Quatro meses haviam se passado, desde que Charles voltou. Em uma manhã, quando preparava seu café da manhã, ele me disse, em uma das poucas vezes que conversávamos:
- Meu amor... – ele sabia o quanto odiava que ele me chamasse desse jeito. – Notou o quanto você engordou nos últimos quatro meses? – Eu havia notado que estava mais robusta nos últimos tempos, pensava que seria por não sair mais de casa, pois ele havia proibido a minha saída. Ele voltou a dizer.
- Acho que você está grávida amor, pois eu não a vejo mais com aqueles problemas femininos que uma vez por mês vocês mulheres tem . – Eu parei o que estava fazendo e fiquei parada.
- Grávida Charles? Acha que essa pequena saliência em minha barriga seja um bebê? – Eu olhei incrédula para meu marido. Um bebê não poderia nascer naquele inferno.
- Sim meu bem. – Imediatamente fui para fora de casa vomitar. Aquele assunto me dava ânsia de vomito.
Depois daquela conversa, eu descobri que aquelas sensações estranhas, como o excesso de fome, as ânsias, as tonturas, tudo aquilo era pelo pequenino ser que estava dentro de minha barriga. Aquele por quem eu deveria lutar, onde na noite em que Charles retornou eu havia lido em meu livro: “A luta pela felicidade.”
“Há muitos caminhos a serem seguidos, e quando descobrir o seu, lute. Faça sua escolha valer a pena!”
Eu não poderia deixar meu bebê nascer naquela casa. Charles tornaria nossas vidas um inferno. Eu teria meu bebê longe dele, pois eu saberia qual caminho a seguir e lutar por ele. Minha escolha era lutar pelo meu pequeno ser, meu pequeno bebê que veio para dar rumo a minha vida. Eu lutarei por ele. Imediatamente, depois que Charles foi trabalhar, eu juntei pequenas coisas, pequei meu dinheiro e tracei um rumo em minha cabeça. Iria para a casa de meu primo, Joseph em Milwaukee.
Arrumada todas as coisas, eu pequei um papel e deixei uma carta para Charles junto ao meu passado.
“Querido Charles,Eu não terei meu filho nesse lugar que você chama de lar e eu de inferno. Uma pena você não ter me amado e respeitado da forma que eu sempre mereci.Eu lutarei por meu filho.Volte para Karine, tenho certeza que ela o fará muito feliz!Adeus,Esme Anne Platt”
Peguei minha fala, montei no cavalo e fui em direção à estação de trem e em direção à minha nova vida. Comprei a passagem e sentei em minha poltrona no vagão do trem. Pedi um travesseiro à moça que nos atendia no trem, ela sorriu e pegou para mim. Me ofereceu um chá e bolachas na viagem, isso iria cair bem já que meu pequenino faria eu sentir fome. O trem apitou e seguiu para o meu destino.
Eu e meu pequeno bebê seremos felizes, para sempre. Esse era meu destino, a minha escolha e a minha luta.
3 comentários:
Finalmente ela fugiu! *-*
Coitadinha da Esme.Ela realmente é uma grande vencedora.
Vai ter um acidente de trem? Pelamordedeus diz que não!
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