Coração Inquieto - Capítulo 43

“Ness, querida, essa é a sua terceira caça.” Jacob sibilou enquanto eu caminhava em direção à minha presa.

“Deixe ela.” Eu ouvi meu pai dizendo à ele.

Quando terminei eu fiquei de pé e limpei minha boca. “Pronto,” eu suspirei. Era legal me sentir cheia. Minha garganta não queimava mais e eu podia me concentrar melhor.

“Bom, agora precisamos nos encontrar com seus tios. O avião sai em uma hora.” Meu pai me informou.

Eu andei entre Jacob e meu pai para dentro da floresta. “Você quer correr, ou quer carona?” Meu pai perguntou.

“Vou de carona.” Eu bocejei. Desde que eu não estava mais focada somente em sentir fome, eu estava percebendo que estava exausta. Não dormir por dias certamente teria seu preço cedo ou tarde. Meu pai se virou e eu pulei para suas costas. Ele manteve o rítmo do Jacob, e nós seguimos em direção ao aeroporto.

“Hey, pai?” Eu perguntei quando estávamos no lugar. Eu tive que lutar para manter meus olhos abertos.

“Sim?”

“Como você me encontrou?”

“Jacob,” meu pai sorriu para o Jacob por cima da minha cabeça. “Ele se lembrou de Nahuel e de onde ele disse que tinha vindo. Eu percebi que não doeria se eu tentasse te encontrar aqui. Assim que saímos do avião pudemos sentir seu cheiro. Quando chegamos aqui, já tinha mais de três dias, então não tínhamos certeza se você ainda estava aqui ou não. Seus tios correram na frente para ver se eles conseguiam pegar um novo rastro, mas Jacob e eu seguimos os rastros antigos de Joham. Nós chegamos à casa dele e encontramos um novo rastro do seu cheiro e o seguimos. Foi quando eu te encontrei com aquele garoto.” Meu pai rosnou profundamente.

Eu me inclinei sobre meu assento e descansei minha cabeça no seu ombro, passando meus braços em volta do seu braço. “Obrigada por me parar. Não acho que eu um dia teria me perdoado se eu tivesse ido adiante com isso. Eu estava com tanta sede, entretanto.”

“Eu sei, está tudo bem. O importante é que você foi impedida.”

Jacob se esticou e deu um tapinha tranquilizador no meu joelho.

“Quanto tempo até entrarmos em um avião de verdade? Eu odeio andar de classe econômica.” Eu murmurei e me joguei de volta no meu assento. Eu estava sentada entre meu pai e Jacob. Havia um cara velho babando na nossa frente. Isso era nojento.

“Essa é a minha garota,” meu pai riu. “Nós vamos aterrisar em breve e então vamos de primeira classe o restante do caminho para casa.”

“Ok,” eu suspirei e empurrei o assento na minha frente. Não tinha espaço nesse avião! O homem se virou no seu assento e me encarou. Meu pai e Jacob se inclinaram para frente ao mesmo tempo e eu ri. Eu sabia que isso era imaturo, mas eu não me importava. Eu ri e acenei para ele. Ele virou o olhar no rosto do meu pai, e então no rosto do Jacob e se virou para frente novamente.

Eu fiquei feliz uma vez que estava nos familiares assentos de primeira classe. Meu pai me deixou sentar com Jacob e eu me curvei para o seu lado, não conseguindo lutar com o sono.

“Renesmee,” a voz do Jacob me acordou. Eu me inclinei sobre ele para ver a familiar cidade da minha casa.

“Mamãe,” eu sussurrei.

“Está extremamente chateada.” Disse Jacob.

“Chateada como?”

“Ela não veio conosco porque não conseguimos fazer ela sair do seu quarto.”

“Oh, uau.” Eu respirei fundo e balancei minha cabeça. “Ela nunca vai me perdoar.”

“Sim, ela vai. Eu conheço minha esposa e ela não é do tipo que guarda rancor por muito tempo. Você já deveria saber isso.” Meu pai se esticou e deu um tampinha no meu ombro.

Eu a vi antes que ela me visse. Estranho, eu sei, mas eu paralizei no meu lugar. Minha mãe estava olhando para a tela de chegadas e ela estava batendo seu pé impacientemente. A mão de Carlisle estava no seu ombro enquanto ele olhava a tela atrás dela.

“Mamãe!” Eu gritei e empurrei abrindo espaço entre Jacob e meu pai. Assim que eu a chamei minha mãe girou em seus calcanhares e seus olhos caíram em mim imediatamente.

“Renesmee!” Ela gritou e enquanto eu corria pelo setor de bagagem.

“Eu sinto muito, muito mesmo! Eu sinto mais do que muito! Eu nunca quis te machucar!” Eu chorei.

Nós ficamos em silêncio por um momento enquanto sentíamos o cheiro uma da outra. Eu não tinha percebido isso até agora, o quanto eu sentia falta do cheiro dela. E era óbvio que ela também sentia falta do meu.

“Primeiro,” ela disse e colocou as mãos nos meus ombros, me segurando afastada dela para que ela pudesse olhar para mim. “Você foi ferida?”

“Não,” Eu balancei minha cabeça.

“Ok,” minha mãe respirou. “Segundo, nunca mais faça isso comigo!” Ela gritou.

“Eu não vou, eu prometo.” Eu disse rapidamente.

“Se algo está te incomodando, você fale com um de nós antes de fugir com um estranho! Eu não me importo se você ligar pro vovô Swan! Você fale com qualquer um antes de sair do país. Entendeu?”

“Sim,” eu funguei.

“E terceiro,” ela sosrriu. “Eu te amo.” Ela me apertou contra ela.

“Também te amo, mamãe.”

“E você está de castigo.” Ela adicionou.

“Pelo que?” Eu meio que gritei. Essa não deveria ser uma reunião feliz? Eu já não passei por coisa o suficiente?

“Oh, eu não sei. Roubar, sair do país…” Minha mãe encerrou encolhendo os ombros.

“Ok, eu entendi. Eu sinto muito mesmo.”

“Eu só estou contente que você esteja em casa.”

“Eu também,” suspirei.

O caminho para casa foi confortável. O cochilo no avião não foi suficiente e eu podia me sentir ‘pescando.’ Minha mãe tinha ligado para dizer às minhas tias e vovó Esme que eu estava a salvo em casa, mas que elas me deixariam dormir até que elas me vissem. Me apoiei contra minha mãe no banco de trás do Volvo. Era bom estar de volta a um carro de verdade. Eu estava começando a perceber o quanto eu na verdade era materialista. Isso não era minha culpa, entretanto. Eu não podia evitar ser criada dessa forma.

Eu estava vagamente consciente de estar sendo carregada até o meu quarto. Eu podia dizer pelo cheiro que era o meu pai. Ele me deitou na cama e minha mãe assumiu o lugar dele. Suas mãos se moviam por mim enquanto ela me tirava das minhas roupas e me trocava para o meu moletom favorito. Eu estava mais do que feliz por estar na minha própria cama, por sentir o algodão macio dos meus lençóis.

Ainda estava escuro quando abri meus olhos. Percebi o contorno de alguém sentado no pé na minha cama. Eu me sentei pronta para gritar.

“Se acalme, sou apenas eu.” Minha mãe sussurrou.

Eu relaxei e me deitei de volta. “O que você está fazendo aqui?”

“Observando você dormir. Me certificando de que você está realmente em casa. Eu me sentei nesse lugar desejando que você entrasse pela porta do seu quarto, jogasse sua mochila de livros no canto e se sentasse perto de mim para me contar sobre seu dia.” A luz da lua refletiu na sua pele pálida enquanto ela olhava para suas mãos.

“Você nunca veio para casa.” Ela sussurrou.

Eu engatinhei para o pé da minha cama e me deitei no colo dela. “Você um dia vai me perdoar?”

“Eu não te culpo. De forma alguma. Eu só queria que você tivesse falado com um de nós antes de fugir. Eu acho que isso me incomoda tanto porque foi assim mesmo que seu pai fez. Ao invés de falar comigo, ele apenas se foi.”

“Eu não estava vivendo exatamente uma vida boa.” Eu murmurei. “Assim que cheguei lá, eu me sentei no canto do meu quarto e os dias passaram sem eu nem perceber. Eu não estava lá. Eu não me lembro de nada daquele tempo.”

Senti os dedos da minha mãe correndo pelo meu cabelo. “Eu conheço esse sentimento.” Ela disse suavemente.

“Você conhece?”

“Sim, eu demorei meses para finalmente perceber que eu estava viva depois que seu pai…”

“Meses?” Eu repeti. “Estou contente que não tenha demorado meses para eu acordar.”

“Eu também.”

Bocejei e fechei meus olhos. “Que horas são?” Eu murmurei.

“Você está dormindo há dezoito horas.” Ela continuou correndo os dedos pelo meu cabelo.

“Por que eu ainda estou cansada?”

“Fugir sempre toma muito de você. Volte a dormir.”

“Você vai ficar aqui comigo?”

“É claro.” Ela pegou meu cobertor e enrolou em mim. Eu já estava meio dormindo antes mesmo que ela terminasse de me cobrir.

Eu estava só vagamente consciente de suas mãos se movendo novamente para o meu cabelo.

7 comentários:

Luiza Maia disse...

muito perfeito

Laura Castro' disse...

To amando *-*

miriam vilela disse...

 HOWWWWWWWW! Q lindo mãe e filha juntas de novo.

Barbara disse...

Que lindo isso, que bom que tudo ocorreu bem... adorei esse capitulo!!!

Noturna S2 disse...

Amor de mãe é assim não importaa o que agente faça elas sempre perdoam e demonstram todo o seu amor por nós!

Isabella disse...

Nessie sempre q faz coisas erradas pede desculpas. e o pior é q ela sabe q será desculpada kkkkkkkk. amooooo essa fik

Iza disse...

Kkkkkkkkk, tbm digo o mesmo Isa.

Postar um comentário

blog comments powered by Disqus
Blog Design by AeroAngel e Alice Volturi