No Mundo Dos Volturi: Confie Em Mim

“Tudo vai dar certo meu amor. Confie em mim”. Essas palavras voavam na minha mente como nuvens envolvendo o céu, mas eu sabia que aquelas nuvens deveriam estar carregadas da mais densa tempestade. “Confie em mim,” essas foram as palavras de Marcus ao me deixar no térreo das dependências Volturi para fazer alguma viagem muito importante que não poderia me falar.

Eu estava subindo a escadaria principal do salão quando avistei ao longe, no último degrau da escadaria, Aro. Ele não estava com as feições realmente boas e seus olhos rubros faiscaram por uma fração de segundo para cima de mim. Marcus havia me dito para não permitir que Aro tocasse minha pele, ou nossos planos de fuga estariam todos arruinados.

Não me detive com seu olhar e continuei subindo degrau a degrau as escadas na direção de meus aposentos, aproximando-me cada vez mais do último degrau. Aro estava recostado no corrimão, olhando dessa vez para o nada. Eu estava com medo dele, mas não entendia como podia ter medo do irmão que eu tanto amava.

Como eu podia ter medo de Aro? Meu irmão que cuidou de mim e sempre me protegeu? Mesmo em memórias envoltas por uma camada densa de névoa, eu pude sempre lembrar de Aro como meu querido e precioso irmão. E naquela hora, enquanto eu passava pelo último degrau, Aro continuava olhando firmemente o nada, mas seus olhos não eram os mesmos que os de antes. Naquela hora, eram olhos de profundo ódio. E era por essas e outras que Marcus e eu queríamos sair daquele lugar horrível e da tirania de Aro.

Foi aí que eu virei o corredor, fechando os olhos e suspirando tão profundamente quanto meu pulmão agüentava. Eu tinha conseguido passar por Aro sem levantar suspeitas… Mas, antes que eu desse o próximo passo, uma mão pálida agarrou forte meu pescoço e cravou suas unhas no mesmo me fazendo gritar ao erguer-me no ar. E meu pulmão soltou todo o ar em dor, que antes eu tinha puxado em alívio. Minhas mãos agarraram fortemente os braços de Aro, que me olhava com ódio. Eu nunca o tinha visto assim.

- Pensou que pudesse me enganar, Didyme? – Perguntou. O rancor explícito em sua voz.

– Que pudesse fugir assim, sem mais nem menos? – E riu seco. Foi aí que o meu medo aflorou como numa erupção vulcânica. – Que piada! – Gritou no meu rosto e novamente, suas feições tornaram-se tão duras quanto antes. E apertou meu pescoço fortemente mais uma vez.

– Uma pena eu ter de matá-la, minha irmã. – Terminou e atirou-me ao chão. A última coisa que eu senti naquela noite, foi um emaranhado de emoções. Eu gritei de dor; gritei por Jane… E gritei por Marcus.

Ah… Meu amado Marcus. Naquela noite, eu tive uma única certeza: Por ele e apenas por ele, eu amei e fui verdadeiramente amada. Para ele e apenas por ele, minha morte teria sentido. “Tudo vai dar certo meu amor. Confie em mim.” Eu repetia em minha cabeça enquanto as chamas consumiam a minha alma.

Autora: Susy Victoria

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