Nascer do Sol - Capítulo 20: Rosalie Me Dá Nos Nervos

Lá estava ela... Há apenas alguns passos do M3 da Rose, dentro do carro onde todos os dias eu ia para a escola e eu sem poder trocar uma palavrinha com ela. Edward era tão egoísta. Fomos para casa enquanto Edward levava Bella até a residência dos Swan. O caminho foi bem complicado. Rose estava oscilando bastante em sua futura vingança contra Edward.
- Sabe... destruir o Austin não vai adiantar em nada. Ela já sabe... Não há nada que possamos fazer. – Fez-se um silêncio. Ela estava mudando de estratégia. – Muito menos fazer com que ela vá embora.
- Alice, fique quieta, ok? – Rose pediu. – Estou pensando em como salvar nossa família. – murmurou.
- Não, você está pensando em como se defender. Você não está pensando em Edward... Nem um segundinho.
- E por acaso Edward pensou em alguém quando resolveu contar a verdade à humana? Eu acho que não!
- Edward nunca amou ninguém, Rose. Você não vê? Imagina-se sem Emmett?
- Me mantenha fora dessa, baixinha. – ele disse sorridente. Será que nada abala o humor de Emmett?
- O que quero dizer é que Edward merece ser feliz, assim como nós. – Eu disse.
- Chega, não quero mais falar sobre isso. – ela pediu, enquanto chegávamos à garagem. O carro de Carlisle estava guardado e estranhamos isso. Ele pretendia conversar com a gente, mas optara por fazer isso quando Edward chegasse.
- Isso pode demorar um pouco. – eu disse, sorrindo, quando cheguei em casa e abracei o meu pai.
- O quê? Ah, sim. – ele sorriu. – Eu estou ciente disso. Troquei meu plantão para poder conversar com vocês.
- Conversar conosco? A respeito de que? – Rose perguntou.
- Prefiro que saibam quando estiverem todos aqui. – ele respondeu. Isso dificultava as coisas para mim. Ele não decidira o que ia falar de propósito. Olhou para a minha cara de frustração e sorriu. – Tem que ser justo para todos, querida.
Eu fiz beicinho.
Demoradas duas horas, Edward finalmente chegou em casa. Eu estava na porta, à sua espera. Não conseguia ficar quieta, quicava como uma bola. Edward sorriu como se aquilo o divertisse.
- Até que enfim, eu estava impaciente... – eu comecei a falar, mas ele me interrompeu.
- Carlisle quer falar conosco. – ele disse.
- Sim, você acha que eu espero você na porta pelo simples prazer de te ver? – eu disse com um ar furioso. Ele gargalhou. – Vamos, ele não me deixa saber o que é. Estou curiosa pra saber. – eu disse, empurrando o meu irmão porta adentro. Eu podia ser pequena e mais fraca do que ele, mas a minha teimosia podia movê-lo quando eu queria.
Chegamos a mesa que usávamos para conversa em família. Mal podia conter minha curiosidade. Ficava pulando na minha cadeira, olhando todos se sentarem ao meu redor.
- Quer parar? – Rosalie disse, secamente.
- Não! – eu sorri.
- Meninas... – Esme nos repreendeu, evitando uma futura discussão.
Todos se acomodaram nas cadeiras. Jazz, aquele trapaceiro, deu um jeito de me acalmar. Mas a curiosidade me corroia,
- Bem, como vocês já devem saber... – Carlisle começou. – Edward finalmente reconheceu o que sente pela garota Swan, – ele olhou para Edward e sorriu. Eu bati palminhas e Esme deu um largo sorriso. Emmett deu uma gargalhada e os demais não se manifestaram. Muito menos Edward. – o que vem a ser de interesse familiar.
- Posso saber o que o afeto de Edward pela criatura tem em comum com nosso interesse, Carlisle? – Rose falou. Edward olhou feio para ela e eu também. Criatura? Bella era mais do que isso.
- Mais respeito pelos membros desta família, Rose. – ele disse. – Se a garota já sabe de nosso segredo e aceita Edward do jeito que ele é, ela é digna de nossa admiração.
- E quem garante que ela é tão nobre assim? E se ela der com a língua nos dentes? – ela perguntou.
- Ela já sabia antes de eu contar, Rose. Eu não precisei contar. Ela chegou a conclusão sozinha. – Edward disse em defesa de Bella.
Viu como eu disse para não subestimar a Bella? – Eu pensei e sorri. Ele também sorriu para mim. – Vejo o que Edward quer dizer... Ela teve todo um período para poder contar e não o fez. Agora que está envolvida com Edward, duvido que conte.
- Mas não viemos discutir se ela vai contar ou não. Este não é o propósito da conversa. – Carlisle disse.
- Não é? – Jazz se manifestou, pela primeira vez na conversa. – Há algo mais importante?
- Sim. Bella agora é um membro da família. Ela precisa conhecer o resto de nós.
- Carlisle, não acho que isso seja prudente. – Edward disse. – Nem todos aqui a aprovam...
- Tenho certeza que a exceção, a minoria, pode aceitar as mudanças, certo Rose? – Carlisle disse.
- Que seja. – ela disse, levantando-se da mesa.
- Eu ainda não terminei, mocinha. – ele disse, fazendo sinal para que ela voltasse para a mesa. – O que quero dizer, filho, é que a família já está envolvida nisso. Sua mãe e sua irmã querem conhecê-la.
- Acha seguro trazê-la aqui? – ele disse, olhando em direção à Jasper.
- Eu não pretendo fazer mal a ela, Edward. – Jazz se defendeu. – Ela de certa forma, faz Alice feliz. E mesmo que não fizesse, ela o faz feliz. Farei um esforço sobrenatural. Você merece. – ele disse e sorriu. Eu dei um longo sorriso para o meu marido. Eu teria que recompensá-lo depois.
Uma longa pausa se fez.
Essa pausa foi infernal. Eu podia ouvir o vento soprando lá fora... Mesmo sem minha audição apurada, eu poderia ouvi-lo.
Finalmente, Edward falou.
- É o que vocês querem? – ele perguntou.
Como assim? É claro! Ele sabia disso. Ele sabia que mais do que tudo, mais do que um carro, queria a amizade dela. Esme deu um grande sorriso e balançou a cabeça. A causa estava ganha. Edward nunca diria não à Esme.
- Então está bem. – ele disse. – Deixe que eu a leve para o passeio que planejei e eu a trarei aqui.
- Viva! – eu dei um pulo da cadeira. Eu estava radiante. Pulei em cima do meu irmão e o cobri de beijos pelo rosto.
- Calma, calma baixinha. – ele disse, sorrindo. – Não pense que estou muito feliz com isso.
- Quem se importa? – eu disse, sorrindo. – Bella vem aqui. Agora, temos muito trabalho pra fazer. Esme, para a cozinha. Eu preciso ir naquele site da internet para comprar móveis novos... Talvez uma pequena recepção...
- Alice. Nada de festas. Ela vem conhecer vocês. E só.
Só? Só? Esse era o maior acontecimento em 50 anos na família e ele me diz “só”?
- E só. – ele falou, indo para o seu quarto. – Amanhã vamos caçar, você e eu.
Está bem... Eu pensei.
Já estava escuro quando subi para o meu quarto. Jazz estava vendo televisão quando cheguei.
- Vendo filme, meu amor? – eu perguntei.
- Um dos clássicos, Casablanca. – ele me respondeu. – Mas já está no final. Posso conversar, se você quiser.
- Como sabia que eu queria conversar? – eu brinquei. Ele sorriu e abriu os braços para que eu pudesse cair em se abraço. – Obrigada.
- De nada. – ele sorriu. – Ficaria mais fácil se eu soubesse por que está me agradecendo.
- Sei que terá que fazer um esforço enorme para ter Bella em nossa família...
- Já disse. Edward merece este esforço. Ele é um bom rapaz e precisa ter alguém para amá-lo. Ele precisa encontrar esperança. Esperança que você me dá a cada dia, quando acredita em mim.
- Eu acredito em você. – eu disse, sinceramente.
- Eu sei. – ele disse, fechando os olhos, enquanto eu tocava a sua face, suas cicatrizes. Elas para mim não faziam diferença. Eu amava a criatura por baixo daquela pele pálida. Amava o meu marido acima de qualquer outro e qualquer coisa. Ele me abraçou mais forte e ficamos assim a noite inteira.
Já era hora de ir para a escola.
Já sei, vamos ter que ir com a Rose de novo. Eu pensei. Vai mandar um oi para Bella hoje?
- Ainda não, Alice.
Droga.
As aulas estavam se arrastando para mim. Eu iria sair mais cedo. Tínhamos que sair mais cedo para caçar. Edward sairia com Bella e precisava estar bem nutrido.
Na hora do intervalo, pude ouvir a conversa deles, ignorando os demais da mesa.
- Eu devia ter deixado você vir sozinha hoje" ele disse.
- Porque? - ela quis saber.
- Eu vou embora com Alice depois do almoço. – Ele falou. Adorava quando meu nome era citado na conversa.
- Oh. Está tudo bem. Não é uma caminhada muito longa daqui até em casa. – ela respondeu. Até parece que deixaríamos que ela fosse andando. Até aquele trambolho velho dela era mais útil.
- Eu não vou fazer você andar até sua casa. Nós vamos pegar a sua caminhonete e deixá-la aqui pra você – Edward disse. Esse nós me incluía. Ótimo, vou até a casa dela. - Eu não trouxe as minhas chaves. Eu realmente não me importo de ir andando. – ela disse. Tínhamos algo em comum, então. A teimosia.
- Sua caminhonete estará aqui, e a chave estará na ignição- a não ser que você tenha medo que alguém vá roubá-la. – Quem é que iria querer roubar aquilo? Que idéia, Edward.
- Tudo bem. - Ela finalmente concordou - Então pra onde vocês vão? – ela perguntou. Vocês, no plural? Ela queria saber aonde eu iria também?
- Ouvindo a conversa dos outros, baixinha? – Emmett sorriu. – Que coisa feia.
- Como se você não tivesse fazendo o mesmo, não é? – eu sorri.
- Gosto de escutar as loucuras de Edward. – ele disse.
- Pra você tudo é uma grande brincadeira, não é? – eu perguntei.
- Não... eu sei que o garoto está apaixonado. Mas não deixa de ser engraçado. – ele riu. Emmett era um caso perdido.
Concentrei-me mais uma vez em ouvir a conversa de Edward e Bella.
- Porque você está indo com Alice? – ela perguntou. Será que ela tinha algum problema comigo? Não... Bella jamais me odiaria. Nós seríamos amigas.
- Alice é a mais...encorajadora.
- E os outros? O que eles são? – ela perguntou. Oops... Será que ele contaria?
- Incrédulos, em grande parte. – ele respondeu.
- Eles não gostam de mim. - ela disse. Droga... Ela vai ficar receosa de ir até nossa casa. Rosalie estúpida.
Rosalie pareceu estar ouvindo a conversa também. Parei por um momento para prestar atenção no que ela estava fazendo. Ela estava dando aquele olhar. O olhar de dominação que Carlisle tinha proibido da gente utilizar. Ele servia para hipnotizar nossas presas, era um instinto vampírico. Rosalie estava utilizando em Bella. Edward pareceu perceber.
- VOCÊ QUER PARAR COM ISSO? – ele gritou de um modo inaudível para os humanos.
Ela virou a cabeça para a nossa direção e deixou Bella em paz.
- Parabéns Rosalie. Você conseguiu dar mais um passo na direção de ser o monstro que você renega todos os dias de sua vida.
- Me deixa em paz, ta bem? – ela falou, me ignorando.
- Você tem sorte de que Edward e eu vamos sair para caçar. Mas saiba que Carlisle vai ficar sabendo disso. – eu disse, levantando-me. Não queria ficar um minuto na presença de Rosalie. Ela estava começando a me incomodar.
Descobri mais uma forma de Edward não saber o que estou pensando. Agir por impulso. E por impulso eu andei rapidamente em direção à mesa dos dois. Parei atrás dele e fiquei admirando a bela humana que estava na nossa frente.
- Alice. – ele me cumprimentou, sem tirar os olhos dela. Eu sabia que ele brigaria comigo depois, mas isso pouco me importava.
- Edward. – eu cumprimentei de volta.
- Alice, Bella, Bella, Alice. – ele disse, e sorriu. Eu não era boba, sabia o que devia estar pensando.
- Olá Bella. É muito finalmente te conhecer. – eu disse. – Demorou muito, pois meu irmão é um egoísta mesquinho e bobo e não quis me apresentar a você. Eu pensei. Ele não me olhou com bons olhos.
- Olá Alice. – ela me respondeu timidamente. Como ela era fofa.
- Você está pronto? – eu perguntei a ele. Eu poderia ficar horas conversando com Bella, mas ainda não era a hora.
- Quase, te encontro no carro. – ele disse.
Eu poderia ter dito alguma coisa. Ter dito um tchau, algo assim. Mas não consegui. Vitoriosa por ter conseguido falar com Bella, eu sai serelepe pela escola. Despedi-me de Jazz e Emmett, ignorando a presença de Rosalie e segui para o Volvo prata. Assim que Edward chegou, eu já estava sorridente.
- Então hoje eu vou entrar na casa dela? – eu sorri.
- Não quero mexer nas roupas dela. É pessoal demais. Seria indelicado. Isso é uma tarefa para você.
Mostrei-lhe a língua.
- Então, o que achou dela?
- Ela é perfeita. É claro que seremos grandes amigas, nós poderemos ir fazer compras juntas, é claro. Por favor, você vai ter que descobrir coisas como “qual a cor preferida dela” ou “qual o animal que ela gosta mais”.... Estas informações serão necessárias para quando formos dar presentes para ela. Ela precisa ser mimada, eu tenho necessidade de mimá-la, Edward...
- Alice. Se controle. – ele sorriu.
- Desculpe. É que ter uma amiga menina... Sempre sonhei. Sempre quis. Não é a mesma coisa com vocês. E Rosalie é um saco.
- Nem me fale. – ele disse.
- Nem acredito que ela usou a Dominação e...
- Não quero falar sobre isso. Não vou estragar meus planos por causa do comportamento sádico da Rosalie.
- Tudo bem. – eu fiquei quieta, sentando direito no banco.
- Por sinal... Gosto quando ela veste azul. – ele sorriu.
- Está anotado, chefe. – eu disse, enquanto soltava do carro. Subi pela janela do seu quarto e entrei. Nossa... que decoração horrível. Preciso dar um jeito nessa menina. Quais as roupas que ela...
- Alice... Quer pegar as chaves, por favor? – ele me apressou do carro.
Droga.
Fui até onde parecia ser a lavanderia da casa. Achei uma calça jeans e as chaves estavam dentro.
Deixei tudo do jeito que estava e voltei até o carro. Edward escrevia um bilhete e pediu para que eu colasse no banco.
- “Fique segura”? Você é cruel. – eu sorri.
- Já viu a habilidade que esta menina tem de se meter em confusões? É provável que escorregue e se afogue numa poça de lama enquanto rega as flores. – ele revirou para os olhos.
Deixei o Chevy na vaga do Volvo e entrei no carro. Fomos até nossa casa para deixarmos o carro.
- Voltarão hoje? – Esme perguntou.
- Sim, ou pelo menos nesta madrugada. Edward não vai querer perder o seu primeiro encontro. – eu disse, fazendo biquinho para ele. Ele não respondeu. – Por sinal, ganhará pontos extras com ela se você se vestir igual a ela.
- Como vou saber... – ele começou.
- Já providenciei. – eu disse, piscando para ele.
- Divirtam-se na caça. – Esme disse.
E então partimos para o parque.

3 comentários:

Adeolimarche disse...

Estou amando a espontenedade.

Anônimo disse...

Rosalie tentando hipnotizar Bella!!! Rose não dá "só nos nervos de Alice", Rose me dá nos nervos também!!!

bjs.
- Mary Alice.

BellaCullen disse...

Que Alice curiosa, fica revirando as coisas de Bella!

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