Ressurreição - Capítulo 11: Lua Cheia

[Bella]

Postei-me ao lado de Edward, olhando furiosamente para eles. Eles não poderiam trazer nada ruim, poderiam? Nenhuma notícia além dos Volturi, poderiam ser ruim demais.

Refleti, tentando por um oitavo de segundo, ser mais rápida que o que eles tinham a dizer. Mil motivos imaginei, mas não consegui pensar em uma emergência que fizesse dois vampiros precisarem de um clã inteiro.

Jonny foi a frente, e andando de um lado para o outro começou seu discurso agourento.

- Bem, é o seguinte. Eu sou Jonny, este é Jim. Na verdade seu nome é Jimmy. Somos gêmeos, como podem ver. Fomos transformados quando nos deparamos com uma vampira em uma excursão que fazíamos pela floresta Amazônica. Vampira interessante, aquela. Ela nos viu, nos atacou, e não querendo nos matar nos transformou. Zafrina era o nome dela. Ela disse que conhecia vocês. Em especial, você, Bella. Sabemos tudo sobre vocês Cullens, e quisemos por nossa própria vontade seguir o exemplo de vocês. Nós não matamos humanos. Viemos aqui lhes implorar ajuda. Uma guerra fria começou. Uma guerra sem parâmetros, injusta e errada. Onde não existem culpados, só vítimas.

“ No povoado distante e desconhecido da Amazônia, fica a maior criação de crianças-lua. As verdadeiras. As que contaminam com uma dentada. Estão se organizando com uma liderança e indo para o norte de Phoenix. Varias crianças são transformadas pelo caminho. Ninguém percebeu ainda esse terror, porque acontecem só nas luas cheias. Digo a vocês, que alguém os está usando para exterminar o conhecido mundo dos Vampiros, e qualquer ser mítico que possa existir.”

Um silêncio pungente parou no ar. Uma dor cortou esse silêncio, saindo engasgada, na voz de Esme.

- São..são crianças...que vão morrer!

- Sim, Sra. Cullen, eu lhes disse que não haveria culpados nessa guerra. Só quem o lidera. Mas uma vez transformados eles são impossíveis. São... Mortais. Mortais para nós, em uma única dentada que pode injetar o seu veneno. Bella é a nossa única esperança, mas eu creio haver vampiros por trás, então precisamos de todos.

“ Se não lutarmos, virão até nós. Se lutarmos, iremos até eles. E venceremos “

- Ou talvez, percamos alguns - A voz de Rosalie soou temerosa.

Rosalie tinha um segredo não contado.

Um segredo jamais revelado. Um segredo que ela daria a alma, para que nunca chegasse até nós.

Eu estremeci. Todos os olhos voltaram-se na direção da beleza de Rosalie.

Então Rosalie começou a explicar.

- Há muito tempo atrás, eu conheci um jovem rapaz, que era na verdade, um lobisomem... Eu, bem, o matei, e a família dele jurou vingança contra qualquer vampiro. Eu nunca achei que fossem concretizar a ameaça, e foi nessa época que conheci Jim e Jonny - sim, eu já os conheço - eles salvaram a minha vida, do ataque daquela alcatéia. Não são como Jacob, são crianças-lua, que nem sabem o que fazem. São cruéis, sanguinárias. Se existe algo de pior no mundo, as crianças-luas são de fato a pior. Os Volturi também o temem, mas em breve intervirão, se não formos lá. Esses lobisomens, crianças-luas já destruiriam um povoado indígena inteiro. Tenho certeza que sabem quem sou, e esse líder, quem quer que seja, só pode ser o pai da criatura que matei.

Todos os rostos estavam em choque. A linda Rosalie tinha um problema em seu passado. Um problema com Crianças - Lua. Um problema que apenas eu poderia ajudar a resolver.

Crianças-lua.

A única real ameaça a um ser vampiro depois dos Volturi.

Então eu me peguei pensando... se houvesse uma luta, alguém morreria? Parei para fitar os rostos de cada um, da família pela qual eu troquei a minha vida, entregando as batidas de um fraco coração. Com crianças-lua, Alice não poderia prever. Estaríamos às cegas.. Eu só podia contar comigo mesma, mas alguns iriam acabar no corpo a corpo. Emmet, Rosalie, Esme, Carlisle, Alice... Pequena Alice. Jasper e Edward.

Eu tremi por inteiro.

Jonny avançou na formação de pedra em que estávamos entalhados. Chegou perto de Alice, que olhou-o com uma cara feia, rosnando, feroz. Ele deu de ombros e foi na direção da doce Esme. E na frente dela, disse o inimaginável, impensável. Pelo menos para nós. Para Alice... Previsível.

- Sra. Cullen, a senhora que me perdoe, mas nunca vi vampira mais bela... e nem mais atraente - Rosalie bufou - então, se me permite...

Foi rápido demais.

Pude ver a face inexoravelmente branca de Carlisle criar cor.

Vi Edward voar correndo atrás de Jonny.

Jim olhou para Rosalie decidido a fazer o mesmo. Rosalie apontou o dedo e ameaçou:

- Não ouse.

Emmet colocou-se na frente de Rosalie, tentando bloqueá-lo.

A paz dos Cullens virara uma bagunça.

Refiz a inacreditável cena em minha mente, tentando acreditar que o que vi aconteceu de fato e que eu não tivesse enlouquecido.

Jonny, num galanteio de dom Juan, pegou Esme pela cintura, e a beijou, um beijo digno de cena de cinema. Depois largou Esme delicadamente, sussurrando de modo audível:

-Como são doces seus lábios...

Não deu pra menos, e ele saiu correndo, e rindo, com Edward furioso, atrás. Carlisle ficou azul, parecendo que teria um enfarte, se isso fosse possível. Esme só balbuciava palavras incoerentes.

Jim chegou para Rosalie, intentando fazer o mesmo, porém ela o ameaçou. Ele foi na direção de Emmet, e sussurrou:

- Fique olhando.

Emmet não conseguia se mexer, qual fosse a mágica que Jim tivesse lançado. Praguejou o mais alto que pôde, toda a sorte de ameaças conhecidas.

Rosalie correu para longe, com Jim ao seu encalço.

Eu não podia fazer nada, porque se fizesse, eu mataria alguém.

Seth chegou no meio da confusão, seus olhos inocentes tentando entender.

Então eu ouvi sua voz. Sua voz que me chamou. Seu coração que bateu.

- Posso te chamar de mãe? - Pediu ele, em uma voz fraquinha.

Nem pensei... Não consegui. Abracei o jovem e amável Seth, lembrando dos tempos em que eu amava Jacob, em que Jacob era inocentemente gentil. Seth era uma pessoa rara... e agora um filho meu.

- Claro, Seth... Eu e Edward seremos sua família, como prometi.

- É que... - ele vacilou - eu queria morar com vocês.

Eu fiquei em choque. Um lobisomem morando com a gente... Isso seria difícil, inadmissível, seria impossível. Alice nunca mais nos protegeria tão bem, e Rosalie... Rose odiava lobisomens, e somente agora eu pude entender porque.

Que péssima hora para decidir. Que momento triste, para escolher... Parecia que a má sorte me perseguia, que eu jamais seria completamente feliz. Eu tinha que estar sempre lutando, para garantir que a felicidade não escapasse de minhas mãos.

Por onde eu devia começar? Os doces olhos de Seth encaravam-me, atentos, inquiridores, navegando em um mar cristalino...

- Seth... er...bem... Eu aceito, por mim, por Edward... Mas só se você ficasse em nossa casa, e não nessa casa de Carlisle. Rose, você sabe como ela é...

Eu não estava preparada para sua reação. Ele tremeu totalmente, virando um grande lobo, quente e cheio de pelos, brilhando no sol, cor de areia. Latiu várias vezes e então veio me lamber, pulando em mim, brincando comigo. E eu fiquei ali, fazendo cócegas, brincando com ele, até anoitecer.

Então me ocorreu um desespero.

Seth iria querer lutar contra as Crianças-Lua.

Eu deveria permitir?

Enquanto eu afundava meus dentes no pescoço dele com cuidado, de brincadeira, e ele me abocanhava no braço, eu senti que ele verdadeiramente meu, e meu coração se partiu ao meio.

Seth notou minha vacilação, e afastou-se, com seus enormes olhos olhando-me. Ele deu uns dois latidos, e eu não precisava de Edward para saber o que ele estava pensando. Ele queria saber o motivo minha preocupação.

Eu devia contar. Ele tinha que saber.

- Seth, querido, meu filho, nossa família vai lutar. Contra a segunda maior ameaça ao mundo dos vampiros. Depois dos Volturi, as Crianças-Lua são as piores. Suas dentadas são venenosas, e transformam com a mordida quem elas morderem. São voláteis, rápidas, furiosas e mortais. Transformam-se em lobo como vocês, porém somente a noite na semana de Lua cheia.

Seth arregalou seu olhos e rosnou, latindo furiosamente para mim.

- Não Seth, não, você não lutará. Não posso permitir que... - O corpo de Seth tremeu novamente, e lá estava ele, com seu peito nu à mostra, seus cabelos loiros, desgrenhados brilhando ao sol.

- Eu lutarei, quanto mais, melhor. Eu sou da Família. Eu escolho lutar com vocês. Eu escolho morrer com vocês. Vocês são minha família.

Enquanto Seth falava, tentando me convencer, e uma onda de piedade invadia meu corpo, um estrondoso som se fez ouvir no ar. Outro Crash. Mais outro.

Algo foi quebrado violentamente, isso eu sabia.

- Carlisle, vai lá, ou a Rose vai matá-lo!

Carlisle saiu correndo, e eu fui junto. Cheguei a tempo de ver toda a sala linda dos Cullens destruída, e Rose e Jim em uma dança furiosa.

- Só um beijinho, querida...

- Fique longe de mim! Seu ignorante, estúpido! Eu sou casada! - Rose berrou.

- Não sou ciumento...

- Mas Eu sou! Emmet apareceu, flanqueado por Edward, que lutava para tentar segurá-lo.

Então finalmente, Jasper revirou os olhos e uma onda de paz invadiu o ambiente.

Eu levantei uma sobrancelha para ele.

Alice, que tinha ouvido os estrondos, piscou para mim.

- Alice, olha o que nós vamos ter que arrumar... - choraminguei.

- Bella querida, a Rose vai poupar esse trabalho. Depois dessa, a Esme vai esquecer nosso castigo, por isso não permiti que Jasper se intrometesse antes - cantou ela, sorridente e feliz.

Não pude deixar de sorrir também.

Alice respirava ares confiantes. Invejei-a. Eu queria ter a mesma sorte. Mas nem sempre as visões dela eram definitivas, isso eu sabia - tanto que a decisão de Rose de quebrar a sala de Esme havia alterado todo o destino.

Jim ficou calmo e sossegado, ainda olhando para Rose com desejo, e Rose olhando-o com ódio, seus olhos de um dourado flamejantes.

Esme chegou logo depois de Jasper e Alice, e eu acreditei firmemente que ela nunca mais esqueceria disso.

- MAS O QUE É ISSO? O QUE VOCÊS FIZERAM COM A MINHA SA? MEUS MÓVEIS DO SÉCULO PÁSSADO!! E EU NUNCA MAIS ACHAREI OUTROS IGUAIS! ROSE, VOCÊ VAI CUIDAR DA CASA E DO JARDIM INTEIRO E SE RECLAMAR, NÃO MORARÁ MAIS AQUI!

- Mas... - a voz de Rose ficou fraquinha e trêmula - mas... a culpa é dele, dele! - e apontou para Jim, que piscava audaciosamente para ela.

Jonny simplesmente ria, batendo palmas.

Edward trincou os dentes e Emmet, calmo pela ação de Jasper, cruzou os braços.

Carlisle simplesmente resmungou e saiu. Provavelmente estava em choque pelo beijo que Esme levara, mas ele era pacífico demais para brigar.

Então aconteceu algo realmente inesperado.

Um hiato perigosamente mortal na visão de Alice surgiu.

Pelas janelas, eu podia divisar as sombras aproximando-se. Eram várias. Várias batidas desenfreadas de coração. Mas o cheiro não pertencia ao familiar cheiro de La Push, a reserva indígena onde eu tantas vezes, como humana, me refugiei.

Edward e Jasper, tomaram a frente, prontos para lutar.

Eu coloquei Seth atrás de mim, determinada a protegê-lo.

A Lua Cheia, brilhou imponente, refletindo na pelagem dos seres que invadiam nossa casa.

Eram as Crianças-Lua. Maiores que os lobisomens de La Push. Eu sempre achei Sam Uley, Leah, Jacob, Seth - todos eles frágeis para mim. Mas essas crianças-lua tinham no mínimo, 2 metros. Imponentes e fortes, ninguém em sã consciência - nem mesmo vampiros - ousaria lutar contra eles. Seth tremeu ao meu lado, e num segundo eu o tinha de pé, maior que eu - mas menor que eles.

Rosalie sibilou furiosamente. Emmet enrijeceu os músculos e deu um sorriso prazeroso na direção da apavorante alcatéia.

- Eles sequer têm pensamento, Bella, são crianças que foram transformadas e não têm sentimento e nem razão nessa forma sobre-humana. Vieram para Lutar. Esteja pronta, não se distraia, meu amor. - Edward falou aos meus ouvidos, mas olhava na direção de Seth.

Eu aquiesci, sem palavras.

Esme, a adorável Esme pôs se em posição de Luta.

Pude ouvir um estrondo na sala de Carlisle, no segundo andar da Casa e pude perceber que a luta já começara lá. Carlisle estava sozinho.

Olhei para Edward - e para as feições dos que eu amava. Eles estavam em bom número e habilidade para Lutar.

Mas Carlisle estava sozinho.

- Edward - chamei-o com minha voz fraquinha, de sinos ao vento - eu vou ajudar Carlisle.

Ele fez que sim com a cabeça, e então um estrondo veio do vidro que separava a casa da ameaça que estava lá fora.

Um por um, eles entraram.

Eu corri, sem olhar para trás, para o segundo andar, para aquele a quem devíamos, todos, as nossas vidas.

Eu corri, desesperada, desejando que nada estivesse dando errado, que eu chegasse a tempo de impedir o pior.

Arrombei a porta, naturalmente trancada.

Carlisle lutava com um Lobo imenso, Criança - lua, terrivelmente mortal.

Eu gritei. Carlisle conseguiu desvencilhar-se da criatura e correr na minha direção.

O baita cachorro veio descontroladamente atacar-me. Meu escudo projetou-se em uma nuvem trovejante, já querida por mim, já maleável, controlável.

O metal pingou e esfumaçou-se, e cargas elétricas despejaram-se em todas as direções.

O cachorro nem pensou duas vezes, fez exatamente o que eu esperava. Adentrou na nuvem densa.

Vi-o tremer e vomitar metal líquido até a morte.

Olhei para Carlisle, que tinha um rasgão em seu braço e antebraço, e meus olhos encheram-se de verdadeiro horror.

Carlisle havia sido mordido.

Eu não sabia o que dizer.

Carlisle também não. Ele aproximou-se da Janela, olhando a Lua Cheia.

- Bella. Vampiros não sobrevivem a Venenos de Crianças-Lua, sentenciou ele, enfático.

- Carlisle, deve haver um jeito, sempre há, sempre há! Eu gritei, apavorada e meus joelhos achegaram-se ao chão.

O corpo do Lobo havia-se transformado em um corpo de uma criança de no mínimo dez anos.

Chocada, desviei o olhar.

- Bella, eu tenho que ir para a Itália.Só Caius tem a resposta para isso. E tenho que ir agora - sussurrou, para mim, segurando o rasgão que mostrava os seus ossos. - Vá, Bella, ninguém lá embaixo terá chance sem você. Você é a esperança deles. Eu tenho que partir, e já!

Ele começou a correr, arrumando as coisas em uma pequena mala.

Eu estava em choque, não conseguia me mexer.

Carlisle, após arrumar tudo em uma fração de segundos, vendo que eu não me mexia, veio na minha direção, me pegou pelos braços e rosnou.

- Bella, eu tenho que ir. Vá ajudar sua família. Os cães não me pegarão agora, eles sentem quando alguém foi mordido e transformado.

Carlisle me jogou escada abaixo, e eu caí de quatro, visivelmente atônita.

- Desculpe, Bella.

E fiquei com o silêncio.

5 comentários:

Jaami disse...

OMG!!!

Danielejosiane_pb@hotmail.com disse...

carlisle vai morre ????
NUM PODE !!

Fernanda_15 disse...

nossa eu amo tanto ele, eles são parte da minha vida que eu amo muito

miriam vilela disse...

CARLISLE NÃO PODE MORRER ELE É O PAI DOS CULLEN O CABEÇA DA FAMILIA!!!..........e até parece q ñ sabemos o q os Volturi vão querer em troca SE
salvarem Carlisle.............. BELLA, ALICE e EDWARD!!!!

NessCullen disse...

Carlisle não morre... Simplesmente não pode... Mas uma coisa eu vos garanto! E que eu morra aqui, se não for verdade... Os Volturi vão revelar ao Carlisle o antidoto, mas com a condição de que a Bella, o Edward e a Alice, se juntem a eles...

Beijocas,
NessCullen

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