Contos Infernais: O Inferno Pessoal de Rosalie - por Júlia Ávila Garcia Machado

Desde o início discordei da idéia de irmos a esse baile. Já fomos a tantos, que diferença faria? E se Edward não ficasse bisbilhotando o tempo todo e contado a Esme meus planos, certamente estaria na Suíça com Emmett agora. Assim que passamos pelo arco de bolas, Alice ficou com os olhos vazios. No entanto, ela e Edward acharam que não seria prudente contar ao resto de nós. “Pode ser que nada aconteça”, ela ficava repetindo. Eles me escondiam alguma coisa, disso eu tinha certeza. Não foi difícil encontrar nossa mesa, já que a maior parte dos adolescentes estava dançando sob as luzes frenéticas e multicoloridas. Aparentemente, alguns deles conseguiram sabotar o ponche, que agora continha um grande teor alcoólico. Lindo, eu pensei. Agora o salão estava cheio de adolescentes loucos e bêbados, e logo alguns abusados estariam alcoolizados o suficiente pra ignorar o tamanho e a força do meu Emmett e começar a dar em cima de mim. Era só o que me faltava! Mas eu não os culpava. Estava absolutamente deslumbrante no vestido que Alice escolhera: era justo até a cintura em um tom de lavanda e ia escurecendo à medida que a sai godê se aproximava do chão, tomara que caia e com um profundo decote nas costas. Meu cabelo era uma obra prima: com uma trança embutida no topo e descendo solto em longas ondas com cachos nas pontas na altura da cintura. Não me importei quando o capitão do time de futebol americano se aproximou com segundas intenções. Nesse momento todos os meus irmãos pararam e começaram a observar a cena. Elegantemente, recusei suas propostas e me virei para seguir em direção à mesa. Sem que eu esperasse, ele segurou meu braço e quando percebi, o insignificante ser tinha vomitado em meu cabelo. Atirei o garoto contra a parede oposta do salão e se Emmett e Jasper não tivessem me contido, eu teria arrancado sua cabeça na frente de todos. “Me perdoe”, sussurrou Alice enquanto íamos embora. “Agora teremos que nos mudar novamente”, gargalhava Edward. A Alice eu posso perdoar, mas o carro novo de Edward vai sofrer um pequeno atentado.