A Visita dos Franceses - Capítulo 30: Notícias

[Bella]

Eu realmente levei um choque ao lembrar-me que não estava mais em Forks. Não foi a primeira vez que tive essa sensação, e me lembrei repentinamente da outra ocasião que isto aconteceu: Eu fui salvar Edward em Volterra.
Agora, para mim a situação era igual – ou pior: Salvando minha amada filha e recentes (porém leais) amigos.
Antes, eu tinha Alice ao meu lado.
Agora, eu tinha Carlisle e o pai de Renesmee – Edward.
E nas duas vezes, a pedra em nosso caminho era o clã Volturi.
Ridículo, resmunguei para mim mesma. Ridículo alguém se sentir o dono do mundo; ridículo alguém querer que os outros sigam tudo o que manda; ridículo alguém abalar as férias de uma família inocente; ridículo alguém separar os pais de uma filha.
Acontece que os Volturi eram realmente ridículos.
Fiquei ali, absolutamente parada, olhando os flocos da neve se perder no negrume intenso da noite. Apoiada em Edward.
Eu poderia dormir ali. Mas eu não dormia.
Nunca mais dormiria.
Isso ecoou em minha cabeça de modo espantoso; o que estava acontecendo? Eu sempre quis ser uma vampira! Nunca havia visto problemas em ser uma!
Eu senti isto por que estava frágil. Por baixo daquela armadura impecável e indestrutível, eu queria poder sentir as minhas antigas lágrimas quentes e salgadas molharem minha face novamente.
Mas eu nunca mais choraria.
Edward pareceu notar meu mal-estar, por mais que eu tentasse escondê-lo.
– O que há? – ele enfim perguntou, após estudar minuciosamente meu rosto.
– Nada.
Ele estreitou os olhos e ergueu meu queixo para poder observar meus olhos de perto. Ao fazer isso, abriu um sorriso encantador.
– Dourados. Definitivamente cor-de-whisky.
Isso conseguiu me animar.
– Sério?
Ele aquiesceu. Mas havia algo além de satisfação em seu rosto.
Presunção?
Ah! De novo, ele conseguiu.
– Você sempre consegue me distrair. Por que eu sempre caio?
– A culpa não é minha se você permaneceu distraída após a transformação – ele zombou em risadas envolventes. Novamente, eu não resisti e o acompanhei.
Ele se voltou para mim e falou mais sério:
– Eu juro, por tudo, que nossa filha não sofrerá um único arranhão, Bella.
Assenti fechando os olhos e deitei a cabeça em seu peito.
– Logo vamos estar de volta para o continente americano – ele prosseguiu com o consolo – E verá que Alice...
O toque de seu celular o interrompeu.
– Atenda!
Ele obedeceu e enrugou a testa ao ler o nome no visor. Ouvi uma voz abafada e aflautada.
– Oi Alice.
Ri ainda mais alto: Era impossível conversar sobre algo e ela não interferir de alguma forma.
– Chegamos à costa. Sim. Eles estão caçando. Não, é só um... O quê?
Ele arregalou os olhos e se ergueu bruscamente.
– Quem? Você não...
Voltou a sentar-se, tenso. O que Alice dissera?
– Edward...
Ele ergueu a mão para me silenciar.
– Eu nunca o vi na vida, então. Certo. Tchau – e desligou o aparelho.
– Edward, o quê...?
Mas ele apenas me conduziu até a rocha onde Carlisle estava sentado.
– Carlisle – ele falou ao chegar até o pai – Precisamos ir à Paris imediatamente.
O Doutor pareceu tão confuso quanto eu.
– Meu filho, os Volturi...
– Danem-se os Volturi! Alice viu um vampiro estranho chegar ao alcance de Renesmee e Arthur! Eles estão sozinhos neste momento com alguém que pode muito bem matá-los por pura sede, ou curiosidade!
Oh. Meu. Deus.
– Edward.
Ele finalmente me deu atenção.
– Bella, não vamos esperar esses malditos italianos exterminarem alguns franceses humanos...
– Eu sei. Eu só ia perguntar a direção que devemos tomar para chegar à capital.
Edward me abraçou, satisfeito.
– Vamos para o leste.
Acompanhados de Carlisle, corremos em nossa velocidade extraordinária em direção ao amanhecer do sol.

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