A Visita dos Franceses - Capítulo 45: Presente

[Bella]

Nós ouvimos ao longe um ecoar conhecido. Não só por vampiros, mas por todos os cidadãos. Era uma sirene de polícia.
– Aro. Um dos franceses... – Edward gesticulou em direção ao local onde havia estado os humanos que os Volturi silenciaram permanentemente – ...ligou para a polícia local. É bom nos dispersarmos.
Eu observei o rosto de Edward. Havia algo borbulhando ali... parecia ser alívio, com um pouco de presunção.
– É claro que não queremos problemas com nossos queridos franceses, jovem Edward. Nós vamos...
Aro silenciou-se ao ouvir o que a guarda dos Volturi murmurava em italiano rápido. Aquilo que borbulhava na face perfeita de meu marido se tornou mais intenso. Ele passou um braço pela minha cintura e ergueu o queixo. Carlisle andou alguns passos para perto dos Volturi.
– Eu entendo que temos muitas diferenças, Aro. Mas se eu ainda tiver esse direito, peço que nos deixe e parta. Prometemos que Phoebe e Arthur se tornarão adultos tão controlados quanto nós mesmos. Nós não temos responsabilidade pelos híbridos criados na América do Sul, apesar de sermos as únicas famílias que acolheram essa espécie.
Aro fechou os olhos, como se meditasse.
Stuart tomou a palavra.
– Nós, da família Éclat, viajamos em busca de comportamentos dos híbridos. Nunca vimos muitos híbridos, mas dentre os que encontramos achamos clara a humanidade acentuada que Arthur tem em relação aos outros, incluindo Renesmee. Por mais que ela seja uma Cullen, controlada, educada, ela tem sentidos mais apurados que meu filho.
Ele parou e inspirou forte, apressando as palavras, já que a viatura se aproximava.
– Isso me leva a crer que estejas correto Aro, que cada híbrido tem seu comportamento baseado em quantos genes humanos ou vampíricos têm em seu organismo.
Aro se mexeu desconfortável – era claro que ele percebia a derrota. Tanya falou pela primeira vez.
– Cuidarei de Phoebe como cuidaria de uma filha biológica. Não é necessário que vocês interfiram
novamente em nossa família.
Ouvi uma porta de carro bater. A viatura branca com listras vermelhas e azuis estacionara e um policial de olhos claros saiu andando cauteloso.
– Quelque problème, amis?
Lilith abriu um sorriso deslumbrante.
– Définitivement pas. Est juste une réunion.
Aro abriu os olhos e estendeu lentamente a mão para Carlisle.
– Sinto muito. Espero que nos perdoem novamente, se é que o merecemos.
Suspirei. Mais teatro.
– Eu desejo muito que os Cullen e os Éclat nos acompanhem algum dia em uma viagem ao sul da América.
Edward sacudiu a cabeça, sorrindo de leve.
– Quando as crianças crescerem. Agora... o policial, Aro.
O policial tinha olhos arregalados, nos olhando assombrado e tonto. Eram muitas sensações; medo como instinto, admiração pela nossa beleza, e curiosidade.
– O que diremos a ele? – cochichei para Edward. Ele riu.
– Não faço ideia. Mas estamos acostumados com desculpas esfarrapadas não é mesmo?
O humor de Edward me contagiou. Aproveitei para provocar um pouco Jane.
– Adeus, Aro – falei, mantendo um tom de voz simpatico – Até algum dia.
Jane me mostrou os dentes. Eu ri internamente.
Aro nos saudou mais uma vez, passando pelos Colbert e Denalis.
– Até, Bella.
Depois de inventar algum seminário ao ar livre para o policial, ele caminhou até Chelsea, que fez uma careta insatisfeita mas obedeceu sua ordem.
Eleazar caminhou aturdido até nós, abraçando Carmem apertado.
– Um presente – Aro disse.
E eles se foram, arrastando suas capas pesadas.

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