O Anjo - Capítulo 14: A Dor

Dias se passaram, não havia mais recebido noticias de Joseph, de minha família ou de Charles. Ambos desapareceram como se a Terra os engolisse. Até a senhora Madalena andava estranha nos últimos dias devido ao meu pequenino estar doente.

Eu o havia levado ao pequeno hospital da cidade, mas os médicos me disseram que não era nada, mas ele queimava em febre. Os remédios pareciam não surtir efeito em seu pequeno corpo. Ele chorava constantemente. Eu o ninava, mas nada, absolutamente nada o acalmava às vezes. Sua febre variava entre os 39º e 40º graus. Eram raras às vezes na qual ele estava sem febre. E seu minúsculo corpo não tinha forças para tossir.

Ao vê-lo naquela situação, eu voltei com ele ao médico da cidade, Dr. Harry Forkyuls. O mesmo que o atendeu no hospital, ele era o melhor pediatra da cidade. Peguei meu bebê, o agasalhei e fui até o médico. Ao entrar no consultório dele, eu chorando disse:

- Ele não está bem doutor. Está ardendo em febre. Ajude-me, por favor, não posso perdê-lo. Ele é a única família que tenho. - Nesse momento, o médico o pegou de meus braços e voltou a examiná-lo. Tirou os óculos de seu rosto, colocou meu bebê na cama de hospital e se virou para mim.

- Seu bebê está com infecção pulmonar senhora. Eu achei que com os medicamentos ele fosse melhorar, mas agora vejo que não... Vamos ter que interná-lo. Mas peço que se prepare para o... pior. - Ele pegou meu bebê no colo e o levou para a pediatria do hospital.

Eu fiquei sem chão. Como assim me preparar para o pior, como eu poderia? Não, eu não posso perder meu bebê. O que o médico está pensando? Eu sai correndo atrás do médico, e ao tentar me aproximar da pediatria, fui barrada pelas enfermeiras.

- Daniel.... Meu filho! Me dê meu bebê aqui... Agora... - Eu fui me debatendo para a ala da enfermaria. As duas mulheres me segurando, eu era pequena demais para lutar com elas.

- Calmante Anna! Calmante!! - Elas gritavam enquanto eu esperneava.

- Quero meu filho! Me solte! Agora! - Senti uma pequena pontada em meu braço, de repente tudo foi se apagando, meu corpo foi perdendo sua vontade própria e eu fui caindo, amparada pelas enfermeiras.

- Daniel... - Meu último suspiro antes de apagar.

* * *

Tudo estava claro, uma luz branca refletida em meus olhos. Abri lentamente os olhos para não me deparar com aquela luz forte. Aos poucos fui reconhecendo que estava no quarto do hospital, com uma enfermeira ao meu lado.

- O que... - Eu consegui dizer. Ela abriu um sorriso e veio ao meu encontro.

- E mãezinha. Vamos, levante-se lentamente. Isso, assim mesmo, devagar! Pronto. - Ela me colocou em pé. - Seu bebê está no quarto, pode vê-lo.

- Muito obrigada. - Eu disse para a enfermeira e fui ao quarto onde Daniel estava. Ao entrar, me deparei com sua respiração lenta. Nunca havia visto meu bebê tão fraquinho. Com lágrimas nos olhos, eu o peguei no colo e comecei a cantar para ele, pois sabia que aquilo o deixava tranqüilo.

“Sem você eu cheguei a pensar em não mais viver,
Vou sangrar até morrer se você não ficar
Eu só quero ser
Eterno pra você
Só depende de nós”

Quando comecei a cantar a respiração de Daniel foi ficando cada vez mais fraca e as lágrimas escorriam de meu rosto. Parecia que ele se despediria de mim. Um minusculo sorriso se fez em seu rosto. Eu consegui soltar um pequeno riso em meio as lágrimas e continuei a cantar.

“Fico louco só de te ver
Não consigo mais me conter
Se partir eu não vou mais existir
Minha vida chega ao fim”

A respiração foi parando. E o pequeno rosto se tornando mais tranquilo, como se sua dor estivesse acabando.

“Eu só quero ser
Eterno pra você
Nunca
Eu disse nunca
Me deixe mais uma vez
Nunca
Eu disse nunca
Nunca mais”

A respiração de Daniel parou. Eu congelei. Meu filho estava morto. Morto em meus braços. Eu não consegui salvá-lo. Eu tentei... eu o tirei do pai, lutei por ele e tudo em vão. Acabou, minha vida se foi junto com o pequeno Daniel...
Eu estava morta, meu coração se foi com meu filho. Ainda em meus braços, eu o peguei e coloquei junto ao meu coração.

- Mamãe vai com você... me espere... eu te amo. - Nesse momento, os médicos e enfermeiros entraram para levá-lo de mim, mas logo eu estaria novamente com ele.

Eu iria com ele aonde quer que eu fosse.

- Vamos mamãe, você já sofreu muito por hoje. - A enfermeira me tirou do quarto. Eu então, fui separada de meu bebê, sendo guiada pela enfermeira, eu olhei para trás chorando e ainda no colo do médico, eu vi o pequeno sorriso estampado no rosto de meu pequeno pela última vez.

7 comentários:

Leti_Twilight disse...

Gente eu lagrimei...que triste :(

Tatynha disse...

nossa muito triste...mas ta muito boa a fik parabens!!

Tam disse...

aDOREI CONTINUA ASSIM

Amanda disse...

vo chora!!!
a musica q ela canto foi : eterno para você - hori

tete disse...

Como assim?
Ela não é brasileira!Tinha que ser uma musica inglês,e além de tudo não existia Hori nenhum naquela época.

Mackenzie Meyer Cullen disse...

Chorei e me arrepiei toda! Só me senti assim quando vi o filme "Sempre ao seu lado"

Claudiapompom disse...

nossssa gente ..........que tristeza
adoreiiiiiiii a fik vc é muito talentosa

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