A Visita dos Franceses - Capítulo 41: União

[Bella]

Eu frequentemente tentava captar o menor traço do aroma vampiresco dos Volturi no ar, mas por enquanto não sentia nada. Cheguei a esperar que eles chegassem rápido, para terminar logo com toda aquela ânsia.
Estávamos sem apoio, além dos franceses. Jazz não estava lá para nos avisar se tínhamos desvantagens ou estratégias; Alice não podia nos alertar do futuro estando em outro continente. Emmett não seria nosso ponto forte. Jacob não poderia me dar cobertura moral naquela hora.
Quem iria nos ajudar, além dos aterrorizados Éclat?
Ouvi o celular de Lilith tocar distante, por mais que ela estivesse ao meu lado. Eu estava longe dali naquele momento. Mas não pude evitar de ouvir a sua ligação.
– Aidez-nous, Henri! Precisamos de apoio no momento. Est en l'heure de conhecerem a família da beau fille Cullen, Renesmee.
Se eu tivesse entendido pelo menos 50% daquela conversa, não teria que pedir traduções a Edward. Mas meu francês limitava-se a “Bon Jour”.
– “Está na hora de conhecer a família da encantadora menina Cullen” – ele traduziu em murmúrios.
Então eu senti. Todos sentimos.
Eram vampiros se aproximando, com absoluta certeza.
Mas eu conhecia o aroma.
Não eram os Volturi.
Tampouco algum vampiro conhecido dos Éclat.
–Tanya! – exclamei emocionada, agora reconhecendo o clã Denali.
Estavam presentes Kate, Garrett e Carmem – que estava bastante pesarosa. Afinal, Eleazar ainda estava sob o comando dos Volturi.
E mais alguém estava lá, recuado. Chorando silenciosamente. Pequeno. Quente. Com batimentos cardíacos... acelerados.
Oh. Meu. Deus.
Eu seria incapaz de desconhecer. O clã Denali adotara uma criança.
E não era uma criança qualquer. Era híbrida.
– Tanya, quê...? – Edward indagou de queixo caído, provavelmente com a mesma questão que passava em minha cabeça na sua mente, embora ele não pudesse ouvir meus pensamentos.
De onde vieram tantos... meio-vampiros?
As mulheres ainda manifestavam seu luto trajando preto, e o brilho avermelhado ainda não deixara os olhos de Garrett, mas o que mais me prendeu a atenção – e a de todos – foi a criança.
Não era muito mais velha que Arthur, dois ou três meses no máximo. Assim como as irmãs Denali, ela tinha fortes traços russos. Olhos eletrizantemente azuis; longos cabelos de cor bege. E um rosto de porcelana banhado de lágrimas.
– Estávamos na Rússia quando Alice nos ligou e contou a situação. Não poderíamos perder a oportunidade de nos reencontrar com os Volturi. Mas ninguém esperava encontrar a pequena Phoebe
[n.a.: lê-se Fíbi] – Kate falou rapidamente.
– Não sabem como foi... difícil. Phoebe não costuma beber sangue animal, nem viver em uma família. Ela é órfã, estava sem ninguém no mundo – Tanya falou abraçando a garota, num tom de desculpas – E, afinal, ela é russa. Poderia muito bem passar por nossa irmãzinha ou filha.
Isso era um fato; a menina se parecia com Tanya e Kate.
Me virei para Edward, pronta para discutir a situação, quando senti outros vampiros próximos. Os Éclat suspiraram de alívio.
Uma mulher e um rapaz de espantosos cabelos negros se juntaram ao grupo. O rapaz abraçou Lilith enquanto a mulher dirigia-se a nós.
– Devem ser os parentes de Renesmee – ela falou, ronronando nos “erres” de Renesmee – sou Agnes Colbert, e este é meu sobrinho Henri.
– Prazer – falamos em uníssono.
– E obrigado pelo apoio – complementou Carlisle.
Sorrimos comprimindo a boca em uma linha, tão nervosos estávamos.
E quando o zéfiro trouxe o terceiro aroma peculiar, soube que dessa vez não era alarme falso.
Dessa vez eram eles.

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