Contos Infernais: O Baile - por Thaís Bernardino

Outra formatura, outro baile, outra vez estarei eu trancado em um salão com dezenas de humanos, tendo meus atos supervisionados pelos meus irmãos e minha amada, por mais que me amem ainda sinto como se eles tivessem a certeza de que a qualquer momento deixarei a sede me dominar e com isso colocarei a existência de todos nós em risco, tudo aquilo que Carlisle construiu com tanta dedicação.

Tomei todas as precauções possíveis, estou alimentado, tão cheio que sinto até um mal estar, sei que Edward estará na minha mente em particular nessa noite, e que Alice não sairá do meu lado, isso sem contar com Emmett e Rosalie, que estarão apostos caso algo de errado, é quase insuportável toda essa pressão, mas tem de ser assim, eu não confio em mim, meu desejo está controlado o que não significa que ele não exista mais.

Não fomos os primeiros a chegar ao baile, o salão já estava praticamente lotado, por causa do frio, todas as portas e janelas se encontravam devidamente fechada, o que para mim era pior ainda, pois o cheiro doce do sangue impregnava por todos os lados, sentia a fúria tomar conta de todo meu ser, em questão de segundos, pude me ver devorando cada um deles, frágeis humanos, poderia arrastar um para o banheiro sem nenhum esforço, e faze-lo se entregar a mim, suplicar para que eu me alimentasse com seu liquido vital. Minha cabeça girando como uma montanha russa, quando estava a ponto de me entregar a loucura, senti uma mão me puxar, percebi que era Alice, e diante de um sorriso enorme, ela disse as palavras que mudaria tudo naqueles momento, ela disse que me amava e que eu nunca machucaria aquelas pessoas. A sua confiança em mim, mais uma vez me encheu de esperança, e aquele monstro que um dia eu fui, partiu novamente para longe daquele sorriso, e com isso a noite pode seguir seu curso, ninguém morreria ali, pelo menos não hoje.