Olhos Vermelhos: Edward

Nota da Autora: A história acontece no momento em que Edward fica rebelde, antes de conhecer a Bella.

Eu estava cansado. Por que eu tinha de ser bom? Se eu era um monstro, eu não deveria me portar como tal?

Esses pensamentos me importunavam enquanto eu andava por um beco deserto em algum ponto de Nova Iorque.

Vampiros não são sinônimos do mal? Então por que me comporto como um anjo? Não sou um anjo. Estou muito longe de ser um, por sinal. Sou o pior tipo de monstro que existe. Atraio minhas presas com minha aparência, meu cheiro, minha voz, e depois as mato. Isso não é ser bom. Não no meu conceito, pelo menos. Se não sou bom, se sou mal, por que desfilar uma auréola?

Passei em frente á um espelho quebrado. Meus olhos negros brilhantes sob a luz da lua.

Era a hora. Chega de fingir ser bom.

Ouvi passos apressados e uma respiração ofegante. Uma mulher estava encostada na parede oposta. Ela olhava fascinada para mim. Suas roupas eram curtas e escuras. Metade de sua face coberta por um lenço. Seus pensamentos… Tratava-se de uma ladra.

A mulher tinha leves arranhões nos braços. O cheiro de seu sangue chegou a mim.

Ali estava minha oportunidade. Não falei nada, apenas sorri de canto. Os batimentos dela aceleraram.

Aproximei-me dela lentamente. Tocando sua face com cuidado, e então, sem aviso, mordi seu pescoço e o gosto de seu sangue invadiu minha boca.

Delicioso. Quente. Inebriante. Como vivi tanto tempo sem isso?

Senti seu corpo desfalecer em meus braços e a ultima gota de sangue abandonar seu corpo. A mulher estava morta. E eu era o responsável.

Eu não sabia se me sentia bem com isso, ou se sentia repulsa de mim mesmo, como deveria ser. Eu sabia apenas de uma coisa: Eu queria mais sangue humano.

Eu podia adquiri-lo sem matar pessoas inocentes. Apenas ladrões ou outros criminosos.

Suspirei. Minha vida seria assim de agora em diante. Um monstro.

Ergui-me lentamente e coloquei o corpo inerte da mulher atrás de um latão de lixo.

- Me desculpe. – Sussurrei-lhe inutilmente.

Passei novamente pelo espelho. Meus olhos, agora vermelhos de sangue, me encaravam acusadoramente.

Autora: Luana M.F. Paiva