A Visita dos Franceses - Capítulo 24: A Antiga Mansão d’Colbert

[Bella]

Nunca fui muito de... rotular pessoas. Mas agora era impossível não o fazer.
Imagine a pessoa mais elegante que conheça.
Agora imagine alguém milhões de vezes mais graciosa e requintada.
Era Agnes.
Os olhos delas tinham uma doçura anestesiante e um brilho carmim que eu jamais vira em outro imortal. Eram moldados por uma perfeita franja emborcada, de tom preto azulado, tais como o resto de seu cabelo.
E estava surpresa de ver-me ali.
Falou algo em francês, o timbre de sua voz ecoou em meus ouvidos de modo muitíssimo relaxante.
Stuart sorriu e na sua resposta eu identifiquei o nome de minha família vampira.
– Oh, que coincidência – sua bela voz agora era inteligível para mim, ela falava num ronronado mas perfeito inglês – Então a pequena é uma meia-vampira americana bebedora de sangue animal? Que diferente! Si joli! Sou Agnes Colbert, e moro aqui com meu neveu.
Huh?
– Ela disse que você é muito bonita, e que mora com seu sobrinho – Arthur sussurrou para mim enquanto seus pais e “tios” entravam na casa imensa. Tentei desviar o sangue que corria para minha face.
Afinal, Agnes bebia sangue humano. E eu sabia que o meu, apesar de não ser totalmente humano, não era de se jogar fora.
– Entre chéri – ela cantarolou para mim.
Obedeci, adentrando naquela mansão.
Era uma decoração desconhecida para mim, pois estava acostumada a tons pastéis e muita claridade. Aquela casa podia ser comparada ao pequeno pedaço que eu vi de Paris: histórica, aconchegante, misteriosa, arrancadora de suspiros, talvez com aquele clima que eu via na TV de “casa da vovó”.
Os Éclat já estavam sentados descontraídos nas poltronas de tom vinho, e tiravam os pesados casacos (artifícios, é claro) das costas. Lilith se levantara ansiosa até a grande janela, e espiava a rua de segundo em segundo.
Agnes riu.
– Ora, Lith! Para quê tanta ansiedade? Eu já lhe disse que o beau Henri só chegará daqui a duas horas.
Beau Henri?
– Beau é só adjetivo. Quer dizer belo, bonito. Henri Colbert é o namorado de Lith, e o tal sobrinho de Agnes – Arthur voltou a cochichar em meu ouvido. Lilith o olhou de esguelha, um sorriso tímido no rosto. Meio sonhador. Eu já o vira no rosto de mamãe, quando ela falava com meu pai.
Pensar neles doeu de novo.
– O que há Nessie? – Tue perguntou preocupado, reparando minha agonia.
Toquei seu rosto. “Apenas com saudades de minha família”.
Agnes nos observava de longe, bastante curiosa.
Todos me olhavam assim. Apenas Arthur os ignorou.
Ele segurou minha mão, consolador.
– É normal sentir falta de quem amamos. Eles estão bem. Não se aflija.
Tentei me segurar a cada palavra reconfortante que ele dissera.
Assenti, conformada.
– Espero sinceramente que sim.

1 comentários:

Amanda_Cullen disse...

Tadinha da Nessie !!

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