Contos Infernais: A Formatura Infernal dos Cullen - por Carolinne Scatuzzi

Era década de 60. E mais uma vez eu e meus irmãos cursávamos o ensino médio. Mas eu compreendia que desde que resolvi voltar e ficar do lado da minha família deveria me submeter a esse tipo de vida. Os dias passavam voando, eu seguia absorto na escola, olhando para os lados a procura de algum pensamento que me chamasse a atenção. Foi quando um pensamento atrás de mim me interessou. Era uma garota, que estava receosa, pois seu amor secreto tinha sido descoberto por seus pais. Ela pretendia falar com ele no baile de hoje à noite e sugerir que fugissem após a festa. Eu nunca tive interesse em bailes, mas estava curioso. Resolvi ir sozinho no baile, apenas para observar o que aconteceria. Encontrei a menina sentada no fundo do salão, seus pensamentos divagando no por que sua família condenava o namoro. Eles eram muito religiosos e a família do rapaz tinha fama de bruxos. Enquanto tentava entender mais daquele drama tão humanamente comum, me detive com vozes ferozes e altas. Virei automaticamente a cabeça, tentando identificar de onde elas vinham. Vi o rapaz que estava atrás de mim, e tinha algo de errado nele, seus olhos estavam tomados de fúria e milhares de vozes ofuscavam seus pensamentos em sua cabeça. Imediatamente eu entendi. O garoto estava possuído e uma legião de seres dominava seu corpo. O que os demônios queriam fazer ultrapassava qualquer pensamento grotesco que já ouvira em meus quase 60 anos como vampiro. Imediatamente corri em direção à garota, levantando-a suavemente em meus braços e tirando-a da direção do menino. O rapaz olhava para nós, seus membros retorcendo e um sorriso nos lábios. Ela o chamou tentando fazer com que ele entendesse o que estava fazendo ali, sendo protegida por mim, mas as palavras que saiam da boca do garoto eram milhares de vozes falando juntas.
“Vocês irão morrer, e nós queimaremos seus corpos…”. Corri em direção ao rapaz, tentando proteger a menina. O impacto não foi humano, a força tão intensa que atravessamos a fonte que ficava no centro do jardim. Segurei firmemente o pescoço do menino, sentindo seu pulso em minhas mãos. O desejo do sangue me dominou, mas ao ouvir os pensamentos dos demônios em minha cabeça me senti tão monstruoso como eles. Olhei profundamente nos olhos turvos do rapaz e ordenei para aqueles que lá estavam que saíssem e me enfrentassem. O corpo do menino lutava, suas pernas girando no ar como um peixe fora d’água. Em questão de segundos ouvi as vozes iradas saírem da cabeça do rapaz. Finalmente o corpo parou e eu vi os olhos do menino voltar ao azul vivo. Eu já tinha feito demais, deveria sair de lá imediatamente. Ignorando o cheiro de sangue vivo que queimava minha garganta sussurrei para o garoto “Pegue a menina e saia já daqui”. Enquanto isso vi os milhares de vultos negros se aproximando de mim.

1 comentários:

Mari Cullen disse...

NOSSA que tenso esse conto infernal mais mesmo assim eu AMEI AMEI AMEI

Postar um comentário

blog comments powered by Disqus
Blog Design by AeroAngel e Alice Volturi