A viagem de trem foi tranqüila. A casa de Joseph não ficaria muito longe da estação de trem. Minha barriga ainda não era grande para meu tamanho, porém um jovem menino chamado Michael me ajudou a carregá-la.
- Senhora? - Ele me pegou pelo braço. - Onde está indo?? Esta mala está pesada? Posso ajudá-la a carregar sua mala? - Ele tinha olhos doces. Uma pele branca que parecia porcelana. - Aliás, meu nome é Michael. Prazer em conhecê-la!
Eu sorri com o gesto do pequeno garoto que aparentava seus 10 anos. Eu apertei sua bochecha e sorri para ele.
- Olá! Meu nome é Esme! Estou indo para a casa de meu primo Joseph Platt. Conhece ele? - Ele sorriu novamente para mim, fazendo sim com a cabeça.
- Sim, eu conheço o Senhor Joseph. Ele me ajuda com as despesas de minha casa, ele é muito bondoso. A senhora quer que eu carregue as malas? Posso fazer isso de graça, já que a senhora é prima de Joseph! O que acha? - Eu balancei a cabeça em sinal de não.
- De forma alguma pequeno. Eu pagarei pelo seu serviço. - Michael sorriu e foi até a casa de Joseph contando sua vida e sua batalha diária pela vida.
Chegando à porta de Joseph, eu me despedi de Michael.
- Adeus meu pequeno amigo, venha me visitar sempre que possível, sim? Aqui, pegue esse dinheiro! - Seus olhos se iluminaram com a quantia em minha mão. - Essa pequena quantia o ajudará por um tempinho! Que você seja uma criança sempre abençoada, assim como meu pequenino!! - Acariciei minha barriga.
- Obrigada Senhora! - Ele beijou meu rosto e correu saltitante com a minha ajuda. Me virei para bater à porta de meu primo. Ao ouvir a partida, a porta se abriu rapidamente. Joseph atendeu.
- Esme?! É mesmo tú prima? - Ele me abraçou e então as lágrimas começaram a sair. - O que está acontecendo?? Venha cá, entre por favor! - Ele pegou minha mala e em minha mão e me conduziu ao interior de sua pequena casa.
Ao me sentar, enxuguei as lágrimas de meus olhos e acariciei meu ventre. A sensação de se ter alguém por quem lutar é maravilhosa, a cada pequeno movimento de meu pequenino eu fico encantada e começo a chorar de emoção. Nesse momento, Joseph me tira de meus pensamentos e diz:
- Esme, me conte tudo o que está acontecendo. Por favor prima? - Eu faço que sim com a cabeça e começo a dizer a Joseph o que está acontecendo comigo naquele momento.
- Joseph, sinto muito em vir sem ao menos lhe avisar. Eu me casei, à pedido dos meus pais, porém não sabia que seria uma péssima decisão, uma vez que só lhes sobraram eu para casamento e ainda havia um único último pretendente para mim, e me casei sem fazer objeção à idéia deles. Porém Charles tornou-se violento e as agressões ficaram cada vez piores. Ele foi convocado para a guerra e com sorte eu achei que teria me livrado daquele pesadelo. Depois de dois anos, Charles voltou da guerra e a violência foi ficando cada vez pior, ele me agrediu da última vez, tem uma semana. E, - Eu mostrei as marcas roxas em meus braços. - estou grávida. Não poderia deixar meu pequeno anjo que cresce em meu ventre nascer naquele inferno que ele chamava de lar. Por favor Joseph, diga que me deixa ficar aqui até encontrar um local e um trabalho por favor?
- É claro que pode Esme! Fique com o outro quarto que está vago! E terá todo o apoio que precisar aqui! - Ele me abraçou. - Sabe que sempre foi como uma irmã para mim! E seu bebê será mais que bem vindo aqui já que não tive filhos e minha esposa me deixou cedo não é? - Joseph perdera a esposa de uma grave doença muito jovem.
- Obrigada pela acolhida primo! Serei eternamente grata à você! Joseph... se tivesse um filho homem, qual seria seu nome? - Aquilo o pegou de surpresa. - Eu gostaria que meu bebê levasse o nome que daria a seu filho, por favor, se não se importar!
Joseph chorou, me abraçou. Porém não respondeu a pergunta, apenas acariciou minha barriga e me olhou nos olhos. Ficamos um bom tempo assim, até que ele se manifestou.
- Daniel... O nome de meu filho seria Daniel, querida Esme! - Eu me surpreendi com um nome tão lindo.
- Pois esse será o nome de meu bebê se for menino! Daniel... meu pequeno Daniel Everson! - Pensar em meu bebê me fazia sorrir sempre.
- E se for menina Esme, você tem algum nome? - Não tinha nome para meninas, e minha intuição dizia que esperava meu pequenino Daniel.
- Não Joseph, tenho certeza que meu bebê será um lindo menino! - Abracei novamente Joseph e fui me deitar na cama em um quarto que Joseph dizia ser meu.
Ao me desejar boa noite, eu me vesti e deitei na cama. Acariciei a barriga e cantei para Daniel, em meu ventre. Naquela noite, eu sonhei com ele. O homem de meus sonhos, aquele lindo anjo loiro.
Carlisle era seu nome, nunca mais havia tido noticias dele, porém, em segredo sempre o amei. Era estranho pensar nele dessa forma, mas algo realmente sempre tocou meu coração em relação aquele homem desconhecido. No sonho, ele falava comigo.
“Não tenha medo minha pequena, ainda estaremos juntos!”
“Como, se não sei aonde te encontrar!!”
“No momento certo, saberá onde me encontrar e seremos felizes e esquecerá toda a dor que causaram à você um dia! Até mais!”
Acordei assustada depois do sonho, o que era isso? Essa conversa, qual seria seu significado? Será que um dia descobriria? Apenas sei que estava feliz por, naquele momento estar segura e com meu bebê a salvo.
Depois do sonho, a única coisa que consegui foi pensar nele e suspirar:
- Carlisle... - Suspirei e novamente dormi, uma noite tranqüila de sono, sem pesadelos, onde eu, toda noite encontrava o anjo e homem dos meus sonhos e da minha vida. Nesse momento, meu pequenino deu um chutinho em minha barriga que fez meu coração martelar de tanta emoção, pois ele sabia que eu estava feliz.
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