O Anjo - Capítulo 17: O Recomeço

Tudo estava escuro. Depois que flutuei, ou ao menos assim senti, fui colocada em um lugar macio. Rasgos foram feitos em meu corpo. Sim, estava sendo dilacerada por uma dor pior na qual eu já estava condenada. Meu corpo não tinha movimentos, estava mole, e algo me cortou, devo estar morrendo mesmo.

De repente começo a sentir meu coração voltar à bater, mas ainda está muito escuro e a minha respiração começa a ficar forte, será que estou me recuperando para poder ir ao encontro do pequeno Daniel?

Uma dor forte começa a tomar conta de meu corpo, como se de repente eu estivesse queimando, meu corpo doia de uma forma que eu não entendia. Nesse tempo que parecia queimar, me apeguei a duas imagens: Daniel e Carlisle. Sim, essas imagens fariam com que a dor se atenuasse um pouco.

A horas e minutos se arrastavam de uma forma que eu não compreendia. A dor diminuia pouco a pouco, e as imagens que insisti em gravar, ficaram em minha memória, assim eu jamais iria esquecê-los.

* * *

A dor comecçou a sessar nos dedos dos pés, passando para as pernas e braços, concentrando em meu coração, que bateu frenéticamente e parou. Abro os meus olhos e fito o imenso teto branco que está acima de minha cabeça, quando sinto uma mão delicadamente macia e de uma temperatura agradável que faz minha pele se arrepiar com seu toque e percebo que tem alguém segurando em minha mão. Quando olho em seus olhos, me surpreendo mais uma vez.

- Você... - Aquela voz de sinos era realmente minha? - Onde estou? - perguntei para aquele homem de olhos dourados e cabelos loiros.

- Você está em minha casa. Sou Carlisle Cullen e você se atirou do penhasco, lembra? Eu a salvei. - Por trás de uma neblina, eu recordava daquele rosto, o homem generoso e bondoso que tratou minha pena há 10 anos atrás. O homem de meus sonhos.

- Sim, eu me lembro. E me recordo perfeitamente de você! - Seus olhos dourados se arregalaram e ele imediatamente segurou minha mão, como havia de ser, de acordo com meus sonhos.

Ele a beijou com ternura. Por traz da neblina eu tentei lembrar porque eu havia pulado do penhasco. Foi quando, senti uma queimação em minha garganta.

- Esme querida. - Ele olhou fundo em meus olhos. - Eu tenho que pedir para você ser calma, sim? Senão vai acabar machucando a mim e as outras pessoas. Você pulou do penhasco porque seu pequeno filho, faleceu há 4 dias de infecção pulmonar, e seu marido também faleceu na guerra, então decidiu dar fim á sua vida. - Eu abaixei a cabeça, queria chorar, coloquei a mão sobre meu peito, não havia nada além de vazio. Minha garganta queimava e ao ouvir minha história pela boca dele, sabia que deveria contar a verdade à Carlisle.

- Meu marido não morreu, ele foi para a Guerra e lá ficou por exatamente dois anos, nosso casamento era fachada, ele me agredia e violentava. Quando retornou, a situação ficou pior e descobri que esperava Daniel e com a ajuda de Joseph, meu primo, eu fui para Ashland. - Carlisle pegou minha mão e á beijou novamente.

- Eu sinto muito querida. Preciso lhe contar que agora é uma vampira. Eu não poderia perdê-la, seria doloroso demais para mim. Quando a vi no necrotério, eu senti algo que em 300 anos eu jamais sequer senti. - Eu havia me tornado um monstro? Larguei a mão de Carlisle. Ele se levantou. Eu tinha que me controlar, respirei e senti a garganta queimar. - Nós não matamos pessoas, nos alimentamos apenas de animais. Como acha que salvo a vida de pessoas, eu não as mato? Lembra-se, sou médico. Venha, vamos caçar, que na volta lhe trarei uma surpresa muito agradável. - Assenti e peguei em sua mão. Corremos em uma velocidade inumana, borrões passavam ao meu lado.

- Esme, infelizmente você ficará assim, parada no tempo eternamente. Não posso perder você pequena. - Ele, meu príncipe, de tantos anos preso em meu sonho estava diante de mim. - Vamos, agora esqueça tudo, e respire, sinta o cheiro. O que sente?

- Um coração batendo. Um urso aqui perto? - Eu disse com o veneno queimando em minha garganta. - Estou certa?

- Sim querida, agora ataque. - Ele ordenou e meu sentido me dominou. Grudei no pescoço do urso e o sequei em questão de minutos. Assim como os outros três animais que bebi, me senti saciada.

- Carlisle? - Eu o chamei. - Onde estás?

- Aqui querida! - Ele acenou e estava embaixo de uma árvore. - Deve saber tudo o que é necessário para não chamar atenção para si. Deverá apenas se alimentar de sangue animal, jamais atacar humanos, entende? - Eu peguei sua mão.

- Por que meu coração não bate? - Eu perguntei. - O que mais perdi com essa transformação?

- Ficará parada no tempo eternamente. Nunca morrerá, a não ser que realmente queira isso. E não poderá engravidar, uma vez que o corpo não evolui. E seu coração não bate, pois como mortos vivos. Quando me transformei, era uma coisa que eu temia, pois meu pai me obrigou a caçar vampiros, e numa noite de caçada, um deles me pegou e mordeu. Desde então vivo 300 anos sem ter companhia, até conhecer Edward. Ele estava morrendo de gripe espanhola e a mãe pediu para que o salvasse, e assim eu o fiz. Edward é diferente de mim, pois ele pode ler mentes. O que você estiver pensando no momento ele saberá. Ele quer te conhecer por sinal. Me perdoe te condenar a essa vida. É que eu queria... - Ele suspirou e pego minha mão.

- Queria o quê? - Eu pressiono. - Sabe desde que o conheci, quando tinha 16 anos, fiquei imaginando que era um anjo, e com o passar dos anos, os sonhos foram ficando constantes e eu imaginava quando o veria novamente. Quando tive meu pequeno bebê e quando achei que estivesse queimando, as imagens que não saiam de minha cabeça era sua e de Daniel,o que eu virei pouco me importa. Eu tentei me matar e sei que achava melhor eu viver assim, pois quando pulei meus pensamentos foram os seguintes: “Me leve até Daniel ou até a felicidade... preciso saber o siginificado real e pleno de amor e paz...” Sempre desejei ser amada por alguém de verdade, Daniel me amou, eu sei disso, mas acho que o meu pedido não era para ir até Daniel, e sim para chegar até o principe encantado de meus sonhos. Não poderia ter feito nada por meu pequeno, mas sei que de onde ele estiver estará olhando por mim, e se é para me tornar imortal, eu serei. Agora Carlisle eu acredito na seguinte idéia: “Eu estava feliz, ele era lindo, meu anjinho, aquele por quem eu lutei... no fundo eu sabia que ele valeria à pena, mas não esperava que sua visita fosse durar tão pouco. No fim, ele se foi, mas não me deixou só, me deu de presente, um anjo, com seus cabelos loiros e olhos dourados, aquele que eu sabia que cuidaria de mim para sempre, meu amor, meu anjo protetor...!

- Esme, por incrível que pareça quando te vi naquele necrotério, meu coração há muito parado, sentiu algo totalmente diferente, algo que dizia que eu deveria salvá-la, e eu não estava errado. - Novamente ele pegou minha mão, a beijou, ajoelhou-se e disse: Esme Anne Platt, me daria a honra de se tornar minha companheira, para amá-la é respeitá-la por todos os dias de minha existência, tornando-se a senhora Cullen? - Eu estava sonhando ou aquilo era mentira.

- Sim, eu aceito ser sua. A Senhora Esme Cullen. - Ele me tomou em seus braços e beijou de uma forma que jamais senti em toda a aminha vida humana, beijos que me acostumaria por toda minha existência.

- Eu te amo Carlisle, sempre amei... - E novamente ele me beijou. Um beijo curto, mas com empolgação.

- Eu esperava por isso minha querida. Venha que tenho uma surpresa para você.

Ele me pegou e fomos para sua casa. Ou a minha casa de agora para sempre. Entrando na residência, eu senti um cheiro diferente, um cheiro de outro vampiro, que ao meu pensar, deveria ser o filho de Carlisle, Edward Cullen.

- Edward filho, venha aqui. - Nunca havia visto um pai tão amoroso que nem meu futuro marido. Quero te apresentar Esme.

- Oi Pai, estou indo. - Ele chegou antes que pudesse piscar. - Olá, Esme. - ele beijou minha mão, nunca havia visto criatura tão linda, um rosto angelical, bondoso, cabelos bronze, olhos dourados igual aos do pai. Era um filho que qualquer mãe gostaria de ter. Será que meu bebê ficaria lindo assim? Uma pergunta que jamais teria a resposta.

- Obrigada pelos elogios Esme, e sinto muito por não ter as respostas necessárias para suas perguntas. Eu perdi a minha mãe, e sei a dor que passou nesses dias, ainda com abusos de seu antigo marido. Carlisle me adotou como filho. E eu sempre quis ter uma mãe. Sinto falta da minha. Posso te fazer uma pergunta? - Eu prestava atenção. Ele sentia a minha dor. Isso é estranho. Fiz que sim com a cabeça. - Gostaria de ser minha mãe. Sei que nunca substituirei seu filho e não substituirá minha mãe, mas podemos atenuar a dor um do outro com isso?

Não conseguia pensar, aquela linda criatura queria que eu fosse sua mãe? Daniel se foi, mas não me deixou desamparada nessa vida. Eu seria eternamente feliz ao lado de minha verdadeira família, sentiria falta de Daniel, mas sei que ele estará em um lugar melhor. Olhei para Edward, abri os braços e respondi a sua pergunta:

- Sim Edward, eu aceito. - Ele imediatamente me abraçou. E ali eu senti o verdadeiro significado da palavra amor e família. Carlisle nos abraçou e me beijou de leve. Aquilo me excitava, era tanta felicidade que eu realmente me perguntava se merecia.

- E merece mamãe. Merece ser muito feliz. Vocês são minha família agora. Este presente eu guardei para lhe dar, Carlisle quer que eu entregue a você. - Que presente mais eu poderia querer, ele me chamou de mamãe. Pegou uma minúscula caixinha, e ajoelhou-se assim como o pai fez. Carlisle se ajoelhou junto à Edward e falaram juntos.

- Aceita se unir á família Cullen?

- É o que mais desejo em toda a minha... existência. - Carlisle colocou o anel em meu dedo e o beijou, assim como Edward também o fez. Eles me abraçaram.

- Bem, enquanto se transformava mamãe... - cada vez que falava mamãe, eu me derretia. Ele riu. - Eu olhava seu lindo rosto bondoso e isso me fez compor uma música para você.

Uma música para mim, isso era demais.

- Toque para mim, por favor. - Edward foi até o piano e começou a tocar uma melodia lenta, que aos poucos se tornava forte, mas suave ao mesmo tempo, uma melodia que mostrava o quanto ele estava feliz.

- Obrigada por nos aceitar. - Ele agradeceu e beijou o topo da minha cabeça e de Carlisle que estava ao lado. Antes que pudesse responder, ele havia saído, deu privacidade a mim e a seu pai.

- Muitas novidades para um dia meu amor? Acostume-se, nunca mais será infeliz. Senhora Cullen... - Ele me pegou em seus braços e me levou ao quarto... Beijou-me e me levou para o que seria a primeira noite de amor de minha existência ao lado do homem que eu sempre amei...

5 comentários:

Taty disse...

nossa a autora ta de parabens...amei a fik espero que escreva outras..

Nicole disse...

Eu adorei !! muito linda essa fik !!

Deisi Silva disse...

linda amei!!!!!!!!!! a Esme é msm um doce!!!!!!!!!!!!1

Maryane disse...

eu amei a fick e espero que escreva outras,to sempre procurando ficks do Carlisle, da Esme ou dos dois juntos, e tenho que adimitir essa é a melhor que eu já li.

Mackenzie Meyer Cullen disse...

Como é que essas autoras conseguem fazer uma fanfic perfeita? Sempre arrumam uma forma de inventar personagens com características, para não entendiar os leitores, e sempre arrumam uma forma de livrar os personagens que não aparecem na saga Crepúsculo. Isso é um talento!

Postar um comentário

blog comments powered by Disqus
Blog Design by AeroAngel e Alice Volturi