Repentinamente eu parei. Tinha um humano próximo. Eu podia sentir. A rua que em que eu me encontrava estava mais escura que as outras, oculta pela parte de trás de muitas casas. Eu examinei a cena, buscando o coração batendo. Devagar caminhei até a fonte do cheiro, por um estreito beco. Eu virei a esquina para ver outro homem. Esse não era muito mais velho que eu mesma. Ele virou abruptamente assim que eu entrei em um raio de luar. Eu estava ciente de seu medo.
“Qual o problema?” eu perguntei em uma doce voz angelical.
“Fique longe de – “ ele nunca terminou sua frase. Eu ataquei.
Mordi em seu pescoço mais rápido essa vez, ansiosa para alcançar o sangue. Era morno e eu senti ele pingar por meus lábios até meu queixo em minha pressa para beber mais e mais. Em tempo algum, o jovem garoto era um cadáver branco, como um fantasma. Atirei seu corpo na terra suja em uma esquina ansiosa por mais, e mais uma vez comecei minha caça.
* * *
Eu provei muitos sangues no tempo que já cheguei no final oposto da cidade. Minhas finas roupas estavam manchadas de sangue e a coisa vermelha escorria por meu queixo. A ardência em minha garganta estava quase satisfeita. Eu só estava pensando o que eu deveria fazer agora Eu congelei. Vindo de uma casa próxima veio um aroma como nada que eu jamais havia sentido antes. Era poderoso, um aroma tão doce. Era como uma droga, me deixando tonta, louca por ele. Eu não pausei, imediatamente voei para a janela pela qual o pesado perfume saia. Apressadamente abri a janela, nem me preocupando em ser silenciosa, desesperada para provar o sangue dessa pessoa em minha língua, em sentir o liquido quente percorrer minha garganta.
O cômodo era vagamente familiar, como se eu o tivesse visto em um sonho. Eu ri uma risada aguda com esse pensamento, por perceber agora que eu não podia mais dormir, e continuei no quarto. A cama no canto estava ocupada por uma mulher dessa vez, de novo ela parecia vagamente familiar, como se fosse de um sonho, seu longo cabelo castanho escuro espalhado no fino travesseiro como uma aureola, seu rosto angelical quase tão lindo quanto o de Alec. Eu hesitei agora, a assistindo dormir, seu peito movendo para cima e para baixo. Ela se agitou e eu dei um passo para trás segurando minha respiração, esperando que ela não acordasse. No entando ela apenas se virou, murmurando algo indistinguível em seu sono. Me aproximei novamente, esquecendo de minhas preocupações e toquei seu rosto, como eu tinha feito com aquele primeiro homem. Seus olhos abriram em um relance e ela me olhou.
“Jane?” ela perguntou em uma voz surpresa, mas eu já tinha atacado, afundando meus dentes em sua carne antes que ela pudesse abrir sua boca novamente…
3 comentários:
eu nao acredito que a Jane matou a irmã dela!!!!!!
Anna! =O
Agora a Jane vai se culpar pelo resto de seus dias
Isto está um bocado mal feito, uma recém-criada não se comporta assim e mal consegue pensar. E como ela sabia que já não dormia? E como o Aro não impediu que ela fugisse? O Aro deveria ter trazido "comida" para eles se alimentarem sem deixarem um rasto de pistas pela cidade.
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