Coração Inquieto - Capítulo 15

“Qual é a história de novo?” Meu pai me perguntou irritado pela centésima vez nessa manhã. Nós estávamos no caminho para a escola, na reluzente Ferrari preta da minha mãe. Ela já tinha saído para a sua aula da manhã. Era um dia nublado, mas a previsão não dizia que ia chover.

Eu rolei meus olhos. “Eu sou Renesmee Cullen, e você é meu cunhado. Eu moro com você e minha irmã. Eu peguei seu último nome porque eu fui adotada por vocês dois depois que meus pais morreram em um acidente de carro.”

“Boa garota.” Meu pai se esticou e afagou minha cabeça.

Eu me sentei de novo no meu assento e respirei fundo. A escola estava entrando na minha visão e meu coração explodiu em batimentos mais rápidos do que o normal. Os olhos do meu pai rapidamente correram para meu peito, e então para meu rosto. “Você está bem?”

“Eu vou sobreviver. Só um ataque cardíaco suave.” Eu respirei.

“Ah,” Ele franziu os lábios e assentiu com a cabeça. “Sua mãe costumava tê-los todo o tempo.” Ele riu com a lembrança.

Nós estacionamos em uma vaga na frente da escola. Todo mundo parou para olhar para o carro enquanto ele estacionava. Meu pai riu, provavelmente para o pensamento de alguém. Eu me virei no meu assento para olhar pela janela de trás. Alguns dos caras que pareciam estar na oitava série estavam dando a volta casualmente em volta do carro. Eles mantiveram a distância enquanto olhavam para ele.

“Pronta ou não, aqui vamos nós.” Meu pai disse, e abriu a porta.

“O que você está fazendo?!” Eu vociferei e puxei o braço dele antes que ele pisasse fora do carro.

“Te levando. Eu preciso ter certeza de que a secretaria tem todos os seus documentos.”

“Não! Eu não preciso do meu papai me levando para dentro! Eu posso conferir sozinha.”

“As pessoas não vão pensar que eu sou seu pai.” Ele parecia se divertir com a minha vergonha repentina dele.

“Eu não me importo quem eles pensem que você é. Eu sei quem você é, e meu papai não vai me escoltar para dentro.” Eu abri minha porta e saí. Bati ela com força e corri para o lado dele no carro.

“Você tem certeza?” Ele hesitou.

“Positivo! Eu te vejo depois da escola, e fique no carro quando vier para me buscar. Se você valoriza minha sanidade você vai ficar nesse carro.”

“Você tem a minha palavra.” Ele concordou uma vez. Eu bati a porta dele e ele abaixou sua janela.

“O que?” Eu perguntei quando seu sorriso atravessou o rosto.

“Seu velho não vai ganhar seu beijo de tchau?”

“Velho… dificilmente.” Eu bufei e me inclinei pela janela aberta para beijar sua bochecha.

“Te vejo depois Edward!” Eu acenei pelo ombro e ele ligou o motor. Te amo, papai.

Eu vi seu sorriso enquanto ele saía acelerando do estacionamento. Agora todos os olhares estavam em mim, eu coloquei meu cabelo na frente dos olhos, abaixei a cabeça e andei rapidamente para a escola.

Eu não parei até chegar à secretaria. Uma grande mulher com grandes óculos olhou para mim de trás do balcão. “Oi, eu sou Renesmee Cullen. É meu primeiro dia.”

“Sim…” A mulher arrastou o ‘S’ fazendo soar mais como uma cobra enquanto ela revirava a bagunça do balcão. “Aqui vamos nós,” ela olhou para um papel, através de seus óculos.” “Rin… Renn-es…”

“Nessie,” eu mordi meu lábio inferior para não rir. “Todo mundo me chama de Nessie.”

Ela relaxou os ombros. “Ok então, Nessie,” ela estendeu um pequeno pedaço de papel na minha frente. “Esse é o seu horário com um mapa da escola.” Ela olhou meus documentos enquanto eu olhava o horário.

“Florida, hein?” Ela disse sem olhar para mim. “O que fez você se mudar para Boston?”

“Minha irmã, ela freqüenta Harvard.”

“Entendo…” Ela deu uma rápida olhada nos meus documentos e seus olhos suavizaram. “Oh querida, eu sinto muito pela sua perda. Você é uma garota de muita sorte que sua irmã e o marido dela terem te recebido assim.”

Eu sorri educadamente e peguei meu horário e o mapa da escola. “Você poderia dizer que eu fui uma chegada inesperada,” eu ri da minha própria piada interna. “Obrigada.” Eu acenei e me apressei pela porta.

Parecia que eu estava andando com um grande sinal neon na minha cabeça dizendo ‘OLHEM PARA MIM, SOU A NOVATA!’ Sem fazer contato visual, eu encontrei minha primeira aula. Eu rapidamente procurei em volta por um lugar vazio. Havia um no fundo e eu caminhei entre os lugares ocupados. Eu sabia que Alyssa deveria estar começando hoje, mas eu ainda não a vi. O professor entrou na sala e seus olhos caíram em mim.

“Srta. Cullen, certo?” Ele perguntou.

Eu olhei para minhas mãos nervosamente. Eu podia ouvir os sussurros dos estudantes enquanto eles se viravam em suas cadeiras para olhar para mim. Eu o espiei através dos meus cílios e confirmei que sim.

“Você gostaria de se levantar e se apresentar?”

“Não, obrigada.”

“Ah, vamos. Eu não mordo.”

“Não, mas eu posso.” Eu murmurei para mim mesma.

“Me desculpe?” O professor, ainda sorrindo, pensou que eu estava falando com ele.

Eu suspirei pesadamente e fiquei de pé. Fiquei perto do meu lugar, já que a sala inteira já estava olhando para mim. “Meu nome é Renesmee, mas todos me chamam de Nessie. Eu me mudei para cá de Jacksonville, Florida. Minha irmã e seu marido moram aqui, eles me adotaram depois que meus pais morrera em um acidente de carro há alguns meses.” Eu me forcei a parecer triste, o que não era muito difícil, já que eu já estava morrendo de vergonha.

“Sinto muito ouvir isso. Bem vinda à Boston, e bem vinda à matemática. Eu sou o Sr. Connery.”

Eu assenti educadamente e me sentei rápido.

“Hey.” Uma vozinha sussurrou.

Eu olhei pelo canto do meu olho e uma garota loira estava olhando para mim. “Oi.” Eu virei minha cabeça toda para olhar para ela.

“Eu sou Melissa. Sinto muito pelos seus pais. Eu perdi minha mãe para câncer de pulmão no ano passado.”

“Sinto muito.” Eu sussurei. Eu queria poder entendê-la, mas meus pais estavam muito vivos, e nunca morreriam. Eles viveriam mais do que todos nessa sala.

“Deixe-me ver seu horário.” Ela se esticou pelo espaço entre nós, e eu a entreguei o pedaço de papel.

“Nós duas temos educação física no próximo tempo. É um saco que seja no começo do dia.” Ela disse enquanto continuava olhando para as minhas aulas. “Nós temos o almoço juntas, matemática, ciência e artes.”

“Legal.” Eu peguei meu horário de volta e ouvi o restante da lição.

Melissa andou comigo até o ginásio e nós nos trocamos enquanto ela falava sobre com quem sair e com quem não sair, que caras estavam ao alcance e quais estavam fora dele, que garotas evitar e que ser parte do time da escola era tão importante quanto se vestir de manhã.

Educação física parecia razoavelmente fácil, nós estávamos começando voleibol. Meu time gostava de mim na linha da frente porque eu podia pular alto para cortar a bola. Essa era a única coisa que eu sabia fazer. Quando era a minha vez de sacar, eu conseguia jogá-la na parede atrás de mim, e então me acertar de volta por trás na cabeça. Aparentemente alguns dos garotos do outro time acharam isso muito engraçado. Eu dei o troco nele quando foi a minha vez de ficar na frente da rede novamente.

Minha próxima aula era inglês. “Renesmee!” Alyssa ficou de pé assim que eu entrei na sala. Eu me senti aliviada. Nós ainda éramos primas, então era fácil manter essa história direito. Bem, prima adotiva. Tia Rose e tio Emmett a adotaram, o que não era novidade. O tio Emmett devia ter conseguido outra oferta de emprego em Boston, então ele se mudou com tia Rosalie e Alyssa para cá. O vovô e a vovó Cullen vieram para cá com tio Jasper e tia Alice porque eles queriam ajudar comigo. Eles eram agora meu tio e minha tia. Alice e Jasper eram primos. Os dois estavam de volta ao colegial.

“Estou tão feliz que tenhamos uma aula juntas!” Eu gritei enquanto corria para ela. Eu me sentei na mesa vazia perto dela. Nós trocamos os horários e descobrimos que nós tínhamos toda a segunda metade do dia juntas. Eu imagino que nossos pais tenham algo a ver com isso.

Depois de inglês, eu tive música, então almoço, ciência, história, artes e depois francês. Eu me encontrei com Alyssa no meu caminho para o almoço. Nossos armários eram bem ao lado um do outro. Melissa acenou da fila do almoço e Alyssa e eu fomos até ela. Eu apresentei Alyssa à Melissa e nós nos sentamos com os amigos da Melissa.

“Essa é a Nessie e sua prima Alyssa,” ela disse alegremente. As conversas de todos se interromperam bruscamente quando todos olharam para nós.

“Hey,” um dos garotos disse com a boca cheia. Ele engoliu antes de continuar. “Você é a que chegou de Ferrari!”

“Culpada.” Eu sorri timidamente.

“Aquele é um carro fera! De quem é?”

“Da minha irmã, mas ela odeia dirigi-lo. Meu cunhado anda com ele pra todo lado. É meu carro favorito.”

“Sente-se,” ele disse ansiosamente, puxando a cadeira perto dele. “Eu tenho a sensação de que seremos ótimos amigos. Aliás, eu sou Derek.”

“Oi, Derek.” Eu relaxei e entrei na conversa facilmente. Alyssa se sentou na minha frente já planejando uma viagem de compras depois da aula com Melissa e sua amiga Lauren.

Depois da escola eu arrastei minha mochila, cheia de dever de casa em direção ao meu pai, que estava esperando no carro. Derek falou casualmente comigo enquanto andávamos. Eu podia dizer que nós realmente seríamos bons amigos. “Você acha que seu irmão se importaria se eu olhasse o carro?”

“Não, de forma alguma.” Eu o levei para meu pai e podia ver seus olhos me encarando pelo retrovisor. Ele parecia calmo o suficiente, então eu imagino que os pensamentos do Derek eram calmos.

Abri a porta do passageiro e joguei minha mochila no chão. “Edward, esse é meu amigo Derek. Derek, Edward.”

Os dois disseram oi.

Obrigada! Eu sorri para meu pai e ele sorriu de volta para mim.

“Derek queria ver o carro.”

“Sério? Isso é uma pena,” ele encolheu os ombros. “Eu adoraria te mostrar ele, mas Renesmee me fez prometer que eu não sairia do carro.”

“Corta essa!” Eu falei. NÃO me faça passar vergonha! Eu o alertei.

Meu pai riu alto e saiu do carro. Eu me sentei no meio-fio enquanto ele abria o capo, e eles ficaram falando de carros.

“Eu te vejo amanhã, Ness!” Derek falou por cima do ombro enquanto corria para seu ônibus.

“Quieto.” Eu disse enquanto eu fechava minha porta.

“O que?” Meu pai perguntou inocentemente.

“Eu sei o que você está pensando.” Eu acusei.

“Sério? Achei que eu é que lia mentes.”

“Você sabe o que eu quis dizer.” Eu cruzei meus braços no peito e encostei as costas no banco.

“Eu não vou dizer nada sobre seu novo amigo. Nenhum pensamento na cabeça daquele garoto era sobre você mais do que uma amiga.” Meu pai deu um tapinha no meu joelho. “Ele é bem vindo a qualquer momento.

Eu rolei os olhos. “Obrigada.”

O celular do meu pai vibrou no painel e eu o alcancei primeiro, surpresa que meu pai não ganhou de mim nisso. Ele me olhou pelo canto do olho e sorriu. “É a mamãe!” Eu disse excitada e abri o telefone. “Mãe, você nunca vai acreditar no dia que eu tive! Eu conheci um monte de novos amigos, e Alyssa e eu temos todas as aulas da tarde juntas.” Eu disse rapidamente e me virei para meu pai. “Por sinal, obrigada por isso.”

Ele assentiu e continuou olhando a estrada.

“Estou tão feliz que você tenha tido um bom dia.” Ela parecia distraída, o que era estranho para ela.

“Eu também! Como foi o seu?” Eu a perguntei.

“Foi… cheio. Onde está o papai?”

“Bem aqui, estamos indo para casa.”

“Ok, me deixe falar com ele.”

Sem dizer nenhuma palavra eu joguei o telefone no colo do meu pai. Ele pegou com uma mão. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, eu ouvi o assobio da conversa rápida de minha mãe.

“Está tudo bem. Te vejo quando você chegar em casa. Eu vou, Bella.” Meu pai olhou para mim. “Eu sei como lidar com minha própria filha. Eu sei, amor. Se cuide, e eu te amo.” Ele disse e fechou o telefone.

“O que há de errado com ela?” Eu perguntei enquanto o encarava.

“Ela vai ficar na biblioteca com seu novo grupo de estudos. Ela vai estar em casa depois que você for dormir,” meu pai não estava mais falando comigo. Ele estava murmurando para si mesmo. “Então eu recebi ordens rigorosas para me certificar de que seu dever de casa seja feito assim que você colocar o pé em casa, eu tenho que alimentar e te colocar na cama antes das 9,” ele bufou. “Como se eu não soubesse cuidar de você.” Nós estávamos na garagem agora.

Eu encolhi os ombros. “Ela é uma mãe, é o que elas fazem. Eu, por outro lado, acho que é hora de jogar videogame. O que você diz? Você ganha de mim, e eu vou direto para o dever de casa. Eu ganho de você, e eu faço meu dever depois do jantar.”

“Tentador, mas não. Vá para cima e faça o dever.”

“Ela nunca vai saber!” Eu falei enquanto marchava escada acima.

“Confie em mim, ela saberá.” Ele balançou a cabeça e olhou para a porta da frente. “Eu vou até a casa do vovô bem rápido. Você vai ficar bem em começar seu dever sozinha?”

“Sim.” Eu virei os olhos e o vi desaparecer.

Eu terminei meu dever e vaguei de volta para o andar de baixo. “Ainda não chegaram em casa?” Eu murmurei para mim mesma. Eu abri a porta da geladeira e tirei os ingredientes para um sanduiche.

“Ness!” Meu pai chamou, e eu ouvi a porta se fechando.

“Estou aqui!” Eu gritei enquanto lambia a mostarda no meu dedo e guardava tudo. “Obrigada pelo jantar.” Eu segurei meu prato enquanto passava por ele.

“Eu estava vindo para casa para fazê-lo.”

“Está tudo bem. Eu vou comer lá em cima. Boa noite.”

“Parada.” Ele de repente apareceu na minha frente. “As coisas não serão as mesmas. Eu sei que está te chateando a mamãe não estar aqui. Nós dois agora temos outras obrigações.”

Eu me sentei no sofá e mordi meu sanduiche. “Vocês dois?”

Ele assentiu. “Sim, Carlisle diz que o hospital precisa de ajuda, e eu vou trabalhar lá tempo integral.”

“Você sabe coisas de medicina?”

“Eu sei o suficiente.”

“Ok,” eu suspirei. “Posso ir terminar de comer agora?”

Meu pai concordou e eu subi as escadas.

4 comentários:

Driih disse...

amey- obrigado por não demorar a postar.

Beatriz disse...

quando vc vai postar mais ?

Laura Castro. disse...

Ameei o Derek, e amei que o Edward gostou dele ^^
Ficou muuito legal ;)

Bebetty_rp disse...

idem,idem!!!

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