Universo Paralelo: Predestinados

Eu estava lá, parada, sem saber o que fazer. Todos à minha volta esperavam por minha decisão – finalmente unir-me a Edward Cullen para a eternidade. Ele, mais do que qualquer um, suplicava com a alma que eu sabia que ele possuía pela resposta mais importante de nossas existências. Sempre imaginei estar convicta dos meus sentimentos – eu amava Edward e não havia nada no mundo que pudesse ser comparado a isto. Mas, se eu estava tão segura de mim, por que procurava pelos olhos de outro em pleno altar? Foi quando vi Jacob, um pouco afastado dos outros convidados e notei que só eu estava ciente da sua presença. De repente Alice ficou com os olhos vidrados por alguns instantes e, antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, me dei conta do que se passava. Edward também percebera e seu rosto foi tomado por um indescritível mistura de amargura e desespero. Tudo o que pude fazer foi tirar o anel que há algum tempo repousava em meu dedo e entregá-lo a Edward.

- Eu não posso… desculpe-me. – Edward fitava-me de uma maneira que nunca havia visto e, embora ele tivesse força mais que suficiente para me manter no lugar, ele nada fez.

Quando percebi, estava correndo feito uma louca e segurando a barra do meu vestido. Agarrei a mão de Jacob e ele, num misto de espanto e alegria, correspondeu-me. Charlie me olhava compreensivo e posso arriscar dizer que ele estava feliz. E então, éramos dois malucos correndo através do jardim e rindo alto. De repente parei. Não tive coragem de olhar para trás, com medo de que os olhos de Edward me prendessem. Ao mesmo tempo percebi que não segurava mais a mão de Jacob. Ao invés disso, em um lugar em pouco afastado de onde eu estava havia um libo acinzentado que eu conhecia muito bem. Num impulso, saltei sobre seu dorso e agarrei o seu pescoço. O vento bagunçava meu cabelo e eu estava feliz.

Este sonho passou a me acompanhar todas as noites desde que resolvi seguir outro rumo em minha vida. Ainda estou me acostumando com a idéia de que Jacob realmente teve seu imprinting comigo, mas, para não me forçar a escolhê-lo, não me disse nada na época. Hoje vejo que as palavras não foram necessárias, pois em meu coração eu sabia que era dele, assim como ele sabia que eu era sua. Era algo que não poderia evitar mesmo se tentasse – e realmente tentei Estou muito feliz, mas o passado estará sempre comigo. Não digo isto somente pela cicatriz no antebraço direito, mas pelo pingente de coração que carrego perto de mim. Ele é a lembrança de um amor que me marcou profundamente, mas que não teve como sobreviver diante das forças que me uniam a Jacob.

Autora: Poliana Martins