Coração Inquieto - Capítulo 51

Sentei em minha cama, o sol aquecendo minhas costas pela minha janela. Alyssa sentou de frente para mim em sua cama, abraçando os joelhos apertado contra o peito. Eu podia ouvir nossos avós conversando com nossos pais lá em baixo. Eles estavam informando-os sobre nossa pequena carona para casa na noite passada.

Eu podia ouvir os ofegos de surpresa da minha mãe, e os rosnados irritados de meu pai. Eu só podia imaginar como eles iriam reagir a sua perfeita filhinha sendo trazida para casa por policiais. Isso não iria acabar bem.

“Psiu!” Alyssa assobiou.

Eu olhei para ela esperando ela falar.

“Você acha que seremos capazes de sair com Jacob e Seth novamente?” Ela sussurrou.

Eu dei de ombros, e olhei para minhas mãos. Eles estavam ambos lá em baixo para ajudar a contar o nosso lado da história. Me perguntei se Jacob era cuidadoso para não pensar no que aconteceu antes de nós entrarmos em problemas. Pelo o que eu podia dizer nenhum de nossos pais culpando Jacob ou Seth, então seus pensamentos deviam estar calmos e de acordo com suas estórias.

“Renesmee,” Meu pai chamou escadas acima na mesma hora que minha tia chamou por Alyssa. “Vocês podem descer aqui, por favor garotas?” A irritação de meu pai soou em sua voz.

Alyssa e eu nos encaramos. Nenhuma de nós querendo ser a primeira a sair pela porta do quarto.

“Agora!” Minha tia completou.

Alyssa pulou da cama e eu ri.

Vampiros podem sentir cheiro do medo, eu a informei silenciosamente. Minha intenção era que ela levasse na brincadeira, mas ela não estava de bom humor para rir.

“Eu sei!” Ela sibilou. “Não posso evitar. “

Peguei sua mão e guiei o caminho escada abaixo. Meu pai pegou minha mão assim que eu desci o ultimo degrau. Tio Emmett e tia Rosalie colocaram uma mão no ombro de Alyssa. Ela fechou os olhos e mordeu o lábio inferior.

“Para casa.” Minha mãe apontou para a porta da frente e eu engoli com dificuldade.

“Casa?” Repeti. “Você está me levando para casa onde não existem outras testemunhas?”

“Dê tchau para os seus avós, e os agradeça.”

Eu fiz como ela pediu e Alyssa me acompanhou. Jacob sorriu para mim do sofá e assentiu. Se ele estava sorrindo então eu ficaria bem.

Meu pai pegou minha mão mais uma vez e me puxou para fora da casa. O sol imediatamente refletiu em sua pele. Estávamos no fim de nossa rua onde ninguém estava perto de nós. Ele se apressou até o carro e abriu a porta para mim. Ambos deslizaram na frente ao mesmo tempo. Eu estava com muito medo para falar, ou até mesmo abrir minha mente para meu pai.

Meu pai estacionou na garagem, de novo, ele abriu a porta para mim, pegando minha mão. “Posso andar para lá dentro sozinha, sabe? Eu tenho andado desde que eu tinha algumas semanas de idade.”

“Eu sei. Eu estava lá.” Meu pai disse secamente. “Mas aparentemente você ainda precisa de uma babá.”

“Não eu não preciso! Foi um erro honesto!” Eu gritei e sentei no sofá. Esse seria um dia muito longo.

“Renesmee, nós deveríamos evitar chamar atenção! Não ajuda quando policiais têm que trazê-la para casa.” Minha mãe ficou de pé na minha frente com os braços apertados contra o seu peito.

“Não sabíamos que estávamos quebrando as regras. Eu não vi nenhum sinal que dizia que não podíamos nadar ali, e além do mais… Jacob e eu meio que… c-caimos lá.” Eu gaguejei.

“Ness, você não é tão descoordenada assim. E eu sei em fato, que Jacob também não é. Tente de novo.” Minha mãe bateu seu pé impaciente.

“Estou dizendo a verdade!” Eu gritei e fiquei de pé abruptamente. “Olhe!” Abri minha mente para ambos. Eu passei pela noite inteira. Começando pelo jantar, então Jacob e eu caminhando juntos. Passei através do beijo e nós dois caindo na água. Ouvi meus pais rosnarem quando recordei de beijar Jacob na água, mas eles relaxaram quando a voz de meu pai ecoou em nossas cabeças. Quando eles não me interromperam eu continuei com Jacob e eu empurrando de brincadeira Seth e Alyssa na água, e terminando com os policiais.

“Aí está.” Suspirei. “Agora vocês sabem de tudo.” Eu esperei pela tempestade.

“Bem, er…” Meu pai gaguejou. Tentei não sorrir. Vampiros não gaguejam. Especialmente não Edward Cullen. “Bella,” Ele voltou-se para ela, obviamente ele não tinha idéia de como gritar comigo agora. Ele não tinha motivo.

Nem ela tinha. Ela virou a cabeça em sua direção e estreitou os olhos para ele. Eu não pude mais conter a risada.

“Certo, bem obrigada pela honestidade. Eu entendo que foi uma brincadeira inocente, mas da próxima vez, por favor, sejam mais atenciosos com os seus arredores.”

Eu a encarei com minha boca aberta.

“O que?” Minha mãe riu.

“Da próxima vez?” Eu lhe perguntei.

“Eu não vejo porque você deva ser castigada. Nada em sua memória prova que você sabia que estava fazendo algo errado.” Ela se inclinou e beijou minha bochecha, pegando uma mecha de cabelo e colocando-a atrás de minha orelha. “Vê o que acontece quando você conta a verdade?”

“Eu não te contei,” Dei de ombros. “Você não teria acreditado em mim se eu só te contasse. Eu decidi mostrar para você, então você não teria escolha senão ver a verdade.”

“Não importa, nós te agradecemos.” Meu pai falou pela primeira vez.

“Então, vocês podem, por favor, ligar para tia Rose e tio Emmett? Alyssa não tem um talento legalzinho como eu.”

“Eu faço isso.” Meu pai pegou seu celular. Ele falou rapidamente e desligou o telefone. “Está resolvido.”

“Obrigada.” Sorri.

Meu pai acenou em direção à escada.

“O que foi?”

“Para o quarto,” ele respondeu.

“Estou de castigo?” Gritei.

“Não, mas eu gostaria de falar com sua mãe.”

“Sobre mim, certo?” Eu mudei meu peso para minha perna direita e cruzei os braços em meu peito.

Meu pai deu de ombros.

“Ugh!” Resmunguei e bati os pés todo o caminho escada acima murmurando, “Odeio quando as pessoas falam pelas minhas costas.”

“Nós não somos pessoas, somos seus pais. É permitido.” Meu pai falou atrás de mim.

Bati minha porta com força.

Eu não estava com vontade de ficar escutando. Eu já sabia sobre o que eles iriam conversar. Eles queriam discutir meu beijo com Jacob, e eu tinha um pressentimento que minha mãe queria saber de onde a frase dele que ecoou em minha cabeça veio.

Só iria me dar mais raiva ainda se eu escutasse, então liguei meu radio e aumentei o volume até minhas paredes vibrarem.