Sol Poente - Capítulo 14: Conspiração Vampírica

Assim que me dei conta do que comera, corri para casa. sem a ajuda de ninguém (sim, foi um longo percurso, mas vampiros são resistentes). Me surpreendi por não ter sido chamada, por ainda estar fazendo o que EU queria; mas isso não durou por muito tempo.

Logo todos estavam em casa me ajudando, mas a verdade é que ninguém poderia fazê-lo. Em instantes, meus pensamentos eram tão ruins quanto as coisas que eu falava.

- Vocês estão contra mim! Estão todos contra mim! Sabem que se eu seguir minha mestra ficarei mais poderosa que vocês. Ah! Mas eu já sou melhor, bem melhor... Não me toquem!

- Não deixem que ela fuja - disse Carlisle - É isso o que eles querem.

- Vocês não podem me prender para sempre... Eu faço o que eu quero. Aqui, eu mando. Vocês não podem me prender!

- Carlisle, ela está descontrolada!

- Emmett, você é forte!!!

Mas meu marido tinha razão. E estava completamentamente descontrolada. Além disso, não estava me comportando como vampira. Minhas risadas eram altas e histéricas, e enquanto eu chorava, o rímel escorria pelo meu rosto, meu batom estava todo borrado. Meus cabelos estavam despenteados, e até mesmo meus lindos cachos se transformaram em armas. Eu batia nas pessoas, e as arranhava. Estava realmente descontrolada.

- O que vocês estão tramando? Não importa! Vocês não são nada! Vocês não são nada!!!

- Jasper, faça algo que não seja ficar olhando!

- Estou tentando pensar em algo.

- Eu sabia!!! Vocês estão se unindo contra mim! É uma conspiração!

Foi então que eles me jogaram no porão, me trancando lá.

* * *

Então me lembrei de algo que meu pai me falava para me acalmar:

- Vá na janela, e chore, chore...

Deu certo, acho que era porque ele não queria me pegar no colo, ou quando fiquei mais velha, conversar. Mas ele tinha razão. Aonde quer que você vá, é sempre um lugar melhor se tiver uma janela. Às vezes, não temos quem nos socorra quando precisamos de um amigo, e podemos ficar horas a olhar pela janela, e ficamos mais calmos... Saímos mais confiantes, e é essa confiança que nos faz ter coragem de enfrentar nossos medos.

Foi quando olhei por aquela pequena janela, em um curto momento de lucidez, que vi que não importaria o que Victoria planejasse, iria ficar tudo bem.

Foi fácil pronunciar as palavras, e repiti-las, repiti-las...

- Vai ficar tudo bem, Rose, vai ficar tudo bem...

* * *

Meus ataques recomeçaram, e, não sei quem foi tão burro, mas conseguiu me segurar pelos braço, e me jogou das escadas. Só depois disso que percebi o ambiente. Era úmido, quente, e cheirava mal. Eu continuei a gritar, agora por medo. Eles não ouviam, que apesar de possuída, precisava de um abraço.

Ou talvez, não quisessem ouvir.

Fiquei feliz quando um quadrado luminoso apareceu no alto da parede. Alguém abrira a porta.

- Rose? Preciso ser rápido, não podem me ver - era Emmett.

- Estou aqui. Não vou te ferir, não de novo.

Ele veio até mim. Ele me acalmou. Ele se preocupou comigo. Esse era o meu Emmett.

Ele imediatamente correspondeu ao meu pedido. Nada poderia ser tão bom naquela hora.

- Não se preocupe - a sua voz aveludada ocupou minha mente - Ficarei o tempo necessário.

- Emmett?

- Sim, fale, pode me falar tudo.

- Eu te amo. Eu te amo mesmo.

Eu te amo, e continuarei te amando mesmo que você tente furar meu olho novamente, ou rasgar meu casaco predileto - ele me fez rir - eu te amarei.

Um pequeno sorriso se formou, e senti que era verdade: iria ficar tudo bem.

- Juntos pela eternidade... E mesmo que separados...

- Nada me fará esquecer...

- O que sinto por você.

Senti meus olhos se encherem, como um mar, mas meu rosto já estava molhado. Eu estava chorando.

- Não sabia que vampiros choravam.

- Apenas se passam por algo muito forte.

Então, eu senti uma gota cair sobre a minha testa. Emmett também chorava.

Era isso. Lágrimas de vampiro.

1 comentários:

Bebetty_rp disse...

owl^^

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