E Se Jasper Não Se Transformasse... - Capítulo 07: Duffy

[Jasper]

Fomos para a cozinha. A mesa de jantar já estava repleta da mais farta comida! As nossas criadas sempre faziam tudo do mais gostoso para nós. Cris e eu éramos vítimas para falar da comida, pois adorávamos comer!

Joe e Mary estavam sentados lado a lado, assim como o senhor e a senhora Whitergrey. Ao meu lado esquerdo estava Cris, e ao direito estava Duffy.

Cris se esbanjou na refeição, assim como eu, mas Duffy não comeu muito – devia ser o espartilho sufocante que ela devia estar. Todas as mulheres usavam esses negócios apertando...

Isso era ridículo... Duffy era linda com ou sem espartilho! – E não pensem em besteiras!

Acabamos a janta, e então veio a sobremesa... Ah, a sobremesa!

O doce e aromático doce de toranja fez com que minha boca salivasse de tanta vontade de comer...

- Doce de toranja?! – ofereci a Duffy.

- Sim, um pouco, obrigada!

Peguei o potinho e coloquei a quantia que ela pediu, então me virei para Cris, pois se eu não a oferecesse também, ela ficaria chateada!

- Quanto Cris?!

- Um monte!

Todos riram na mesa, e então Mary fez novamente uma pequena careta em reprovação, mas... Poxa, ela era criança ainda! Tinha dez anos, quase onze!

Peguei para mim também, e então nos esbaldamos no doce... Esse sim Duffy comeu tudo sem se importar com as olhadelas de lado de sua mãe...

Assim que ficamos satisfeitos, voltamos para a sala.

- Pois bem, Joe, quero discutir o casamento de minha filha com seu filho! – o senhor Whitergrey disse logo que se sentou no sofá.

- Logicamente que iremos, Gregory! Mas o que o senhor decidir, ou sua filha, eu arco com as consequências...

- Bem, então, Duffy, minha querida, venha aqui!

- E Jasper, por favor! – ow inferno!

Me levantei após dar uma olhadinha de “me ajude!” a Cris, que ficou sem saber o que fazer... Mary apareceu e pediu para que Cris mostrasse seus bordados à senhora Whitergrey, e ela foi toda contente... Ela nem para ficar e me ajudar...

Tudo bem... Eu esperava sobreviver a isso!

Sentei ao lado de meu pai, enquanto Duffy ao lado de seu pai.

- Duffy, querida, o que pretende em seu casamento?! – seu pai lhe perguntou. Ela corou, mas respondeu.

- Eu gostaria que fosse um daqueles casamentos que aparentam sair dos contos de fada!

- E isso inclui o quê, mais especificamente?! – meu pai a questionou.

- Bem, um vestido bem longo e rodado, muitas flores...

- Qual flor preferes?!

- Gosto muito de rosas vermelhas, mas também sou apaixonada por outras coloridas... – ok, já anotei o seu gosto mentalmente, Duffy! Em breve receberá um buquê de rosas em sua casa!

- E o que mais? Pode falar querida, sinta-se a vontade! Pagarei por tudo! meu pai a encorajou.

- Mas, senhor Whitlock, eu não acho justo...

- Sim, sim, sim... É tradição os Whitlock pagar pelos casamentos! Não se preocupe, estará tudo do jeito que a senhorita quiser!

- Bem, então... Eu... Eu adoraria que tivéssemos alguém para cantar alguma música para nós, e eu gostaria que fosse em um local amplo o suficiente para que Jasper e eu pudéssemos dançar a valsa! – ergh... Valsa? Acho que já estou desistindo do casamento!

- Tem algum lugar em mente?!

- Não, não senhor.

- Então podemos fazer aqui em casa mesmo. O quintal está limpo e é grande o suficiente para a festa! E se fizermos a festa até o começo do próximo mês, pegamos a época das flores das nossas toranjeiras! O que prefere?!

- É... É perfeito! – ela se animou. Seu pai deu um sorriso e então voltou ao meu pai.

- Tem certeza de que pode pagar por tudo? Se quiser, eu posso ajudar...

- Não, senhor... Eu tenho certeza absoluta, Greg! Já avaliei tudo e sei que tenho muito bem como pagar!

- Bom, então pagarei pelo menos pelos adereços e o vestido de minha filha!

- O senhor tem certeza de que não prefere que eu o faça isso também?!

- Sim, certeza, Joe!

- Bem, então, o que mais gostaria em seu casamento, Duffy?!

- Ah... Hmm... Eu não sei!

- Que período você prefere?

- Creio que de manhã seja a melhor alternativa, assim poderemos desfrutar a beleza das flores que o senhor contou!

- Maravilha! E quais os pratos preferidos da senhorita para o almoço?!

- Eu como de tudo, senhor. Não tenho algo preferido! Por que Jasper não escolhe? – opa, eu escolho sim! É só perguntar!

- Mas eu tenho certeza de que Jasper adora tudo o que você gosta! Não é filho?!

- Sim, claro! Absolutamente! – isso foi meio irônico, afinal, eu comia bastante e ela quase não comia...

- Bem, então só peço por doce de toranja! – ela disse envergonhada. Isso querida, doce de toranja é muito bom!

- Ok, então pedirei para que minhas criadas tomem o cuidado de preparar o melhor doce de toranja do Estado do Texas!

Ela riu ainda envergonhada, e eu não pude deixar de rir também...

- E eu mandarei que algumas de minhas criadas venham ajudar na preparação do almoço, então...

- Tudo bem! Mais algum detalhe, querida?!

- Ahh... – ela fez cara de quem estava pensando para ver se não tinha se esquecido de nada. – Na verdade, há algo que eu gostaria de saber, sim, senhor...

- Pois então siga! Não se acanhe!

- Eu gostei muito de Cris, e gostaria que ela fosse a nossa dama de honra! Seria possível?!

- Bem, vejamos!

Joe se levantou e foi em direção à sala ao lado, e voltou junto das três que lá estavam: Cris, Mary e Laura.

- Cris, Duffy queria saber se você aceita ser a dama de honra do casamento dela com Jasper!

- Eu adoraria que fosse você a dama, Cris... Adorei te conhecer!

Cris se animou com a proposta.

- Sim, é claro que aceito... – mas então ela parou, – se mamãe deixar, é claro!

- Sim, minha querida, está tudo bem em você ir de dama! Será uma honra!

Duffy e Cris ficaram em completa felicidade. Cris se sentou ao lado de Duffy.

- Que cor de vestido você prefere que eu vá? – Cris a indagou.

Duffy pensou um pouco e então respondeu.

- A flor da toranja é amarela com uns toques em laranja. Você poderia ir de amarelo ou laranja. Ou até de rosinha bebê! O que acha?!

- Eu acho perfeito! São lindas as cores que você me falou!”

- Ótimo, então nós vamos escolher os vestidos todas juntas! – Laura, mãe de Duffy, disse por fim.

- Bem, há algo mais a ser posto em conversa?! – Joe perguntou.

- Creio que não. Há alguma a ser feita, Jasper?!

- Não. Para mim, o que Duffy escolher, está muito bem escolhido!

O senhor Whitergrey me olhou de uma forma meio estranha, mas então sorriu. Joe também se assustou com minhas palavras, mas todos acabaram abafando algumas risadinhas... Só Cris não foi capaz e continuou sorrindo descaradamente – ela estava muito feliz mesmo por ser a dama de nosso casamento!

- Bem, então creio que seja apenas isso, caro Joe!

- Não! Há mais! – Mary disse assustada.

- E o que é, querida?!

- Onde eles morarão?! Em que... lugar?

- Bem, obviamente que na casa que meus criados estão construindo bem aqui ao lado, entre a nossa casa e a casa dos Whitergrey!

Todos se assustaram... Ninguém havia pensado em onde ficaríamos morando, e muito menos que alguém sabia da construção da casa... E pelo jeito, nem Mary sabia!

- Deus! Estraguei a surpresa! – Joe bateu a mão com força na testa, que fez um grande estalo, e depois começou a massagear as têmporas.

- Joe, que casa? – Mary estava curiosa, mas chateada ao mesmo tempo por não saber da notícia. Mas que culpa tinha ela? Ninguém sabia da casa!

Aliás, ninguém tinha pensado que teríamos que viver em algum lugar depois que casados!!!

Nem eu pensei nisso, confesso!

- Aquela casa que estão construindo aqui perto...

- Mas ela não está em nossas terras!

- Sim, eu sei, mas tomei a liberdade de comprar a terra como presente de casamento a meu filho! Desculpe-me, filho, não quis ser desrespeitoso! – ele disse se virando para mim... Desculpas? Por quê? Ele pensou no que ninguém tinha pensado!

Seria pior se só pensássemos em uma casa assim que a festa do casamento terminasse!

- Não tem porque se desculpar, pai, mas fico extremamente grato por isso!

Ele sorriu, estava contente e orgulhoso.

- Ah, filho... Que bom. Espero que goste de casas de dois andares, Duffy!

- Sim, adoro! – ela disse simpática.

- A decoração interna ficará por minha conta, Joe!

- Não, senhor!

- Claro, Joe. Você paga o casamento, e eu pago a decoração da casa! Duffy, Laura, Mary e Cris podem ajudar com a decoração da casa! – Cris ficou feliz por ter sido incluída entre as que podem ajudar com o serviço!

- Olhe...

- Por mim tudo bem, senhor Whitergrey! – era Mary.

- Por mim também! – era Laura.

- E tenho certeza de que nós duas também estaremos disponíveis para isso! – era Duffy incluindo Cris na conversa, que ficou mais feliz ainda...

- Então, o que posso fazer? – Joe se virou para mim, mas não tive tempo de responder.

- Pode deixar comigo essa parte! Cuidarei de tudo!

Todos entramos nesse acordo, então, a senhora Whitergrey se assustou – e assustou a todos com seu grito.

- Meu Deus, já são oito horas! É tarde, Greg! Precisamos ir embora! Temos de ir amanhã cedinho à cidade para comprar os vestidos!

- Ah, sim, claro! – ele disse desconcertado.

- Mary, você não liga de irmos amanhã, não?!

- Mas é claro que não, Laura. O quanto antes, melhor!

- Claro!

- Então vamos! – o senhor Whitergrey disse, por fim... – Duffy, agradeça a Joe por tudo, querida!

- Senhor Whitlock, muitíssimo obrigada por tudo. O jantar estava maravilhoso!

Assim que eles se despediram – inclusive Cris e Duffy com um abraço e um “nos vemos amanhã de manhãzinha!” – Duffy veio a mim.

- Espero que tenha gostado de tudo do que fora escolhido!

- Tenha certeza que sim, Duffy. É como meu pai fez questão de dizer – eu o agradeceria depois por ter dito isso antes, – tudo o que a senhorita gostar, eu também gosto!

- Então, está tudo bem!

Dei um beijinho em sua mão, e ela tornou a corar. Ela ficava linda assim!

Cumprimentei o senhor e a senhora Whitergrey, e então eles partiram.

Subi correndo para meu quarto, pois queria vê-la de lá da janela de meu quarto.

Chegando lá na janela, consegui ter um vislumbre deles indo embora ainda. Cris foi a meu quarto.

- Você gosta mesmo dela, não é, Jasper?

- Sim, Cris, eu gosto. – Ela ficou tristonha. – Mas não se preocupe, ainda te amarei acima de tudo! Para sempre! E nem vou morar longe daqui!

- Sim, eu sei! – ela deu um sorriso contagiante e então veio me dar um abraço. Aquilo pagou por tudo o que já tínhamos passado antes...

Em breve, eu seria, digamos, um homem por completo! Seria casado com uma bela mulher, dono de uma fazenda, mesmo que no início ainda, e, quem sabe, não viria algum dia a ter filhos? – Mas isso estava só em sonhos, Jasper! Ainda é cedo para se tornar pai!

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