Anos se passaram e até me acostumei com essa minha nova vida. Logo meu melhor amigo, Peter, deixou nosso clã junto com sua amada, Charlotte. Outros de meus amigos também faziam como ele, e Maria tinha que criar mais alguns de nós. Mas ela deixava alguns irem sem insistência em ficar, dizia que era melhor que eles fizessem o que queriam, pois um soldado sem entusiasmo não é um soldado útil.
Eu já podia sentir, logo seria minha vez. Queria sentir a única coisa que não havia sentido em minha vida humana: amor. E até agora eu também não tinha sentido esse sentimento durante minha vida de vampiro. Parecia que eu vivia apenas para guerrear, as cicatrizes já se encontravam em todo o meu corpo. Os olhos humanos não as viam, mas os meu sim. Apenas o veneno de vampiro deixa cicatrizes em nossa pele dura como mármore...
Lucy e Nettie já haviam abandonado também o nosso clã: Lucy havia encontrado sua alma gêmea, um vampiro canadense que estava de passagem por aqui. Já Nettie não teve tanta sorte. Há um ano atrás, durante uma guerra, foi estraçalhada por outros vampiros por atacar sozinha o "rebanho" deles. Maria não se mostrou triste por momento algum, e Lucy provavelmente ainda não sabia dessa notícia, pois estava viajando pelo mundo com seu marido, e creio que ela jamais voltaria para cá.
Estava sentindo falta de alguem para conversar, pois Maria andava muito ocupada com novas estratégias e eu não tinha mais amigo algum dentre os vampiros do clã. Até que um dia eu decidi:
- Maria, vou deixar seu clã. Vou procurar o meu lugar no mundo. - concentrei-me totalmente nela, fazendo com que ela apenas dissesse:
- Claro, Jasper. Você pretende partir quando? - diferentemente do que pensei, ela nem sequer piscou, talvez fosse por causa do meu poder concentrado nela.
- Hoje mesmo - respondi. - Agora mesmo.
Maria veio na minha direção e me abraçou, e disse apenas:
- Quando precisar de mim, me chame. - e virou as costas para mim. Eu podia sentir que ela estava um pouco magoada, mas eu tinha que fazer isso. Virei-me para o norte, o sol estava se pondo no horizonte. Era a hora. Agora eu poderia andar livremente sem o sol, e lá estava eu. Correndo para noroeste.
* * *
Em minha viagem encontrei Peter e Charlotte, que eram eternamente gratos a mim por deixá-los fugir, enquanto Maria havia pedido a mim que os destruísse. Apesar de minha velocidade superior, deixei-os partir e Maria ficou furiosa comigo durante algum tempo.
Viajei alguns anos com eles, mas logo fiquei com depressão. E sabia que para me livrar dela teria que abandoná-los. Disse adeus a eles e parti novamente.
Eu tinha um pressentimento que se viajasse sozinho, a depressão iria desaparecer, e iria acontecer alguma coisa. Parei de pensar e apenas corri.
* * *
No dia seguinte, eu ainda estava correndo. Comecei a sentir um cheiro peculiar, tão doce, que podia ser apenas de outro de nós. Mas era uma fragância tão leve, que decidi parar para esperar ele chegar até mim. Eu sentia que ele estava vindo para cá.
Fechei os olhos e me concentrei no meu poder. Sentia um humano triste ao sul, e acalmei ele um pouco. Logo encontrei esse vampiro com meu poder, e percebi como estava alegre. Estava sozinho. Havia começado a chover.
Corri em direção à Philadelfia, com a tempestade em meu encalço. Entrei em uma lanchonete para manter as aparências, pois ninguém em sã conciência ficaria andando na chuva. Meus olhos estavam escuros o bastante para disfarçarem minha verdadeira identidade, mas isso significava que eu estava com sede. Isso me preocupou um pouco.
Da lanchonete que entrei vinha aquele cheiro doce. Ela estava meio vazia, mas logo percebi a origem do perfume. Foi a primeira vez que eu a vi.
Era a vampira mais linda que eu já havia visto: era baixinha e ao mesmo tempo imponente, mas parecia frágil. Tinha os cabelos curtos e negros, a pele mais pálida do que a de Maria. No seu rosto havia um sorriso enorme, e logo também me senti feliz. Eu acho que havia me apaixonado. Pulou do alto do balcão e veio na minha direção.
Isso me chocou, pois não sabia se ela iria atacar, mesmo parecendo inofensiva para mim. Logo descartei essa possibilidade, pois o sorriso no seu rosto não confirmava minhas suspeitas. E as emoções que emanavam dela, apenas alegria, uma felicidade crescente enquanto vinha para mim.
- Você me deixou esperando por muito tempo. - ela disse. Sua voz era a mais doce que eu já havia escutado, e seu sorriso estava cada vez maior.
- Eu lamento, madame - respondi abaixando a cabeça para cumprimentá-la. Ela levantou a mão, e sem me dar conta do que eu estava fazendo, beijei-a. Pela primeira vez em um século, senti esperança. Esperança de uma nova vida, de uma vida com um amor de verdade.
Senti também que ela estava aliviada. Nossos rostos se aproximaram e nos beijamos.
Isso nunca havia acontecido comigo antes, mas quando seus lábios tocaram nos meus esqueci tudo a minha volta. Eu via apenas ela. E ela apenas me via. Tinha a pele gelada como a minha, mas para mim parecia normal, porque estávamos na mesma temperatura.
- Meu nome é Alice - disse ela, logo depois do beijo, olhando-me nos olhos. Eu estava sem palavras.
- Eu... - tentei falar, mas ela logo me interrompeu:
- Eu já sei o seu nome, Jasper. - Como ela sabia o meu nome, se nunca havíamos nos visto antes? - Eu te amo. - Disse-me carinhosamente.
- Eu também - foi a única coisa que consegui falar.
- Eu também já sei isso. Nós vamos ficar juntos, para sempre! - Alice disse para mim, alegremente. Nela, eu tinha certeza que podia confiar.
- Para sempre - concordei.
3 comentários:
A Alice é muita atirada XD
Ela fica mt confiante nas suas visões
Toda vez q relembro essa cena morro de rir
Se for para fazer comentários bestas é melhor não comentar nada !!!!!!!!!!!!!!!
Só acho que há alguns erros de concordância com a história real.
Não era pra ele e Maria terem um relacionamento? Ele dá uma ideia em Eclipse. E quando ele vai embora com Peter e Charlotte, ele não se despede, ele simplesmente vai. Ta certo que sendo uma fanfiction, tem certas liberdades, mas alguns detalhes são importantes e não podem ser deixados para trás pois assim pode se perder a essência do personagem e sua real característica.
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